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27 de jul. de 2017

O DEVOLUTÔMETRO DO BETO RICHA ESTÁ ERRADO



O governador do Paraná inaugurou o "devolutômetro", que expressa os valores que o Programa Nota Paraná devolve para os contribuintes que pedem CPF na nota fiscal. 

No discurso, chegou a fazer uma alusão ao "impostômetro", que é um contador dos impostos que os brasileiros pagam. Parecia que Richa dava uma resposta às associações empresariais que insistem em divulgar os números de o quanto o Estado (os governos de modo geral)  arranca de modo voraz da sociedade ao mesmo passo em que presta serviços ruins e sempre envoltos numa bruma de incompetência, mordomia e corrupção.

O discurso sobre um programa que eu mesmo não acho ruim, encerrou um erro grave de avaliação do que o Estado representa ou tem que representar para o cidadão.

Porque com um mínimo de percepção sobre para que servem os impostos, qualquer pessoa vai concluir que o valor do "devolutômetro" deve ser idêntico ao valor do "impostômetro", já que dinheiro de impostos não é feito para dar lucro e luxo para ninguém, especialmente para políticos e demais agentes públicos. Dinheiro de impostos, taxas, contribuições e demais formas de financiamento de governos, tem que retornar sempre e em 100% para a sociedade na forma de serviços públicos de qualidade, tanto quanto efetivos e universais.

É certo que isso é quimera em um país que paga auxílio-moradia para juízes que ganham salários de 5 dígitos, jatinhos e helicópteros à vontade para ministros e chefes dos poderes, carros oficiais por todos os lados, apartamentos funcionais, residências oficiais e palácios suntuosos (só o presidente da república conta com 4 - o do Planalto, o do Alvorada, o do Jaburu e a Granja do Torto).

Mas ao menos os senhores políticos, incluindo o governador do Paraná, deveriam entender que não podem sair por aí alardeando que devolvem trocados ao contribuinte, sem atinar que o grosso da arrecadação tributária é desperdiçado, porque não corresponde a investimentos efetivos e bem controlados,  nem a serviços públicos de qualidade, coisa que não prestam nem o estado do Paraná, nem os municípios, nem as autarquias, nem as empresas públicas/estatais e muito menos a União!

Sendo bem sincero, eu prefiro serviços públicos condizentes com a montanha de dinheiro que se paga de impostos no Brasil, do que esmolas e sorteios bonitinhos que devolvem frações do ICMS que chega a representar 30% de certos produtos de consumo essencial. 

O governador devia mesmo é desligar o "devolutômetro"...


25 de out. de 2016

ESCOLA OCUPADA É ANOMIA


Anomia é a ausência de norma. Em palavras mais claras, é a generalização do vale tudo, a imposição do pessoal sobre o social, o interesse particular que se sobrepõe ao da comunidade, a lei do mais forte porque não conta com o freio do Estado, de modo que desenvolve um senso local de criação de norma conforme conveniência momentânea e poder aplicado à quem está em situação de inferioridade.

Escolas estaduais são patrimônio público. São bens de toda a sociedade mantidos com o dinheiro de impostos que no Brasil que não param de subir. Sendo patrimônio público, tem finalidade, ou seja, só pode ser usado para ela, porque a lei assim determina, de modo que, no caso, só pode ser usada para educar, não sendo aceitável virar arena para insatisfações políticas e protestos partidários travestidos de movimentos sociais. As escolas não são dos seus alunos, porque eles são (e devem ser) transitórios.

Ocupar uma escola com alunos adolescentes e dela excluir o acesso das autoridades, é incentivar a anomia, é deixar que jovens que não sabem absolutamente nada da vida adulta, e naturalmente contestadores e dados a experimentar os perigos dela, seja como aprendizado, seja como protesto, tomem decisões que não lhes cabem ou, ainda, pensem não precisar mais observar regras, por estarem protegidos no meio de um grupo de supostamente iguais.

Dizer que o assassinato de um adolescente por outro, dentro de uma escola ocupada não é responsabilidade do "movimento" não só é hipócrita, é criminoso, porque era o efeito esperado em determinado momento dentro de um ambiente sem normas e sem autoridade, com palavras de ordem e chavões pré-definidos impondo o tom de de uma não-discussão sobre assuntos sobre os quais os "lideres" já fecharam questão de antemão.

A morte do adolescente é, sim, responsabilidade da UNE, dos incentivadores e dos pais de alunos que assistem passivamente que quase-crianças pratiquem delitos travestidos de protestos, usados como massa de manobra de organizadores que nem estudantes são. Esses adolescentes ou estão abandonados pelos pais, ou estão sendo usados como escudos para que adultos pratiquem crimes e façam seus protestos não por um país melhor, mas contra o governo constitucional que não aceitam.

Mas também é responsabilidade do Estado do Paraná, especificamente do governador Beto Richa que, detendo mandados de reintegração de posse, não os faz valer. Também é da Justiça do Paraná, que não defere reintegração geral e não restabelece a ordem, constatando que o "movimento" não só prejudica estudantes às portas do ENEM, como também o próprio ENEM e mesmo as eleições municipais. 

Se os professores estão em greve pelo justo motivo da quebra do acordo salarial, é outro assunto. Se por conta disso as escolas estariam sem uso, ainda assim não é aceitável que sejam ocupadas. 

Vale a mesma regra de sempre: quer protestar o faça em paz, dentro das regras, sem invadir, vandalizar, sujar, descumprir leis e especialmente matar. O cinegrafista da BAND foi vítima de contexto idêntico. A fraqueza das autoridades sempre amedrontadas em serem tidas como arbitrárias, levou à anomia e ao vale-tudo, até que se chegou a um cadáver. E se não se fizer nada imediatamente, tudo só vai piorar, se é que não se promoverão mais badernas para vitimizar e a partir disto justificar que não se cumpra mais lei nenhuma, dizendo que é por conta da reforma do ensino e da PEC 241 que o "movimento" nem sabe como funcionarão, até por não terem interesse em discuti-los.

A escola pública brasileira pouco ensina. Os alunos tem direitos demais, os professores, de menos. É um campo de batalha política constante, de imposição de ideologia e de demagogia eleitoreira à guisa das eleições de diretores, uma excrescência que alija a sua administração pelos mais competentes, entregando-a aos mais populares. Mesmo assim, ainda é escola e dentro dela o mínimo que se espera é que se ensine.

19 de out. de 2016

IMBROGLIO! NO PR O GOVERNO NÃO QUER SE EXPLICAR E OS SERVIDORES NÃO QUEREM OUVIR!



