30 de jan. de 2012

O GOSTO BRASILEIRO POR MARGINALIDADE

Imagem: Irresponsabilidade de bebum.

Que no Brasil não se respeita a lei a gente já sabia, mas a impressão é que, de tempos para cá, agora resolveu-se ir mais além, agora também não há respeito às ações do Estado em prol da ordem e dos bons costumes.

Em Curitiba um grupo de policiais estourou um cassino de luxo que também era usado como casa de prostituição e agora assistimos uma tentativa velada de setores da elite política paranaense (segundo consta, useira e vezeira do local) em incriminar os agentes da lei porque não planejaram a operação antes, como se a um policial fosse proibido prender um indivíduo delinqüindo às suas vistas. Queriam no mínimo que os figurões da cidade fossem avisados antes para a operação não gerar constrangimentos nas altas rodas cheias de políticos de raia miúda que de chiques só tem a aparência e o lugar cativo em colunas sociais jecas da imprensa local.

Negócio agora é desqualificar os policiais dizendo que, ao invés de terem estourado uma fortaleza do jogo que roubava os usuários, estavam praticando política sindical e constrangendo o governo por melhores salários ao não se fazerem acompanhar por um delegado.

Em São Paulo, a ação do governo em atacar o problema da Cracolândia foi tratada como higienista e nazista e ainda se apelou para o sentimentalismo barato de perguntar para onde aquela horda de viciados e traficantes iria, uma vez que teve desmontadas parte das estruturas precárias onde praticavam o vício e supostamente viviam. Falou-se todo tipo de palavra de ordem, levantou-se todo tipo de demagogia barata, mas nenhum dos tais grupos de "direitos humanos" se preocupou com as pessoas que tiveram imóveis invadidos e destruídos pelo tráfico de drogas e o consumo delas na região, ou com os milhares de assaltos à luz do dia que ali aconteciam, ou com as brigas e contendas entre viciados que ceifavam vidas na mais pura violência patrocinada por barões do tráfico que tomaram aquela parte da cidade para si e seus interesses. Os grupos de "direitos humanos" têm a mania de apontar o dedo sujo para qualquer autoridade que tome providências práticas, mas fazem vistas grossas para as vítimas do tráfico, pessoas que perdem familiares mortos ou desaparecidos, pessoas furtadas, roubadas, assassinadas e violentadas, pessoas sujeitas a todo tipo de violência praticada por usuários que na maioria das vezes simplesmente nem querem se tratar e por traficantes que no mínimo, financiam grupos de "direitos humanos" que maliciosamente usam como "escudos" para suas ações criminosas.

Vale tudo para desqualificar a operação, inclusive afrontar policiais e dizer que prisão por crime de desacato é arbitrariedade, sem se preocupar sequer em lembrar que desacato é crime tão punível quanto o tráfico e mesmo o consumo de drogas, especialmente quando este consumo não raro é financiado pelo crime de raia miúda, o ladrão de galinha que precisa desesperadamente de 20 reais por dia para se manter no vício. A cidade pode perder um espaço público, proprietários podem perder imóveis, pessoas podem perder bens materiais e imateriais, podem perder partes dos corpos e até a vida, para que demagogos defensores de marginais gritem palavras de ordem e fiquem do lado errado da questão, apenas pelo prazer de afrontar as autoridades constituídas que mal ou bem ainda defendem a ordem!

Em São José dos Campos a Justiça determinou a reintegração de posse de um terreno invadido, e até secretário do ministro das cidades apareceu lá para tentar impedir a operação, como enviado do partido de um governo que teve 8 longos anos para buscar uma solução que alocasse os invasores no local e indenizasse os proprietários do terreno, mas que nada fez a não ser demagogia barata a partir do discurso imbecil de que os invasores não tinham para onde ir, como se isso fosse problema do autor da ação de reintegração, que além de esperar o Judiciário paquidérmico levar 8 anos para decidir que seu terreno é seu mesmo e depois mandar a polícia (que não acompanha nenhuma ação de desforço necessário de posse imediata, como manda o Código Civil) efetivar a ordem conseguida a duríssimas penas depois de uma batalha onde os personagens vão desde juízes que pouco trabalham, assessores incompetentes, advogados malandros e um Estado disfuncional que não garante a propriedade de ninguém, muito menos a vida de quem quer que seja e que quando acaba o fazendo, é afrontado por grupos armados de defesa do errado, da baderna e do vale-tudo.

