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26 de ago. de 2010

O BRASIL JÁ FOI UMA VENEZUELA, MAS NÃO VAI VIRAR UM MÉXICO

Entre 1964 e 1985 o Brasil experimentou um regime que combinava censura ou restrições à liberdade de imprensa, controle sobre atividades políticas e eleições indiretas para os cargos importantes. Existia uma aparência de democracia e legalidade que escondia uma ditadura não personalista, mas ditadura.

O regime econômico era estatista e socialista. A união, os estados, os municípios e até as autarquias eram proprietários-controladores de empresas e bens em praticamente todas as áreas da economia. Companhias elétricas, telefônicas, de água e esgôto, mineradoras, siderúrgicas, empresas de produção e manutenção de aeronaves, trens e vagões, empresas de abastecimento, empresas de prestação de serviços para portos, dezenas de bancos comerciais e de fomento, distribuidoras de café, companhias hoteleiras, ferrovias, auto-estradas, terceirizadoras de serviços públicos, milhares de imóveis vagos espalhados pelo país, etc...

Notaram a semelhança com a Venezuela de Hugo Chaves?

Pois é, o Brasil já foi uma Venezuela e o resultado não foi nada bom. As taxas brasileiras de crescimento econômico foram grandes e consistentes durante todo o pós guerra e em parte daquele regime ditatorial. Porém, quando o regime se abriu, descobriu-se que as milhares de empresas estatais eram cabides de emprego altamente ineficientes e deficitários, responsáveis diretos pelas altíssimas taxas de inflação e demais desequilíbrios que legaram ao Brasil um período economicamente perdido de mais ou menos 15 anos, pois apenas com o Plano Real em 1994 o país saiu da espiral inflacionária que o corroía depois dos desmandos administrativos daquela época.

A diferença daquele Brasil para a Venezuela de Hugo Chaves, é que mal ou bem, os militares brasileiros deixaram centenas de obras de infra-estrutura e programas desenvolvimentistas que, guardados os problemas já citados, geram efeitos até hoje. Já o ditador Venezuelano, quando sair morto de seu cargo, só deixará miséria e desespero.

Mas enfim, o Brasil já foi como a Venezuela, o que me dá a carteza que não vai caminhar para voltar a isso mesmo em um governo Dilma Roussef, como comentários toscos e insistentes que tenho lido na internet afirmam que vai acontecer. Já se sabe que o governo Dilma vai manter um dos ícones da estabilidade econômica dos anos Lula, o ex-tucano Henrique Meirelles. Será que gente como ele aceitaria a venezuelização do país apenas para atender a meia dúzia de radicais presos na ideologia dos anos 50, mas militantes do PT? Duvido.

Ontem, um editorial do jornal O Estado de S.Paulo saiu com uma outra sandice sob esse mesmo ponto de vista. Alegou que a terceira vitória consecutiva da dupla PT/PMDB estaria levando o Brasil a um regime como o mantido pelo PRI mexicano entre 1940 e 2000, de partido único, com aparência de democracia e aparelhamento do Estado.

Outra bobagem que me recuso a aceitar.

Ora, se Lula quisesse virar ditador, o faria com facilidade. Ele indicou 8 dos 11 ministros do STF, que não raro votam contra os interesses da União ou do PT/PMDB em suas decisões. Mesmo o ministro Dias Tóffoli, tido como a indicação mais política feita pelo presidente Lula, mantém uma postura de independência institucional e bom senso que não se esperaria de um STF "aparelhado" para transformar Lula em um novo Getúlio Vargas.

Mas vamos mais longe.

Quem criou a regra de reeleição? Ela foi a pior ruptura institucional brasileira no pós-democratização. E feita de modo apressado e não pensado, criou um grave efeito colateral no Judiciário, cuja nomeação da cúpula ficou por demais à mercê de um único presidente no caso de reeleição. Porque o sistema não foi repensado como um todo para possibilitar a reeleição, causou essa distorção que Lula poderia ter usado para se perpetuar no poder, coisa que não fez porque nas palavras dele mesmo "não se pode brincar com a democracia", a mesma que a coragem de homens de esquerda como ele, Mário Covas, José Richa, Leonel Brizola, Franco Montoro e Ulisses Guimarães ajudou a reconstruir.

A regra de reeleição foi criada pelos tucanos de afogadilho, porque Fernando Henrique queria mais 4 anos que poderiam ter sido de José Serra e que o PSDB queria negar a Luis Eduardo Magalhães. A verdade é esta, quem queria se perpetuar no poder eram os tucanos, o PT pegou o bonde andando e apenas seguiu a lei imposta pelo rolo compressor congressual do PSDB anos antes.