O governador Beto Richa levou os problemas do Paraná com a barriga entre 2010 e 2014 para se reeleger, o que acabou acontecendo, até porque seus adversários foram Requião e Gleisi Hoffmann, cujos discursos batidos e o apoio do governo de Dilma Roussef não foram suficientes para evitar a derrota em primeiro turno.

Reeleito, imediatamente propôs um pacote de aumento brutal de impostos. A alíquota do ICMS subiu 33% (de 12% para 18%_ e a do IPVA 64% (de 2,5% para 4%), além de regulamentar diferenciais e antecipações de alíquota que elevam o ICMS para muito acima do percentual citado. 

Além disso, adentrou no fundo de previdência do funcionalismo estadual para fazer caixa, definindo que os aportes para compensar isto serão feitos nos próximos governos (ou seja, não serão feitos), até que se cubra o déficit atuarial.

Nisso, seguiu-se uma greve de professores que, até por decorrência da incapacidade flagrante de Richa em negociar, gerou aquele episódio de abril de 2015, quando no afã de aprovar o pacote de medidas fiscais desesperadas, impôs um cerco militar à Assembléia Legislativa levando os deputados aliados em camburão para votarem na marra, sem discussão e sem negociação, mas que acabou em violência generalizada do lado de fora, na tentativa de conter os manifestantes e impedi-los de obstar a votação.

Se este país fosse minimamente sério, deveria ter lhe custado o cargo e de quebra alguns anos de prisão.

Quando aprovou o projeto exatamente como queria, tratou de acalmar os professores oferecendo uma política de reposição inflacionária para os salários deles e do resto do funcionalismo, mas continuou nada fazendo para conter despesas, mantendo o mesmo aparato político caríssimo, cheio de contratados em confiança intocáveis e com o governo distribuído em feudos, como o do deputado Ratinho Junior, da vice-governadora Cida Borghetti e do deputado Valdir Rossoni, todos com altas aspirações políticas imediatas, sedentos em sucedê-lo.

E passou o resto do ano de 2015 e o de 2016 alardeando aos quatro ventos que fez o ajuste fiscal, que o estado é o que mais cresce no país, que aqui a crise não chegou. Até que, ao enviar o projeto de orçamento de 2017, o fez excluindo o reajuste que prometeu, alegando ter a obrigação de regularizar os anuênios e progressões de carreira do funcionalismo, que ele também não estava observando, nem dando explicações do por quê. 

A desculpa na falta de dinheiro desta vez estaria nas projeções irreais de crescimento do PIB do governo Dilma, como se o estado não tivesse corpo técnico próprio e capacitado para detectar ou mesmo perceber nas análises econômicas que essa retração econômica violenta era certa, e seria até pior se o Congresso não tivesse cassado o governo federal incapaz.

E com o mesmo modus operandi, de enviar para a assembléia uma proposta que sua base aliada deve tão somente chancelar sem discutir.

Ato contínuo, professores, policiais e várias outras categorias anunciaram greves e paralisações. E o clima político nacional só aumentou o problema, porque, agora, sindicatos e entidades de classe ligados ao PT e demais partidos de esquerda aproveitam o "quid pro quo", para tentar convencer a opinião pública que se trata de algo que será transportado para a administração federal, quando em verdade, não querem aceitar a crise econômica gestada, parida e criada pelos desmandos sucessivos, pela incompetência e pelo aparato endêmico de corrupção do governo cassado, que eles apoiaram quase que em uníssono.

Uma coisa é a incompetência e a desonestidade de Richa, que obviamente deixou a situação fiscal do estado ficar dramática para garantir sua reeleição. Porém, por muito tempo, antes mesmo do governo dele, já se sabia que as contas públicas do Paraná estavam em situação crítica. Pelo menos desde o governo de Jaime Lerner, incluindo o de Roberto Requião, situação amainada pela bonança econômica temporária havida entre 2003 e 2008, o que não estava causando maiores efeitos em face do aumento inercial da arrecadação sempre acima da inflação, por mais que as despesas sempre tenham crescido acima do acréscimo de receitas.

As entidades que representam o funcionalismo tinham todas as condições e inclusive, a obrigação de ter conhecimento da situação de penúria do estado, visível a qualquer cidadão pela quantidade de obras paradas e/ou atrasadíssimas em qualquer cidade que se visite, mas lhes foi mais conveniente aceitar o discurso poliana de Lerner, Requião e Richa, segundo o qual tudo era mar de rosas, e que a discussão era meramente política e não fiscal. Todos acreditaram no mito do dinheiro que não acaba nunca e que nasce em árvores, ou no outro, segundo o qual o contribuinte tem que arcar na marra com toda despesa que o governo e seu funcionalismo pensam que deve ser feita ao arrepio da realidade.

Vivemos hoje a situação de um governo que não quer se explicar, porque isso significaria confessar que negligenciou as contas públicas pela reeleição, e um funcionalismo representado por entidades que não querem ouvir, porque isso representa uma chance de ouro de fazer política rasteira igual à de Richa, mas para beneficiar a oposição nacional liderada pelo PT. 

Enquanto isto, o estado do Paraná caminhando para o default igual ao do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro. Será necessário Richa virar um Pezão e o funcionalismo receber o salário fracionado, se receber, para que, talvez, comecem a analisar essa questão de modo prático e objetivo, sem propor novos aumentos de impostos para transferir a conta para o contribuinte,

19 de jan. de 2011

JÁ OUVIU FALAR DE HIPOCRISIA?


Em 1990, o então ex-prefeito de Curitiba, Roberto Requião, criticava de modo áspero o então senador José Richa, que recebia aposentadoria na condição de ex-ocupante do principal gabinete do Palácio Iguaçú. Requião foi à TV com um fac-simile do requerimento e fez alarde, dizendo que era preciso acabar com as "velhas raposas" da política. Nisso tirou Richa do segundo turno em que, munido de uma história fantasiosa e até hoje não bem explicada, o Caso Ferreirinha, acabou eleito.

Passados 20 anos e 3 governos seus (pouco mais de 10 anos presidindo o estado), Requião esqueceu do episódio e requisitou uma aposentadoria de R$ 24,5 mil reais na condição de ex-governador.

Teria ele virado "velha raposa"?

Será que o salário de Senador, recentemente aumentado em mais de 61% não é suficiente para a sua vida supostamente espartana?

Durante o seu governo, Requião dizia que o Porto de Paranaguá era o melhor e mais bem administrado do mundo, e que era apenas coincidência o fato de que o superintendente era seu irmão Eduardo. Como era coincidência feliz a escolha de seu outro irmão, Maurício, para compor o Tribunal de Contas do Estado. Segundo ele, foram escolhas por competência muito antes de por parentesco.

