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5 de jun. de 2017

GAZETA DO POVO: O TRISTE FIM DE UMA ERA


O tempo tem sido cruel com o jornalismo, especialmente com o impresso. Sob a desculpa dos custos de impressão e da migração dos leitores para a internet, não está se eliminando apenas a plataforma impressa, está se eliminando o texto, que vem sendo substituído por notinhas de rodapé que agradam aquela parcela de idiotas que dizem não terem tempo na vida moderna para ler um jornal, embora o percam generosamente postando fotos nas redes sociais e arranjando discussões toscas nos "posts" ainda mais toscos de gente que nem escrever mais sabe, embotada de abreviaturas, sinaizinhos e emoticons, de "tops", de "delicia", de "aí, galera" e das demais expressões de preguiça mental que que vem substituindo a comunicação que observava as regras gramaticais e o bom senso.

Sim, o meio impresso um dia vai acabar. O problema não é ele acabar, é como ele vai acabar.

Porque com os custos dos aparelhos eletrônicos de hoje em dia, um jornal pode acabar com sua edição impressa e substituí-la por um tablet, na qual o leitor verá os textos, as manchetes, as colunas e os gráficos, e inclusive boa e velha capa que resumia tudo e chamava para aquilo que o leitor tinha interesse preferencial. O que não pode é o impresso acabar e ser substituído pelas notinhas rápidas, pelos tweets e pelo assobio de mensagem que o seu telefone faz a cada vez que alguém lhe manda um recado. 

Neste 1º de junho, a centenária Gazeta do Povo deu adeus à sua edição impressa, substituindo-a por uma revista semanal ainda mais fraca e mal produzida que a edição de fim de semana, que pouco menos de 2 anos atrás substituiu a famosa edição dominical, que não raro contava com 300 páginas de informação, publicidade e classificados. O jornal veio minguando, perdendo qualidade e desaparecendo.  Até dias atrás era não mais que uma sombra do que um dia foi, agora, nem isso.

Curitiba viu desaparecerem vários jornais nos últimos anos, inclusive na aquisição pela própria empresa proprietária da Gazeta, de seus maiores concorrentes locais, o Estado e a Tribuna do Paraná. ambos já com sérios problemas operacionais. Apesar de ainda terem sobrado alguns diários, como a própria Tribuna, o Bem Paraná, o Industria e Comércio e os gratuitos Metro e Jornal do Ônibus, a impressão geral é que vão todos desaparecer, substituídos por publicações digitais cheias de blogs independentes, chamadas sensacionalistas e textos curtos, tocadas por jornalistas novatos e, claro, tão baratos quanto antenados com as tendências dos jovens que não aprendem mais o hábito da leitura com seus pais, porque não tem mais tempo para sair do Facebook ou do Instagram para ler mais que uma linha de informação.

Pense em um jornal brasileiro que, proporcionalmente à população da sua cidade, vendia mais que a Folha, o Estadão e O Globo. Pense numa edição dominical que reunia o melhor do jornalismo nacional, reproduzindo colunas de todos os grandes impressos da época. Pense em cadernos lotados de classificados de automóveis, imóveis, empregos e facilidades, que tornaram a publicação uma referência mercadológica local. Pense em segmentação bem antes da palavra estar na moda. Pense numa publicação que todo vestibulando acompanhava, porque sabia que ela era a primeira a divulgar os resultados dos concursos mais importantes da cidade.

A Gazeta do Povo tinha lá seus defeitos, um deles, estar sempre em cima do muro em qualquer questão polêmica. Mas suas muitas qualidades faziam dela um jornal inigualável que não só conseguia se destacar da concorrência renhida em Curitiba (não faz 10 anos, havia 8 grandes jornais diários em Curitiba, incluindo o O Estado do Paraná, que era o grande rival do jornal da família Cunha Pereira). A Gazeta agregava matérias do dia a dia, informava de todos os lados das disputas políticas, preservava a memória de Curitiba e do Paraná, promovia a cultura, a educação e a inteligência de modo geral. Francisco Cunha Pereira Filho, seu diretor por várias décadas, um dia declarou que queria a Gazeta sempre como um resumo do Brasil, razão pela qual buscava colunistas de jornais rivais do país, que compartilhavam suas páginas. 

Agora, será uma plataforma digital. Provavelmente terá o mesmo fim do também centenário e famoso Jornal do Brasil, que ao extinguir sua edição impressa perdeu prestígio e visibilidade, sobrando apenas as memórias de uma redação fervente, opinativa e corajosa que fazia história porque gostava do jornalismo profundo e esclarecedor. Vai acabar uma página cheia de chamadas para textos curtos e rápidos de ler, compartilháveis nas redes sociais para que um monte de outras pessoas leiam apenas a manchete. 

Talvez seja o resumo do novo jornalismo que a internet de um país onde os jovens odeiam ler gestou na marra, dentro dos gabinetes e rapazes imberbes e recém-formados, que concebem todos os dias algum monstrengo sem alma sob a desculpa de que a internet vai substituir tudo e todos... talvez até seus próprios empregos.






27 de set. de 2010

UMA DITADURA DA MÍDIA?

Ditadores não são muito criativos.

Quando eles querem impedir alguém ou algo de expressar uma idéia ou praticar certos atos, simplesmente proíbem e colocam as armas nas ruas. Não dão espaço para argumentação, não discutem liberdade de ninguém, simplesmente à violam e perguntam se quem sentiu-se prejudicado vai encarar.

Quando ditadores sentem-se ofendidos com algo, eles simplesmente eliminam esse algo e tocam para a próxima maldade.

Um leitor meu perguntou aqui no blog se o Brasil não estaria se encaminhando para uma ditadura da mídia.

Mas, que ditadura seria essa que garante a livre discussão de idéias e que noticia as críticas contrárias? Que ditadura poderia ser assim, sujeitando-se ao Judiciário se mentir ou prejudicar? Que ditadura é essa onde vários órgãos competem entre si por leitores, ouvintes e espectadores, sabendo que ditadores gostam de ser o centro das atenções, onipresentes e sem sombras à sua volta? Que ditadura é esta, que noticia mesmo as reclamações contra ela mesma, de um presidente popular, poderoso e transferidor de votos e capital político?