Daí vemos comentários sobre a venezuelização ou mexicanização do Brasil, mas apenas porque o PT/PMDB arrisca vencer a terceira eleição consecutiva. Mas se o PSDB vencesse em 2002 teríamos entrado em um processo de mexicanização?

Já escrevi aqui e repito que vejo pouquíssima diferença entre Dilma Roussef e José Serra, como vejo diferença alguma nos discursos de Serra com os de Lula, salvo um ou outro erro no português, cometido pelo segundo.

Enfim, o Brasil já foi uma Venezuela de triste memória, e duvido que irá virar um México da década retrasada apenas porque Dilma Roussef se elegeu presidente na esteira de um governo Lula que inegavelmente fez sucesso econômico e social. Não existe regime melhor para um partido como o PT e seu aliado o PMDB, que uma democracia capitalista como a brasileira, capaz de gerar riqueza suficiente para acalmar todos os interesses intestinos dos partidos, suas lideranças e oligarquias. Pensar que vão transformar o Brasil numa república de bananas governada por um macaco como a Venezuela ou o México do PRI é zombar da inteligência das pessoas, mesmo as da oposição.

30 de jul. de 2010

QUEM CORTOU RELAÇÕES COM A COLÔMBIA: AS FARC OU A VENEZUELA?

Fico admirado com a demagogia em torno desse caso criado por Hugo Chaves com a Colômbia.

A Venezuela teve seu território violado por forças armadas irregulares e seu presidente nada fez sobre isso, não mandou um pelotão de soldados sequer para fazer reconhecimento da situação, embora admita que os inimigos estão lá...

Daí, numa visita oficial do Maradona(?), Chaves corta relações com a Colômbia.

E ao invés das discussões da UNASUL se darem em termos de reatar as relações, preferem discutir o que a Colômbia deve fazer em relação às FARC?

Oras, a Colômbia gasta bilhões de dólares por ano para combater as FARC, que matam, sequestram e traficam por suposta ideologia, mas na prática, apenas para tomar o poder e instalar uma ditadura a beneficiar apenas seus líderes e a Colômbia deve transigir para agradar ideólogos como Chaves, Corrêa e Lula, que não sabem como é viver em cativeiro?

Porque não perguntam para Ingrid Betancourt como era agradável viver com as FARC?

Álvaro Uribe coberto de razão ao criticar a postura do presidente Lula, que tratou da questão em tom de bravata, com se as FARC fossem um partido político banido de seu país e não um grupo cujos atentados já mataram milhares de pessoas inocentes, e cuja atuação renegou outros milhões à pobreza extrema que apenas o combate franco e sem tréguas à elas amenizou nos últimos 8 anos.

Essa questão deveria ser tratada de modo pontual:

A Venezuela certamente não quer as FARC em seu território. A Colômbia às quer presas. Logo, a Venezuela força as FARC para voltarem à Colômbia e na Colômbia, continua o combate à elas. Simples! E as relações entre os dois países voltam à normalidade sem necessidade de reforçar polícia de aduanas, porque o inimigo comum está embrenhado na floresta.

12 de jan. de 2010

O COVEIRO DA VENEZUELA



O ditador venezuelano Hugo Chaves criou um fundo com dinheiro retirado das reservas internacionais do país e superdesvalorizou a moeda local.

Retirar dinheiro das reservas internacionais é o mesmo que dizer para os credores que não lhes dá mais mais garantia alguma e provavelmente pedirá renegociação. Nenhum país sério mexe nelas, salvo para pagar débitos utilizados para sustentar o Estado e o desenvolvimento do país. O mais impressionante é que a idéia estúpida de Chaves foi encampada pela presidente da Argentina pelos mesmo motivos, embora o Judiciário austral tenha barrado a insanidade que equivale a uma moratória.

Já com a desvalorização da moeda, Chaves busca aumentar a competitividade internacional da PDVSA, a petroleira responsável pela maior parte das exportações do país e praticamente por toda receita tributária do governo. A idéia é diminuir o monumental déficit público e arranjar recursos para obras e programas sociais antes das eleições, evitando uma operação de fraude mais elaborada que a normal, visto que os chavistas não aceitarão serem despejados do poder pelas urnas, só sairão mortos. Mesmo assim, para manter as aparências precisam investir alguma coisa na melhoria das condições de vida de um povo que já não tem mais acesso a produtos de primeira necessidade e sofre com o racionamento constante de energia elétrica, o que tem minado a popularidade do coronel.