Hoje, duas operações policiais batizadas de "Dallas" e "Águas Turvas" começaram a desvendar os absurdos do porto de Paranaguá, com desvios de cargas, emissão de notas fiscais frias e um negócio nebuloso envolvendo uma draga, que foi justificada no assoreamento do Canal da Galheta, que simplesmente não foi feito por alguns anos, impedindo o ingresso de navios de maiores calados. A polícia apurou suspeitas de que a tal draga seria comprada mediante no mínimo uma comissão gorda inserida no preço final.

Será que o "melhor administrador de portos do mundo", Eduardo, irmão de Requião nunca sequer desconfiou de problemas na administração de sua jóia econômico-litorânea?

E sobre Maurício, bem, o Judiciário acabou impedindo sua posse, mesmo com a aprovação de seu nome pela Assembléia Legislativa, que durante todos os governos Requião foi altamente odediente e subserviente, inclusive no caso, quando escolheu o competente irmão do governador, então secretário estadual de educação, para o cargo vitalício e muito bem remunerado.

Será que Requião, que indicou o irmão, e a AL não notaram a possibilidade de se caracterizar nepotismo na indicação de tão competente pessoa sem experiência nenhuma em análise de contas públicas, mas parente de primeiro grau do ocupante do Palácio das Araucárias?

Apenas a hipocrisia explica essas situações da vida de um indivíduo que desde que iniciou-se na vida pública jamais ficou sem cargo ou mandato, sempre professando o discurso de defensor dos pobres contra os poderosos, dos modestos contra os arrogantes, do honesto contra os nepotistas, do suposto esquerdista radical bolivariano, mas que chegou a aventar a possibilidade de apoiar Serra ao invés de Dilma e que manteve-se afastado do governo Lula do qual usou para se reeleger governador e ano passado senador. Só a hipocrisia explica isso, somente...nada mais!

3 de nov. de 2010

A IRRELEVÂNCIA POLÍTICA DO PARANÁ


Dono do 5º PIB estadual do Brasil, do segundo porto mais importante e do terceiro maior destino turístico com uma capital que é referência nacional em urbanismo e qualidade de vida. Líder na produção agrícola, bem colocado na produção de carnes, detentor de um parque industrial considerável especialmente na agroindústria e na área automobilística, corredor de importações do Paraguay, detentor de duas das mais completas universidades do Brasil (UFPR e PUC-PR) e maior produtor brasileiro de energia elétrica, o Paraná está para o Brasil como o Japão para o mundo: rico, mas irrelevante em termos políticos.

Seja quando o governo é conservador, como o de Fernando Collor, seja quando o governo é dito progressista, como o caso de Lula e como, aparentemente, será o de Dilma Roussef, o Paraná não consegue transferir seu peso econômico para a política.

O paranaense que chegou mais perto da presidência da república foi o ex-governador Ney Braga, que foi ministro da educação no governo Ernesto Geisel. Fora isso, mesmo os políticos mais relevantes da terra, como José Richa, Jaime Lerner e Roberto Requião, nunca passaram de curiosidades políticas nos palácios brasilienses, onde há um ou dois paranaenses lotados em tribunais superiores e apenas o ministro Paulo Bernardo em um cargo realmente influente da administração federal, o planejamento.

É certo que a tradição conservadora do estado diminui suas chances de emplacar nomes em governos ditos de esquerda. Mas conservadorismo não é algo ruim, porque sua interpretação depende muito do momento histórico e econômico que se vive. E mesmo conservador, o Paraná foi irrelevante por exemplo, no governo Fernando Collor.

O estado viveu nos últimos 8 anos um governo que se dizia de esquerda e alinhado ao governo Lula, mas não foram raras as vezes que seu governador flertou com o PSDB de José Serra ou Geraldo Alckmin e depois rifou o seu passe na composição da chapa de Osmar Dias, derrotada na corrida estadual justamente pela heterogeneidade e pelo que nós chamamos aqui de "autofagismo", aquela coisa de não ser nada mas invejar o alheio e atrapalhar o sucesso deste, seja impedindo composições, seja se impondo acima dos interesses alheios.

E há pouca probabilidade desse quadro mudar no curto prazo. Na composição do novo governo estadual, acorreram para as hostes tucanas todos os aliados de primeira hora do governo Requião com intuito claro de manter-se no poder e mais do que isso, de não mudar a forma de fazer política em terras paranaenses. Ou seja, o autofagismo continuará forte na terra das araucárias.

A esperança do estado em ter mais importância e consideração política nacional estaria numa renovação do PSDB, com aumento da importância de novas lideranças como Aécio Neves e Aluísio Nunes, incluindo o governador eleito Beto Richa. Mas o fato deste dirigir-se a passos largos para recepcionar de braços abertos a turminha do PMDB que bancou o péssimo governo Roberto Requião, marcado por 8 anos de estagnação política, deixa parecer que as coisas não evoluirão de novo, o estado continuará rico, pujante, mas com influência política quase nula.

5 de out. de 2010

PR: O CASTIGO DE OSMAR DIAS

Osmar Dias tinha tudo para ser o novo governador do Paraná.

Político combativo, correto e trabalhador pelos interesses do estado, com uma carreira política livre de máculas e boas gestões como secretário de agricultura, ele encarna um pouco da alma paranaense, que é a de um estado ruralista mas moderno e cujo crescimento econômico e o progresso independem da política, tal qual ele mesmo que nunca dependeu de suas relações com o Poder Executivo para se destacar.

No entanto, errou feio.

Demorou para decidir-se pela candidatura e manobrou (muito) mal os apoios.

Acabou caindo numa armadilha criada pelo ex-governador Roberto Requião. Trouxe o PMDB para seu lado e impediu a candidatura do governador Orlando Pessutti, tudo o Requião queria para garantir sua vaga ao Senado, que estaria ameaçada com Pessutti candidato e trabalhando contra ele.

Pessutti certamente teria amealhado algo como 15% dos votos. Teria tirado votos de Osmar e também de Beto Richa, mas forçado o segundo turno, onde facilmente se aliaria ao pedetista com força para vencer.

Mas ao compor com PMDB, Osmar Dias transformou a eleição em um plebiscito: ou ele, ou Beto, porque o terceiro colocado na disputa sequer chegou a 1% dos votos, sendo que as sondagens pré-candidatura indicavam que Pessutti teria, sim, uma importante densidade eleitoral, afora o fato de estar sentado na cadeira de governador.