Um ditador não promoveria seu suposto "inimigo". Não lhe daria publicidade. Um ditador sequer deixaria o inimigo protestar contra ele e ainda não daria espaço para noticiar isso.

A mídia brasileira pode ser ruim. Ela pode ser de propriedade de 6 ou 7 famílias. Ela pode ter partido (mas quem não tem?). Eventualmente, o excesso de cobertura sobre algum fato gera, sim, a condenação sumária de alguém ou algo na opinião pública, mas não podemos esquecer que, quando ela age assim, é porque a própria opinião pública pede, caso contrário, programas sensacionalistas não teriam audiência, como jornais de imprensa marrom não teriam leitores.

Ou seja, a mídia também é reflexo do povo, o mesmo que não acompanha o julgamento de casos de corrupção mas faz verdadeiras festas com direito e foguetório e linguiçada na lage quando assassinos são condenados, vide o caso Nardoni.

E se ela reflete o povo, então não têm pendores ditatoriais e mais que isso, não têm instrumentos ditatoriais que a possibilitem intervir no processo político de modo a moldá-lo às suas vontades, como fazem os ditadores. A mídia pode ser poderosa mas ela não tem tropas, nem votos, nem uma prosaica caneta que em conjunto com um diário oficial possa gerar restrições de qualquer ordem contra quem quer que seja. Se ela noticia algo, mesmo que insistentemente, isso não retira a possibilidade de defesa de ninguém e não impede o jogo democrático.

Lê, ouve ou assiste a imprensa no Brasil quem quer. O cidadão que se acha incomodado pelo fato da imprensa criticar o governo Lula ou o próprio presidente faz uma escolha: em quem ele quer acreditar?

Se ele entende que o presidente tem razão, simplesmente não lê, não ouve, não assiste ou, ainda melhor, escolhe meios de informação que entenda mais próximos das opiniões do chefe de estado. Mas se ele achar que há alguma coisa errada, vai se informar de alguma maneira.

Escândalos no Brasil acontecem todas as semanas, independentemente de quem seja o governante. O governo Lula não é mais ou menos corrupto que os que o antecederam, nem o presidente é o primeiro, nem será o último, a sentir-se perseguido pelo fato da imprensa expor a podridão que afeta o Estado brasileiro, onde estima-se que 60 bilhões de reais por ano são perdidos na corrupção epidêmica, nas trocas de favores, nas contratações de parentes incompetentes em todas as esferas governamentais.

Acredita na mídia quem quer. Quando o presidente Lula reclama do tratamento que é dado ao seu governo, esquece que é o tratamento que é dado a todos os governos brasileiros pela mídia. Afinal, escândalos levaram Fernando Collor à cassação e a impopularidade de Fernando Henrique Cardoso não veio do nada, mas de um conjunto de insatisfação popular a partir de dados concretos que foram noticiados pela mídia, inclusive escândalos de corrupção.

Não vivemos um ditadura da mídia. Vivemos sim, um processo político personalista demais, onde os atores não admitem seus erros de atuação, de julgamento e de moral, e quando digo isso não me refiro somente ao presidente Lula, mas à toda classe política, porque dá para contar nos dedos os políticos brasileiros que aceitam críticas e que não se fazem de vítimas quando pegos em atos falhos, sempre apelando para a tese da perseguição política.

Ditadores não perseguem, ditadores matam. E que eu lembre, mesmo com todo o bombardeiro da mídia, muita gente envolvida direta ou indiretamente em escândalos de corrupção ainda detém mandatos e se candidata, a mídia pode até tê-los atrapalhado, mas não os matou.

21 de set. de 2010

IMPRENSA IMPARCIAL É MITO

Imprensa escrita e mesmo site ou blog independe de concessão pública.

Indivíduo resolve criar uma publicação. Ele não é obrigado, pela Constituição Federal, a ser imparcial no que escreve, pois sujeita-se às leis como qualquer pessoa. Se mentir e gerar difamação, se escrever e caluniar, é crime e cabe ação penal cabível. Se as coisas forem resolvidas na esfera cível, é dano moral, indenização decorrente de responsabilidade civil.

TV(s) e rádios, por serem concessões, precisam observar um princípio de isonomia de tratamento, mas não são obrigadas à imparcialidade plena, até porque esta é impossivel. Paulo Francis bem disse certa feita, com a a propriedade de quem era vivido na profissão, em ditadura e em democracia, que em jornalismo "tudo é versão"(*). E é mesmo, porque não existe versão imparcial, no mínimo ela carrega a visão subjetiva de quem a expressou.

Eu tenho visto um monte de gente acusar a Folha, o Estadão e VEJA de serem parciais.

E são mesmo, porque isso é um direito que seus proprietários possuem, o mesmo exercido por Carta Capital, Caros Amigos, Voz Operária, HoraH, etc...

Mas o engraçado é que, eles debulham em denúncias o governador DEM do Distrito Federal isso não repercute, mas quando a coisa é contra aloprados do governo Lula aparece gente falando de parcialidade, sem contar as cassandras que defendem censura, como aquele ex-ministro que andou dizendo que existe liberdade de imprensa em demasia no país.

Lembro bem da campanha presidencial de 1989. Um dia eu estava numa aula de educação física e um colega meu, petista, chegou com um sorriso de orelha a orelha mostrando um exemplar da Folha que denunciava irregularidades do governo estadual de Fernando Collor, o então candidato das elites, hoje aliado do Partido dos Trabalhadores.

Meu colega não falou em parcialidade da Folha que, por sinal, bateu em Collor a campanha inteira e sem dó. Ele só elogiava o jornal como uma espécie de ícone da democratização, pois ele e seus colegas de PT não viam nada demais em esmiuçar os desvios éticos do candidato e das pessoas à volta dele no governo de Alagoas.

Nada mudou de lá para cá, não é porque estamos em campanha que não se pode tratar das irregularidades visíveis na Casa Civil. Se há exageros eleitoreiros, e nisso eu concordo, há, então que se tomem as medidas legais cabíveis. Se VEJA acusa a ex-ministra Dilma de algo sem provas, processo na revista e fim de papo!

