26 de fev. de 2009

ESTOUROU A BOLHA AUTOMOBILÍSTICA

A Folha de S.Paulo informa que os bancos retomaram 100 mil veículos em virtude da inadimplência.

Eu já comentei sobre isso aqui, mas vou repetir.

Penso que esse fato, a retomada de veículos pelos bancos, ocorreria independentemente da crise. O carro não é um bem cujo valor da aquisição se esvai na compra ou no pagamento da última parcela, como ocorre com uma TV. Ele gera despesas constantes de combustíveis, manutenção, impostos, seguros, multas e estacionamentos.

Carro não é para quem quer, é para quem pode.

Eu conheci algumas pessoas que inventaram de comprar carro. Entendo o sonho de consumo delas, é natural que numa sociedade que cultive a idéia de sucesso pela aquisição de bens materiais queiram adquirir um veículo.

Porém, muita gente pensa no carro como se ele fosse uma TV. Daí vai na loja, analisa se a prestação cabe no orçamento e acaba comprando, sem atinar exatamente para os efeitos disto.

O orçamento doméstico de quem adquire um carro, por mais apertado que seja, aguenta alguns tempos mantendo-o, mas chega um momento em que estoura.

No início do sonho, a manutenção do carro é paga à vista. Depois, em cheque ou em débito. Quando o saldo do cheque especial não autoriza mais o pagamento das despesas da casa mais as automotivas, as despesas do carro passam a ser pagas com cartão de crédito e um dia se alcança o limite dele. Depois disso, os juros pelo não pagamento integral da fatura mês a mês vão corroendo as contas da familia, já prejudicadas pelo pagamento de juros no cheque especial ou nas faturas atrasadas.

Muita gente experimentou esse processo. As lojas de automóveis venderam o carro como se ele fosse um eletrodoméstico comum e muitas pessoas com orçamentos apertados embarcaram na canoa furada do sonho, deixando de analisar exatamente a despesa extra, que neste caso não tem um carnê para ser controlada.

A bolha estourou. 100 mil veículos é um número impressionante, mas ao contrário do que dizem os bancos, não lhes arranha a lucratividade porque muita gente que devolveu o carro perdeu tudo o que pagou e ainda ficou devendo uns quebrados.

E muitas outras receberam de volta valores bem inferiores aos que deram de entrada no negócio. Os bancos faturaram com a taxa de juros e ainda ficaram com os veículos que podem revender no mercado, mesmo esperando algum tempo.

Se o leitor quer um conselho, eu penso que, se não puder manter o veículo ou sua prestação, deve mais é devolvê-lo ao banco, negociando o ato nas melhores bases possíveis.

Se conseguir, troque o veículo por outro de menor valor, que implique uma prestação menor ou zerada. Os bancos estão com veículos em estoque e podem fazer isso por meio de agências de automóveis com que trabalham.

Se financiou o valor integral do carro, não adianta, vai perder dinheiro, mas tente diluir o eventual saldo o máximo que puder, de tal maneira à prestação disso ser inferior à que se pagava pelo veículo.

E se o número de parcelas pagas lhe autoriza receber alguma devolução de valor, faça os cálculos e busque receber o máximo possível, não caia na primeira oferta do banco, tente negociar.

De qualquer modo, esse estouro de bolha deve servir para que as pessoas aprendam a administrar suas contas pessoais. Tá certo que o aumento do desemprego gerou uma boa parcela dessas devoluções de veículos mas eu tenho certeza que este seria um processo que mais cedo ou mais tarde o país experimentaria.

25 de fev. de 2009

GALO...

Acabo de bater o telefone na cara de uma telefonista de um desses bancões brasileiros de varejo.

Ela veio com o papo clássico: Eu tenho crédito na praça, minha ficha é boa e o banco resolveu me presentear com uma oportunidade única de receber um exclusivo cartão que chegará a mim pelos correios provavelmente amanhã!

Pelo amor de Deus! 20 anos de Código de Defesa do Consumidor e essa prática nojenta ainda persiste? Os caras enviam cartão pelo correio. Por mais que você não habilite a porcaria, um dia, em futuro incerto e não sabido, eles acabam mandando uma fatura de tarifas e dá-lhe o otário recebedor fazer a via-sacra para explicar que o cartão que eles mandaram por conta não foi aceito!

Na última vez que recebi um assim, de uma companhia petrolífera, eu recebi o telefonema antes e disse em alto e bom som, para que não mandassem o cartão. Mandaram! Levei 4 horas no telefone para devolvê-lo e esclarecer, mais uma vez, que não tinha interesse e oara dexar claro que qualquer minimo problema com aquilo, iria pro Judiciário.

Sem contar o "causo" que contei aqui, em que coisa parecida já me acometeu, embora sem cartão.

A mocinha me desculpe, ela até me pediu calma, mas haja paciência! Os bancos pensam que o tempo das pessoas não vale nada. Para quem detesta telefone, como este que vos escreve, atender esses call centers jé é um saco. Mas que dizer depois, eventualmente sendo obrigado a ligar para eles explicando que não deve uma conta que lhe estão cobrando.