Mas desvalorização causa inflação, e Chaves já avisou que não vai tolerar aumentos de preços, pondo o exército para fiscalizar, o que não funciona, porque é impossível revogar a lei da oferta e da procura, como nós brasileiros comprovamos do modo mais doloroso e humilhante possível, naqueles congelamentos sarneyianos de preços, quando até a Polícia Federal foi apreender boi no pasto para impedir o ágio no preço da carne que desaparecera dos supermercados. Produto sem preço desaparece, é a lei do mercado, é universal e irrevogável, mesmo ante o exército de Hugo Chaves ou dos fiscais do Sarney.

Chaves é incomensuravelmente incompetente. A PDVSA já foi uma das maiores empresas do mundo e hoje é menor em tamanho que a nossa Petrobrás, mesmo tendo mais reservas petrolíferas e mais mercados cativos. Ela produz cada vez menos e tem custos cada vez mais altos, aparelhada que está por bolivarianos de raia miúda, com suas verbas de investimento comprometidas com o projeto de perpetuação do "socialismo do século XXI", usadas para nacionalizar empresas e adquirir armamentos, para que o chefe acuse seu maior cliente, os EUA, de buscarem uma invasão do país.

E a cada diatribe do ditador, mais empresas são nacionalizadas e entregues aos borra-botas bolivarianos, o que faz com que ninguém em sã consciência invista no país com medo de perder tudo por conta de alguma loucura nacionalizante do presidente. E a má administração diminui a produtividade e aumenta os custos e preços.

O resultado é que hoje a Venezuela sofre com a falta de produtos que ninguém quer produzir no país com medo de ter empresas confiscadas. E nenhum estrangeiro investe lá pelos mesmos motivos, sendo que o Estado não tem capacidade alguma de substituir o investimento privado, mesmo se dizendo socialista e desenvolvimentista.

E a inflação que já bateu 25% no ano passado, é projetada para 40% este ano e dependendo das loucuras do ditador, pode disparar. Chaves colocará a Venezuela numa espiral inflacionária e, se isso lhe corroer ainda mais a popularidade e lhe ameaçar o trono, poderá colocá-la também numa guerra externa para desviar o foco de seu desastroso reinado.

Ele esta enterrando seu país, e tem gente que ainda o aplaude, mesmo aqui no Brasil.

27 de ago. de 2009

BASES NA COLÔMBIA: O BRASIL VAI SE APROVEITANDO


Como já havia escrito aqui, o Brasil já entendeu perfeitamente a extensão da polêmica das supostas bases norte-americanas na Colômbia, que em nada nos afetam e não trazem risco algum para a América Latina.

Vejam o que saiu na Reuters/Estadão hoje:

Brasil e Colômbia decidem fortalecer cooperação militar
Ministros da Defesa anunciaram acordo mais amplo para aumentar luta contra o narcotráfico em breve


O governo brasileiro faz um certo jogo de cena ao aparentar preocupação com as tais "bases", mas na prática simplesmente se aproveita do assunto, conforme o noticiário tem deixado claro.

No mínimo a análise é de que a polêmica é mais um ato de histrionismo do ditador venezuelano, que chegou a afirmar que vai cortar relações diplomáticas com a Colômbia.

E se o fizer, estará dando um tiro no pé... o problema é que esse tiro seria de bazuca!

A Colômbia exporta produtos de primeira necessidade para a Venezuela, como sabonetes, escovas de dente e xampús, coisas que o país de Hugo Chaves não produz, visto que sua economia é "petróleodependente", incapaz de produzir pelo menos imediatamente, uma mínima parte do que o seu presidente quer substituir em importações.

Mesmo que ele substitua produtos colombianos por brasileiros e argentinos, ainda assim será com sacrifício dos venezuelanos, porque o custo do transporte deles e consequentemente o preço final será muito mais alto, afinal, a Colômbia os encaminha por fronteiras secas de pequena distância, o que não aconteceria a partir do Brasil e da Argentina.

Sem contar que tais economias precisam ter excedentes para exportar, o que é plausível mas não certo.

O fato é que o Brasil tem a ganhar não só com a postura colombiana de reforçar o combate ao narcotráfico a partir de acordos com os EUA, como com a postura idiota de Hugo Chaves, porque, afinal de contas, vamos exportar mais para a Venezuela, podendo fazer o preço com as eventuais necessidades prementes naquele país.