Mas um coisa é e precisa continuar invariável: quem entra para a vida pública, quem empreende negócios com o Estado abre mão de sua privacidade plena em favor do interesse maior da sociedade em fiscalizar o que se faz com o dinheiro dos tributos. A pessoa que entra para a vida pública, seja como funcionária lotada em cargo de confiança em município, seja o Presidente da República, seja um ministro ou governador de estado tem que entender que sua privacidade é drasticamente diminuída ao aceitar a posição, e que vai ter de sujeitar-se às críticas, mesmo injustas, mesmo parciais em razão de sua ligação com o Estado.

O que não vale é defender que quando a coisa é contra si, censure-se a notícia e a opinião. Imprensa imparcial é mito, basta olhar a atuação de órgãos públicos de comunicação como a TV Brasil ou a Paraná Educativa aqui do meu estado para comprovar que nem mesmo os órgãos controlados pelos governos conseguem chegar nem perto da imparcialidade.



(*) Leia TRINTA ANOS ESTA NOITE, de autoria dele.

12 de nov. de 2009

APAGÃO ONDE NINGUÉM ERRA

O governo do PT reclama da imprensa, mas esquece que ela lhe foi conveniente quando ocorreram os apagões no governo anterior.

Os grandes jornais chegaram a publicar cadernos especiais de 12 páginas sobre o assunto e o PT soube capitalizar o fato naquela época em que a imprensa livre era para o partido um bastião da democracia.

Mas agora não quer assumir o ônus de um problema infinitamente menor, sustentando a tese genérica e batida da "perseguição".

A imprensa séria sempre está à serviço da oposição, seja ela do PT, seja do PSDB, seja de qualquer pessoa que assuma a tarefa de fazer contraponto a um governo em qualquer lugar do planeta. Não se faz imprensa apenas para elogiar governos, isso é coisa de "press release", de assessor de imagem e de ditadura, e na mesma toada, matéria crítica sempre repercute muito mais que elogio, até pela natureza humana.

O curioso é que no Brasil politico nenhum assume a responsabilidade por coisa alguma. Todo mundo é perfeito. Ou a culpa é sempre de terceiros ou é a imprensa que faz tempestade em copo d'água.

Mas um governante assumir que falhou, isso não existe, parece que o voto lhe defere infalibilidade. Uma vez eleito não se erra mais, não se fazem escolhas equivocadas.

O político brasileiro de todas as tendências ideológicas, uma vez no poder, simplesmente esquece que é humano, não admite que erra, não aceita que alguém diga que errou.

Não existe sistema de infra-estrutura perfeito e isento de problemas. E o governo federal, na qualidade de regulador que é, é responsável sim pelo apagão, de tal modo que parece empurra-empurra chamar o presidente de Itaipú à Brasília e ficar atribuindo ao mal tempo ou aos raios o colapso parcial de um sistema essencial num país de governo alardeamente desenvolvimentista, e mais do que isso, sujeito à enorme repercussão em face da escolha para sediar uma copa do mundo e uma olimpíada.

Os governantes brasileiros, e isso não é apenas para os atuais e os imediatamente anteriores, deveriam aprender que uma vez assumindo a função passam a se vidraça, sujeita às pedras de granizo. E como o Estado brasileiro tem a mania de tudo regulamentar e de para tudo cobrar taxas e impostos, deveriam entender que são sempre responsáveis por qualquer mínimo problema, não adiantado alegar perseguição, porque isso é choradeira de quem se elege, mas não assume o ônus da função pública.

Pior que o apagão elétrico é o apagão do bom senso que acomete este e quase todos os governos brasileiros.

22 de abr. de 2009

CATASTROFISMO


Os jornais de hoje alardeiam que o FMI prevê uma retração econômica 1,3% para o Brasil em 2008, com provável recuperação em 2010, com um crescimento em torno de 2,2%.

Sinceramente, acho isso apenas um exercício de achismo.

Que eu lembre, sempre que o FMI fez previsões sobre a economia brasileira, errou feio. Aliás, quando interveio em nossa economia, determinou medidas de contenção de gastos públicos e efetivação de superávits dizendo que a economia teria recuperação.

E a economia brasileira, enquanto esteve sob o jugo do FMI, apenas patinava, e os números previstos pela instituição só serviam para justificar mais arroxo fiscal, mais aumentos de impostos e, em última instância, mais recessão.

O Estado brasileiro, ainda precisa de ajuste fiscal, mas o que se constatou é que o conserto disso é sempre mais rápido quanto melhores os resultados de crescimento econômico. Apostar em recessão e arroxo para melhorar contas públicas é uma imbecilidade cruel com as pessoas que não vivem em função de números divulgados por instituições financeiras.

Esse achismo do FMI me dá essa nítida impressão - estão apostando em arroxo e recessão para dizer que o Brasil deve se conformar com retração econômica, mas sem prejudicar o superávit primário e de preferência, manter os juros nas alturas!

Daí levantam dados sabe Deus de onde e comparam a economia brasileira com a americana, onde os bancões quase quebraram numa hecatombe financeira, para dizer que na China está tudo bem, mas no Brasil o bicho vai pegar.

Que o Brasil não vai crescer este ano, até não duvido, mas daí a dizer que vai retrair, mesmo com o governo abrindo mão de receita tributária e drenando recursos para programas sociais que por sua vez alavancam a economia, duvido!

Não sou esquerdofrênico a gritar contra o imperialismo yankee por meio do FMI. Isso é cretinice. Mas dá-se muita publicidade para previsões catastrofistas como estas, que sempre prevém um quadro mais devastador que a previsão anterior, feita poucos dias ou meses antes.

Aliás, esse é o tipo de jogo que especulador adora! Especulador adora números díspares, previsões catastrofistas ou ufanistas demais, de preferência em sequencia. Os garotos que operam pregões nas bolsas de valores dão pulos de alegria ao saber que o pregão de hoje terá uma queda histórica e o de amanhã, uma alta compensando tudo, baesada em alguma contra-informação alardeada pelos jornais.

