31 de mai. de 2018
PÂNICO E CIRCO
12 de set. de 2017
O PMDB VELHO, NÃO DE GUERRA
4 de ago. de 2017
TEMER: A PREVIDÊNCIA PASSOU A SER PROBLEMA DO SUCESSOR
O placar de quarta-feira passada mantém o governo Temer, mas diminui sua capacidade em empreender reformas. Se por um lado representou uma vitória, por outro, desaguou em uma derrota, porque os números deixam patente que ele pode não ter número suficiente de deputados para aprovar alterações que dependam de lei complementar, que dizer as que dependem de emenda à constituição.
É verdade que dependendo da reforma, muitos dos que votaram NÃO tendem a reaproximar-se do governo, afinal, nada menos que 21 tucanos optaram por abrir investigação contra Michel Temer, mas a agenda do partido é reformista. Assim, existe a probabilidade de parte dos que ontem votaram NÃO acabarem possibilitando reformas pontuais em alguns quesitos nas áreas de reforma política, fiscal e tributária, mas não se esperem grandes alterações estruturais.
Reformar a previdência é comprar briga com o país inteiro, em um contexto em que o brasileiro se acostumou a aposentar-se com pouco mais de 50 anos. Pior que isso, uma reforma profunda passa por mexer na aposentadoria do funcionalismo público, onde estão as categorias mais organizadas, com os sindicatos mais fortes e mais capazes de protestar de modo até violento, se necessário. Ademais, reformar a previdência sem mexer com a dos militares pode gerar até inconstitucionalidades decorrentes do princípio da isonomia, a depender da forma com que o STF analise a questão após o Congresso aprovar as alterações.
E digo mais: os pré-candidatos à presidência podem até bradar contra a reforma e dizer que ela acaba com a aposentadoria, mas no fundo, estavam todos torcendo para que Temer à aprovasse, porque entrariam em 2019 sem esse enorme problema para atacar. É certo que o PT e seus auxiliares, o PSOL, o PDT e o PC do B, não votariam sim em proposta nenhuma de reforma da previdência, mas na hipótese de elegerem um presidente no ano que vem, em 2019 estarão implorando para que o povo entenda que é necessário mudar o sistema, seu discurso vai mudar da água para o vinho.
Lula, Ciro Gomes, Marina Silva e todos os demais expoentes da esquerda que hoje dizem que o déficit da previdência não existe, que é preciso cobrar os devedores e que defendem o direito do brasileiro se aposentar com pouco mais de 50 anos de idade, mudarão de opinião tão logo venham a assumir o poder sabendo da bomba-relógio que ameaça transformar a União em um gigantesco Rio de Janeiro de insolvência e incapacidade de pagar funcionalismo e aposentados. A demagogia de quem está em campanha, resiste até a primeira reunião ministerial com a bolsa em queda, a inflação e o dólar em alta.
O governo já deu sinais de que, apesar de manter a reforma da previdência na agenda, deverá focar em outras alterações nas áreas fiscal e tributária, que possam ser veiculadas por lei ordinária. E que tentará emplacar uma reforma política, até porque esta tem apoio até de setores da oposição. Ontem, quinta-feira, o presidente chegou a dizer em um programa de rádio que apoiaria parlamentarismo já para 2019, o que é sintoma de que vai se concentrar em reformas possíveis, deixando o monstro previdenciário em segundo plano.
Talvez a trapalhada de Janot e Joesley tenha custado caro à oposição, na hipótese não implausível dela eleger o sucessor de Michel Temer.
2 de ago. de 2017
PROTESTO FORÇADO NÃO DERRUBA PRESIDENTE
18 de mai. de 2017
NO BRASIL, O APOCALIPSE É PERIÓDICO
O que é possível concluir a partir dos efeitos dos muitos processos judiciais-institucionais observados nos últimos anos? Faço um apanhado:
Petrobrás, Eletrobrás e BNDES são apenas interruptores de um sistema elétrico de corrupção endêmica, que desde a fundação do país vem garantindo aos amigos dos políticos a condição de cidadãos de primeira classe, à custa dos cidadãos das demais classes, que são os contribuintes de um Estado que aumenta impostos todos os anos, que impõe burocracia insana em todas as atividades, que atrapalha quem quer produzir, que protege cartéis e trustes, que negligencia educação, que não dá saúde e que é conivente com a violência da sociedade acuada, sem proteção policial ou institucional. Um Estado que prefere ver o cidadão desempregado recebendo esmola do Bolsa-Família a ter um emprego e renda para manter sua família com dignidade.