Péssimo modo de voltar do feriado... com galos na cabeça, de batê-la contra o batente da porta, de tanta raiva!

21 de fev. de 2009

IMAGENS DE CURITIBA - 15

Hoje vou mostrar a Ópera de Arame e a Pedreira Paulo Leminski, que ficam num parque próximo de dois outros, o São Lourenço e o Tanguá, que já mostrei aqui. Como Trata-se de mais uma área doada ao município pela família Gava, que ali mantinha atividades de mineração até que a região virou cidade e inviabilizou o negócio, a partir do que, a prefeitura resolveu montar um espaço para shows e num lance de ousadia, o então prefeito Jaime Lerner resolveu transformar o lugar num dos pontos turísticos símbolos da cidade.

A Ópera de Arame, apesar de muito bonita, não é um bom teatro. Falta espaço nas coxias, a acústica é considerada péssima pelo excesso de eco e não raro, mesmo com a manutenção apurada do prédio, o espectador é surpreendido com goteiras, culpa da belíssima arquitetura em tubos de aço, chapas de acrílico e paredes de vidro.

Mesmo assim, é um local prestigiado para eventos em Curitiba, pela sua beleza e harmonia com o meio ambiente.

A primeira foto é da entrada, onde há a bilheteria. Após ela, há uma ponte sobre o lago artificial, que leva ao teatro. No lago, há peixes ornamentais e em volta dele, vivem pequenos animais, como patos, garças e cágados.

A segunda foto, a vista clássica do local, após o hall de entrada.














Nesta foto, vista do palco, da platéia e da cúpula de acrílico.
















Aqui, a cachoeira e o lago. Ao lado da cachoeira, um paredão, onde são fixadas placas homenage- ando as pessoas ilustres e os eventos marcantes tanto da Ópera quanto da Pedreira. Ali há homenagens a políticos que visitaram Curitiba, palestrantes, artistas e entidades. Citando algumas há Paul McCartney (show na Pedreira), Tom Jobim, Roberto Carlos (vigília de Páscoa na Pedreira), José Carreras (que fez na Pedreira o inesquecível concerto dos 300 anos da cidade, transmitido para todo o Brasil ao vivo pela TV Bandeirantes), Chico Buarque de Holanda, os pianistas Arthur Moreira Lima e Arnaldo Cohen, a bailarina Ana Botafogo, os escritores Alvin Tofler e Mário Vargas Llosa, o montanhista Waldemar Niclewicz, o então presidente de Portugal Mário Soares, o então presidente do BIRD Enrique Iglesias, a Camerata Antíqua de Curitiba e a Orquestra Sinfônica Brasileira.

No canto inferior direito da foto, mesinhas de um ótimo café que funciona ali, em atendimento ao turista e/ou aos espectadores.


Já a pedreira é um espaço interessante para shows ao ar livre. Mas com aquela área é residencial, existem restrições de uso. O problema é que essas restrições foram levantadas depois de inúmeras ações judiciais e, um dia, chegou-se a um acordo, para o uso do local uma vez por mês, com encerramento dos trabalhos e do barulho impreterivelmente à 1 e 30 da manhã. Infelizmente, logo após isso, aconteceu um show country e as pessoas que acompanham esse tipo de evento, notoriamente sem educação e sem muito apreço a regras, fizeram arruaça até o sol raiar. O resultado é que a Justiça proibiu eventos noturnos na pedreira, em defesa do direito aop sossego, dos cidadãos que moram em volta.

De qualquer modo, ela homenageia o boêmio poeta curitibano, que foi parceiro de composições de Paulo Coelho e Raul Seixas e que tinha a cidade na alma. Tanto, que é um dos seus símbolos.

Na primeira foto, uma visão geral. Note o detalhe da imponente Araucária (araucaria angustifolia) ao fundo. Na segunda, um dos prédios de apoio com homenagem ao poeta, que é para Curitiba, o que Mário Quintana representa para Porto Alegre.













CLIQUE SOBRE AS FOTOS PARA AMPLIÁ-LAS.
O USO NA INTERNET É LIVRE, CITADA A FONTE.

Essa postagem é feita em conjunto com o blog Imagens de Curitiba, onde você pode conferir toda a série.

17 de fev. de 2009

DESENVOLVER TECNOLOGIA COMO?


Trechos de uma reportagem da revista Istoé desta semana, que você pode ler inteira aqui:

Ao saber que o Irã lançou seu primeiro foguete ao espaço, o presidente da Agência Espacial Brasileira, Carlos Ganem, teve uma reação inesperada. "Quando vi a notícia, chorei no meu quarto, sozinho", conta, inconformado com o fato de o Brasil ser ultrapassado por nações sem tradição na corrida espacial(...)


(...)Entre as dificuldades para desenvolver os principais projetos do Centro Espacial de Alcântara (CEA) estão o corte no orçamento da AEB, a demarcação de terras quilombolas em Alcântara, a ação de ONGs e processos no TCU. "Os ucranianos acham que eu administro um sanatório geral", afirma(...)