O FMI devia se preocupar mais em prover programas de ajuda efetiva para países em dificuldades, e menos em fazer previsões e achismos como estes. E a imprensa (e não só a brasileira) deveria deixar mais claro que previsão não é realidade.

18 de set. de 2008

PERGUNTA... ANTES DE OUTRA TRAGÉDIA

O fato de um problema desaparecer da mídia, não significa que ele acabou.

A extraordinária sucessão de escândalos que se produz no Brasil, faz com que muitos assuntos sérios sejam deixados de lado, porque a mídia se concentra no que dá audiência imediata e porque quase todos os problemas envolvem a classe política que por sua vez, quer mais é ter sua relação com eles esquecida.

Do início de 2008 até agora, a mídia concentrou-se em fatos dos mais diversos, abusando em todos eles do excesso de informação inútil: O caso Nardoni, os cartões corporativos, o Daniel Dantas, o fracasso nas Olimpíadas, a operação Satiagraha, os grampos telefônicos, os fichas-sujas, etc...

O que há de comum em todos eles?

Nenhum, absolutamente nenhum problema ou polêmica que eles encerram teve solução.

Nem o crime do caso Nardoni. Muito menos o fato de que os fichas-sujas podem se candidatar, mas nenhuma autoridade faz absolutamente nada de relevante para que isso chegue de modo claro ao eleitor. Daniel Dantas continua livre. Os grampos telefônicos viraram piada. A operação Satiagraha continua envolta em nuvens que certamente serão a salvação dos envolvidos. Os cartões corporativos ficaram por isso mesmo. E até hoje ninguém sabe o que foi feito do caminhão de dinheiro que o Comitê Olímpico Brasileiro recebeu para mandar amarelões passearem pelo mundo afora se dizendo atletas.

Todos esses casos foram substituídos pelo escândalo posterior da lista e esquecidos, renegados a notas de rodapé e piadinhas que circulam por e-mail. Todos têm implicações sociais graves.

Eu escrevi tudo isso aí em cima, para perguntar:

O que foi feito para solucionar o problema do tráfego aéreo?

Os dois acidentes trágicos que mataram centenas de pessoas foram esquecidos, e do mesmo modo, parece que o caos aéreo também.

O Fantástico de domingo relatou choques de aeronaves na região amazônica. O aeroporto de Congonhas continua sobrecarregado. O governador do Rio de Janeiro declarou em alto e bom som que o aeroporto Tom Jobim é péssimo e precisa ser privatizado. Também se falou que o número de ocorrências relatadas de situações de risco aéreo diminuiu drasticamente porque a atividade dos pilotos foi criminalizada, eles não relatam os casos com medo de serem responsabilizados por sua quase ocorrência.

Mas tudo noticiado de modo tímido e contido, basicamente porque não houve vítimas.

Se constatarmos que boa parte do caos aéreo guarda relação com o abandono das forças armadas (boa parte dos controladores é de militares e operações na Amazônia dependem sempre da FAB e do Exército) e constatando que o governo empurra com a barriga o reequipamento e reorganização delas, ao mesmo tempo em que não vemos obras em aeroporto nenhum e muito menos algum tipo de plano acelerado para construção de outros, temos mais é que rezar antes de pegar algum avião.

O acidente em Congonhas aconteceu num vôo em que eu poderia estar presente em determinada época da minha vida, o que me deixou muito abalado. Foi o suficiente para um "petralha" toupeira dizer que eu fazia campanha anti-Lula me alimentando dos restos mortais das vítimas.

Só que naquela ocasião, o país vivia a exata mesma letargia de hoje, posterior ao primeiro acidente grave, com o avião da Gol, sobre a selva amazônica. A exuberância da economia ofuscava problemas comezinhos, e um dia, os problemas comezinhos viraram uma tragédia.

Estamos esperando outro acidente para novamente discutir a questão de modo efetivo?

O senhor Nelson Jobim chegou ao Ministério da Defesa botando banca e distribuindo cala-bocas. Virou estrela midiática naqueles dias em que o país estava hipnotizado pela tragédia de Congonhas, mas seu fogo foi de apagando e passados pouco mais de doze meses, pouco foi feito para resolver o caos nos aeroportos e nada, absolutamente nada foi feito para atacar a seríssima questão material das forças armadas.

Enfim, o problema desapareceu da mídia, mas não acabou e não adianta dizer que em Congonhas a culpa não foi da pista, porque em matéria de aviação, todo o cuidado, público ou privado, é pouco.

O presidente Lula não teve culpa em nenhum desses acidentes... mas esses acidentes impõem ao governo dele medidas drásticas e efetivas, e sinceramente, não as tenho notado.

Leia no Blog do Vinna.

15 de ago. de 2008

IMPRENSA ESPORTIVA JERERECA

Jade Barbosa, assediada pela imprensa por ser jovem, bonita e ter ótimos resultados no circuito internacional de ginástica artística, quando chegou a Pequim assustou-se com o assédio dos repórteres e foi às lágrimas, tamanha o nervosismo causado pela pressão que lhe impõem.

Ontem, numa final em que deveria disputar medalha, de tão nervosa errou feio e caiu duas vezes. Justamente ela, que em competições normais faz apresentações competentes e sempre se classifica entre as primeiras na categoria.

E seu desempenho no torneio por equipes também foi prejudicado, apesar de que, nos dois casos, o Brasil alcançou a melhor posição de sua história.

E todas as vezes que vejo entrevistá-la é invariável, perguntam como será a luta pela medalha, se tem chance de medalha e alguns até lembram a ela dos ótimos resultados no circuito internacional, que a qualificam a ganhar medalha.

Uma pressão injusta e imoral sobre uma menina de 16 anos. Tratam ela, que recebe uma ajuda de custo de fome e treina longe da família a maior parte do tempo, como tratam o Ronaldinho Gaúcho, que quase aos 30 anos de idade, ganha milhões, é conhecido mundialmente e vive como super-astro.

Com esse tipo de atitude tentando criar uma heroína, não há como não prejudicar o desempenho dela.

A imprensa brasileira me enoja quando o assunto é cobertura esportiva.