O Estado brasileiro é doente. É tão doente que chega a ter funcionários recebendo 10 vezes o teto remuneratório constitucional. É tão doente que não consegue concluir uma obra pública por mais prosaica que seja, dentro do prazo e de um orçamento razoável. É tão doente que exige que, para se vender um simples alfinete, o comerciante emita-se uma nota fiscal previamente autorizada, exigindo dezenas de códigos para que ela seja validada.
E entre estes ungidos que operam as falcatruas com o dinheiro público e o povo estúpido, gente como eu, que paga impostos, que se mata para manter a contribuição previdenciária em dia para se aposentar com no máximo 5200 reais, que sofre com desemprego, que não sai de casa com medo de ser assaltado, que não pode mandar o filho para uma escola pública porque ela só ensina ideologia de quem não gosta de trabalhar, que tem que pagar plano de saúde porque o SUS não funciona, etc... Entre os ungidos e gente como eu e você, estão os eleitos, que gozam das mais elaboradas mordomias, pagas por governos que não garantem saúde, educação e segurança, mas nos quais não faltam jatinhos, viagens internacionais, verbas de representação, salários mais altos que das funções similares da iniciativa privada e aposentadoria especial, integral e corrigida anualmente por índice superior ao da inflação oficial. Os eleitos tem dezenas de assessores bem remunerados, quotas para passagens aéreas, apartamentos funcionais e casas oficiais. Toda uma estrutura de facilidades e prazer posta à disposição dos eleitos, que em suas campanhas, gastam muito mais do que receberão de salários durante o mandato inteiro.
As delações premiadas geraram um clima apocalíptico periódico no país. Ora a Odebrecht denuncia milhares de políticos, ora a JBS diz que todo mundo recebia prenda eleitoral em troca de empréstimos generosos e subsidiados do BNDES. As vezes é na Petrobrás que se descobre que a diretoria autorizou a aquisição de uma refinaria inútil por 10 vezes seu preço de mercado, de vez em quando a Eletrobrás descobre que cobrou tarifas ilegais. Ora é uma Copa do Mundo caríssima, as vezes é uma Olimpíada inviável. E a cada delação um novo escândalo, e a cada escândalo, fogem mais investidores, mais empresários honestos fecham as portas, mais gente perde o emprego e mais os políticos aumentam os impostos para manter as máquinas que lhes garantem suas mordomias. E a cada aumento de imposto o país se torna menos viável e competitivo e quem paga a conta final é sempre o você (e eu) que só vê a vida piorar em direção à miséria igual à da Venezuela e de Cuba!
A cada pequeno apocalipse, mais processos, mais políticos se dizendo honestos e chamando a militância idiota para defendê-los, mais atos judiciais, mas poucas prisões, porque o STF não deixa, porque a prova é ilegal, porque faltou uma vírgula no mandado. Só o que fica é o clima de fim do mundo.
Ora, a cada delação deveria seguir-se uma série de prisões efetivas, de perdas de mandato, de apreensão de bens, de auditorias nos órgãos públicos... mas não, a partir daí a desculpa é o "estado de direito" o "devido processo legal" contra os "acusados", que todo mundo com mais de um neurônio sabe que são culpados. Quando é para livrar a cara dos políticos, interpreta-se a Lei, quando é para prendê-los, é a Lei e nada mais.
É o apocalipse periódico, que vai extinguindo a vida dos brasileiros que não recebem propina.. só a deles!
