8 de ago. de 2012

O FRACASSO OLÍMPICO



Se o Brasil terminar estas olimpíadas com 16 medalhas, terá feito sua melhor campanha na história do evento, certo?

Se dessas 16 medalhas, 5 forem de ouro, terá alcançado a melhor colocação da história, certo também?

Esses números vistos sob uma ótica positiva podem mascarar o que em verdade é um tremendo, um colossal, um espetacular fracasso de planejamento e logística que afeta todo o esporte brasileiro, e que deve ser atribuído essencialmente à nossa classe política notoriamente corrupta e incompetente, com grande parcela de culpa aos dirigentes esportivos, que se revelam corruptos, incompetentes e ineficientes também!

As "autoridades" do esporte diziam que o Brasil sairia de Londres com espetaculares 20 medalhas, projetando uma "vitoriosa" olimpíada em casa, em 2016, com 30 medalhas. 

Mas foi um fracasso. E se o Brasil conseguir 30 medalhas em 2016, será um fracasso também, uma vergonha, mais um acinte ao contribuinte que vê a torragem de dinheiro público para o nada, satisfazendo apenas o ego inchado de políticos exibicionistas (sim, Luiz Inácio Lula da Silva o principal deles!) e os interesses paroquiais de "aspones" de raia miúda, empreiteiros e negociantes com o poder público.

Salvo se acontecerem alguns milagres com resultados completamente inesperados até o final da competição, o Brasil deverá fechar com 16 medalhas, se muito 17 (talvez 5 de ouro), o que é um resultado não mais que infimamente melhor que o de Pequim(15 medalhas, 3 de ouro) ou de Atlanta (15 também, 3 de ouro) ou o de Atenas (10 medalhas, 5 de ouro) e que se analisado sob a ótica do quanto se carreia de dinheiro público para o esporte olímpico, não é nem vergonhoso, é para catastrófico, porque temos que considerar que o país sediou o Pan-Americano de 2007 a peso de ouro e sediará as próximas Olimpíadas em 2016 com projeção de  gastos enormes tudo sob a desculpa esfarrapada da evolução do esporte no país.

O Brasil empenha bilhões de reais de dinheiro público e está atrás de Jamaica, Romênia, África do Sul, Belarus, Cuba, Irã e Coréia do Norte onde a população nem comida tem para a subsistência! Estamos na frente (por muito pouco) da Etiópia e do Quênia.

Os esportes olímpicos receberam para montar a delegação para Londres os tradicionais recursos das loterias federais, que não são poucos, até porque a receita da Caixa Econômica Federal com jogatina tem crescido anualmente. Mais do que isso, o governo federal coloca dinheiro no esporte  por meio de patrocínios de empresas estatais como a Caixa, o Banco do Brasil, Correios, Eletrobrás e Petrobrás, e ainda mantém uma renúncia fiscal de imposto de renda da Lei Agnello-Piva.

São caminhões de dinheiro carreados para confederações esportivas de regra corruptas, dinheiro este que os resultados brasileiros nas olimpíadas demonstram que não chega aos atletas e muito menos à formação deles, que é mais importante até mesmo que os resultados a cada 4 anos. Com menos dinheiro do que o Brasil carreia para o esporte, a Coréia do Sul não só sediou os jogos de 1988, como saiu de nenhuma medalha em Moscou 1980, para uma média de 25 medalhas nos jogos subsequentes. O Brasil ganhou 4 em Moscou e mesmo empenhando dinheiro a rodo até hoje não conseguiu organizar uma verdadeira política esportiva no sentido de atrair o jovem para o esporte, dar condições para ele praticá-lo, relevar talentos e fazê-los ter resultados consistentes para manter o ciclo.