Nas TV(s) brasileiras, é quase impossível assistir competições dos circuitos regulares de judô, natação, ginástica e atletismo. Liga-se os canais e é possível assistir um esporte de naendertais como o vale tudo, e também coisas que pouco nos dizem respeito, como o basquete da NBA, o hóckei na NFH, o futebol universitários dos EUA e os campeonatos de futebol de quase todos os países da Europa.

Mas os atletas olímpicos brasileiros a gente só vê se o evento custou baratinho para alguma emissora por assinatura.

Afora também essa necessidade premente e indecifrável de construir heróis, enchem linguiça com bobagens como "as musas" dos jogos X ou "a musa" do campeonato Y, sem contar a proteção visível que a imprensa nacional dá aos clubes de futebol do eixo Rio-SP, além de convidar atletas bonitas a posar nuas para as revistas preferidas dos idiotas, naquela linha de que pouco importa seu desempenho esportivo, desde que mostre as carnes para os babacas se divertirem.

Faço minhas as palavras do Cejunior, no meu primeiro post sobre esse assunto, no inicio desta semana:

Aliás, meu caro Fábio, não está na hora dessa imprensa ufanista começar a cobrar do governo mais apoio, ou melhor, uma política séria para os esportes ?
Ou será que fizeram o ministério dos esportes só para cuidar de loteria ?


É bem isso. A mesma imprensa que tenta criar heróis medalhistas na marra, não explica o que aconteceu com o super-faturamento dos Jogos Pan-Americanos, e pouco divulga a quantidade enorme de dinheiro que se joga fora a cada vez que o Rio de Janeiro se candidata a ser sede de olimpíada.

Se cobrasse mais e todo esse dinheiro torrado para fazer a alegria dos políticos fosse carreado para apoiar nossos atletas olímpicos, certamente o Brasil já seria uma potência esportiva.

Mas a imprensa brasileira prefere viver de escândalos passageiros, "musas", mulheres peladas e nhé-nhé-nhé de torcedores. É mais fácil tirar a roupa de atletas, que dar apoio esportivo... É óbvio que a imprensa não é responsável pelos maus resultados, mas ela contribui para eles na exata medida em que não sabe cobrá-los.

14 de ago. de 2008

AS OBVIEDADES NOSSAS DE CADA DIA

Atriz de 5a. categoria posa nua para a revista oficial dos idiotas, empunhando um rosário.

É óbvio que fez de caso pensado para se promover com a indignação dos cristãos, a minha, inclusive.

É um golpe que já está manjado. Não vai demorar, as revistas de fofocas sairão chamando-a de coitadinha perseguida pelos religiosos, mas a bobagem ela fez, e sabia muito bem que ia ofender pessoas.

Falou mais alto a comissão por exemplar da revista em banca, que o bom senso de não atacar a crença das pessoas.

Não sou puritano, quer posar nua e ganhar dinheiro com isso, não tem problema. Mas não brinque com valores sérios, muita gente tem na religião um alento para as vicissitudes da vida, não é justo que a ganância dela ofenda a fé alheia.

Mas o fato é que vai se dizer arrependida e dizer que era apenas uma manifestação artística, mesmo ganhando uns quebrados adicionais com a venda de mais revistas em razão da polêmica.

E a mesma coisa acontece com a Cristiane F. Se um dia ela deixou de se drogar, coisa em que eu não acredito, não voltou agora, mas simplesmente inventou ou divulgou a história para aumentar a venda do livro famoso que, segundo consta, lhe paga bons dividendos e direitos de imagem.

Numa dessas, fatura uns quebrados adicionais com um novo livro e melhora a qualidade da erva que consome.

10 de ago. de 2008

SER CAMPEÃO DO MUNDO NÃO É GARANTIA DE MEDALHA OLÍMPICA

Quem viu a ginasta Jade Barbosa chegar a Pequim e ser assediada pela imprensa de um tal modo que chegou às lágrimas, constatou um ufanismo que beira a patologia, especialmente no que diz respeito aos órgãos ligados às Organizações Globo,embora não exclusividade deles.

É verdade que o Brasil enviou a melhor delegação de sua história, com campeões mundiais na ginástica artística e no judô, afora uma série de outros atletas com ótimos resultados nos circuitos de vários esportes, sem contar as consagradas seleções de futebol (masculino e feminino) e voleibol (idem).

A delegação brasileira comprova que mesmo com toda a negligência das autoridades e falta de apoio da sociedade, o esporte no país evolui, dada a dedicação de pessoas que só são lembradas ou nos Jogos Pan-Americanos ou nas olimpíadas, conseguindo resultados importantíssimos e títulos mundiais que elevam o nível das competições e melhoram de modo geral os resultados de nossos atletas.

Porém, em uma boa parte dos esportes olímpicos, o título mundial é importante, mas não é o topo de uma carreira.

Ao contrário do que acontece no futebol, onde a Copa do Mundo representa o máximo que um atleta pode almejar, ou ainda no basquete, onde o topo é um título da NBA, nos demais esportes olímpicos o topo é a olímpíada.

E nela, os atletas dos países mais desenvolvidos no esporte dão tudo, pois toda sua preparação é para aquele momento, enquanto que, no Brasil e em países ainda em desenvolvimento esportivo, a preparação é para cada evento, visando evolução de técnicas e de treinamentos.

O que quero dizer com isso é que essa pressão imensa sobre nossos atletas olímpicos é despropositada.

Querem transformá-los em heróis e quem sabe em vedetes da publicidade, mas esquecem de lembrar que uma olimpíada é uma competição dos melhores entre os melhores, e daí, o que parece ser incentivo descamba para um processo de decepção coletiva que atrasa o nosso esporte.

Um atleta precisa demais de concentração, mas essa é muito difícil de obter quando a cada entrevista vem uma cobrança intrínseca da imprensa, que se por um lado representa os anseios vardadeiros do país, por outro, gera um desconforto por aumentar a responsabilidade em caso de derrota nas quadras.

Esta noite, o judoca João Derly, bi-campeão mundial perdeu as chances de medalha.

Ele é mau atleta?