O que a revista demonstra é que o projeto espacial brasileiro está enrolado na burocracia insana do país e na irresponsabilidade política. Os governos brasileiros são pródigos em anunciar cooperações nas áreas de pesquisa e abandoná-las na primeira dificuldade orçamentária.

Quando a arrecadação federal ameaça cair, coisa que nunca aconteceu nos últimos 40 anos, a primeira coisa que os ministros de planejamento fazem é ceifar verbas de institutos de pesquisas, mas não tocam jamais nos empregos de comissionados inúteis, nas mordomias palacianas e nos mimos parlamentares.

a) A cooperação nuclear com a Alemanha foi simplesmente paralisada.Um projeto que contemplava 3 a 9 usinas nucleares simplesmente foi deixado de lado com prejuízos colossais ao país, vez que os equipamentos de Angra 2 e 3 ficaram armazenados por décadas à espera das obras civis e da conclusão de alguns projetos complementares;

b) A corveta Barroso levou 14 anos para ser lançada ao mar e já é considerada ultrapassada em termos de tecnologia militar. O que seria uma evolução do projeto das corvetas classe Inhaúma, todas também decorrentes de processos de cooperação tecnológica com a Alemanha, virou um grande vexame brasileiro: Para construir um navio pequeno, o Brasil levou duas vezes o tempo que os EUA levam para montar um porta-aviões nuclear classe Nimitz, 20 vezes maior!

c) O projeto dos submarinos classe Tupi, que contemplava até 10 embarcações, parou na 5ª unidade. Pior, o Tikuna, última unidade, ficou 12 anos aguardando o lançamento ao mar e suas inovações em relação a seus irmãos mais velhos são mínimas. O projeto que também era uma cooperação com a Alemanha, praticamente se perdeu, porque boa parte dos técnicos formados por ele se foram, em busca de melhores condições de trabalho. O resultado? O Brasil engendrou agora uma cooperação com os franceses, para construir 5 submarinos convencionais e receber ajuda para construir o submarino nuclear. Muito do que gastou no projeto anterior foi praticamente perdido, vai se começar um novo projeto praticamente do zero.

d) O projeto ítalo-brasileiro AMX consumiu recursos que levaram o avião a ser apelidado de F-32, porque, na época, cada unidade custou mais caro que um F-16. Este projeto chegou ao fim, mas o Brasil, ao invés de promovê-lo, diminuiu drasticamente o número de aeronaves adquiridas pela FAB. O AMX fracassou comercialmente e pouco mais 30, das 46 células adquiridas pela FAB ainda voam, embora uma parte do investimento tenha sido recuperado pela Embraer com o projeto ERJ.

e) O Brasil foi excluído do projeto da Estação Espacial Internacional, porque não cumpriu prazos e não investiu o que se comprometeu. Sabem qual o valor do que o país precisava investir? US$ 120 milhões! Menos que um mensalão. Menos que o que se gasta em 15 dias de bolsa-família. Menos do que o Congresso Nacional gasta por ano com gasolina para os doutos representantes do povo!

Eu poderia pesquisar e encontraria mais algumas dezenas de casos idênticos.

Os políticos brasileiros vivem dizendo que o país um dia será de primeiro mundo.

Mentira, conversa pra boi dormir! País nenhum entra no rol dos ricos e poderosos exportando matérias-primas e commodities. País nenhum consegue um crescimento econômico acima de determinado patamar sem investir em tecnologia e auferir os dividendos dela.

A China, de país rural e exportador de matérias-primas na década de 60 virou um peso-pesado da economia mundial. Hoje, produz e exporta computadores, aviões, locomotivas, navios, equipamentos nucleares, medicamentos e nanotecnologia. A Índia combate seus contrastes sociais com uma política séria de pesquisas em diversas áreas e aproveitando o fato de ser obrigada a manter forças armadas poderosas para adquirir tecnologia que terá uso civil. Hoje, é um país que detém relevante indústria aeroespacial, naval e em outras áreas, como tecnologia de informação. E nem preciso citar muita coisa sobre Japão e Coréia.

Desde a década de 80, os países citados tiveram crescimento econômico em taxas de 200a 400%. O Brasil não passou de 85%, sendo que sua indústria de informática é insipiente e sua indústria aeroespacial resume-se a apenas uma empresa, inexistindo indústria naval de ponta ou mesmo grandes projetos nas áreas de medicamentos, tecnologia da informação, nanotecnologia e espaço.

A pesquisa tecnológica brasileira sobrevive em ilhas e exceções. Na Embrapa, na Embraer, no Instituto Tecnológico Aeroespacial, no Instituto Militar de Engenharia e no Instituto de Pesquisas da Marinha, em Iperó. Se houver outros, por favor os leitores informem, mas serão poucos.

