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29 de jul. de 2009

LIDERANÇA SE CONQUISTA, NÃO SE COMPRA


O Marcus Mayer e o Neto fizeram ótimos comentários no post anterior, sobre a suposta liderança que o Brasil quer ter na América Latina, o que seria uma espécie de justificativa para essas concessões absurdas feitas para Bolívia e Paraguai nas questões do gás e de Itaipu.

O Brasil tem pretensões de, numa eventual modificação dos estatutos da ONU, virar membro permanente do Conselho de Segurança. Por esta razão, busca consolidar uma imagem de liderança sobre países pobres e não desenvolvidos, como forma de compensar sua absoluta falta de poderio bélico e sua insignificância como coadjuvante que é da corrida tecnológica e do comércio global, mesmo contando com os recursos naturais mais abundantes do planeta, pouco e mal utilizados em função da péssima qualidade de seu sistema educacional e dos gastos públicos, que corróem qualquer programa desenvolvimentista.

Eu penso que a estratégia brasileira é até interessante, mas equivocada, porque liderança se conquista, ela não é comprável como parece entender o Itamaraty de Celso Amorin e a Presidência da República sob a assessoria de Marcos Aurélio Garcia.

Se Bolívia e Paraguai querem discutir os termos de tratados sobre o gás e Itaipú, é direito deles desde que observem os instrumentos legais necessários.

Mas o Brasil nem aguardou eles recorrerem às instâncias cabíveis e em nome dessa suposta liderança e fez concessões sem maior esforço, e, pior, sem critério.

As refinarias na Bolívia forem entregues pelo preço estipulado pelo governo de Evo Morales e a compensação pela energia de Itaipu (se aceita pelo Senado) com o uso de recursos do Tesouro Nacional em detrimento a um crédito que o Brasil detém por ter construído a usina sozinho. E ninguém deu murros na mesa e o Itamaraty não engrossou a discussão ao ponto de, no caso paraguaio, ter se falado que o acordo saiu com vias a possibilitar ao senhor Fernando Lugo mostrar algum serviço ao seu eleitorado, cansado de falácias e da constatação que ele, bispo, foi imoral e desumano ao fazer filhos e abandoná-los à própria sorte, coisa que um cristão de verdade não faria.

Ou seja, para consolidar uma "liderança" o Brasil baixou a cabeça para o pleito boliviano e deu uma esmola para o Paraguai na tentativa de salvar a cabeça do seu presidente. Tudo o que um líder não pode fazer, tudo o que alguém que pretende ser líder de algo deve evitar, que é a desmoralização e o favor, ao contrário da negociação franca, aberta e legal e a defesa do bom senso.

O Brasil está cometendo o erro de comprar uma liderança, prometendo ajuda humanitária para países pobres quando não cuida direito nem dos miseráveis daqui, não lhes dando oportunidades de estudar, saúde e segurança pública. E por esta razão é tratado como um "nouveau rich" que dá as caras no churrasco da lage da favela: paga tudo, ganha tapinhas nas costas e é mal falado tão logo saia do recinto.

Liderança se conquista, não se compra.

16 de fev. de 2009

NÉO-NAZISMO TUPINIQUIM?

Tenho lido vários comentários e opiniões sobre esse caso da brasileira que supostamente se auto-flagelou na Suiça, caso ainda não totalmente explicado, em que o governo brasileiro agiu com rapidez incomum e uma incompetência que não se deve aceitar, vinda de um órgão que deveria ser altamente técnico como o Itamaraty.

Não vou entrar no mérito do que efetivamente aconteceu com a brasileira na Suiça.

O fato é que qualquer ato que envolva suspeita de néo-nazismo deve ser muito bem apurado, não para proteger brasileiros, mas para proteger a humanidade.O néo-nazismo tem muitas formas de manifestação. A xenofobia é uma delas, mas não deixam de ser néo-nazistas os milicianos seguidores de Hugo Chaves na Venezuela, ou os torcedores que agridem atletas negros na Alemanha e na Itália ou, ainda, esses indivíduos que transformaram os trotes de universidades brasileiras em casos de polícia.