Não, ele é um ÓTIMO atleta, uma daquelas pessoas que devia ser ídolo no Brasil. É dedicado, técnico e com resultados espetaculares na carreira, mas sobre ele eu ouvi ontem pelo menos 3 comentários de que traria medalha, quando as coisas não são tão simples assim.

E a mesma pressão é imposta à Jade Barbosa, ao Diego Hipólyto, às garotas do volei de praia e a outros tantos.

Uma parte da mídia quer criar heróis, e se esquece que na China e nos EUA, uma delegação olímpica é orçada em bilhões de dólares em patrocínios e ajudas oficiais, além de equipamentos de treinamento e centros de excelência. E que tudo isso converge para a olimpíada.

Seria muito bom se o Brasil tivesse vários Pelés, vários Ayrton Senna ou Nelson Piquet, muitos Ronaldinhos e Gugas, ou ainda mais atletas espetaculares como Hortência, Paula e Marta, Oscar, Gustavo Borges, Aurélio Miguel, João do Pulo, Joaquim Cruz e Ademar Ferreira da Silva.

Mas a realidade não é essa. Não podemos criar na marra centenas de super-astros do esporte, como a imprensa brasileira busca fazer a cada 4 anos. Melhor seria o incentivo menos impositivo, os resultados certamente melhorariam.

O Brasil precisa aprender a criar e valorizar atletas, e não em transformá-los em heróis.

16 de abr. de 2008

BASE ALIADA?

Apesar do histrionismo da senadora Ideli Salvatti, a Comissão de Infra-Estrutura do Senado aprovou ontem outra convocação (não convite) da ministra Dilma Roussef, para responder perguntas acerca do tal dossiê, pondo um pouco de lenha na fogueira quase apagada dos cartões corporativos.

E isso só aconteceu porque, segundo o Estadão de hoje, "...nenhum dos aliados fieis do governo acompanhava os trabalhos da comissão...".

A oposição vibra com essas coisas, porque sabe que, na teoria, a maioria folgada do governo no Congresso lhe permite impedir e adiar indefinidamente esses atos que lhe causam constrangimento.

Mas essas pequenas vitórias são um sinal claro de que na prática o governo não tem um rolo compressor parlamentar e pode ser batido em qualquer questão importante ou não, basta avaliar corretamente a estratégia.

O fato que se extrai disso tudo é que a base so é "aliada" quando se trata de partilhar cargos e benesses. Eu me pergunto, onde está a liderança, por exemplo, de José Sarney, que deveria pedir todo o cuidado (e presença) de seus pupilos nas comissões neste momento, impedindo manobras como essa que a oposição pôs em prática com sucesso?

No caso, a questão é enfraquecer Dilma e ponto final. É um ato de campanha política, um factóide puro e simples, feito para manchar a imagem dela, porque se os dados sigilosos dos governos FHC e Lula forem divulgados, causarão estragos para ambos, afinal, sabe-se que o gasto da Presidência com mordomias para a primeira familia são grandes desde tempos imemoriais.

Mas quanto mais a ministra relutar e adiar o depoimento, pior ficará sua imagem, porque deixará a impressão de esconder algo.

Dilma foi lançada candidata e agora foi atingida, e o pior de tudo, com o aval da "base aliada".

NÃO AO CHAVISMO

O Senado aprovou e o governo tratou de renovar as concessões da Rede Globo para as praças de São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Brasília e Recife, o que afasta de vez aquela especulação promovida por alguns radicalóides de que a Globo teria o mesmo fim da RCTV.

O Brasil não é a Venezuela, Lula não é como Chaves e nossas instituições, de algum modo funcionam.

A Globo pode ser ruim. Mesmo assim, é melhor ter uma imprensa assim, que uma amordaçada como a da Venezuela.

Isso só mostra que essa história de "pig" é no máximo um devaneio de pessoas afetadas por aversão a opiniões contrárias.

4 de fev. de 2008

UMA SÍNTESE DO CARNAVAL


"Não vi nada de carnaval esse ano. Minto. Vi 5 minutos de um desfile da, creio eu, Acadêmicos do Tucuruvi, cujo enredo versava sobre o sorvete. Duas escolas elegeram sorvete como tema. Junte a falência do axé, pense nesses temas, lembre o carro do Holocausto que foi sabiamente proibido de sair na avenida, a invasão de banners com propagandas de cerveja no Galo da madrugada em Recife e quem sabe não tenhamos dados suficiente para afirmar que o carnaval, a mais espetacular manifestação popular do planeta, saiu dos trilhos, perdeu o rumo, vendeu-se".


Leia aqui, a matéria completa, coluna de Márcio Alemão, no Terra Magazine.

7 de ago. de 2007

COLUNA DO GILBERTO DIMENSTEIN

Não gosto do Gilberto Dimenstein, que sempre me pareceu alguém um tanto quanto alheio à realidade que nos cerca. Porém, hoje, na sua coluna da Folha de S. Paulo, ele expressou exatamente o que eu penso sobre esse assunto, razão pela qual eu reproduzo aqui:

07/08/2007
VOCÊ NÃO CANSOU?
da Folha Online


Não consegui entender direito o clima um tanto histérico, nutrido pelo governo, contra o movimento batizado de "Cansei", apontado como um núcleo conspiratório; outros viram ali uma reação ideológica conservadora como se o governo Lula não tivesse apoio entre setores da chamada "direita".

Alguns se incomodam com o fato de gente mais rica protestar como se todos, numa democracia, não tivessem o direito legítimo de protestar. É um direito não correr risco voando num avião.

Talvez, quem sabe, aquele movimento se converta em algo como maior consistência (inclusive conspiratória, com o olho na sucessão presidencial). Mas, por enquanto, o "Cansei" padece de um problema: o cansaço. Não propôs nada de concreto, rigorosamente, apenas a irritação --e, por isso, o cansaço é estéril.

Mas quem não cansou de ver um país com tantas possibilidades, com tantos recursos, sofrendo com tanta pobreza e violência? Quem não se cansou de ver tanto dinheiro público desperdiçado e sermos obrigados a pagar tanto imposto?