Pior que isso, é ver que Osmar foi triturado durante a campanha por sua incompreensível ligação com Roberto Requião, que o acusou várias vezes (de modo público) de irregularidades na aquisição de uma fazenda, sem contar as barbaridades que disse em outubro de 2006, quando não se conformava com a vitória sobre o mesmo Osmar por apenas 10 mil votos.

E ao aliar-se ao PT, desagradou uma parte de seu eleitorado ruralista, porque, afinal, o PT é ligado aos movimentos sociais sem terra, cuja atuação no Paraná é relevante, mas nem sempre bem aceita pela população.

E por sim, a confiança excessiva na influência do presidente Lula.

No último debate na RPC, chegou a afirmar no início do programa que havia acabado de receber uma ligação do presidente. Foi excessivo na exata medida em que transferiu para o presidente a tarefa de diferenciá-lo de seu adversário, o ótimo ex-prefeito de Curitiba, Beto Richa.

O presidente Lula pode transferir votos e ser popular, mas isso não funciona quando o candidato, no caso, Osmar, demonstra insegurança e se alia a um dos piores inimigos (Requião) esquecendo de defender sua própria história de bons trabalhos em favor do estado. Ficou a impressão que o Osmar Dias que disputava era um conformado com os destratos de Requião e vaidoso demais com o apoio do presidente.

Talvez tudo isso tenha feito a diferença.

Osmar Dias ficou sem mandato, mas certamente voltará, seja disputando a prefeitura de Londrina ou Maringá, seja como deputado, senador ou mesmo candidato ao governo. Capaz ele é, biografia ele tem, mas da próxima vez precisará entender que em eleição não se consegue unanimidade, muito menos compondo com inimigos.

8 de jun. de 2010

O PARANÁ QUE QUEREMOS (II)


Infelizmente não pude comparecer à manifestação de hoje às 18:00 na Boca Maldita em Curitiba, mas deixo aqui algumas palavras em apoio ao movimento Novo Paraná.

Há muito é sabido que irregularidades acontecem na Assembléia Legislativa. E elas têm sido no mínimo toleradas pela sociedade paranaense, por deputados estaduais de todos os partidos e mesmo por membros do Executivo e do Judiciário, que não raro se vergaram a interesses excusos partidos da mesa da AL.

Ou seja, toda a sociedade paranaense é responsável, no mínimo por omissão, por este estado de coisas vergonhoso que se descortina nos últimos meses, sendo poucas as pessoas que ousaram no passado remoto ou recente, enfrentar as forças poderosas que construíram o esquema, tão poderosas que cooptavam imprensa, Ministério Público e Judiciário.

E isso porque o Paraná seguidamente elege, especialmente com votos de municípios menores, cujas administrações públicas são precárias e desqualificadas (no sentido intelectual mesmo), deputados estaduais afeitos à prática do curral, ou seja, indivíduos que conseguem 100, 200 votos em um certo lugar distribuindo cargos, cestas básicas e favores, muitos favores! Somando os poucos votos desses municípios, há indivíduos cujos pais ou avôs já eram deputados no mesmo esquema, sem levar progresso nenhum pra cidades miseráveis e pessimamente administradas como Rio Branco do Sul, Itaperuçú, Piraquara, Bocaiúva do Sul, Cerro Azul, Doutor Ulisses, Tunas do Paraná, Adrianópolis e outras tantas, em que deputados ruins garantem suas eleições com esses lotes de votos.

Trata-se de uma política de favores e todos nós sabemos que favores em política nunca são pontuais, eles se prorrogam no tempo, viram chantagem e envolvem muito mais que chinelos e cestas básicas para idiotas em troca de votos.

E de certa forma isso acontece em todo o Brasil em maior ou menor grau, e todos os políticos ficam indignados e se acham injustiçados. Hoje, um desses deputados declarou que "não são apenas" o presidente e o secretário da AL os responsáveis pela situação, como quem querendo dizer que as falhas do passado eximem a responsabilidade presente.

Ora, as falhas do passado não impedem a punição dos responsáveis pela presente situação, o que é, em essência, o que se pede, como forma de dar exemplo para que não se repita mais.

Tardou a sociedade paranaense acordar. E mesmo assim, apenas uma pequena (eu diria minúscula) parte dela acordou. Mas melhor que tenha acordado tarde e exija a punição mais severa possível (seja ela cassação, impeachment, negativa à reeleição, inelegibilidade, ação penal ou cível, seja o que for!), do que continue se omitindo em face de um estado de coisas que se não era notório, era comentado à boca pequena especialmente a cada pleito.

5 de jun. de 2010

O PARANÁ QUE QUEREMOS.


A seccional paranaense da OAB e o Jornal Gazeta do Povo, estão promovendo ampla campanha pela moralização do Poder Legislativo do estado.

O Ministério Público está investigando, mas já existem provas fortes de que a Assembléia Legislativa do Paraná contratou centenas de pessoas para cargos públicos por meio de diários secretos, publicações que não circulavam e não eram públicas, mas prestavam-se a gerar documentação que autorizasse o pagamento de salários e proventos.

Mais do que isso, houve a contratação de menores de idade (13 anos), de pessoas que não recebiam nem 1/10 do salário-base e de analfabetos que nada receberam mesmo contratados. Estima-se um rombo de 100 milhões de reais, afora casos correlatos envolvendo licitações em municípios, com participação direta de altos dirigentes da casa de leis.

E o pior: Instada a manifestar-se sobre o(s) caso(s), a mesa diretora da Assembléia Legislativa do Paraná adotou a prática do silêncio, tomando medidas paliativas para dar a impressão de sanar os problemas, usando do conhecido método de declarar não saber do que se trata e dizer que a culpa é de terceiros.

Já houve a prisão de altos funcionários da casa e a sociedade paranaense exige a renúncia da mesa, que, por sua vez, faz-se de vítima, tentando aproveitar-se do esquecimento da população e ganhar tempo, até que consigam sua reeleição em outubro.

Você, oriundo do Paraná ou cidadão que aqui reside, pode participar desta campanha assinando o manifesto eletrônico constante do site http://www.novoparana.com.br/, acompanhando o caso pela Gazeta do Povo pela OAB-PR.

Entidades da sociedade civil, empresas e pessoas físicas estão engajadas na campanha e promovem no próximo dia 08 um ato público em várias cidades do Paraná com a seguinte convocação:

O PARANÁ QUE QUEREMOS.

A SÉRIE DE REPORTAGENS "DIÁRIOS SECRETOS" REVELOU UMA GRAVÍSSIMA, EXTENSA E PROFUNDA CRISE NO PODER LEGISLATIVO PARANAENSE.