Isso porque o nazismo não foi um movimento estritamente racial. Ele foi um movimento que adotou a violência desmedida e indiscriminada para conseguir seus fins, sejam eles simplórios, como humilhar e massacrar colegas de faculdade, sejam eles elaborados, como tomar e manter à força o poder de países inteiros.

Portanto, as autoridades brasileiras deveriam ter requisitado informações às autoridades suiças, por meio da embaixada, seguindo os canais adequados e principalmente, o protocolo que isso envolve.

Mas não! O Brasil foi tomado de histeria porque houve um suposto ataque néo-nazista a uma brasileira e isso foi noticiado numa grande rede de TV, o que levou o próprio ministro Celso Amorin a tomar as dores de uma conterrânea nossa lá, coisa que governo estrangeiro nenhum aceitaria, muito menos o da Suiça, porque envolve um ato de desqualificar sua própria organização nacional.

Eu me pergunto:

Que moral têm as autoridades brasileiras para querer dar de dedo nas suiças? No Brasil, 95% dos homicídios simplesmente não são investigados, a corrupção policial é uma praga e o Judiciário é disfuncional. No verão passado, eu soube de pelo menos dois turistas estrangeiros barbaramente assassinados aqui no Brasil e, que eu saiba, até hoje os casos não foram totalmente esclarecidos, e nem por isso os ministros de relações exteriores dos países origem interviram diretamente nos casos, até porque, é para isso que existem corpos diplomáticos, embaixadores e cônsules.

Que moral têm os brasileiros para se acharem mais injustiçados que os outros pelo mundo afora? Milhares de brasileiros emigram ilegalmente todos os anos para os países ditos desenvolvidos. Subvertem a Lei daqueles países como, aliás, ignoram as Leis brasileiras quando aqui vivem e, uma vez agredidos, se acham mais injustiçados que os outros?

Tenho comigo que país nenhum gosta de imigrantes. Uma coisa é gostar de turistas e investidores, outra, completamente diferente, é receber de braços abertos uma horda de pessoas desqualificadas saídas do Brasil para a Suiça ou da Noruega para a Argentina, ou ainda da Argentina para o Brasil, competindo com nacionais por empregos.

No Brasil também há xenofobia. Não faz muito tempo, noticiou-se da situação degradante pela qual muitos bolivianos passam em São Paulo, trabalhando como escravos e as vezes sendo denunciado às autoridades migratórias (Polícia Federal) para que sejam deportados sem que seus patrões lhes paguem mínimos direitos trabalhistas.

Nesse caso com a Suiça, o Brasil se pautou por uma indignação hipócrita. A pessoa que muda para o exterior tem que entender que vai viver num país que não é seu, e terá necessariamente que sujeitar-se a certo grau de discriminação. Seja um profissional qualificado, seja um trabalhador braçal, toda pessoa que experimenta sair do seu país não será tratada do mesmo jeito que é em em casa.

Casos de agressão por néo-nazistas podem afetar qualquer pessoa, de qualquer nacionalidade em qualquer lugar do mundo. Há "skin-heads" no Brasil também e como ficariam nossas autoridades se eles atacassem um americano e de repente, a própria Hillary Clinton, Secretária de Estado, viesse pedir explicações para nossas autoridades?

Certamente haveria um show de nacionalismo anti-yankee a defender a honra nacional!

Ainda bem que na Suiça as autoridades agem como autoridades, não como vedetes de TV. Caso contrário, estaríamos vendo um bate-boca sem sentido entre ministros de Estado que deveriam preocupar-se mais com os macro-problemas que todo país enfrenta.

Se a moça brasileira foi agredida na Suiça e as explicações dadas pelas autoridades de lá forem contraditórias ou cheias de lacunas, haverá sim, motivo para protestos diplomáticos.

Mas não, o Brasil não esperou nem as investigações preliminares para dar um show de como não agir em relações exteriores.

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...