1 de set. de 2016
SITUAÇÃO GRAVE, RISCO (AINDA) ALTO
31 de ago. de 2016
A LATA DO LIXO DA HISTÓRIA
3 de mar. de 2016
O BRASIL VIRADO AO AVESSO
17 de fev. de 2016
A COLIGAÇÃO PT-PSDB
8 de dez. de 2015
A CARTA
27 de nov. de 2015
MARIANA E DELCÍDIO: A PARALISIA DO GOVERNO DILMA
9 de out. de 2015
EDUARDO CUNHA E SEU CASTELO
8 de fev. de 2012
A RADICALIZAÇÃO NOSSA DE CADA DIA
Parece que os políticos brasileiros, especialmente os do PT e aliados, ainda não aprenderam a lição que eles mesmos martelavam na cabeça do povão quando eram oposição: ano eleitoral é ano de lutas e radicalizações, é momento de fazer barulho, de incomodar, de acusar as autoridades de fascistas, de explorar a cantilena dos movimentos sociais, de dizer que o mundo é injusto e que os governos não querem negociar. É hora de afrontar a autoridade e fazer com que ela tenha vergonha de si mesma porque o efeito é sempre favorável a quem protesta - se aplicada gera mártires entre baderneiros e imagens chorosas para a TV, se não, gera uma impopularidade idêntica partida de quem defende a ordem e não aceita a omissão em cumprir a Lei.
Em outras palavras, a intenção de quem protesta é chamar a atenção para sua causa e constranger a classe política, de modo que a atitude dos PM(s) baianos não é diferente da dos invasores do Pinheirinho em São José dos Campos. E se o momento é propício, como o atual, onde os governos do Brasil afora torram dinheiro com Copa do Mundo, tanto melhor.
Os policiais da Bahia estão exigindo a mesma prioridade que é dada à Copa do Mundo. Como os policiais e bombeiros do Rio de Janeiro já fizeram e ameaçam repetir, como é provável que aconteça pelo país afora em outros estados e como tem sido comum nos canteiros de obras do evento, que volta e meia são paralisados por greves por melhores salários e melhores condições de trabalho, e tudo isso sem que os governos (e daí, bem dito de todos os partidos) aceitem reconhecer que gastam dinheiro público com coisas quase inúteis, mas se recusam a melhorar as condições de saúde, segurança e educação.
Se o governo da Bahia pode gastar quase 700 milhões para construir um estádio, como o Rio de Janeiro gasta 1 bilhão para reformar o Maracanã, então deve ter dinheiro para remunerar dignamente os profissionais da segurança pública, cujas atividades são muito mais relevantes e indispensáveis que a construção de estádios que, com exceção do Maracanã, estarão sub-utilizados na maior parte de sua existência.
No Brasil há uma tendência em encarar a radicalização de movimentos como casos isolados, quando em verdade eles são parte do processo político.
O petistas taxaram as ações na Cracolândia em São Paulo de higienistas e a reintegração judicial de posse do Pinheirinho de fascista mas não hesitaram em chamar o Exército e a Força Nacional na Bahia para prender lideres da classe policial. Fizeram em casa o que não aceitam que se faça em estados que não governam, sendo que os motivos em todos os lugares, inclusive na Bahia, são válidos, de resguardar a Lei pela Lei, como todo político deve fazer sempre.
O processo político e a aplicação da Lei estão acima dos partidos e ideologias. Não deixará de haver radicalização, protestos, piquetes, atos violentos ou pacíficos apenas porque um partido dito de “esquerda” está no poder, até porque uma vez no poder, descobre-se que as soluções para os problemas e as reivindicações não são tão simples quanto as palavras de ordem gritadas em passeatas.
Políticos tem leis a cumprir, suas ações não são simplistas e contra eles existe o fato de que sempre há dois outros poderes constituídos que devem ser ouvidos em praticamente todas as decisões. O manifestante de rua acha que se chegar ao poder, a força de sua ideologia será suficiente para atender todas as demandas, mas só quem já passou pelo poder aprende que isso é utopia.
9 de jun. de 2011
BATTISTI 2014!
Como terá o apoio indondicional de Luiz Ignácio Lula da Silva,provavelmente será eleito com votação consagradora e, se Lula for reeleito presidente, terá grandes chances de virar Ministro da Justiça ou Ministro-Chefe da Casa Civil, já que Palocci e Dirceu tiveram suas carreiras políticas interrompidas por seus próprios erros, e Dilma Roussef passaria a gozar de merecida aposentadoria presidencial.
Pena, para Battisti, não ser brasileiro nato. O máximo que pode almejar em termos eleitorais é o cargo de deputado federal.