Pois bem, além de terem invadido o imóvel sabendo que ele não era público nem estava à disposição de programas de moradia popular, os invasores organizaram milícias munidas de capacetes, paus, pedras e vontade férrea em criar um confronto para serem taxados de "vítimas" do sistema, sendo justamente o contrário, pois não é aceitável vitimizar quem simplesmente ignora a lei quando ela não lhe é conveniente.

Parece que o negócio no Brasil, especialmente em época de eleições, é defender o bandido e o marginal a qualquer custo. Parece que são o bandido, o marginal e o mau-caráter que representam a sociedade contra os governos e polícias e não o contrário. Parece que os grupos de "direitos humanos" só se preocupam com o bem estar de minorias de irresponsáveis violentos e desapegados a regras, sem preocupação alguma com as vítimas deles, as pessoas honestas (e mesmo as não honestas) e (ou mas) protegidas pela Lei, e que só podem ser afrontadas ou perder seus bens mediante sentença judicial, e não ordem de algum líder popular disposto a afrontar o Estado para depois se eleger vereador ou prefeito e gozar das doces mordomias do poder, em que todo o demagogo é viciado.

É certo que no Brasil os marginais nunca foram tão idolatrados.

É assassino italiano que recebe asilo político com o abraço até de presidente da república, são "musas" de reality shows que vendem o corpo feito mercadoria para se darem bem, são funkeiros que incentivam o crime, a afronta aos bons costumes, são sertanejos que viram sucesso alardeando "pegar" mulheres como se elas fossem coisas materiais na prateleira se um supermercado. No Brasil, o criminoso sempre se faz de vítima. Quem bebe e dirige se faz de vítima para não fazer bafômetro ou, se o faz, diz que seus direitos foram violados para não responder sequer por assassinatos a mão armada de carrões potentes e largas doses de álcool, e é vítima também quem vende a bebida para menores e os pais que colocam idiotinhas no mundo para incomodar a terceiros e depois alegam não saber das atividades estúpidas de seus filhinhos boçais, consumistas e malcriados por escolas que prometem muito, mas são incapazes (como qualquer uma) de substituir a ética que deveria partir dos pais que são igualmente boçais e cujos comportamentos são imitados pelos filhos sem freios!

Ninguém no Brasil quer ser responsável por nada, estamos vivendo a era da marginalidade onde todos se acham oprimidos pelo Estado mesmo não observando a lei e princípios éticos óbvios. Todos levantam a voz para gritar contra as arbitrariedades... desde que elas não sejam de sua própria autoria!

14 de jan. de 2012

DE PRÓTESES DE SILICONE A BOMBAS DE GASOLINA


O Brasil continua a ser a pátria do absurdo, o lugar "sui generis" onde coisas estranham acontecem e são tratadas como algo normal, por mais que impactem no bolso das pessoas.

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Prótese de silicone virou modismo.

Quase todas as atrizes, cantoras e beldades famosas, quase famosas ou ainda as que pretendem ficar famosas às utilizaram mesmo que não precisassem sequer por motivos estéticos. O verbo "turbinar" entrou na moda em programas de fofocas e revistas de TV criando um mercado consumidor que logo foi atendido com uma solução de crédito.

Hoje é possível implantar prótese de silicone em qualquer parte do corpo em suaves prestações, a ponto de meninas de 16 anos pedirem o procedimento como "presente de Natal" para pais idiotas que não raro realizam o desejo da imbecilzinha que nem virou mulher ainda, mas que já projeta uma forma de alcançar a fama ou ao menos um marido rico e babão.

E se alardeiam aos quatro ventos os novos seios das celebridades e a "estréia" na ilha da revista de famosos, mas esquecem de dizer que se trata quase sempre de um implante com data de validade, que precisará em algum momento futuro de manutenção e/ou troca sob pena de afetar severamente a saúde da usuária, como aconteceu com uma das mais famosas atrizes brasileiras, ex miss Brasil por Santa Catarina.