O que seria injusto é culpar apenas Lula, mas também seria injusto isentá-lo de parte da responsabilidade, pois seu governo vem investindo menos do que poderia em obras de infra-estrutura, torrando dinheiro com funcionalismo.

Não é possível ser um brasileiro com um mínimo de responsabilidade sem estar cansado da diferença entre o que somos e o que poderíamos ser, devido à crônica incompetência pública.

PS: Para mim, o problema desse movimento é justamente o que o GD disse: não tem proposta nenhuma e tenta parecer não político. Deveria ser político, sim! Essa hipocrisia é que incomoda e que confunde as pessoas. Muita gente não apóia, porque acha que é apenas mais uma nuvem de fumaça criada pelo próprio governo ou pelos políticos safados para tirarem o foco de si. Não sendo político, é estéril... por isso que concordo com o GD, apesar de não gostar dele.

PS2: Além de petralha e bolivariano, o leitor que se autodenomina "verme" é analfabeto. Imaginem os leitores que ele interpretou o texto acima e disse que eu se não concordo com o GD é porque sou direitista mesmo. Simplesmente não entendeu o que eu escrevi antes de reproduzir o texto do GD. É burro mesmo...

6 de ago. de 2007

O BRASIL EM TÓPICOS

1. A "MILITÂNCIA" DO GOVERNO

Recebi ontem o e-mail desaforado de um analfabeto desses que se diz "esquerdista", mas em verdade é bolivariano e, portanto, desonesto, burro e lotado em cargo de comissão onde recebe sem trabalhar.

Segundo ele, o Datafolha atesta a enorme popularidade do presidente Lula, e que é inútil que os "direitistas" de plantão o ataquem e coisa e tal, ou o critiquem por conta do caos em que a imobilidade do governo deixou o setor aéreo, mesmo tendo o então candidato Lula avisado ainda em 2002, na campanha, que isso podia acontecer.

Só me pergunto onde está a lógica dessa gente?

Até semana passada, a Folha de S.Paulo e consequentemente o Datafolha que é de sua propriedade, era um órgão golpista da elite branca, a mentir sobre o acidente da TAM para prejudicar o governo Lula. Ontem, para eles, virou um órgão com credibilidade.

É caso de não entender como funciona a imprensa livre mesmo... e de falta de neurônios na cabeça!

A pesquisa apenas mostrou o óbvio, mas partiu de um órgão da "elite branca" e foi registrada por todos os grandes órgãos de imprensa, o que é sintomático de que esta mesma imprensa não mente como os "esquerdistas" vivem a choramingar. A imprensa diz a verdade, são eles que não a aceitam quando é desfavorável aos seus interesses mesquinhos... Hugo Chaves faz escola entre os desonestos!

Mas eu pergunto para os "bolivarianos":

A Folha tem ou não tem credibilidade?
A Folha mente ou não mente?

2. MARICAS BOLIVARIANO

Bem dito que o covarde comentarista não deixou link de retorno ou e-mail, embora tenha mentido, usando o nome de um blog de um leitor meu para se "identificar".

COVARDE! Sem contar que me ameaçou de agressão física, como se eu tivesse medo de um maricas bolivariano como ele.

3. POR QUE NÃO FUNCIONA?

Olhem esta matéria da Agência Estado e tirem suas próprias conclusões:
Contratações sem Concurso Incham a Infraero.

4. PASSEATA

Teve pouca gente na passeata aqui em Curitiba.

Gritou "Fora Lula!", tal qual os "esquerdistas" gritavam o "Fora FHC!" anos atrás. A diferença é que os petistas gritavam isso e não se importavam se a imprensa noticiasse. Agora, se a imprensa noticia é venal e da elite branca.

Mas eles foram lá e protestaram pacificamente, ao contrário do que fazem os "esquerdistas", como os palermas que promoveram quebra-quebra na visita do presidente dos EUA, ou os movimentos de sem terra que invadiram o Congresso Nacional.

Deixo uma foto:



PS: Ao insolente "esquerdista" mal-educado que visita meu blog, deixo esse texto do Clóvis Rossi, que deixa escancarada a incapacidade de gente como ele:

Um caso para o Procon

Os quadros petistas, com isoladas exceções, continuam se rotulando de "esquerda", como alguns o estão fazendo nessa discussão indireta com o "Cansei".
Bom, vejamos o que disse dessa gente o guru máximo, Luiz Inácio Lula da Silva, em dezembro passado: "Se você conhecer uma pessoa muito idosa esquerdista, é porque ela tem problemas".

Como quase todos os líderes petistas, bem como seus bajuladores na mídia e na academia, já têm uma certa idade, só cabe uma de duas possibilidades: ou "têm problemas" ou são uma fraude.

Fico com a segunda hipótese.

Mesmo quem "tem problemas" há de reconhecer que a esquerda não manda no governo, até porque Lula só vê "problemas" em quem, com a idade, não sai da esquerda.

Duas das três principais políticas macroeconômicas, a monetária (juros) e a cambial, são executadas por Henrique Meirelles, que não "tem problemas" em ser de direita. A menos, é claro, que o PT o considere "o banqueiro do povo". Ridículo, mas possível na facção descerebrada do lulo-petismo.

A terceira política, a fiscal, é imposta pelos mercados (não os "mercados populares", mas os financeiros). São de esquerda?

Sempre haverá, entre os descerebrados, os que dirão que as bolsas-esmola são de esquerda. Não passam da aplicação prática da frase de Maria Antonieta: "Não tem pão, comam brioche". No Brasil-2007, fica assim: não tem emprego, não tem instrução, não tem como sobreviver pelos próprios meios, comam bolsa-esmola. Nada contra, aliás.

Melhor brioche que fome, óbvio.

Mas vamos parar de usar rótulos fraudulentos para pessoas e partidos. O rótulo "esquerda" hoje aplica-se ao PSOL, entre os partidos representados no Congresso. O do PT está com o prazo de validade vencido há pelo menos quatro anos e meio. Procon nele.

CLÓVIS ROSSI

28 de mai. de 2007

O BRASIL EM TÓPICOS

1. RENAN CALHEIROS

Como era de se esperar, o presidente do Senado saiu pela tangente e disse que as denúncias da revista Veja são mera invasão de privacidade, fazendo-se de vítima e apelando para o deixa disso nacional, ao pedir desculpas para a esposa e os filhos por sua puladinha de cerca, tentando mudar o foco da discussão.