Porque com tanto apoio de peso na sociedade brasileira, como o de um ex-presidente, do PT e o do STF que praticamente ignorou o Tratado de Extradição que o Brasil mantém com a República da Itália, ele poderia almejar a Presidência da República ou, se menos, um cargo de Ministro do Tribunal de Contas da União ou mesmo no próprio STF.
Tentando falar sério, se bem que Battisti é mesmo forte candidato ao Congresso dada a tendência brasileira em admirar e proteger a marginalidade, como é que o Brasil tem a pachorra, a coragem, a desfaçatez de se candidatar a uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU?
Um país que não tem forças armadas operacionais, que deixa suas fronteiras escancaradas para o narcotráfico, o contrabando, o descaminho e a entrada de armas para o crime organizado. Que leva 15 anos discutindo sem decidir a compra de míseros 36 aviões de combate para sua Força Aérea. Que têm navios da Marinha ancorados apenas para servirem de fonte de peças para outros que funcionam precariamente. Que manda os soldados do Exército almoçarem fora dos quartéis para economizar no rancho. Que não têm guarda-costeira. Que paga para bombeiros, no Rio de Janeiro, a miséria de R$ 950,00 mensais embora gaste mais de 1 bilhão para reformar um estádio podre como o Maracanã para a Copa 2014?
Que vergonha de país é este que pretende ser influente na arena política internacional, mas não respeita um mísero tratado de extradição? Que droga de país é este que abriga um borra-botas foragido da Justiça européia e o trata como se fosse um chefe de Estado deposto por golpe?
3 de jun. de 2011
O PT DE LULA ACHAVA QUE IA GOVERNAR SOZINHO...
Para o PT, a eleição foi ganha por Luiz Ignácio Lula da Silva e só ele.
E quando iniciou-se a tratativa para o governo de transição, o PT excluiu o PMDB dos trabalhos, afinal, era o governo do PT que ia transferir o bastão para o novo governo do PT eleito por Lula, e só por Lula.
Depois, o PMDB ousou pedir 50% do governo, porque a aliança era bem clara nesse sentido. E novamente, o PT impôs uma quota de 6 ministérios e algumas bondades, mas nunca aceitou um PMDB como co-governante, afinal, quem havia vencido a eleição era Lula, e só ele.
E Lula (e só ele, segundo o PT) ainda conseguira eleger 80% de "base aliada" no Congresso Nacional.
O engano do PT foi achar que o carisma de Lula seria suficiente para evitar o descontentamento do PMDB, cuja má vontade, agora está claro, pode custar caro ao governo eleito por Lula para o PT. A "cochilada" na Comissão de Agricultura, que custou a convocação de Palocci comprova que o PMDB não só não está feliz, como pode tornar as coisas desconfortáveis.
E em certo momento, alguém lembrou do PMDB e pediu, inclusive, para fotografar a presidente com o vice em rostos cordiais, delegando a ele a importante tarefa de conduzir uma reunião do gabinete de crise sobre o desmatamento amazônico que decuplicou em 2011. Jogo de cena para colocar panos quentes ou mudança de atitude? Ninguém sabe, o PT não tem sido capaz de esclarecer isto.
Enfim, o PMDB está começando a mostrar que a eleição não foi ganha só por Lula, e que vai dar tantas cochiladas quantas forem necessárias, para colocar-se no lugar almejado no governo.
6 de jan. de 2011
O PMDB QUE NÃO MUDA
Hoje, o que se pode concluir é que o PMDB até aceita ser componente de chapa novamente em 2014, mas não vai deixar que Dilma Roussef fique tão popular e capaz de decidir as eleições de 2018 em favor de quem quer que seja, especialmente o PT. Com efeito, o PMDB quer ser vital para a eleição em 2014 e cabeça de chapa na eleição de 2018, sendo que em 2010 sabia-se que Lula bancava o sucessor que escolhesse contra qualquer pessoa ou partido que se apresentasse, justamente por ter virado mito.
Depois do pleito em 2010, anunciou-se que a "quota" do PMDB seria de 6 ou 7 ministérios, delineando a insatisfação atual dos peemedebistas, muitos dos quais afirmavam no final do ano passado que desta vez o partido tinha sido parceiro de primeira hora, e que exigia compartilhamento total do poder em igualdade de condições (e cargos, e orçamentos, e nomeações, e diretorias, etc...) com o PT.