Dando uma no cravo e outra na ferradura, o Brasil está é tirando proveito da polêmica estúpida.

Ponto para o Itamaraty.

26 de set. de 2008

DE OLHO NA BUTIQUE DELA

O Brasil tem milhares de defeitos. Sua democracia têm problemas estruturais, sua classe política é nojenta e nem sempre o povo respeita suas leis. Há muita corrupção, pobreza e outras idiossincrasias que já levaram alguns a chamar o país de Belíndia, mistura de Bélgica com Índia, dados os enormes contrastes tão comuns nessa terra, onde carroças rodam ao lado de Ferraris reluzentes.

Mesmo assim, o Brasil é um país pujante. E isso não é apenas pela graça de suas enormes riquezas naturais, mas também pelo hercúleo esforço de seu povo em pagar uma carga tributária absurda ao mesmo tempo em que não se curva ante as adversidades, por mais que tudo à sua volta o instigue a isso, como por exemplo, a falta do mérito que alça medíocres a cargos importantes e rechaça os esforçados.

Mal ou bem, o Brasil ergueu uma economia diversificada, um mercado consumidor de potencial ainda inexplorado e empresas gigantescas, como Itaipú Binacional, Petrobrás, Vale, Embraer, Votorantin, Odebrecht e outras tantas.

Escrevo tudo isso, a propósito do que temos visto nos últimos tempos, vindo de nossos vizinhos (que alguns chamam erroneamente de "hermanos"), como a Argentina, O Paraguai, a Venezuela, a Bolívia e o Equador.

Os argentinos vivem resmungando sobre o Mercosul. Acusam o Brasil de tomar seus mercados internos, de comprar seus produtos barato demais, de destruir sua índústria. E invariavelmente, as reclamações acontecem quando algum tipo de crise econômica os aflige, o que não é incomum, convenhamos.

O Paraguai resolveu discutir o tratado de Itaipu, usina que foi construída com recursos brasileiros e que gera tanta energia, que a parte dos "hermanos" pode ser vendida para outros países. Um negócio da China, no qual o Paraguai não investiu quase nada e ganhou independência elétrica. Mesmo assim não está bom, o preço está baixo, o "imperialismo" brasileiro parece culpado pelo descalabro daquele país que de ditador em ditador, acabou descobrindo um resquício de democracia e elegendo um padre para presidente.

A Venezuela até não incomoda. Por ser um país rico os problemas que temos com ela são os resmungos de seu presidente e as ameaças indiretas que ele faz por meios militares, apesar, ainda, de sua tentativa velada de impor-nos um gasoduto faraônico (que seria pago pelo Brasil) para tratar de escravizar nossa indústria ao modelo boliviano.

A Bolívia expropriou bens brasileiros, exigiu aumento do preço do seu gás, e agora não é capaz de entregá-lo. Pela desculpa de sua democracia e justiça social, pôs a mão no bolso brasileiro sem cerimônias, arrancou uns quebrados é dá claros sinais de que não vai devolvê-los.

E por fim, o Equador. Construiu uma usina hidroelétrica que foi entregue com 9 meses de antecedência por uma empresa brasileira, que usou um projeto fornecido pelo próprio país. Acusa a empresa de incompetência e corrupção e imediatamente discute uma dívida de 200 milhões de dólares - do BNDES -, agência estatal brasileira de fomento. Dá a nítida impressão de que inventou problemas para não pagar, contando com a notória bondade brasileira.

O Brasil vive levando chapéus da Argentina, levou ferro na Bolívia, engoliu sapos do presidente Venezuelano, tá ensaiando pedir arrego pro Paraguai e agora, não duvide o leitor, é capaz de levar calote do Equador.

Todos os "hermanos" de olho na butique brasileira, aquela que foi fundada e financiada com uma das cargas tributárias mais injustas da humanidade e com as taxas de juros mais altas do planeta, cujo resultado sempre foi o de serviços públicos deficientes, miséria e problemas incomuns de uma gente que reclama pouco, mas apesar disso tem muito valor.

E o pior é que a butique tem dado descontos generosos para eles.

12 de set. de 2008

FECHAR A TORNEIRA

Uma vez perguntaram para o então presidente Ernesto Geisel por que o Brasil não comprava gás boliviano, que já na época era abundante.