Fala-se muito que as aquisições de armamentos para atualizar as forças armadas, serão feitas apenas com transferência de tecnologia por parte dos fornecedores, o que é meia verdade. Para receber tecnologia, é preciso ter massa crítica e instituições de pesquisa que funcionem. O Brasil não tem a primeira, porque a maioria de suas instituições de ensino superior não serve para nada mais que vender diplomas baratos. E instituições de pesquisa funcional, por aqui são procuradas com lupa, vide o (mau) exemplo do que o governo faz com a Agência Espacial Brasileira.

Nosso país está se abraçando com o atraso, e o pior é que o maior interessado nos dividendos que a tecnologia pode trazer, o povo mais pobre, não se interessa por assuntos como este.

16 de fev. de 2009

NÉO-NAZISMO TUPINIQUIM?

Tenho lido vários comentários e opiniões sobre esse caso da brasileira que supostamente se auto-flagelou na Suiça, caso ainda não totalmente explicado, em que o governo brasileiro agiu com rapidez incomum e uma incompetência que não se deve aceitar, vinda de um órgão que deveria ser altamente técnico como o Itamaraty.

Não vou entrar no mérito do que efetivamente aconteceu com a brasileira na Suiça.

O fato é que qualquer ato que envolva suspeita de néo-nazismo deve ser muito bem apurado, não para proteger brasileiros, mas para proteger a humanidade.O néo-nazismo tem muitas formas de manifestação. A xenofobia é uma delas, mas não deixam de ser néo-nazistas os milicianos seguidores de Hugo Chaves na Venezuela, ou os torcedores que agridem atletas negros na Alemanha e na Itália ou, ainda, esses indivíduos que transformaram os trotes de universidades brasileiras em casos de polícia.

Isso porque o nazismo não foi um movimento estritamente racial. Ele foi um movimento que adotou a violência desmedida e indiscriminada para conseguir seus fins, sejam eles simplórios, como humilhar e massacrar colegas de faculdade, sejam eles elaborados, como tomar e manter à força o poder de países inteiros.

Portanto, as autoridades brasileiras deveriam ter requisitado informações às autoridades suiças, por meio da embaixada, seguindo os canais adequados e principalmente, o protocolo que isso envolve.

Mas não! O Brasil foi tomado de histeria porque houve um suposto ataque néo-nazista a uma brasileira e isso foi noticiado numa grande rede de TV, o que levou o próprio ministro Celso Amorin a tomar as dores de uma conterrânea nossa lá, coisa que governo estrangeiro nenhum aceitaria, muito menos o da Suiça, porque envolve um ato de desqualificar sua própria organização nacional.

Eu me pergunto:

Que moral têm as autoridades brasileiras para querer dar de dedo nas suiças? No Brasil, 95% dos homicídios simplesmente não são investigados, a corrupção policial é uma praga e o Judiciário é disfuncional. No verão passado, eu soube de pelo menos dois turistas estrangeiros barbaramente assassinados aqui no Brasil e, que eu saiba, até hoje os casos não foram totalmente esclarecidos, e nem por isso os ministros de relações exteriores dos países origem interviram diretamente nos casos, até porque, é para isso que existem corpos diplomáticos, embaixadores e cônsules.

Que moral têm os brasileiros para se acharem mais injustiçados que os outros pelo mundo afora? Milhares de brasileiros emigram ilegalmente todos os anos para os países ditos desenvolvidos. Subvertem a Lei daqueles países como, aliás, ignoram as Leis brasileiras quando aqui vivem e, uma vez agredidos, se acham mais injustiçados que os outros?

Tenho comigo que país nenhum gosta de imigrantes. Uma coisa é gostar de turistas e investidores, outra, completamente diferente, é receber de braços abertos uma horda de pessoas desqualificadas saídas do Brasil para a Suiça ou da Noruega para a Argentina, ou ainda da Argentina para o Brasil, competindo com nacionais por empregos.

No Brasil também há xenofobia. Não faz muito tempo, noticiou-se da situação degradante pela qual muitos bolivianos passam em São Paulo, trabalhando como escravos e as vezes sendo denunciado às autoridades migratórias (Polícia Federal) para que sejam deportados sem que seus patrões lhes paguem mínimos direitos trabalhistas.

Nesse caso com a Suiça, o Brasil se pautou por uma indignação hipócrita. A pessoa que muda para o exterior tem que entender que vai viver num país que não é seu, e terá necessariamente que sujeitar-se a certo grau de discriminação. Seja um profissional qualificado, seja um trabalhador braçal, toda pessoa que experimenta sair do seu país não será tratada do mesmo jeito que é em em casa.

Casos de agressão por néo-nazistas podem afetar qualquer pessoa, de qualquer nacionalidade em qualquer lugar do mundo. Há "skin-heads" no Brasil também e como ficariam nossas autoridades se eles atacassem um americano e de repente, a própria Hillary Clinton, Secretária de Estado, viesse pedir explicações para nossas autoridades?

Certamente haveria um show de nacionalismo anti-yankee a defender a honra nacional!