A OAB-PR (ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL, SEÇÃO PARANÁ), EM REAÇÃO A ESSE ESCÂNDALO POLÍTICO SEM PRECEDENTES NA HISTÓRIA DE NOSSO ESTADO, LANÇOU UMA CAMPANHA E UM VIGOROSO MANIFESTO CONTRA A IMPUNIDADE E A CORRUPÇÃO, QUANDO FEZ A SEGUINTE PERGUNTA:
AFINAL, QUE PARANÁ QUEREMOS?

AS ENTIDADES, EMPRESAS E PESSOAS FÍSICAS ABAIXO, CIENTES DE DUA RESPONSABILIDADE CIDADÃ E DA JUSTA CONVOCAÇÃO RECEBIDA, SENTEM-SE NO DEVER DE RESPONDER:

QUEREMOS UM PARANÁ ÉTICO, HONESTO, TRANSPARENTE E TRABALHADOR. UM PARANÁ À ALTURA DA DIGNIDADE DO NOSSO POVO.

MANIFESTAMOS AQUI NOSSO APOIO INCONDICIONAL AO MOVIMENTO LANÇADO PELA OAB-PR E O NOSSO COMPROMISSO DE LUTAR POR ESTA CAUSA.

JUNTE-SE A NÓS.

(Segue lista das entidades, empresas e pessoas físicas em caderno especial da Gazeta do Povo)

5 de fev. de 2010

A CARA DE PAU DO EX-DEPUTADO


A imagem é do site do jornalista Cláudio Humberto.


Luiz Fernando Ribas Carli Filho é acusado de dirigir embriagado em altíssima velocidade em um carro blindado, violar um sinal vermelho e matar dois jovens num acidente de trânsito pavoroso em maio de 2009.

Como parênteses, diga-se que os (muitos) radares de trânsito que existem na região do acidente não acusaram a alta velocidade do veículo, fato até hoje não explicado pelas autoridades, especialmente as de trânsito de Curitiba. Mas como naquele momento ele era deputado, podemos tirar conclusões.

Logo após que saiu do coma no qual entrou por conta do acidente, o então deputado estadual do PMDB, eleito pelo sobrenome do seu pai que já havia ocupado o cargo e atualmente é prefeito de Guarapuava-Pr, renunciou, para evitar a perda de direitos políticos, especialmente o direito de se candidatar novamente já em 2010.

E ontem, simplesmente não compareceu na primeira audiência de instrução do processo criminal, evitando especialmente os holofotes da TV e os "flashs" da imprensa escrita, tratando de, num único ato, chegar a dois objetivos: a) protelar o processo, vez que vai alegar alguma falha na citação, compromisso concorrente do seu advogado ou coisa parecida; b) evitar o desgaste na imprensa e preservar sua imagem, porque provavelmente será candidato novamente em 2010.

Sendo de uma família de pequenos oligarcas municipais, é provável que se reeleja. Guarapuava não é uma cidade pequena, conta com algo em torno de 150 mil habitantes, é bonita, bem cuidada e progressista. Mas padece do mesmo mal que o resto do Brasil: seus eleitores tem memória curta e acreditam em histórias da carochinha.

Se a Justiça não enquadrar este indivíduo e não dar respostas processuais rápidas (no sentido de antes das eleições), corremos o risco de vê-lo ocupando novamente uma cadeira na Assembléia Legislativa, usando das (muitas) imunidades do cargo para não ser sentenciado nem responder pelo crime bárbaro do qual é acusado.
PS.: A sociedade paranaense e brasileira tem que mobilizar-se. Crimes cometidos por políticos devem ser julgados com celeridade e rigor, a título de exemplo. A mãe de uma das vítimas, senhora Cristiane de Souza Yared, mesmo devastada pela dor, dá exemplo de coragem mantendo uma campanha permanente por JUSTIÇA. Mesmo sem conhecê-la, estou com ela. Hoje, políticos brasileiros roubam, matam e se aproveitam de seus cargos para manter-se impunes, vivendo como nababos acima do bem e do mal. Enquanto esse estado de coisas prevalecer, o Brasil não será um país de iguais e nunca vencerá a corrupção e a miséria.

20 de jan. de 2010

O CAOS NO PARANÁ

A foto é do blog do Fábio Campana. O prédio é o antigo Presídio do Ahú e os ônibus são de um lote que o governo distribuiu pelos municípios, mas só os entregou mediante cerimônia pública agendada para ter a presença do governador. O programa CQC tratou desse assunto há pouco tempo.


A rebelião que ocorreu no Presídio Central do Estado do Paraná em Piraquara, foi causada porque o governador impediu que os agentes penitenciários usassem armas de fogo, determinando para sua mansa e obediente bancada na Assembléia Legislativa impedisse qualquer iniciativa nesse sentido.


Além disso, o governador determinou que a guarnição da PM no local fosse deslocada, em face da dramática falta de pessoal da corporação, que conta hoje com o mesmo número de policiais existentes em 1982 e que já não aguenta mais a carga de trabalho, que beira a desumanidade contra os policiais.


E a rebelião ocorreu e causou prejuízos materiais de grande monta, além, claro, da morte de 6 pessoas.


Agora é preciso remanejar cerca de 300 detentos, e a solução adotada foi a de reativar o antigo Presídio do Ahú, que está fechado desde fins de 2006, pois seu terreno foi reservado para a construção do novo Centro Judiciário de Curitiba, cujas obras o governador prometeu iniciar em janeiro de 2007, mas sem colocar até hoje sequer um prego no local, que foi usado para esconder alguns ônibus que o governo deveria repassar para municípios, mas não o fazia antes que as cidades organizassem festejos públicos para a recepção delas com a presença do senhor governador.


Para quem não sabe, Curitiba não tem fórum. As varas cíveis e criminais estão espalhadas pela cidade, em locais alugados e pouco adequados para receber o grande público. A solução que foi pensada para esta situação que atravanca o judiciário paranaense, foi usar o imóvel do antigo presídio para construir um fórum adequado para receber as serventias atuais e as ampliações pelos próximos 20 anos. O antigo Presídio do Ahú fica em bairro nobre da capital paranaense, ao lado da sede estadual da Justiça Federal, em meio a um complexo de ruas e avenidas capazes de suportar o grande tráfego de veículos e pessoas que a nova instalação viria a gerar.


Mas o governador mudou de idéia, pois limitou-se a abrir licitação para o projeto arquitetônico, contratando um que exige a regularização de um lindeiro terreno invadido e sub-judice, desculpa perfeita para paralisar qualquer obra.


