17 de ago. de 2009

DILMA OU LINA? E A FALTA DO BOM SENSO NA POLÍTICA

Quem está mentindo, Dilma ou Lina?

De um lado está uma ministra de Estado, e isso não pode ser desconsiderado na equação, porque ela tem, sim, uma presunção de veracidade no que diz. Mas ao mesmo tempo há que se considerar que é uma política e mais do que isso, em campanha pela presidência e, portanto, tendente a blindar seus aliados.

Esse é o problema de uma campanha prematura. Os pré-candidatos ficam sujeitos a ataques, razão pela qual, talvez, até hoje o PSDB não definiu se seu candidato será José Serra ou Aécio Neves, o que diminui a artilharia contra eles. Já Dilma Roussef é candidata declarada e na qualidade de segunda autoridade de fato no comando do país, é vidraça, como já se comprovou no caso ainda não explicado do currículo inchado e tem agora um novo lance, com o advento da discussão com a ex-Secretária de Receita Federal.

Lina Vieira, por sua vez, é funcionária de carreira do Ministério da Fazenda, e pessoa altamente qualificada do ponto de vista técnico. Até agora ninguém explica ao certo porque ela foi escolhida para o cargo político que ocupou por pouquíssimo tempo, sabendo-se de antemão que sua demissão teria efeitos limitados, pois ela não deixaria a carreira se isso acontecesse. Mais do que isso, que razões ela teria para levantar os supostos atos de pressão praticados pela ministra?

Que não me venham os apoiadores radicais do governo dizer que é invencionice da mídia ou mesmo que a senhora Lina bandeou-se para o lado tucano sabe Deus por quais razões, isso não procede e não é lógico, na exata medida em que esta senhora se compromete cível,criminal e politicamente ao insistir na versão de que encontrou-se com a ministra e foi instada a acelerar o término de processos fiscalizatórios contra empresas da família Sarney e mesmo contra a Petrobrás, justamente os dois espinhos mais pontiagudos da política nestes meados de 2009.

Mas é bem dito, na versão dela, houve uma certa pressão, mas não consta que a ministra tenha pedido para "aliviar" a situação de ninguém, e isso é favorável à tese de Lina, porque não imputa crime algum, mas apenas uma suspeita, até porque um ministro de Estado não chama ninguém para conversar sem motivos bem definidos.

Tenho tendência a pensar que a ministra buscou acelerar os processos de fiscalização e reforçar o seu sigilo (que, aliás, foi mantido, porque ninguém até agora veio informar claramente se existiram irregularidades e quais eram, tanto na Petrobrás quanto na família Sarney), e que a secretária ou interpretou isso mal ou foi obrigada a demonstrar contrariedade, vez que, repita-se, é alta funcionária de carreira do órgão mais técnico, politizado e capacitado da administração pública.

Lina Vieira ficou entre a cruz e a caldeirinha, porque uma vez fora do cargo político, poderia se ver em maus lençóis com seus colegas de carreira ao não defender a instituição.

É especulação minha, mas se aconteceu desse jeito, bastaria à ministra vir à público e dizer que sim, que chamou a secretária e pediu uma atenção especial aos processos, seja porque a Petrobrás é empresa estratégica vital para o desenvolvimento do país, seja porque não seria bom para o país agravar e já terrível crise política que assola o Legislativo.

O que fica claro é que no Brasil, os políticos tem uma péssima tendência à negação de tudo e as vezes atropelam o bom senso. Essa questão podia ser encerrada declarações mais claras e diretas de ambos os lados.

13 de ago. de 2009

HIPOCRISIA ESPORTIVA


Dias atrás uma onda de alegria e júbilo varreu o país nas imagens das TV(s), mostrando os históricos e espetaculares resultados do nadador César Cielo, que é vencedor por esforço exclusivamente próprio e brasileiro apenas por acaso, embora orgulhoso disso.

O rapaz inteligente e dedicado, treina nos EUA com apoio de entidades norte-americanas e, consta, é brigado com os dirigentes da natação nacional, cujos resultados de modo geral são pífios e vergonhosos, considerando o tamanho da verba que administram, advinda das loterias da Caixa Econômica Federal.

O Parque Aquático Maria Lenk, que foi construído a peso de ouro para receber as provas de natação dos Jogos Panamericanos de 2007 está abandonado e caindo aos pedaços pouco mais de 2 anos depois de sua inauguração. A situação é tão grave que ele não é considerado no nababesco projeto de candidatura para as Olimpíadas de 2016.

Já o Parque Aquático Júlio Delammare, anexo ao estádio do Maracanã, que é o preferido dos atletas nacionais, bem como o mais bem equipado do país, está sob risco de iminente demolição, para que se justifiquem gastos astronômicos para organização da Copa de 2014. Querem substituí-lo por um estacionamento que poderia ser feito do outro lado da rua, certamente apenas para agregar os custos de demolição no orçamento geral, vez que a notícia é que à sua demolição corresponderia a construção de outro, em local próximo(?).

Eu já escrevi aqui e repito que o Brasil é um país que não valoriza o esforço e a dedicação de ninguém.