Ainda bem que na Suiça as autoridades agem como autoridades, não como vedetes de TV. Caso contrário, estaríamos vendo um bate-boca sem sentido entre ministros de Estado que deveriam preocupar-se mais com os macro-problemas que todo país enfrenta.

Se a moça brasileira foi agredida na Suiça e as explicações dadas pelas autoridades de lá forem contraditórias ou cheias de lacunas, haverá sim, motivo para protestos diplomáticos.

Mas não, o Brasil não esperou nem as investigações preliminares para dar um show de como não agir em relações exteriores.

O SUBMARINO NUCLEAR BRASILEIRO - ESCLARECIMENTOS

Estava analisando os dados do SiteMeter, e descobri algo surpreendente.

O post mais lido e mais acessado por ferramentas de busca na internet para o meu blog é este, sobre o projeto do submarino nuclear brasileiro.

É estranho, porque não sou especialista no assunto. Só coloquei naquela matéria, razões que me fazem pensar que se trata de um investimento não na guerra, mas no futuro do país.

E aparecem comentários estranhos.

Um leitor escreveu claramente que eu não entendo nada de política e entendeu que sou contra o projeto de submarino nuclear, só faltou me chingar, porque não defendi uma aliança nuclear com a Rússia, que não vem ao caso e que nem foi citada no texto.

Outro, achou que ao defender o submarino e falar de ameaças externas, estaria atacando o governo Lula, o que também não tem a menor lógica.

Enfim, a opinião é livre. Mas que percebo que as pessoas lêem alguns textos meus carregadas de idéias pré-concebidas.

12 de fev. de 2009

FARRA!


Os prefeitos recém eleitos assumiram e uma boa parte deles reclama que seus antecessores deixaram o caos nos seus municípios.

Mas menos de dois meses depois, a imensa maioria deles se dirige a Brasília para um encontro com o presidente, o que não seria algo estranho, se não levassem comitivas.

Vi ontem no Jornal da BAND que teve prefeito de grotão que levou a esposa (quando não a amante), secretários, o vice-prefeito e até o presidente da Câmara de Vereadores, todos eles ávidos por se fartarem das muitas opções de lazer que existem na capital federal, como os bordéis mais caros da nação, afinal, deputados e senadores podem pagar serviços sexuais com dinheiro do povo, e há muita oferta sofisticada disso.

Enfim, foram a Brasília às custas do erário, alguns de municípios que nem deviam existir pois criados apenas por interesse eleitoreiro de algum cacique de assembléia legislativa. E não contentes em viajarem de graça, levaram comitivas, como se município de 10, 20, 40 mil habitantes tenha alguma importância a ponto de mandar uma comissão ir lá, puxar o saco presidencial.

Foram lá para nada!

Ouviram frases simpáticas do presidente, foram informados que podem continuar não pagando seus débitos porque o INSS vai parcelar suas dividas de apropriação indébita de dinheiro federal em 20 anos, todo mundo hospedado nos melhores hotéis e fazendo turismo nas horas vagas, que não são poucas.

Daí querem me dizer que o pior ralo de dinheiro público não é nos municípios. É a tal coisa, os municípios são governados de regra, por gente analfabeta, incompetente e imoral, que se farta em trocar votos por chinelos. Enquanto isso persistir, o dinheiro público continuará sendo torrado até para acender charutos, que dizer para fazer turismo (quando não sexual) em Brasília.

11 de fev. de 2009

PRA QUE SERVE CADASTRO BANCÁRIO?


Uma vez a cada 3 meses o banco com que trabalho me cobra uma tarifa de cadastro sem sequer me ligar pedindo para conferir meu endereço.

Ou seja, eu posso manter minha conta-corrente, mudar para a China e fazer operações via internet que o banco não está nem aí. E se eu resolver sacar todo o dinheiro do cheque especial, mais um empréstimo facilitado que eles oferecem no extrato (que o banco não manda para minha casa alegando motivos ecológicos, mas cobrando tarifa do mesmo jeito)e não devolver (afinal, morando na China e sem vontade de voltar, seria uma idéia tentadora) a instituição sequer terá meu endereço para ameaçar uma cobrança.

É estranho, uma vez a cada três meses me cobram uns 7 ou 8 reais, mas tenho certeza que um dia meu gerente veio com um papo bacana de que eu pagaria uma tarifa única por todos os serviços, embora dali há 3 meses, já veio a primeira tarifa de cadastro. Daí penso em reclamar com o ele, mas lembro que isso não adianta, afinal, ele está ali, é simpático, bem vestido, mas não serve para absolutamente nada!

Para que falar com alguém que não pode negociar nem o valor das tarifas que me cobram, muito menos a taxa de juros se eu pedir um empréstimo?

Toda minha vida financeira, passei com o mesmo banco. Quando fiz empréstimos nele, devolvi no prazo e não discuti a taxa de juros. Nunca emiti um cheque sem fundo. Nunca tive um cheque meu devolvido por razão alguma. Tenho investimentos na instituição. Meu patrimônio cobre várias vezes os pequenos empréstimos que as vezes pleiteio mas... PAGO A MESMA TAXA DE JUROS QUE UMA PESSOA QUE ABRIU A CONTA ONTEM!!!