E se considerarmos o dinheiro que os ministérios e secretarias estaduais e municipais da educação e o do esporte têm de empenhar para que se construam equipamentos públicos e/ou nas escolas e universidades que por sua vez, de regra não ensinam esportes nem formam atletas, veremos que não são mais caminhões, são transatlânticos de dinheiro jogado fora, dinheiro este que poderia ser usado para dar educação esportiva para milhares de crianças tirando-as das ruas e naturalmente revelando talentos para destaque olímpico, sem necessidade de se apostar em um ou outro fenômeno isolado como um Diego Hipólyto, uma Maurem Maggi ou uma Fabiana Murer.

O que estamos vendo é que o Brasil vai sediar uma olimpíada em que será coadjuvante, evento este que não  vai melhorar em nada a condição do esporte nacional na medida em que concentrará equipamentos na cidade do Rio de Janeiro, enquanto o mais correto seria pegar esse dinheiro todo e construir e manter velódromos, centros de atletismo, de natação, de lutas marciais, de boxe, de remo, de vela, de tênis pelo país inteiro.

É o fracasso olímpico mediato e imediato que se consuma em um círculo vicioso de dinheiro público rasgado enquanto milhões de crianças e adolescentes crescem em meio à violência urbana e as drogas, que seriam muito menos preponderantes em suas formações intelectuais se tivessem a oportunidade de praticar um esporte e conhecer valores saudáveis como disciplina e dedicação. É a farra com o dinheiro público destruindo a vida de milhões de brasileiros e gerando vexames de proporções mundiais para o país.

PS: Depois que publiquei  o texto é que me dei conta que a Coréia do Sul não participou de Moscou 1980, porque ela apoiou o boicote dos jogos. Então, melhor dizer que ela saiu de Montreal 1976 com 6 medalhas, do que de Moscou com zero.

VIDA DE CONSUMIDOR

Comprei uma máquina fotográfica que veio com defeito. Entrei em contato com a empresa (Fuji), e imediatamente, após um rápido cadastro, me enviaram um número dos correios para eu postar gratuitamente o aparelho e enviá-lo para a manutenção. 

Um sistema de logística reversa eficiente, no mesmo dia em que constatei o problema, consegui enviar o bem para o conserto, sem ter que procurar assistência técnica em Curitiba.

Isso foi numa quinta-feira. Na segunda seguinte, recebi um SMS me informando o recebimento do aparelho pela empresa, me dizendo que poderia acompanhar o processo pelo site dela, o que eu fiz segunda-feira passada, exata uma semana após a mensagem via telefônica, quando constatei que dizia "em verificação".

Para minha surpresa positiva, a máquina chegou ontem por SEDEX gratuito. 

Ou seja, a Fujifilm do Brasil Ltda. funciona com eficiência e atende bem o consumidor. Em 8 dias recebeu o aparelho, consertou e devolveu sem nenhum custo para quem comprou seu produto.

Fica o elogio. 

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Por outro lado, cancelei a assinatura de uma TV por satélite, após uma ligação telefônica de dolorosas duas horas explicando que não tinha mais necessidade do serviço, que não queria mudar o pacote para o básico, que deixaria os equipamentos para devolução, que aceitava até pagar mais um mês inteiro de assinatura além daquele pago inteiro que só recebi por 22 dias.

Mesmo assim, a tal empresa não se deu por satisfeita e me ligou no dia seguinte perguntando se eu não queria mudar de idéia. Disse que não. Dai me ligaram mais umas cinco vezes perguntando a mesma coisa e eu já não tão educadamente, disse que não.

Quando veio a fatura adicional que eu teria de pagar (mesmo tendo pago o serviço sempre de modo adiantado, porque quando o assinei fui obrigado a pagar um mês a mais), ela veio com um aumento de nada menos que 36% sem explicação lógica nenhuma.

Liguei para a operadora e antes de me atenderem sobre o valor da fatura, perguntaram de novo se eu não queria assinar novamente o serviço. Eu disse que não e registrei a reclamação com protocolo, no sentido de me enviarem a fatura devida pelo valor correto, para quitação posterior.