De caso de lobby, quer que a questão vire sentimental.

Dá a leve impressão que o senador está trocando um fato de repercussão grande e menos grave, o apoio a lobbistas, por outro, de repercussão pequena, mas muito mais grave, a sonegação fiscal, visto que, até agora, não foi capaz de explicar como paga suas contas.

Apelar para a questão da intimidade não vale para políticos, quando há dinheiro público e ética política em jogo. Não estou nem aí para a vida sexual do parlamentar, isso é problema dele. A questão, porém, é que segundo o noticiário desta tarde, Renan Calheiros não apresentou ao Senado documentos comprobatórios de todos os seus rendimentos, que justificariam os valores de sua subsistência em Brasília, a pensão paga ao filho com a jornalista e o aluguel do apartamento citado por Veja. Mais que isso, ele não negou a relação com o lobista a quem se referiu como amigo.

É bem dito, ele é apenas acusado, não devemos condená-lo de antemão. Mas sua versão dos fatos, pelo menos até agora, é capenga.

2. A GREVE NAS UNIVERSIDADES FEDERAIS

Nesta tarde, 18 universidades federais anunciaram que seus funcionários entram em greve por tempo indeterminado. Aqui, em Curitiba, o Hospital de Clínicas, o mais importante do estado, trabalhará apenas para as emergências e o resto da UFPR terá paralisação de atividades administrativas.

Uma das reivindicações é evitar que o governo transforme os hospitais-escola da rede de universidades federais em fundações, possibilitando que assinem contratos com convênios e prestem serviços externos para reforçar suas receitas. Os funcionários alegam que este seria o primeiro passo para uma privatização.

Outra questão que dá azo à greve é o Projeto de Lei que limita o aumento da folha de pagamento do governo federal em 1,1% ao ano a partir de 2008. Alegam os grevistas que essa regra impossibilitaria novas contratações e afetaria principalmente as universidades, cujos quadros há muito estão defasados.

3. E O CAOS CONTINUA

Quem diria que em um governo de viés esquerdista, cheio de socialistas e até de alguns stalinistas se visse em palpos de aranha com as movimentações do MST, pondo em risco até o sistema elétrico nacional com suas loucuras?

E que um governo que alguns palermas classificam como "de direita", como o de São Paulo, fosse incapaz de tomar um ato de autoridade sobre aqueles imbecis sem causa acampados na USP?

4. BOLIVARIANOS?

Foi fraquíssima a cobertura da imprensa brasileira sobre o fechamento da RCTV da Venezuela. Enquanto o fato foi objeto de editoriais nos mais renomados jornais do mundo, conforme o blog de Ana Julia Jatar, aqui as coisas foram muito menos incisivas.

A imprensa brasileira, às voltas com um movimento organizado por setores da esquerdofrênia nacional deveria se mobilizar e fazer muito mais barulho sobre o caso, para que certas idéias totalitárias não tenham coro por aqui.

EM TEMPO:

A piada do fim de semana veio do ditador ladrão da Venezuela, Hugo Chaves que disse que aquele país "tem democracia até demais" e avisou as demais TV(s) daquele país que, se não tratarem do caso da RCTV como "vencimento de concessão", terão o mesmo destino.

30 de abr. de 2007

OCTÁVIO FRIAS DE OLIVEIRA E A IMPRENSA BRASILEIRA

A imprensa brasileira, apesar de todos os seus defeitos é de regra pluralista, democrática e de altíssima qualidade.

Há quem diga que é conservadora e direitista, mas são pessoas contaminadas pelo ranço do totalitarismo, aversas às opiniões contrárias e ao debate de idéias. Não preciso dizer quem são ou onde se encontram tais pessoas, mas o fato é que elas não conservam o hábito de, quando não a fim de discutir, simplesmente não ler, ouvir ou assistir aquilo com o que não concordam. Preferem pedir o fechamento do órgão de imprensa que têm como inimigo, ou, pior, censura para que ele se adeque aos seus interesses personalíssimos ou às suas visões tacanhas e limitadas de mundo.

Com efeito, no Brasil há publicações e órgãos de imprensa para todos os gostos e tendências, basta deixar o ódio ensandecido de lado.

A propósito do falecimento do "publisher" da Folha de S.Paulo, Octávio Frias de Oliveira, veio-me à memória uma lista dos grandes homens que fundaram a imprensa brasileira e deixaram os grandes conglomerados de mídia que existem hoje. Além dele mesmo, Frias, cujo arrojo do jornal levou à modernização gráfica e editorial inclusive dos concorrentes, a lista conta com Victor Civita que fundou a maior editora de revistas do país e criou Veja, uma das maiores revistas de informação semanal, numa lista onde encontram-se Time, Newsweek, Der Spiegel, The Economist e outras. Também a família Mesquita. Júlio de Mesquita pai, filho e neto, que lutaram, cada um em seu tempo contra ditaduras, pelo direito de editar nas páginas do Estadão (meu jornal preferido, leio desde adolescente) aquilo que achavam justo. Também Roberto Marinho, que assumiu ainda garoto o recém criado "O Globo" com o falecimento precoce de seu pai, transformando a organização em um verdadeiro império de comunicações. Assis Chateubriand Bandeira de Melo, dos Diários Associados, que trouxe para o Brasil o conceito de imprensa de alcance nacional e o conceito de anúncios publicitários, que entraram na imprensa brasileira por meio de seus jornais. Há ainda muitos, como os Sirotski de Porto Alegre, Francisco Cunha Pereira Filho e Paulo Pimentel aqui do Paraná, os Nascimento Brito, no Rio de Janeiro e outros tantos que criaram grandes empresas de mídia e informação em um país tão pouco afeito à ela.

Octávio Frias de Oliveira deixou sua marca naquela frase que a Folha de S.Paulo sempre estampa em sua capa: "Um jornal a serviço do Brasil". Graças a homens como ele, há muitos outros órgãos de imprensa com a mesma tarefa.

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...