Mas vamos mais longe. Gerente de banco brasileiro ensaia ter alguma utilidade quando o correntista tem dinheiro a aplicar. Mas daí, uma pessoa um pouco mais instruída decide por si mesma os investimentos que vai fazer, ou contrata um corretor, pois o gerente, é invariável, sempre oferecerá o melhor produto para o banco!

Meu gerente vivia me oferecendo títulos de capitalização, mas nunca fazia menção a uma outra aplicação do mesmo banco, que eu descobri que dá um rendimento um pouquinho melhor. Quando perguntei para ele qual a vantagem do título de capitalização em relação àquela aplicação, ele pigarreou, ficou vermelho e sem ar e me respondeu que com o título, eu concorro todo o mês a prêmios em dinheiro. Só esqueceu de dizer algo que descobri nas letras miúdas de um contrato, que no título, não posso sacar o dinheiro livremente, sob pena de pagar uma multa de até (pasme!) 20% do valor da aplicação!

Enfim, meu caro leitor. Cadastro bancário e histórico de relacionamento bancário não servem para absolutamente nada!

Para o sistema nacional de agiotagem (ops, sistema financeiro nacional, perdoem!) você é apenas um número. Não importa se você é bom cliente e pagador. Não importa se você conhece o gerente ou o diretor do banco. Não importa que sua vida seja permeada de boa-fé e que seu patrimônio garanta duas operações financeiras. Você é apenas o correntista número "x", cujo saldo hoje é credor, mas amanhã pode ser devedor e, quando for devedor, você (e só você) será o responsável pelo maior spread bancário do mundo, porque, estando com saldo devedor, é mau-pagador, e mau-pagador equivale a risco, e risco possibilita aos bancos cobrarem até 12% de juros ao mês quando a taxa básica anual é de 13,75%!

10 de fev. de 2009

ACINTOSA MÃO NA CABEÇA

No Estadão de hoje, leio que o governo anunciou que vai facilitar a vida dos prefeitos.

Uma das medidas é criar um prazo de 20 anos, para que os municípios quitem as dívidas que tem com a Previdência Social.

É mais um acinte!

Muitos dos prefeitos agraciados com essa mão carinhosa do Governo Federal são os próprios responsáveis por estas dívidas, no atual, no anterior ou em mandatos passados. A maioria deles certamente encheu suas prefeituras de parentes e correligionários, negligenciou saúde e educação, superfaturou obras e despesas de custeio e fraudou o transporte escolar para dar mau uso às verbas do FUNDEB. E a enorme maioria dos que estão entrando agora, fará isso na cara dura, a despeito dos discursos moralistas de campanha, feitos para agradar o povão idiota que os elege em troca de pares de chinelo e cestas básicas, nas barbas da Justiça Eleitoral.

Os municípios não recolhem a mesma contribuição previdenciária que as empresas e as pessoas comuns, pagam uma taxa muito menor a título de contribuição própria. Mesmo assim, estão endividados até o osso, porque descontam em folha as contribuições do funcionalismo e depois simplesmente não as recolhem.

Numa empresa, o Governo Federal trata isso como crime de apropriação indébita. Mas prefeitos e vereadores estão naquela classe de pessoas que podem delinquir à vontade, porque nada os atinge.

Fosse o Brasil um país sério, prefeitura com dívida de INSS seria caso de intervenção. E vereadores que negligenciassem sua obrigação legal de fiscalizar isso, seriam processados criminalmente como co-devedores, juntamente com o prefeito omisso das suas obrigações.

Mas o Brasil não é sério, e o Governo Federal passa a mão na cabeça desses prefeitinhos de m... responsáveis pelo maior ralo de dinheiro público que existe: as contas municipais que são mal fiscalizadas por câmaras corruptas de vereadores e tribunais de contas desqualificados.

9 de fev. de 2009

MORAL NENHUMA


Parodiando a Miriam Leitão em O Globo neste fim de semana, é sintomático constatar que nos EUA 3 indicados por Barack Obama foram impedidos de assumir cargos públicos porque não declararam corretamente seu imposto de renda, enquanto que, no Brasil, descobriu-se que o corregedor da Câmara dos Deputados possui um castelo avaliado em R$ 21 milhões, sem jamais ter declarado um centavo sobre ele!

Menos mal que renunciou ao cargo.

Agora, sejamos sinceros:

Ninguém mais tem moral para absolutamente nada no Congresso, muito menos nas Assembléias Legislativas e nas Câmaras de Vereadores.

O legislador brasileiro é o mais caro do mundo.

Na Gazeta do Povo, também neste fim de semana, verifiquei que tem vereador no Brasil que ganha mais que deputado em país europeu. E mais do que isso, cada parlamentar brasileiro, seja ele de Rio Branco do Sul/PR, seja ele Senador da República, tem direito a uma penca de assessores de coisa nenhuma, mormodias, auxílios de todo o tipo, etc...

E para quê?