Ele respondeu (mais ou menos nesses termos) que se fizesse isso, tornaria o Brasil dependente do gás de um país instável que na época vivia de quartelada em quartelada, e que isso aumentava o risco de alguém "fechar a torneira" e ferrar com o consumidor daqui.

Passados muitos anos, outro presidente, Fernando Henrique Cardoso, ingenuamente resolveu acreditar que a Bolívia entrava numa era de democracia e estabilidade.

E além de comprar o gás, durante algo em torno de 5 anos, o Brasil investiu na exploração do produto lá mesmo na Bolívia, construiu gasodutos desde a fronteira até o Rio Grande do Sul (passando por São Paulo) e expandiu o consumo de uma tal forma que hoje é dependente dos humores da tigrada boliviana.

Daí, em 2006, Evo Morales assumiu o poder e imediatamente ameaçou "fechar a torneira" sem nenhum protesto ou resistência por parte do governo Luis Inácio Lula da Silva que, em contrário, apoiou o aumento do preço e olhou impassível o que na prática foi o confisco de bens brasileiros.

Agora a Bolívia passa por mais um momento crítico, e não é improvável outra quartelada ou auto-golpe ou mesmo intervenção com as bençãos internacionais, desta vez não dos EUA, mas da Venezuela, o que é muito pior. E ao mesmo tempo, os opositores de Evo Morales descobriram que fazendo o mesmo que ele, ameaçando "fechar a torneira" do gás brasileiro, obtém meios de chantagear o país vizinho com finalidades políticas internas.

Resumo da ópera:

Geisel estava certo.

FHC foi ingênuo e incompetente (como de regra). Devia ter investido na exploração de gás no Brasil e evitado essa dependência.

Lula foi fraco (como de regra). Se tivesse batido o pé e imposto os interesses brasileiros, hoje os opositores de Morales não estariam explodindo gasodutos, pelo contrário, estariam protegendo-os.

16 de abr. de 2008

BASE ALIADA?

Apesar do histrionismo da senadora Ideli Salvatti, a Comissão de Infra-Estrutura do Senado aprovou ontem outra convocação (não convite) da ministra Dilma Roussef, para responder perguntas acerca do tal dossiê, pondo um pouco de lenha na fogueira quase apagada dos cartões corporativos.

E isso só aconteceu porque, segundo o Estadão de hoje, "...nenhum dos aliados fieis do governo acompanhava os trabalhos da comissão...".

A oposição vibra com essas coisas, porque sabe que, na teoria, a maioria folgada do governo no Congresso lhe permite impedir e adiar indefinidamente esses atos que lhe causam constrangimento.

Mas essas pequenas vitórias são um sinal claro de que na prática o governo não tem um rolo compressor parlamentar e pode ser batido em qualquer questão importante ou não, basta avaliar corretamente a estratégia.

O fato que se extrai disso tudo é que a base so é "aliada" quando se trata de partilhar cargos e benesses. Eu me pergunto, onde está a liderança, por exemplo, de José Sarney, que deveria pedir todo o cuidado (e presença) de seus pupilos nas comissões neste momento, impedindo manobras como essa que a oposição pôs em prática com sucesso?

No caso, a questão é enfraquecer Dilma e ponto final. É um ato de campanha política, um factóide puro e simples, feito para manchar a imagem dela, porque se os dados sigilosos dos governos FHC e Lula forem divulgados, causarão estragos para ambos, afinal, sabe-se que o gasto da Presidência com mordomias para a primeira familia são grandes desde tempos imemoriais.

Mas quanto mais a ministra relutar e adiar o depoimento, pior ficará sua imagem, porque deixará a impressão de esconder algo.

Dilma foi lançada candidata e agora foi atingida, e o pior de tudo, com o aval da "base aliada".

NÃO AO CHAVISMO

O Senado aprovou e o governo tratou de renovar as concessões da Rede Globo para as praças de São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Brasília e Recife, o que afasta de vez aquela especulação promovida por alguns radicalóides de que a Globo teria o mesmo fim da RCTV.

O Brasil não é a Venezuela, Lula não é como Chaves e nossas instituições, de algum modo funcionam.

A Globo pode ser ruim. Mesmo assim, é melhor ter uma imprensa assim, que uma amordaçada como a da Venezuela.

Isso só mostra que essa história de "pig" é no máximo um devaneio de pessoas afetadas por aversão a opiniões contrárias.

2 de jan. de 2008

NA SELVA, DE BOBEIRA

Dizem que de boas intenções o inferno está lotado.

Eu não duvido do senso humanitário de Hugo Chaves, presidente da Venezuela.