Já o PT resolveu não aceitar isso pela impressão geral de que as eleições presidenciais de 2010 foram vencidas por Lula, pouco importando o apoio do PMDB, que não evitou que a oposição vencesse as eleições na maioria dos estados mais importantes e sequer garantiu vitória em primeiro turno.
Agora o PMDB resolveu lutar por posições, porque, afinal, não bate mais de frente com o "mito" Lula e sabe da grande probabilidade de Dilma Roussef sofrer uma queda nos índices de popularidade em razão da necessidade de ajuste fiscal e de prática de das "maldades" normais de início de governo.
O PMDB não muda. Seu apoio é movido pela troca de cargos e por interesses materiais, o controle de orçamentos que possibilitem sua bancada parlamentar manter apoios nas bases eleitorais. E agora vai bater de frente com Dilma, porque é o momento em que ela mais precisa, na constatação de que não se faz ajuste de contas públicas se o Congresso Nacional não colaborar com isso. Penso que a discussão vai longe, e que a pressão sobre a presidente será alta, envolvendo inclusive as eleições para as mesas do Congresso..
26 de ago. de 2010
O BRASIL JÁ FOI UMA VENEZUELA, MAS NÃO VAI VIRAR UM MÉXICO
O regime econômico era estatista e socialista. A união, os estados, os municípios e até as autarquias eram proprietários-controladores de empresas e bens em praticamente todas as áreas da economia. Companhias elétricas, telefônicas, de água e esgôto, mineradoras, siderúrgicas, empresas de produção e manutenção de aeronaves, trens e vagões, empresas de abastecimento, empresas de prestação de serviços para portos, dezenas de bancos comerciais e de fomento, distribuidoras de café, companhias hoteleiras, ferrovias, auto-estradas, terceirizadoras de serviços públicos, milhares de imóveis vagos espalhados pelo país, etc...
Notaram a semelhança com a Venezuela de Hugo Chaves?
Pois é, o Brasil já foi uma Venezuela e o resultado não foi nada bom. As taxas brasileiras de crescimento econômico foram grandes e consistentes durante todo o pós guerra e em parte daquele regime ditatorial. Porém, quando o regime se abriu, descobriu-se que as milhares de empresas estatais eram cabides de emprego altamente ineficientes e deficitários, responsáveis diretos pelas altíssimas taxas de inflação e demais desequilíbrios que legaram ao Brasil um período economicamente perdido de mais ou menos 15 anos, pois apenas com o Plano Real em 1994 o país saiu da espiral inflacionária que o corroía depois dos desmandos administrativos daquela época.
A diferença daquele Brasil para a Venezuela de Hugo Chaves, é que mal ou bem, os militares brasileiros deixaram centenas de obras de infra-estrutura e programas desenvolvimentistas que, guardados os problemas já citados, geram efeitos até hoje. Já o ditador Venezuelano, quando sair morto de seu cargo, só deixará miséria e desespero.
Mas enfim, o Brasil já foi como a Venezuela, o que me dá a carteza que não vai caminhar para voltar a isso mesmo em um governo Dilma Roussef, como comentários toscos e insistentes que tenho lido na internet afirmam que vai acontecer. Já se sabe que o governo Dilma vai manter um dos ícones da estabilidade econômica dos anos Lula, o ex-tucano Henrique Meirelles. Será que gente como ele aceitaria a venezuelização do país apenas para atender a meia dúzia de radicais presos na ideologia dos anos 50, mas militantes do PT? Duvido.
Ontem, um editorial do jornal O Estado de S.Paulo saiu com uma outra sandice sob esse mesmo ponto de vista. Alegou que a terceira vitória consecutiva da dupla PT/PMDB estaria levando o Brasil a um regime como o mantido pelo PRI mexicano entre 1940 e 2000, de partido único, com aparência de democracia e aparelhamento do Estado.
Outra bobagem que me recuso a aceitar.
Ora, se Lula quisesse virar ditador, o faria com facilidade. Ele indicou 8 dos 11 ministros do STF, que não raro votam contra os interesses da União ou do PT/PMDB em suas decisões. Mesmo o ministro Dias Tóffoli, tido como a indicação mais política feita pelo presidente Lula, mantém uma postura de independência institucional e bom senso que não se esperaria de um STF "aparelhado" para transformar Lula em um novo Getúlio Vargas.