Para nada. O legislador brasileiro é improdutivo e, quando legisla, é precário e demagógico. Para o leitor ter uma pequena idéia, o Código Civil promulgado em 2002 foi discutido desde 1973. Quando finalmente aprovaram o projeto Miguel Reale (vejam bem, eles trabalharam sobre um projeto montado por uma equipe de juristas capítaneada por um dos maiores ícones do Direito nacional), o fizeram com erros crassos de linguagem técnica-jurídica (confundiram prescrição e decadência, por exemplo) e em alguns artigos incorreram em absoluta falta de lógica.

Sem contar os problemas morais, como o grande número de parlamentares envolvidos em processos-crime, casos de corrupção e delitos eleitorais.

O Brasil paga caro pelos piores legisladores do mundo. Mais que isso, paga caro para que gente imoral e desonesta fiscalize as contas públicas.

E não é a renúncia do corregedor pego com a mão na massa que vai melhorar esse quadro.

5 de fev. de 2009

CADERNOS DE VIAGEM - 13 - LAPA

Hoje mostro algumas imagens da bela cidade histórica da Lapa, continuando a série que comecei ao tratar do Theatro São João. Faltarão algumas imagens legais aqui, que mostrarei em futuro próximo.



A cidade foi fundada por tropeiros no século XVIII. Quando do asfaltamento da rodovia que leva à ela partindo de Curitiba, foi erigido este monumento na entrada da cidade, obra do mais paranaense dos artistas plásticos, Poty Lazarotto.





Esta é a praça central da cidade, chamada General Carneiro, nome do comandante das tropas republicanas no episódio do Cerco da Lapa. Uma curiosidade é que o General Carneiro recebeu promoção póstuma em razão do heroísmo demonstrado naquela ocasião, ele faceleu com a patente de coronel. Ao fundo, a Igreja de Santo Antônio, fundada em 1784 e onde foram sepultados dois dos heróis da Lapa, o proprio General Carneiro e o Coronel Cândido Dulcídio



















Igreja de Santo Antonio. Na porta-janela da foto seguinte, um dia apareceu numa das vidraças a imagem de Nossa Senhora. Ninguém explica o fenômeno, e infelizmente não sou um fotógrafo bom o bastante para captá-lo. Milagre ou obra humana, emociona, porque demonstra um misticismo incomum em um lugar cuja história é marcada por um episódio de sofrimento e fé extremos.

















À esquerda, a Prefeitura Municipal da cidade. Neste largo, encontra-se o cine-teatro que sedia um festival anual de cinema (é, um festival de cinema!). O bloco de granito em primeiro plano, é um parlatório, símbolo de uma "boca maldita" um lugar público de encontro e debates entre as pessoas. Ao fundo à direita, o museu em homenagem ao ex-governador (duas vezes), militar e ex-ministro da educação, Ney Amintas de Barros Braga, um dos artífices da modernização econômica do estado, filho da Lapa.

TODAS AS FOTOS SÃO DE MINHA AUTORIA, O USO NA INTERNET É LIVRE, CITADA A FONTE. CLIQUE SOBRE ELAS PARA AMPLIAR.

3 de fev. de 2009

SACO SEM FUNDO

Você sabia que os caminhoneiros autônomos descontam 2,5% de sua renda para uma entidade chamada SEST/SENAT? E que até 5% do valor da folha de pagamento de uma empresa é destinado ao resto do sistema "S" (SESI, SENAI, SENAC, SEBRAE)?

Você sabia quem um profissional liberal deve pagar R$ 140,00 anuais para seu sindicato, por mais que ele não faça nada por ele? E que um dia de trabalho anual de todo empregado vai para a mesma finalidade, assim como um percentual do capital social de todas as empresas?

Você sabia que as profissões regulamentadas pagam anuidades e não raro, taxas por manutenção de escritórios e consultórios ou efetivação de serviços? E que o número de profissões regulamentadas não pára de crescer, a ponto de, nesta semana, um deputado estúpido ter apresentado um projeto para colocar nesse rol a profissão de DJ?

No Brasil, quando os políticos não conseguem colocar seus cupinchas e apadrinhados vadios em cargos de comissão, eles fazem lobby pela autorização de criação de novos sindicatos ou pela regulamentação de profissões, porque nisso conseguem manter o círculo vicioso de arrecadar e jogar dinheiro fora a fundo praticamente perdido, para beneficiar uns poucos.

Nem vou muito longe ao me referir a sindicatos. 90% deles não servem para nada que não seja o bem estar pessoal de seus dirigentes, a maioria deles praticamente perpétuos à frente das instituições ou, pelo menos, sempre do mesmo grupelho.

Já o sistema "S" oferece aprendizado profissional em alguns lugares, mas sinceramente, não devia ser financiado com taxa imposta pelo poder público, nem ter dirigentes indicados por pressão política. Esses órgãos recebem BILHÔES em dinheiro da iniciativa privada e são mal administrados como toda a coisa pública brasileira, com os mesmos vícios e defeitos, como as sedes faraônicas cheias de mármore e granito e o desdém para com as pessoas simples que eventualmente precisem de seus serviços.