Quem acompanha o noticiário sabe que na baderna ocorrida no estádio Couto Pereira em 06 de dezembro não havia policiamento suficiente, mesmo com o reforço requisitado expressamente pela direção do Coritiba Foot Ball Club. Aqui em casa (Rio Branco do Sul), não adianta ligar para o 190, porque ninguém atende e, quando se consegue contato com a PM, é por telefone comum, sendo que os atendimentos são feitos por uma única viatura vinda do município vizinho de Almirante Tamandaré.


E assim é no estado inteiro, enquanto o ocupante do Palácio das Araucárias (porque o Palácio Iguaçú, verdadeira sede do governo, está fechado para obras desde 2007) insiste em dizer que o estado tem a melhor segurança pública do país, o melhor porto, o melhor sistema tributário e, claro, o melhor governante.

27 de nov. de 2009

CADERNOS DE VIAGEM- 15

Na mesma viagem em que fui (a trabalho) para Antonina, dei uma passadinha em Morretes, cidade vizinha, ribeirinha do rio Nhundiaquara e famosa pelo barreado (prato típico paranaense, talvez o único).

O rio Nhundiaquara é limpo e cristalino (milagre!) e nele se pode praticar o esporte de descê-lo de bóia (na verdade, câmaras de pneus de caminhão ou trator alugadas por ali), coisa que eu fiz quando era adolescente, o que quase me valeu uma insolação porque, não muito inteligente, esqueci o protetor solar!

Mas é um lindo lugar. As ruas, as praças os monumentos históricos e a arquitetura colonial são bem cuidados e há bons restaurantes.

A cidade depende do turismo e por isso, o visitante é bem recebido, existindo muitas lojas de lembranças e algumas pousadas bem rústicas mas aconchegantes.

Além disso, o acesso pode ser feito por outro ponto turístico, a Estrada da Graciosa, que foi construída ainda no império com paralelepípedos, que um dia desses eu mostrarei aqui.

Para quem vier à Curitiba, é um passeio bonito e rápido, porque leva uma hora e meia para descer em meio à natureza da Graciosa, e uma hora no máximo para voltar pela BR que liga Curitiba a Paranaguá. O ideal é descer se pressa, almoçar, conhecer e depois voltar, em um dia se faz tudo isso de modo agradável, sendo que ainda dá para visitar Antonina, que é pertinho.








Estas são vistas do centro histórico. Casarões em estilo colonial muito bem cuidados, existindo alguns em recuperação.







Nas fotos acima, o leito do rio a cortar a cidade. Os prédios que aparecem são (ótimos) restaurantes, e o azul também é hotel, um dos mais famosos e antigos do estado do Paraná, embora simples.



Janela de uma das lojas de souvenires, com o perdão da propaganda de cartão de crédito.

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21 de nov. de 2009

CADERNOS DE VIAGEM - 14

Dia desses tive que "descer" até o litoral por razões de trabalho. Fui até a cidade portuária e histórica de Antonina, lugar onde (dizem) se festeja o melhor carnaval do estado e onde se fabricam as conhecidas balas de banana, fruta abundante na região em virtude do calor e da umidade do ar.

Antonina infelizmente é uma cidade em decadência. No passado seu porto chegou a rivalizar em importância com o de Paranaguá, que está na mesma baía. Mas de uns 40 anos para cá, quando as empresas Matarazzo deixaram o empreendimento, o terminal portuário de lá sofre fases freqüentes de inatividade que acabaram por deixar uma estrutura antiquada e pouco viável economicamente. Ainda há um segundo terminal, chamado Ponta do Félix, que ultimamente encontra-se no centro de uma polêmica envolvendo o (péssimo) governador Requião, a Copel e sua fundação de previdência.

Sobraria para o lugar explorar suas belíssimas paisagens, seu centro histórico que apesar de todos os problemas é bem cuidado e a gastronomia. No entanto, o que se nota é um certo ar de abandono. Locais como a "Ponta da Pita" que outrora eram pontos de turismo estão abandonados, e a praça que fica em frente ao pequeno Mercado Municipal também, aguardando a reinauguração do trapiche, que o governo do estado está revitalizando.

Mesmo assim, há belas vistas, bons restaurantes e uma gente simpática, de modo que vale o passeio, razão pela qual deixo aqui algumas fotos do lugar.



As duas fotos acima, são do pequeno mas bonito Mercado Municipal recentemente reformado, quando virou centro de restaurantes e souvenires. A segunda foto é de um restaurante de decoração muito bonita que existe ali. Em volta do mercado há estabelecimentos onde se ode comprar frutos do mar.



A bela estação de trem.






Vista dos casarões antigos. Estes, próximos da igreja e da praça central onde existe um coreto e é o lugar dos desfiles de carnaval, recebem o nome de músicas como "Velha Infância", "Casinha da Colina" e "Mania de Você".



Foto do Teatro Municipal, datado de 1906, várias vezes restaurado e que hoje abriga exposições de artistas plásticos locais.




E por fim uma vista que não pode faltar ao se tratar de litoral...

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12 de set. de 2009

ESTÂNCIA HIDROMINERAL OURO FINO

No município de Campo Largo, distante 30 km de Curitiba, encontra-se a Estância Hidromineral Ouro Fino, de propriedade da empresa de águas minerais do mesmo nome.

A captação de água mineral dá-se na fonte, de modo que sua industrialização deve ser no mesmo local. E observando rigorosos requisitos ambientais, ao mesmo tempo a empresa mantém uma área verde lindíssima, bem cuidada e à disposição do público.

Conheci o local quando criança e o visitei recentemente, atestando que pouca coisa mudou, continuando um lindo parque, de mata preservada de Araucárias.

No lugar há churrasqueiras, parques infantis, piscinas de água mineral (geladíssimas mesmo no verão), um pequeno zoológico, trilhas com cachoeiras, um pequeno restaurante e capela, além, claro, de loja dos produtos da empresa.

Todo o parque é decorado com estátuas variadas e mesmo homenagens à santos. O barulho das águas combinado com a área verde remete a uma espiritualidade avançada dos criadores do local.

É um local cuja tranquilidade nos leva à meditação, um presente da família Mocelin, dona da empresa, a quem queira visitar.


Vista do rio e da vegetação.

Tanque das carpas.

Monjolo, tanque das carpas e uma casa típica, das várias que decoram o lugar.

Chafariz e decoração.



Complexo de piscinas de água mineral.

Capela de Nossa Senhora da Luz.

A arara simpática, do pequeno zoológico do local.


O parque está aberto ao público de terça a domingos e feriados. Cobra-se entrada de R$ 15,00 por pessoa, justificada em razão da necessidade de preservação do local, e de ser uma área privada, onde opera uma empresa.