Mesmo sendo ditador, é sabido que ele se preocupa com as pessoas mais pobres e desassistidas, razão pela qual empreende grandes programas sociais no seu país. Por mais ditador que seja, Chaves tem muito apoio popular porque fez muita coisa boa pelas pessoas, ninguém deve esquecer disso.

Por mais que muita gente possa dizer que só faz isso como forma de manter-se no poder, há que se lembrar dos muitos ditadores que preferiram se manter no poder à força, deixando o povão se funhecar, como Batista (Cuba), Kim Jong Il (Coréia), Ceaucescu (Romênia), Idi Amin (Congo) e muitos outros.

É como eu sempre digo, não há ser humano completamente mau ou completamente bom, todos somos um misto de sentimentos e ideais.

Nesse caso dos reféns colombianos, Chaves tentou unir o útil ao agradável.

Salvaria vítimas das mãos de terroristas e sairia como um arauto da paz, fazendo propaganda positiva do seu projeto bolivariano para toda América Latina. Ele achou que sendo as FARC uma organização de linha socialista, teria diálogo aberto com elas e conseguiria capitalizar um ato de pacifismo em favor de construir sua imagem de lider continental.

Enganou-se, porque as FARC não são mais um movimento político, mas apenas e tão somente terrorista e criminoso. Fossem um movimento político, já teriam deposto as armas e estariam buscando o poder pelo meio do voto, porque a Colômbia é um país democrático e todos os seus últimos governos ofereceram trégua e anistia. São apenas bandidos travestidos de revolucionários socialistas, porque essa imagem romântica atrai simpatia entre os mais incautos.

Mas as FARC vivem do tráfico de drogas, porque hoje elas são uma consequência do combate sem tréguas que os EUA empreenderam contra os cartéis da coca nas décadas de 70, 80 e 90. Os cocaleros deixaram os cartéis e uniram-se ao movimento armado e arrisco dizer que se tiverem chance de causar problemas e cultivar coca na Venezuela, no Brasil e no resto da América Latina o farão, pouco se lixando para a ideologia do governo de cada país.

Chaves levou uma invertida. Acreditou que o discurso bolivariano sensibilizaria bandidos. Esqueceu que bandido assim não tem sensibilidade nenhuma e muito menos ideologia. Chaves agiu nesse episódio como alguns governantes brasileiros agem com os traficantes cariocas: contemporizando.

E quem dá a mão para bandidos assim, está arriscado a perder o relógio, os anéis e ter o pulso cortado. Chaves devia ter deixado a Colômbia tratar sozinha da questão, mas insistiu em dar um "cala-boca" em Uribe e acabou ficando com cara de tacho.

As FARC podem muito bem libertar os tais reféns a qualquer momento. Mas não liberaram no momento pretendido por Chaves, justamente para desautorizá-lo, mostrar que ele não tem ascendência sobre a organização e que ela faz o que bem entende.

Uribe e os demais governantes colombianos sabem o que representam as FARC, Chaves acabou de descobrir.

PS:

Leia aqui, o comentário pertinente do Cejunior sobre o mesmo assunto.

3 de dez. de 2007

ASSIM NÃO

1. ASÍ NO!

Me diga o leitor:

Você trabalha numa empresa tradicional, controlada, digamos, pelo capital espanhol.

A empresa está há décadas no seu país, emprega milhares de pessoas e paga em dia, sem contar que, por ser multinacional, paga um pouco acima da média nacional e concede alguns benefícios adicionais.

Daí, o governante do seu país, se achando injustiçado, humilhado e escorraçado pela declaração do chefe de Estado da Espanha, ameaça nacionalizar a empresa em que você e mais algumas milhares de pessoas trabalham, dependendo do resultado das eleições... espanholas!

Você continuaria a votar num governante assim se lhe for dada a chance de sufragar?

Acho que Chaves se encontrou ontem com sua arrogância. E ela lhe deu um pontapé!

2. ASSIM NÃO!

O Chaves paranaense, que atende pelo nome de Roberto, veio com o discurso de classes, dizendo que ia aumentar o IPVA em 20% porque é um imposto que afeta a quem tem carro, que por sua vez, é a parcela mais rica da população.

E pretendia aumentar também o ITCMD para as heranças acima de R$ 600 mil, que para ele, é o padrão dos "ricos".

Daí o caldo entornou, e sua "base aliada" resolveu ouvir as vozes sensatas da oposição (que fez barulho)e começou a se rebelar.