Gustavo Kuerten venceu Roland Garros 3 vezes, mas no primeiro torneio depois do primeiro título, quando chegou à final e foi vice-campeão, foi chamado de preguiçoso para baixo, porque brasileiro só valoriza a vitória.

E fenômeno parecido com Rubens Barrichelo, porque muito além das piadas sobre ele, há um desprezo por que chegou à F-1, ganhou corridas, ficou milionário, mas... não foi campeão e não bateu Michael Schummacher. Ambos vítimas do viuvismo nacional pró Ayrton Senna, que por sua trágica morte prematura não experimentou o declínio que todo atleta sofre na carreira, e que certamente faria estragos em sua imagem de herói nacional invencível.

E o que acontece com os parques aquáticos citados, tem ampla relação com essa "cultura" esportiva de só valorizar a vitória, porque esta representa uma imagem e o esforço do atleta, um trabalho.

Queremos construir estádios padrão FIFA para a Copa 2014 mas os clubes de futebol do país estão quebrados. Queremos promover olimpíadas melhores que as da China, mas não reconhecemos o esforço de atletas e, pior, deixamos que o apoio oficial a eles seja administrado por entidades no mínimo incompetentes, para não dizer corruptas!

Não se faz esporte apenas com vencedores. Não se consegue resultados esportivos taxando de otário a quem treina. Não há desenvolvimento em área alguma com o apadrinhamento que existe a partir de dirigentes, como o que facilita a vida dos clubes paulistas e cariocas, sempre beneficiados pelas arbitragens nacionais.

Estádios e prédios lindos, atletas esfomeados!

Aos amigos a estrutura. Os inimigos que treinem no exterior!

Ao vencedor tudo, ao esforçado, nem as batatas!

11 de ago. de 2009

CORUJA BURAQUEIRA

Eis algumas fotos da "guaratubana" Coruja Buraqueira, cujo ninho se encontra num gramado junto à orla na cidade.







Não é um animal raro, ele é encontrado desde o Canadá até a Terra do Fogo. Graças a Deus, não está considerado sob risco de extinção, mas deve ser preservado, de modo que é de parabenizar os guaratubanos e o Instituto Ambiental do Paraná pela iniciativa de cuidar do ninho num local que recebe enorme afluxo de pessoas.

Algumas peculiaridades:

23 a 27 cm. de altura;
170 a 214 g. de peso;
São monôgamas, ou seja, o casal é para a vida toda, o que torna ainda mais grave a morte de um deles;
Seu pescoço gira em ângulos de até 270 graus.


AS FOTOS SÃO DE MINHA AUTORIA.
CLIQUE SOBRE ELAS PARA AUMENTÁ-LAS.
O USO NA INTERNET É LIVRE, CITADA A FONTE.

10 de ago. de 2009

AS BASES AMERICANAS NA COLÔMBIA NÃO AFETAM O BRASIL


A Colômbia é um país soberano.

Noves fora a bobagem de discutir um terceiro mandato para Álvaro Uribe, o que faria dele outro candidato a ditador, como por exemplo Rafael Corrêa é no Equador, se o Congresso daquele país aceitar a instalação de bases americanas em seu território, estará exercendo sua soberania como melhor que aprouver.

Essa questão sobre as "bases" que tanto melindra o ditador venezuelano, Hugo Chaves, é um aspecto da soberania daquele país.

Antes dos acordos de cooperação com os EUA, a Colômbia detinha o triste título de país de maior violência urbana das Américas e um dos mais violentos do mundo. As FARC agiam quase livremente, controlavam fatia enorme do território e o faziam em conjunto com o narcotráfico, do qual viraram braço militar. Pior do que isso, a economia do país estava paralisada e empobrecia a população com desastrosos resultados sociais.

O plano Colômbia dotou o país de equipamentos modernos e treinamento eficiente nas áreas de combate e inteligência. E na medida em que o narcotráfico perdeu poder e as FARC foram contidas, melhorou muito a qualidade de vida das pessoas com bons resultados de crescimento econômico e social e especialmente a diminuição da violência.

E em verdade, a Colômbia não está cedendo bases para os EUA, mas apenas concentrações de adidos militares e civis, núcleos de planejamento militar para a continuidade do combate ao narcotráfico com organização logística, locais de desembarques de equipamentos. Serão no máximo 1500 americanos, dos quais, apenas 800 militares, quantidade insuficiente para ocupar uma cidade do tamanho de São José dos Pinhais no Paraná.

Ou seja, absolutamente nada que leve perigo algum aos países vizinhos, especialmente à Venezuela do paranóico Hugo Chaves, que além de manter acordos até mais abrangentes de segurança com a Russia, se arma até os dentes para combater o único inimigo real à sua pessoa, que é a democracia verdadeira.

E o Brasil já percebeu isto. Tanto é que o presidente Lula voltou para Brasília antes dos encontros bilaterais da UNASUL, de modo a impedir que alguém colocasse o país numa suposta condenação à Colômbia.