Mas vamos mais longe.
Quem criou a regra de reeleição? Ela foi a pior ruptura institucional brasileira no pós-democratização. E feita de modo apressado e não pensado, criou um grave efeito colateral no Judiciário, cuja nomeação da cúpula ficou por demais à mercê de um único presidente no caso de reeleição. Porque o sistema não foi repensado como um todo para possibilitar a reeleição, causou essa distorção que Lula poderia ter usado para se perpetuar no poder, coisa que não fez porque nas palavras dele mesmo "não se pode brincar com a democracia", a mesma que a coragem de homens de esquerda como ele, Mário Covas, José Richa, Leonel Brizola, Franco Montoro e Ulisses Guimarães ajudou a reconstruir.
A regra de reeleição foi criada pelos tucanos de afogadilho, porque Fernando Henrique queria mais 4 anos que poderiam ter sido de José Serra e que o PSDB queria negar a Luis Eduardo Magalhães. A verdade é esta, quem queria se perpetuar no poder eram os tucanos, o PT pegou o bonde andando e apenas seguiu a lei imposta pelo rolo compressor congressual do PSDB anos antes.
Daí vemos comentários sobre a venezuelização ou mexicanização do Brasil, mas apenas porque o PT/PMDB arrisca vencer a terceira eleição consecutiva. Mas se o PSDB vencesse em 2002 teríamos entrado em um processo de mexicanização?
Já escrevi aqui e repito que vejo pouquíssima diferença entre Dilma Roussef e José Serra, como vejo diferença alguma nos discursos de Serra com os de Lula, salvo um ou outro erro no português, cometido pelo segundo.
Enfim, o Brasil já foi uma Venezuela de triste memória, e duvido que irá virar um México da década retrasada apenas porque Dilma Roussef se elegeu presidente na esteira de um governo Lula que inegavelmente fez sucesso econômico e social. Não existe regime melhor para um partido como o PT e seu aliado o PMDB, que uma democracia capitalista como a brasileira, capaz de gerar riqueza suficiente para acalmar todos os interesses intestinos dos partidos, suas lideranças e oligarquias. Pensar que vão transformar o Brasil numa república de bananas governada por um macaco como a Venezuela ou o México do PRI é zombar da inteligência das pessoas, mesmo as da oposição.
21 de out. de 2009
REAJA OU DESISTA, SERRA!
Na exata medida em que as conveniências partidárias se ajustam, e partidos diversos fecham com o governo para apoiar a ministra, o presidente desfila com ela à tiracolo fazendo discursos em palanque, atacando sem razão o Tribunal de Contas da União e bravateando, ao chamar o adversário para a briga, como fez semana passada com José Serra.
Campanha pura. O governo sabe das razões do TCU, sabe que inaugurar obras tem efeito eleitoral e escolheu como adversário o governador de São Paulo, porque a outra opção, Aécio Neves, já é considerada carta fora do baralho. É simples: Aécio tem poucas chances dentro de seu partido e mesmo nas eleições em si.
E dado que enquanto José Serra não assume sua condição de candidato, os apoios vão se fechando pelas conveniências de momento e o governo vai se aproveitando. Dilma não só está em campanha, como já amealhou a maior parte do tempo da propaganda de TV, passando por cima inclusive de lideranças e semi-lideranças do PMDB, como Orestes Quércia e Roberto Requião respectivamente, que tendem em apoiar os tucanos.
E isso, aliado à figura do presidente à faz favorita para as eleições, independentemente de qualquer pesquisa atual, que a coloque em terceiro lugar ou menos.
O PSDB comete um erro que é recorrente em sua história, o da falta de decisão, o muro sobre o qual sempre sobem seus líderes.
Porque Serra é o único candidato que o partido possui, na medida em que é o único conhecido nacionalmente. Ja Aécio é promessa, mas mesmo dentro do partido há quem duvide dele, que é muito próximo do PT dentro de seu estado.
Sem contar que uma chapa Serra/Aécio é perigosa, na exata medida em que sua derrota enterra os dois maiores líderes do partido que ficariam sem mandato e ao mesmo tempo afasta o apoio do DEM, que deve apoiar os tucanos, mas fazendo questão de lançar o vice.