Hoje o governo recolheu a mensagem e, pelo andar dos trabalhos legislativos, os paranaenses se livraram por pelo menos um ano de mais uma tungada em seus combalidos bolsos.

Provavelmente lhe disseram: Assim não, governador!

3. ASSIM NÃO, MERCADANTE!

Assisti parte do discurso do senador Mercadante, defendendo a CPMF.

Um discurso muito bonito, em que ele falou do custo que a estabilidade econômica, trabalho de vários governantes, teve para o Brasil.

Falou que a CPMF ajuda na manutenção do superávit primário que por sua vez ajuda na queda dos juros e da dívida pública.

Mas no meio da peroração, ele saiu com uma pérola, que não foi comentada pela imprensa. Disse que a arrecadação aumentou mesmo mais que uma CPMF, mas isso é porque o crescimento econômico está aí.

Ou seja, reconheceu que o governo arrecadará em 2007 mais que uma CPMF, mas deixou claro que não abre mão dela, mesmo com o governo não precisando, porque, afinal, terá em 2007, arrecadação adicional maior que ela!

Bonito discurso, mas soou falso, porque se fosse para contribuir para a estabilidade desse modo tão bonito que ele citou, ele mesmo teria votado em favor dela, naquele tempo em que éramos governados pelos tucanos.

Mas na época ele votou contra, de modo que, hoje, o discurso soou como se o país só tivesse importância para ele a partir de 2003.

Assim não, Mercadante!

26 de nov. de 2007

A TRAGÉDIA, A FESTA E A MOBILIZAÇÃO VENEZUELANA

1. Luto.
No site da Folha de S.Paulo de hoje, há uma foto anterior à tragédia de ontem, que mostra um buraco na arquibancada da Fonte Nova, com o aço oxidado da estrutura. Veja aqui.

A Fonte Nova não é cedida de graça para o E.C.Bahia. Pelo contrário, o clube paga uma parte substancial da renda total de cada partida a título de aluguel e o que o Estado da Bahia faz? Simplesmente mantém abandonado um estádio que recebe média de 30mil pessoas por fim de semana, o que é muito mais que irresponsabilidade, é homícídio culposo puro e simples.

Não estou culpando apenas o atual governo, antes que algum petista venha dizer que estou perseguindo-os. Para chegar nesse ponto de degradação, é porque faz décadas que o estádio está abandonado, muito embora, a cada conquista do Bahia ou do Vitória os políticos estejam lá, tentando arrancar alguns créditos junto à massa torcedora daquele estado, que é a mais fanática e fiel do país.

O mais triste é saber que em pouco, dão uma garibada no estádio pagam umas quireras para as famílias das vítimas e tudo cai no esquecimento... e ninguém vai preso por matar 8 pessoas.

2. Festa.

Claro que este que vos escreve não perderia a festa da chegada dos Coxas em Curitiba ontem, após a epopéia de sábado, quando foram campeões da Série B aos 47 do segundo tempo. O aeroporto Afonso Pena é distante uns 25 km do estádio Couto Pereira. No caminho, milhares de veículos acompanhando a carreata e pessoas dos dois lados da Avenida das Torres envergando camisas, faixas e bandeiras festejando com o buzinaço. E 10 mil Coxas no estádio aguardando os campeões. Uma festa só equiparada à de 1985, quando o Coxa foi campeão brasileiro, mas ainda, segundo a velha-guarda alvi-verde, muito inferior à do tri-campeonato paranaense em 1973, quando havia Coxas esperando o time na Rodovia do Café, a 60 km da capital.




3. Mobilização Venezuelana.

Os blogueiros da Venezuela ainda lutam pela democracia morta daquele país, assassinada pelo ladrão Hugo Chaves, que agora tenta minar a política colombiana ao fazer esse jogo de cena com as FARC, usando-a de pretexto para subverter a hierarquia de comando das forças armadas colombianas, a quem pretende "dar instruções", passando por cima da autoridade do presidente Álvaro Uribe.

Bem fazem os blogueiros venezuelanos, tentando alertar seus compatriotas do fascismo de Chaves, um louco que pretende governar a América Latina inteira a ferro e fogo...e sozinho!

12 de jul. de 2007

MUNDO BOLIVARIANO

Leiam aqui, interessante artigo sobre a relação Lula-Chaves.

É, amizade com tubarão tem dessas coisas, e quem paga a conta, claro, empresas e contribuintes brasileiros.