Sempre digo que no dia que os americanos quiserem atacar qualquer país da América Latina, basta enviar um ou 3 (no caso do Brasil) de seus super-porta-aviões que não haverá tempo de colocar uma aeronave no ar para uma tentativa de defesa. Mas isso eles não farão, porque os governantes ruins da região fazem mais estragos sozinhos e o efeito anti-americano seria absolutamente o mesmo!

XÔ, SARNEY!



O DO promove hoje uma blogagem coletiva, pedindo a renúncia ou cassação do senador José Sarney. Penso que ele não renunciará e tenho certeza que não será cassado, mas faço o coro.

José Sarney foi o pior presidente da história deste país. Depois apoiou os governos Itamar, FHC e Lula, sempre mantendo-se no centro da influência política e se beneficiando disso sem a mínima relação de ideologia e compatibilidade de projetos para o país. Ele exerce o poder pelo poder e faz isso cooptando os presidentes covardes deste país.

Também devo ressaltar que é vergonhoso um Conselho de Ética escolhido por um acusado de irregularidade, como o que aconteceu recentemente. Quando um órgão julgador é escolhido assim, no momento em que deve ser acionado, ou ele é de exceção ou é de conveniência, ou seja, em qualquer caso, é uma afronta à democracia. Se por exemplo o Conselho de Ética fosse formado pelos líderes de partidos com representação na casa, pelo menos haveria um critério anterior ao fato que se pretende julgar. Mas não, os senadores José Sarney e Renan Calheiros simplesmente constituíram o conselho que acharam mais conveniente para o momento.

Mais do que isso, é aviltante à democracia que 1/3 dos senadores sejam suplentes e jamais tenham tido sequer um voto, como é revoltante saber que por conta de centenas de atos afrontantes à coisa pública chegou-se a essa crise e a partir dela o Congresso Nacional está paralizado.

Ando cansado de investigações e CPI(s), todas inúteis. Ando de paciência esgotada com uma classe política que nada mais faz senão administrar os próprios mesquinhos interesses. Ando cansado de ver políticos trampolinarem de partido em partido e de ideologia em ideologia.

Para qualquer pessoa com o mínimo bom senso, se Fernando Collor e Luiz Ignácio Lula da Silva criticaram e fizeram comícios e passeatas contra José Sarney, eles não têm o direito nem a moral de hoje serem seus aliados e vice-versa. E o mesmo vale para as traições de Collor contra Renan Calheiros ou os acintes praticados pelo PT contra todos eles.

Como Sarney não largará o osso, pelo menos deixo aqui meu desabafo. Quero que os políticos passem a ter OPINIÃO, e não se prostituam mais apenas para gozar do poder pelo poder.

5 de ago. de 2009

EPIDEMIA DE ALCOOLISMO


A foto é de "O Globo" e nela, as pessoas abraçadas choram a morte de um ente querido, ocorrida num acidente causado por indivíduo alcoolizado.

Leia aqui.

Além de destruir famílias e diminuir a capacidade de aprendizado e trabalho de uma legião de pessoas, a epidemia de alcoolismo gera um custo colossal direto para o sistema de saúde, que certamente não é compensado pelos impostos pagos pela indústria em questão.

Dinheiro que seria utilizado para melhorar exames e o fornecimento de remédios, é carreado para o tratamento de alcoólatras cada vez mais jovens e, em prontos-socorros, para cuidar dos envolvidos em acidentes de trânsito e violências domésticas, casos que decorrem em sua maioria por excesso de álcool no organismo do autor dos delitos.

É preciso endurecer a legislação ao mesmo tempo em que se faz necessário acabar com a glamurização do ato de beber, para tirar essa falsa idéia de alegria associada a ele e causar tamanhos gravames à vida do delinquente, não para que ele largue o vício, porque isso não se consegue por sentença, mas para que ele vire exemplo negativo.

Sugestões:

1. A drástica limitação de publicidade do álcool, tal qual a que existe para o cigarro. Há quem diga que fazer isso só beneficia o radicalismo político de quem pretende uma mídia calada. Por óbvio que os chefões da mídia alegam a perda de receita a que serão submetidos, o que comprometeria sua independência editorial, mas esse é um argumento falho, que já foi levantado na guerra ao cigarro, quando se comprovou que os anunciantes perdidos são substituídos por novos produtos. Hoje, o cigarro não faz falta alguma aos órgãos de mídia;

2. Na condenação por crime de trânsito decorrente de abuso do álcool, o autor deve perder o direito ao auxílio previdenciário por incapacidade (se a adquiriu no acidente);

3. O condenado por crime de violência doméstica associada ao álcool deve perder o pátrio-poder sobre a prole e ficar sujeito a divórcio facilitado, com determinação imediata de obrigação alimentar;

4. Em ambos os casos, o autor deve ser condenado a ressarcir aos cofres públicos pelos danos que causou, inclusive os custos médicos, tendo seu nome lançado no CADIN até que pague tal dívida;

5. O condenado por fornecimento de álcool a menores de idade deve ser impedido de exercer a atividade mercantil.

Não tenho nada contra quem bebe socialmente. Aliás, da minha parte o indivíduo pode tropegar de bêbado o quanto quiser, conquanto não gere prejuízos a terceiros. Mas uma vez causando-os, assuma consequências reais e graves.

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...