Não satisfeita,  a operadora me ligou novamente 15 dias depois me perguntando se eu não queria renovar a  assinatura e daí perdi as estribeiras e disse claramente (embora sem educação nenhuma) para o atendente que estava esperando a fatura devida que eu quero pagar, e que a empresa não a encaminhava. Bati o telefone na cara dele depois de dizer que pretendo pagar a fatura devida.

Dois dias depois, às 7 e meia da noite de um sábado, quando eu estava acompanhando um jogo de futebol me ligam novamente, e depois de eu me conter porque estava na casa da minha sogra, pedi e-du-ca-da-men-te que me enviassem a fatura que eu devo. Daí o atendente me perguntou se eu não aceitava o perdão daquele débito como forma de assinar um pacote básico. Eu disse não novamente, agradeci e desliguei o telefone na cara dele.

E já fazem 10 dias e o raio do boleto não chega!

Se não chegar e me protestarem, pego cópia deste post, os protocolos de atendimento, as faturas que eu guardo (desde a primeira) comprovando que sempre paguei em dia e adiantado pelo serviço, e peço danos morais no Judiciário. Se é essa a linguagem que a operadora entende, fazer o quê, não?

2 de ago. de 2012

PELO ESCLARECIMENTO DO MENSALÃO


 Inicia-se hoje, depois de longos, penosos e quase inexplicáveis 7 anos, o julgamento da denúncia de corrupção mais grave da história brasileira, que envolve membros do poder executivo e do legislativo, e uso da máquina pública e da legislação de controle para o assalto aos cofres públicos a partir de um esquema cuja finalidade era a de perpetuação no poder de um grupo bem definido interno a um determinado partido. E a denúncia demonstra tudo isso, informando que se desviaram recursos públicos com a finalidade inclusive de manter uma base parlamentar que trataria de providenciar a legislação necessária para este esquema de perpetuação de poder.

À gravidade do esquema desvendado pela Polícia Federal e denunciado pelo Ministério Público, somou-se ainda a constatação do caos do processo penal brasileiro, cujos inúmeros recursos que possibilitam chicanas processuais são reforçados por outro número relevante de medidas cíveis que acabam se entrelaçando e atrasando o processo principal gerando a grave possibilidade de extinção da pretensão punitiva do Estado pela passagem do tempo, a prescrição.

Ou seja, não se trata apenas do julgamento de indivíduos denunciados de corrupção, se trata em essência de colocar a sociedade brasileira à limpo e de se definir de uma vez por todas o que é e o que não é crime nas relações com o Estado e a forma de definição de um conceito de celeridade processual para casos similares, buscando acabar de vez com a facilidade com que corruptos de toda a ordem se livram das punições da Lei após assaltar os cofres públicos.

Não estou pedindo que os 38 réus do mensalão sejam punidos apenas pelo clamor público (até porque este não há, depois de 7 anos, em cada 10000 brasileiros, se muito um lembra do caso), mas pelos fatos apurados e comprovados. Se tiver que haver absolvições, que sejam, mas aos condenados, requer-se todo o rigor da Lei, com cadeia, confisco de bens para compensar os prejuízos causados ao Erário e se necessário for, busca internacional dos que eventualmente se retiraram do país, para que paguem pelos crimes cometidos e sirvam de exemplo para que os casos consequentes tenham a mesma punição por consequência.

E pelo aspecto político da questão, que o STF deixe claro que não vai tolerar esquemas de qualquer ordem que pretendam perpetuar quem quer que seja no poder. Nenhum partido tem o direito de usar o dinheiro dos impostos para se manter no controle da coisa pública. Ninguém tem o direito de se colocar como um semi-deus a monopolizar mesmo que a força as correntes parlamentares, para manipular o processo legislativo em favor próprio.

Trata-se de definir de quem é o Brasil, se do povo ou apenas dos políticos.

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...