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11 de ago. de 2009

CORUJA BURAQUEIRA

Eis algumas fotos da "guaratubana" Coruja Buraqueira, cujo ninho se encontra num gramado junto à orla na cidade.







Não é um animal raro, ele é encontrado desde o Canadá até a Terra do Fogo. Graças a Deus, não está considerado sob risco de extinção, mas deve ser preservado, de modo que é de parabenizar os guaratubanos e o Instituto Ambiental do Paraná pela iniciativa de cuidar do ninho num local que recebe enorme afluxo de pessoas.

Algumas peculiaridades:

23 a 27 cm. de altura;
170 a 214 g. de peso;
São monôgamas, ou seja, o casal é para a vida toda, o que torna ainda mais grave a morte de um deles;
Seu pescoço gira em ângulos de até 270 graus.


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12 de jun. de 2009

IMAGENS DE CURITIBA - 18

Curitiba conta com inúmeras praças muito bem cuidadas, como a do Expedicionário, cujas imagens inauguraram esta série aqui do blog, e que você pode rever aqui.

Na verdade, existe um departamento específico da municipalidade para cuidar do assunto, de modo que em todos os bairros as praças recebem trato contínuo, embora o vandalismo seja inclemente por aqui também, fruto da falta de cultura que é geral em todo o Brasil e que leva alguns indivíduos a destruirem o patrimônio de todos protestando contra sua própria desonestidade.



A primeira foto é da praça que existe em frente à base aérea do Bacacheri, onde está sediado o CINDACTA, e na qual está exposto um exemplar do F-8 Gloster Meteor, primeiro avião a jato da FAB, e caça de uma beleza incomum, que os amantes da aviação bem reconhecem.




As duas fotos que seguem, são da Praça do Japão, situada no endereço mais valorizado da capital parana- ense no bairro do Batel. Esta praça foi recentemente revitalizada e nela situa-se o Memorial da Imigração Japonesa, homenagem a mais uma das raças que fizeram de Curitiba uma cidade de muitas culturas.















Uma vista da Praça Nossa Senhora da Salete, que eu já mostrei aqui, e onde situa-se a sede dos 3 poderes do estado do Paraná, além da prefeitura municipal e o fórum com o tribunal do júri.






Nas fotos que seguem, vemos a Praça 19 de Dezembro, popular- mente conhecida como Praça do Homem Nú. Originalmente, o obelisco e as esculturas da foto foram instalados em frente ao Palácio Iguaçú, que foi construído com eles em comemoração ao centenário da emancipação política do estado do Paraná. Mas os tempos eram outros e a feliz escolha do então governador Bento Munhoz da Rocha Neto, que fez questão de estátuas com traços de um casal negro, gerou uma polêmica numa terra então predominantemente branca, mas que com o tempo aprendeu o valor desta raça que também compõe a cultura da cidade. O obelisco e as estátuas foram transferidos de lugar e ganharam ao seu lado um chafariz com um painel do mais curitibano dos artistas, o pintor e escultor Poty Lazarotto. Outra curiosidade sobre essa praça é que o homem nú é Coxa-Branca, e a cada vez que o germânico Coritiba Foot Ball Club é campeão, ele veste a faixa comemorativa.
















Por fim, o chafariz da Praça Santos Andrade. Esta praça é o marco do início do calçadão da Rua XV. De um lado dela encontra-se o prédio histórico da UFPR, que tantas boas lembranças traz a este que vos escreve. De outro, o Teatro Guaíra. Uma curiosidade é que, quando passei no vestibular, fui obrigado a tomar banho neste chafariz... coisas de garoto!



No dia 09 de junho de 2007 inaugurei a série Imagens de Curitiba. Portanto, estou comemorando dois anos, 18 postagens, mais de 90 fotos, mais de 300 comentários e milhares de visitas. Piá curitibano e bicho do Paraná, aprendi a amar com devoção esta terra que de tanto acolher muitas raças e culturas nos ensina que os seres humanos são irmãos de mesmo sangue, muitas vezes injustamente separados pelas fronteiras do preconceito e do racismo. Curitiba me ensinou tanto, e me proporcionou tantas conquistas que nunca cansarei de homenageá-la, de modo que esta série continuará indefinidamente a mostrar suas belezas. Agradeço a audiência de todos que passaram aqui para conhecer um pedacinho da minha cidade, convidando-os a visitar este pequeno pedaço da terra brasileira, obrigado e voltem sempre!

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5 de jun. de 2009

PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA - PONTA GROSSA/PR

No município de Ponta Grossa, distante 110 Km de Curitiba, no segundo planalto do estado, região conhecida como os "Campos Gerais", situa-se uma das belezas naturais mais importantes do Paraná, o Parque Estadual de Vila Velha.

Administrado pelo Instituto Ambiental do Paraná, Vila Velha encontra-se em processo de recuperação. A devastação da mata e da flora à sua volta puseram em risco os próprios arenitos, que são pedras desgastadas pela ação dos ventos. Além disso, ocorre ali uma infestação de javalis, animais que não fazem parte do ecossistema original, destruindo plantas nativas e impedindo a proliferação dos animais silvestres.

Quando criança visitei o local e lembro que as lojas de suvenires e lanchonetes ficavam grudadas às pedras, onde era livre para qualquer um subir e mesmo vandalizar, o que explica as muitas pixações que ainda se encontram no local.

O governo do estado interveio e o parque foi fechado. A partir disso, criou-se longe dos arenitos, uma instalação de apoio ao turista. A partir dela, a visitação depende do pagamento de uma taxa e as pessoas são levadas de ônibus, em número limitado até os arenitos onde se estipularam trilhas das quais o turista não pode sair, até que se decida se é viável ou não a visitação em todas as formações rochosas, muitas delas tão danificadas pela ação turística predatória, que teme-se pelo seu desabamento.

Quando criança conheci o parque na sua inteireza, subi no platô de pedra, do qual há uma vista espetacular dos Campos Gerais, mas penso que o governo está certo. Fui lá novamente há uns tempos, e constatei respeito por um monumento que representa o próprio estado, tanto quanto as Araucárias e as belezas urbanísticas de Curitiba.

Os leitores que vierem ao Paraná, não deixem de visitá-lo. Além das formações rochosas, há um lago,uma cachoeira e um complexo de furnas, cujas fotos deixarei para outra ocasião. Mas pelas imagens a seguir, podem notar que é um patrimônio natural inestimável.


Esta é uma vista geral do complexo dos arenitos.











O bico do papagaio.
















A garrafa de Coca-Cola.
















A bota.