Apagão Argentino

E piora o apagão na Argentina. Agora já há ameaça de faltar energia também para as residências de parte do país, sem contar as filas para compra de gás e demais combustíveis.

O presidente Kichner nega a existência do problema, causado pela absoluta falta de planejamento competente.

Estão vendo agora, o preço por passar a mão na cabeça de EVo Morales e acreditar que a Bolívia daria jeito por solidariedade bolivariana.

2 de jun. de 2007

O BRASIL EM TÓPICOS

1. HUGO CHAVES

Há cerca de uns 3 anos, na primeira vez em que chamei Hugo Chaves de ditador na minha coluna do Jornal RaioX, aqui de onde vivo, um amigo me mandou um e-mail indignado, dizendo que era injusto eu chamar assim alguém eleito com mais de 60% dos votos válidos naquele país.

Eu respondi para esse meu amigo, que também é militante do PT, que o tempo comprovaria minha razão.

Pois é. Meu amigo acabou por reconhecer que Chaves é ditador por desprezar a imprensa livre e as instituições, inclusive as de fora do seu país, vide o episódio com o Senado brasileiro.

Além de ditador, Chaves é ladrão e um rematado covarde. Se ele fosse corajoso como seus puxa-sacos dizem que é, ele faria esse comentário tosco contra o Senado dos EUA. Mas por ser um maricas preferiu atacar as instituições brasileiras, sabendo que alguns covardes esquerdofrênicos daqui iriam aliviar sua barra.

Se as instituições brasileiras são falhas, isso é problema nosso, não do ditador da Venezuela que buscou, com essa declaração cretina, criar um fato externo para afastar os holofotes das gigantescas manifestações de rua contra o fechamento arbitrário que promoveu contra a RCTV.

Só espero que os esquerdofrênicos nacionais prestem atenção nos fatos.

2. RENAN CALHEIROS

O Senado brasileiro não é, efetivamente, papagaio de Washington. Mas é uma confraria muito unida de amigos que já adiantaram não mexer no caso Renan Calheiros.

Acho que o presidente do Senado merece, sim, deferência e cuidados especiais no trato de acusações contra ele, mormente vindas da imprensa sem intervenção do Ministério Público. No entanto, não pode chegar ao ponto que vimos esta semana, quando o corregedor da casa, Romeu Tuma, logo após receber os documentos afirmar que está tudo bem e que não processará o acusado.

Qualquer denúncia de corrupção deve ser analisada a fundo para o próprio bem do acusado, e não pode valer a justificativa de saques em contas correntes comprovam pagamentos para a jornalista a título de pensão. Uma análise correta, deveria verificar os saques mas também a origem dos recursos e consta que isto não ficou esclarecido a contento.

Sobre esse assunto, leiam o blog Josias de Souza:

Extratos de Renan não provam repasses a jornalista



3. PAC


É impressão minha ou o Congresso está novamente paralisado em virtude das denúncias decorrentes da Operação Navalha?

Me parece que a discussão sobre o PAC ficou em segundo plano novamente...

4. O CAOS

A USP continua invadida sem que as autoridades tomem providência. Governador Serra, quando o senhor vai agir?

A UNE promove manifestações e invasões de reitorias pelo Brasil afora em solidariedade aos manifestantes da USP. A UNE virou um MST acadêmico, não tem propostas nem objetivos, limita-se a promover baderna e fazer barulho para o narcisismo de seus líderes esquerdofrênicos.

Greves de funcionalismo federal pululam por todo o lado: Universidades, INCRA e IBAMA são apenas exemplos, e o presidente Lula em Londres, assistindo partida de futebol.

Amigos,

Tive uma semana complicada em termos de trabalho e ainda por cima, fui acometido de uma gripe para piorar tudo, o que explica a falta de atualização do blog.

Obrigado pelas visitas, sinto-me lisongeado ao ver que, mesmo sem atualizações, vocês procuram ler este blog.

Abraço a todos!

17 de mai. de 2007

BLOG VENEZUELANO

"Acabo de regresar de un viaje por distintas ciudades de Venezuela y tengo la profunda sensación de vivir en un país ocupado, un país sitiado por una fuerza agresora, en este caso por los defensores de la Revolución Chavista y por su líder: Hugo Chávez".

Assim começa um post num blog de uma venezuelana corajosa em mostrar ao mundo a desgraça anti-democrática que abateu aquele país: Ana Júlia Jatar

ESTE POST É PRATICAMENTE COPIADO DO DAVID.

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...