Um cliente meu dirigiu-se ao SEBRAE, onde lhe prometeram a abertura da empresa e o encaminhamento de um empréstimo com juros subsidiados. Abriram a empresa e quando foram tratar do empréstimo, enviaram-no a um contador, no caso, eu, para juntar a pilha de documentos que queriam para liberar o dinheiro. Passados 6 meses, desdenharam dele, o fizeram entrar em filas várias vezes, devolveram cadastros mandando refazê-los, pediram dezenas de certidões e por fim avisaram-no que por não ter garantias no valor de 3 vezes o do empréstimo, ele não o receberia. Ele foi engrupido numa mentira, desistiu do empréstimo, abandonou a firma que abriu e partiu para a informalidade. Mesmo assim, ele, como todos nós, paga para manter órgãos assim.

E quanto aos conselhos profissionais? Bem, se por um lado é necessário regulamentar as profissões relevantes (e, me desculpem os DJ(s), mas sua profissão não é relevante e nem é preciso que tenha código de ética profissinal), por outro não é preciso impor taxação pública para isto, nem muito menos criar estruturas colossais em forma de autarquias, igualmente usuárias de palácios suntuosos de mármore e granito, especialmente quando se constata que mesmo com sua existência, são comuns no Brasil casos de médicos que cometem erros gravíssimos, advogados que enrolam clientes e contadores que roubam empresas, sem que absolutamente nada e ninguém consiga proceder uma fiscalização preventiva de tais "profissionais", diminuindo os índices de insatisfação com profissionais de todo o tipo. Cobra-se muito da sociedade com resultados pífios, por mais que tais conselhos até sejam relevantes.

Todos esses órgãos se dizem entidades privadas, terceiro setor ou coisa que o valha, mas todos vivem das tetas generosas do dinheiro arrancado das pessoas à força, dinheiro este que vai para um saco praticamente sem fundo, a financiar mordomias para gente intimamente ligada à classe política e que pouco ou nada se importa com a sociedade.

2 de fev. de 2009

SARNEY & TEMER: O PMDB JÁ BARGANHA 2010!


José Sarney disse que não queria ser candidato à presidência do Senado, mas pôs para escanteio o ex-presidente da casa, Garibaldi Alves Filho, e venceu o senador Tião Viana do PT, que era o favorito até ele entrar na disputa.

Sarney foi "aliado" do atual governo e nesse processo, onde não queria ser candidato, deu nítidas indicações de que foi para a oposição, o que repetiu-se hoje em seu discurso, quando disse que "nesta presidência reafirmaremos a nossa independência e exigiremos respeito à nossa instituição".

É sintomático que ele tenha dito isso, porque no caso da CPMF, o Senado foi a última barreira de resistência da sociedade(mas muito mais da oposição) ao rolo compressor parlamentar do governo Lula. Ou seja, o Senado é, efetivamente, a casa do Congresso onde o governo precisa negociar muito se quiser aprovar projetos polêmicos.

E no mesmo discurso, Sarney afirmou que vai lutar (do melhor lugar possível, diga-se de passagem) por reformas política e tributária, que são tudo o que o governo Lula em fim de mandato já tencionava não discutir, porque são capazes de causar muitos estragos se tiverem que ser aplicadas pelo Poder Executivo, inclusive com perda de apoios políticos importantes para quem ainda precisa "construir" uma candidata.

Sarney vai barganhar muito com este governo com vistas a 2010, e isso enfraquece, pelo menos por enquanto, as pretensões da ministra Dilma Roussef.

Já Michel Temer, que foi fiel escudeiro de Fernando Henrique Cardoso, conseguiu a façanha de ser eleito presidente da Câmara com votos da oposição e da base aliada, o que denota que está aberto a negociar com quem dá mais pelo naco de poder que o PMDB exigirá em 2010.

Mas na Câmara, é sabido que o governo tem folga e gordura para queimar, o que faz de Temer um personagem bem menos importante que Sarney.

O PMDB, que para muitos estava morto e enterrado, sujeito a no máximo emplacar um candidato a vice na chapa encabeçada pelo PT para 2010, virou o jogo!

Agora, controlando as matérias que vão à votação tanto na Câmara quanto no Senado, tendo o poder de definir presidências e relatorias de comissões, o PMDB pode barganhar muito e tanto fazer um vice pelo governo quanto pela oposição, ou, ainda, vetar candidaturas que não agradem seus próceres, se a crise econômica se agravar e forem necessárias medidas de efeito chanceladas pelo Congresso.

Mais que isso, o PMDB pode pensar até em candidato próprio, porque o Congresso dá a visibilidade necessária para construí-lo.

É cedo para dizer se o governo Lula saiu enfraquecido deste processo, pode ser até que tenha saído mais forte, dependendo das peculiaridades do processo político para 2010. Mas que a partir de agora terá que negociar mais pelo que precisa, não duvide o leitor.

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...