Um dos símbolos do estado do Paraná, talvez a formação mais famosa do lugar. A taça.

















Notem a fragilidade da formação rochosa e a beleza multicolorida. Muitas destas pedras, esfarelam ao toque, daí a necessidade do cuidado.


















Hoje é dia do meio-ambiente e este post é de alerta para que preservemos nossas belezas naturais. Mas ao mesmo tempo, é uma comemoração pela obra de Deus, que foi generoso com a minha terra, da qual lhes mostro um pequeno pedaço.


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13 de abr. de 2009

O LIXÃO DE CURITIBA


Imagem: http://www.lixo.com.br

Já faz pelo menos uns 15 anos que a dita "capital ecológica" se debate com o problema do esgotamento de seu aterro sanitário, conhecido como Lixão da Caximba, localizado na cidade de Mandirituba, ao sul da região metropolitana.

Problema se agrava dia a dia, porque é sabido que em julho esgota-se a capacidade daquele local em acumular resíduos, sem possibilidade nenhuma de ampliação.

A Coordenação da Região Metropolitana, COMEC, criou um consórcio do lixo, que englobava, no início, todas as cidades associadas. No entanto, esse consórcio tratou da questão de modo burocrático e pouco inteligente e determinou sem muito tato, que o aterro sanitário seria destinado ao município X e ponto final.

O município receberia o aterro sanitário e depois disso, seriam analisadas eventuais compensações. Foi algo tão atrapalhado que em certa ocasião, o prefeito deste município perguntou ao então governador Jaime Lerner o por que daquela cidade não receber fábricas, que aquele governo atraía. Lerner respondeu que aquele município estava destinado a receber melhorias para o turismo rural, o que contradizia a ação da COMEC e o próprio então prefeito de Curitiba, Cássio Taniguchi, que chegou um dia a reconhecer a necessidade de pelo menos duplicar a rodovia que liga a capital, tratando de asfaltar todo o caminho do lixo.

Óbvio que deu galho e o município X, até por pressão popular (que foi grande), saiu do consórcio, muito mais por interesses políticos locais do que por praticidade, porque ele não tem capacidade técnica de gerir os próprios resíduos, mantendo um lixão criminoso, destituído de qualquer tipo de tratamento que impeça os danos ao meio ambiente e às populações que, óbvio, vivem à sua volta em loteamentos irregulares, feitos para aproveitar o nicho de mercado de enganar aquelas pessoas paupérrimas que vivem daquela sub-atividade econômica.

E até hoje não foi dada solução para o problema, até porque, como já expliquei aqui para os leitores, Curitiba é uma espécie de Miami no centro de várias cidades com IDH pior que o de muitos grotões brasileiros, o que leva a muitas discussões estéreis em torno da ecologia e do progresso que dela não emanam para as vizinhas.

Claro que nenhum município quer o encargo, porque isso representa um custo político inimaginável mesmo para pequenos oligarcas municipais. Mas o fato é que alguém terá que ceder, sob pena de instalar-se o cáos.

São incongruências causadas pela absoluta falta de previsão legal para tratar da questão. O Congresso Nacional volta e meia anuncia que aprovou um maravilhoso estatuto disso ou daquilo, cheio de normas pensadas no campo do ideal e longe do real, mas não foi capaz de, no Estatuto das Cidades, criar regras que determinassem como administrar o lixo de regiões metropolitanas.

Penso que a determinação de uma área para esta finalidade deve ser técnica. Os órgãos ambientais diriam que tem que ser na área tal do município tal e ninguém poderia discutir isto. Mas, ao mesmo tempo, a lei preveria compensações imediatas e anteriores à instalação do aterro sanitário, tal como o asfaltamento das vias necessárias, a instalação de um hospital regional e de uma burocracia para fiscalização constante do gerenciamento dos resíduos, além de usinas de compostagem com arrecadação totalmente destinada ao município em questão, a título de royalties que seriam complementados por contribuições anuais de todos os municípios abrangidos no sistema.

Mas hoje deixa-se a decisão para prefeitos e vereadores, pessoas sensíveis demais à ilações eleitorais, que acabam por não decidir nada e causar o impasse que já é dramático na "cidade sorriso" e em suas vizinhas desdentadas.

30 de jan. de 2009

CADERNOS DE VIAGEM - 12 - LAPA



Lapa é uma cidade histórica distante 71 Km de Curitiba. Ela estava no antigo caminho dos tropeiros que vinham do sul em direção a São Paulo, Rio e Minas. Em determinado momento foi tão importante quanto Curitiba para a economia do estado. No Paraná, nos referimos à ela como "Terra de Heróis" em virtude do episódio do Cerco da Lapa, ocorrido nos primórdios da República, que eu contarei com mais detalhes em 9 de fevereiro próximo, data em que se comemora 115 anos do fato, que é motivo de orgulho de todos os paranaenses, mas, claro, especialmente dos lapeanos.

É um lindo lugar com seus casarões impecavelmente preservados, a igreja antiga, ruas limpíssimas, monumentos e museus que contam sua rica história ao mesmo tempo em que promovem o orgulho das pessoas dali pelo heroísmo de seus antepassados.

Vou mostrar mais da cidade, mas hoje vou tratar apenas do Theatro São João.

Ao chegar ao teatro, fomos recebidos pela curadora, Nádia Burda, que nos mostrou as dependências e contou a história do prédio, que foi levantado por seu tatataravô, Francisco Terezio Porto Neto.

No entanto, não se sabe ao certo quando o prédio foi levantado. A inscrição mais antiga que se conhece, está numa tábua de arremate de um dos camarotes, com a data de 9 de maio de 1876.


Dizem os lapeanos que o Theatro São João não tem similar no mundo, porque a arquitetura do espaço da platéia forma uma espécie de ferradura cuja abertura é o palco, traços que se repetem nos camarotes, tudo em estilo que remete aos teatros Elizabetanos onde William Shakespeare criou o o teatro moderno.



Por outro lado, o palco é em estilo italiano, com grande espaço para as coxias e a fachada em neo-clássico.





No guia LAPA. MEMÓRIA VIVA, distribuído pela prefeitura municipal da cidade, o teatro é descrito assim:

"Um dos poucos teatros brasileiros construídos no estilo neo-clássico italiano, foi inaugurado em 1876 como sede da Associação Literária Lapeana e Biblioteca. Foi visitado por D.Pedro II em 1880. Foi convertido em enfermaria durante o Cerco da Lapa, nessa época bastante avariado pelas balas de canhões das tropas que assediavam a cidade.Tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional".


















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USO LIVRE DAS IMAGENS NA INTERNET, CITADA A FONTE.

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...