E todo procedimento médico tem risco, como o comprovado das próteses serem mal fabricadas ou mal escolhidas (talvez por mais baratas para atender a demanda crescente e descontrolada, já pensaram nisso?) causando um episódio de risco coletivo de saúde.

O SUS vai proceder a troca das próteses de silicone falhas usadas por mulheres que adquiriram o procedimento sem planos de saúde, sendo que estes terão que cobrir os custos da troca para suas clientes.

Quem é atendida por plano de saúde não me interessa, o problema é dela com sua operadora.

Mas me irrita que o SUS assuma o custo da vaidade desmedida de mulheres que compraram implantes de silicone por modismo em suaves prestações e sequer tenham se preocupado em fazer um seguro ou, pior, não tenham sido instruídas pelos médicos a fazerem seguro em razão da quase certeza da necessidade de manutenção das próteses.

Que o SUS deve cobrir o procedimento em primeiro momento, eu aceito porque vida é vida e não se deve pensar duas vezes em preservá-la. Mas penso que logo após fazê-lo, deve procurar o médico que fez o implante inicial e cobrar dele o custo da reposição, com a exceção óbvia e ululante do procedimento naquelas mulheres que fizeram a operação por motivos fundamentados de saúde (como as que perderam as mamas em razão de câncer).

Porque se não o fizer estaremos estatizando a vaidade. O SUS vai pagar pela vaidade de pessoas que não precisavam aumentar os seios por motivo algum, mas o fizeram por modismo. Em palavras mais claras: dinheiro que deveria ser usado para tratar de câncer, para atender gestantes, para melhorar os exames de todas as outras doenças, está sendo jogado fora para atender pessoas fúteis e vaidosas que acorreram ao sistema privado e ao crédito para alimentar um desejo criado por terceiros, já que o SUS não cobre o procedimento salvo por motivos fundamentados, como o do exemplo que citei.

Aceitar que não ocorra punição pelo uso irresponsável da cirurgia e da prótese de silicone em casos assim é o mesmo que pedir o SUS passe a cobrir implantes capilares, chapinhas, escovas progressivas e drenagens linfáticas, tudo em favor da vaidade alardeada pela mídia de futilidades, por mais que isso tire dinheiro dos tratamentos pré-natais ou de câncer. É o fato.

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Outro episódio "sui generis" acontecido esta semana é o da adulteração de bombas de combustíveis em postos de Curitiba e região.

O indivíduo, aproveitando-se da sanha governamental em informatizar a operação dos postos de gasolina e usar disso para aumentar barbaramente e aos níveis da insanidade a burocracia na gestão tributária deles, resolveu usar o sistema para se dar bem em um contexto em que, ao mesmo tempo em que não sonegava impostos, roubava dos consumidores.

Ele adulterou o software de controle das bombas para que elas liberassem menos combustível para o consumidor, mesmo informando que tinham depositado todo o volume adquirido. Ou seja, o consumidor pagava e declarava 20 litros e levava 18, os 2 ficavam com o dono do posto e os órgãos públicos não se preocupavam com isso, porque para a fazenda isso era altamente vantajoso, afinal, se o indivíduo ficava com o combustível em estoque ele continuava vendendo e a receita arrecadava mais pela simples razão de que a cada 20 mil litros, 22 mil eram tributados na lógica do sistema em que a sonegação é praticamente impossível, mas na qual o governo não se importa se a pessoa venda mais desde que pague os tributos (no caso, a maior).

O azar do golpista foi ser pego por um repórter insistente informado do esquema por donos honestos de postos de gasolina, que não aguentavam mais a concorrência desleal.

E o resultado que a imprensa paranaense teima em esconder é que o governo estadual arrecadou impostos a mais e, sabendo do esquema havia ao menos um ano, nada fez para atacá-lo.

Aconteceu o contrário das próteses de silicone, privatizou-se o roubo com chancela da coisa pública e o prejuízo ficará no bolso dos otários que abasteceram seus carros nos estabelecimentos e provavelmente chutaram os pneus com raiva, imaginando que estavam desregulados e gastando mais que a média normal.

Enfim, um país "sui generis", onde o bolso dos honestos está sempre sob ataque de alguém.