A questão é que o fortalecimento da candidatura Dilma é sabido e esperado há meses e nesse meio tempo, José Serra só enfraqueceu sua candidatura por não colocar seu partido à frente dela como fez o presidente Lula com o PT em relação à Dilma.
O PSDB fica discutindo Serra X Aécio e perdendo tempo precioso.
Se quiser ter chances em 2010, Serra precisa convencer já o PSDB sobre sua candidatura e enterrar as especulações.
É isso, ou entrar numa campanha contando apenas com a sorte do povão não vincular Dilma à Lula, o que é perigoso porque improvável.
É reagir ou desistir, só sobrou isso para Serra e os tucanos.
25 de ago. de 2009
SUPLICY TAMBÉM SAIRÁ DO PT?
Ele esmiuçou e rebateu TODAS as alegações de defesa do presidente do senado.
Viesse de um senador do PSDB ou do DEM, não teria efeito nenhum.
Mas veio de outro petista histórico claramente insatisfeito com os rumos do poder pelo poder tomados pelo PT, cuja projeto político pretende fazer de Dilma Roussef, petista, mas não histórica (egressa do PDT), presidente do país fazendo reverência aos mesmos oligarcas que a sigla tanto combateu no passado.
Suplicy está pedindo o boné ou será expulso?
É a tal coisa, Marina Silva não tem chances de vitória. Mas uma chapa de Eduardo Suplicy com ela enterraria Dilma Roussef na exata medida em que atrairia os petistas históricos que não são poucos.
20 de ago. de 2009
O RACHA NO PT
A incrível sucessão de erros do presidente, da ministra Dilma e dos altos comandantes do PT levam o partido para um racha histórico que, se por um lado não afeta em nada a popularidade do primeiro nem as chances de eleição da segunda, por outro aumenta em muito a possibilidade de ambos virarem reféns do PMDB de José Sarney, Jáder Barbalho e Michel Temer (leia-se, Orestes Quércia).
Os rumores sobre a insatisfação da bancada do partido no Senado em face da questão Sarney e do modo com que o governo acorreu em sua defesa já têm contornos práticos.
Com rosto envergonhado, Aloísio Mercadante afirmou e reafirmou deixar seu cargo de liderança à disposição da bancada, como quem se diz apenas obediente ao governo.
Antes disso, o abandono do partido pela senadora Marina Silva, que certamente não se retirou apenas pela possibilidade de ser candidata a presidente.
E hoje, o anúncio do mesmo caminho pelo senador Flávio Arns, que declarou que "Aspectos eleitorais estão se sobrepondo a assuntos como democracia, ética e respeito à sociedade. A ordem dos valores está invertida".
É certo que Flávio Arns é egresso do PSDB e não representa uma defecção histórica.
Mas Marina Silva sim.
E se um militante ético e adequado aos ideais partidários como o primeiro e uma militante de 3 décadas como a segunda se encontram insatisfeitos com o rumo de um partido que hoje detém o governo federal e enormes chances de mantê-lo por ainda muito tempo, é porque existe uma luta interna entre os puristas e os ocupantes do poder apenas pelo poder, que lideram a legenda e fazem alianças com qualquer um, a ponto de juntar sob sua sombra figuras tão combatidas no passado como Fernando Collor e José Sarney, além de outras como Severino Cavalcanti, com quem a conivência certamente envergonha quem militou no partido achando que ele teria sempre uma postura radicalmente em favor da ética, a mesma que o levou ao poder.
O PT rachou. Já havia perdido parte de sua pureza ideológica e de sua estrutura partidária quando da criação do PSOL, mas imaginava-se que o cerne do partido eram os políticos de acentuado bom senso que defendiam uma política de alianças centradas em princípios, e não essa política atual, de alianças com qualquer um e a qualquer preço apenas pela manutenção do poder.
CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.
No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...
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A foto é de autoria de "O Globo" Acusados de eleitos com recursos ilegais da Venezuela (o que é crime em qualquer país do mundo),...
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É sintomático. Quando em campo as coisas não vão bem aparecem propostas de construir um novo estádio ou de reformar o Couto Pereira, ...
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No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...