9 de jan. de 2012

NÃO, O MUNDO NÃO VAI ACABAR!

Imagem: Lula e Cabral... se a gente sobrevive à eles, como é que o mundo vai acabar?

Ao final do ano passado, com a chuva no litoral estive zapeando pelas TV(s) por assinatura e me impressionei com a quantidade de programas afirmando que o mundo não passa de de 21 de dezembro próximo e que vamos todos desta para melhor. Tem um canal que eu gostava, que só fazia programas sobre história e biografias mas que hoje em dia limita-se a falar de antiguidades e do fim do mundo. Chega a afirmar que se o mundo não acabar por conta do calendário Maia, acaba porque o ser humano vai dar um jeitinho de provocar uma hecatombe global para coincidir com ele, apostando no espírito de porco global!


Uma coisa é certa, e só ela: se o mundo não acabar, o canal acaba, ficará difícil manter a programação só com revolucionários produtos Polishop se os programas sobre o fim do mundo não tiverem mais espaço na grade de programação.


Todos os programas seguem a mesma linha. Especulam sobre o por quê do calendário, sobre os números e coincidências de datas, dizem que Nostradamum também previu o fim do mundo, que ele nunca errou (embora também nunca tenha acertado, porque suas poesias hecatômbicas são interpretáveis ao gosto do leitor), que o mundo tá uma m..., que o meio-ambiente tá fraquejando, que as pessoas “tão nem aí”.


Mas nunca, absolutamente jamais dizem como efetivamente o mundo acabaria na epifânia índia prevista por uma “avançadissima”civilização que precedeu incas e a ocupação espanhola, mas que não conseguiu sobreviver aos 6 séculos que separavam ela do fim do mundo que seus próprios escritos dizem que supostamente vai acontecer.


Estranho, não? Os caras eram avançados pra caramba mas o fim do mundo para eles chegou antes?


Se os “historiadores” Maia me dissessem que o mundo vai acabar por alguma razão concreta, como um meteoro, uma invasão de extra-terrestres malvados ou um juízo final vindo do além com inquisidores espanhóis ressucitados para julgar os ímpios, eu até pensaria no assunto. Mas sinceramente, essa história de que vai acabar porque vai acabar já encheu o saco!


Tem um indivíduo nos EUA que já previu o fim do mundo umas 7 ou 8 vezes durante a vida, amealhou seguidores e até se preparou para passar desta para melhor sempre em alguma sexta-feira dramaticamente pré-anunciada. E chegava a sexta-feira e o mundo continuava tropicando como sempre, mas existindo apesar das bombas nucleares de russos, americanos e chineses, da loucurada do Ahmadinejad e do Hugo Chaves e mesmo da péssima voz do Michel Teló...


Quando milênio passado ia acabar, chamaram os intérpretes das bobagens do Nostradamus e afirmaram que a guerra do Iraque e Saddam Hussein estavam previstos e que de 31/12/2000 o mundo não passava, até porque o “bug” dos computadores ia gerar uma catástrofe global: gente sem telefone celular e TV a cabo porque os malditos pc(s) e mac(s) iam falhar, como se essas porcarias não falhassem todos os dias para atormentar pobres mortais.


Mas estamos quase todos aqui em 2012 e não foi o aquecimento global, nem Saddam Hussein e a Al Qaeda, nem o É o Tchan que acabaram com o mundo.


Quer saber?


O mundo não vai acabar. Processos naturais não funcionam assim destruindo tudo de uma vez só, uma guerra nuclear até é possível mas mesmo os militares mais empedernidos pensam muito antes de explodir um artefato tão poderoso e meteoros perigosos são monitorados pelas autoridades espaciais do mundo todo... sobraria a invasão de alienígenas malvados mas, pensemos bem... será que os caras viajariam zilhões de anos-luz para vir aqui destruir tudo como adolescentes bêbados destróem canteiros de praças?


O negócio é esperar até 21/12 para ver se voltam as biografias eletrônicas e acabam com a encheção de linguiça sobre o fim do mundo... e aguentar o Michel Teló mesmo achando melhor o mundo acabar do que ouvir aquilo!


Leia mais aqui.

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...