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10 de dez. de 2015

MICROCEFALIA: O VILÃO NÃO É O "AEDES AEGIPT"

O Brasil só foi se preocupar com o vírus Zica quando começaram a nascer crianças com massa encefálica prejudicada. Antes, pouco se falou e pouco se fez para conter o "aedes aegipt", pouco se comentou sobre a doença. Na prática, nada se fez para evitar o problema, mesmo com o ministério da saúde sendo o campeão do orçamento da União, um portento que importa médicos cubanos, administra milhares de estabelecimentos pelo país afora e faz um monte de publicidade em meios eletrônicos, mas que foi incapaz de tornar onipresente uma campanha de combate a um inseto que agora, meses depois do aparecimento do vírus, ameaça as crianças do país com sérias dificuldades pro resto de suas vidas. 

É sintomático o modo com que tratamos essas coisas por aqui. 

Exaltamos a favela, somos entusiastas de becos, ruelas,  morros e construções empilhadas umas nas outras em condições sanitárias aviltantes à condição humana. No cinema e na TV, romantizamos a vida nesses lugares com atores lindos e cenários bem decorados, tentando convencer o público médio que favela é um traço cultural, algo bom e inevitável que o Brasil precisa respeitar. O problema que favela não é algo nem próximo do que filmes e novelas mostram. Em contrário, via de regra, favela é um lugar infecto, lotado de criadouros de mosquitos e onde não raro as autoridades não podem sequer entrar para proceder campanhas de combate e conscientização, porque os "donos" do lugar podem achar ruim e retribuir com chumbo grosso.

E daí pergunto: o país gastou (declarados) uns 50 bilhões para promover uma Copa do Mundo e mais uns 20 para olimpíada. Mas alguém sabe quanto o país gastou de 2007 para cá em programas de desfavelização, de saneamento em favelas, de extinção de favelas e palafitas? Alguém tem notícia dos números de redução de pessoas vivendo em favelas no país? Alguém pode atestar um índice nacional que nos mostre que houve melhora efetiva e generalizada nas condições de vidas nesses lugares?

Mas ainda se fosse só em favela ou se fosse apenas o vírus Zica...

Quanto se investe em saneamento básico no Brasil? Quantas cidades brasileiras tem 100% do tratamento de esgoto? Quantas tem 100% de água tratada e encanada? Quantos loteamentos pelo país afora, foram construídos sobre aterros de lixões?  Quantos rios brasileiros estão mortos? Quantos lugares por aí sofrem com águas paradas? Quantos lixões existem à céu aberto, com  vidros, pneus e plásticos acumulando água e consequentemente larvas de insetos?  Quais são as reais condições sanitárias da maioria da população do país?

O Brasil tem mania de tratar saneamento como algo sem importância. Não se dá valor à ele porque não é visível. as pessoas não dão bola, contanto que sintam-se amparadas por algum tipo de esmola governamental. Não se saneia, o povo não cobra saneamento e a cada nova epidemia de alguma doença causada justamente pela falta dele e da prática constante de sanear, chora as perdas de vidas e clama pela intervenção do Estado, como se estes não fossem afetados dessa maneira justamente pela falta flagrante de práticas de saneamento, que incluem educar as pessoas e combater insetos permanentemente.

Digo mais: é IMPOSSÍVEL, simplesmente IMPOSSÍVEL que já não se soubesse antes da relação do vírus Zica com microcefalia. No mínimo, os países africanos ou asiáticos que sofreram o problema teriam dados consistentes para alertar da necessidade de uma ação imediata para combatê-lo. Mas não, o Brasil soube do Zica há meses e não fez nada, esperou milhares de mulheres engravidarem, não emitiu nenhum alerta relevante, e agora conta (e chora) o número de famílias afetadas.




7 de fev. de 2011

MAIS DE ÁLCOOL E CRIANÇAS

No Estadão de hoje:

Dos jovens viciados em álcool, 40% começaram a beber antes dos 11 anos

Com um quadro como o da matéria do Estadão, não me admira que os índices de violência estejam fora de controle.

O Brasil, repito, é leniente demais com o álcool, mas principalmente com os pais quie deixam que filhos menores o consumam.

Quando por um milagre divino algum conselho tutelar ou mesmo a polícia prende uma criança ou adolescente sob o efeito de álcool e chama os pais, simplesmente ninguém vai preso, ninguém é processado, tudo fica numa conversa idiota, cheia de clichês de paz, amor, carinho, responsabilidade, etc... Como ninguém vai preso, ninguém é multado, não dá 15 minutos a criança tá na rua de novo, enchendo a cara de álcool, sabendo que probabilidade de ser detida já se esgotou.

Enfim, em um país onde a maioria da população acha bonito dar bicadinha de cerveja para bebês, e deixa crianças e adolescentes assistirem o festival de manguaça dos idiotas do BBB, não se pode esperar melhora.

5 de ago. de 2009

EPIDEMIA DE ALCOOLISMO


A foto é de "O Globo" e nela, as pessoas abraçadas choram a morte de um ente querido, ocorrida num acidente causado por indivíduo alcoolizado.

Leia aqui.

Além de destruir famílias e diminuir a capacidade de aprendizado e trabalho de uma legião de pessoas, a epidemia de alcoolismo gera um custo colossal direto para o sistema de saúde, que certamente não é compensado pelos impostos pagos pela indústria em questão.

Dinheiro que seria utilizado para melhorar exames e o fornecimento de remédios, é carreado para o tratamento de alcoólatras cada vez mais jovens e, em prontos-socorros, para cuidar dos envolvidos em acidentes de trânsito e violências domésticas, casos que decorrem em sua maioria por excesso de álcool no organismo do autor dos delitos.

É preciso endurecer a legislação ao mesmo tempo em que se faz necessário acabar com a glamurização do ato de beber, para tirar essa falsa idéia de alegria associada a ele e causar tamanhos gravames à vida do delinquente, não para que ele largue o vício, porque isso não se consegue por sentença, mas para que ele vire exemplo negativo.

Sugestões:

1. A drástica limitação de publicidade do álcool, tal qual a que existe para o cigarro. Há quem diga que fazer isso só beneficia o radicalismo político de quem pretende uma mídia calada. Por óbvio que os chefões da mídia alegam a perda de receita a que serão submetidos, o que comprometeria sua independência editorial, mas esse é um argumento falho, que já foi levantado na guerra ao cigarro, quando se comprovou que os anunciantes perdidos são substituídos por novos produtos. Hoje, o cigarro não faz falta alguma aos órgãos de mídia;

2. Na condenação por crime de trânsito decorrente de abuso do álcool, o autor deve perder o direito ao auxílio previdenciário por incapacidade (se a adquiriu no acidente);

3. O condenado por crime de violência doméstica associada ao álcool deve perder o pátrio-poder sobre a prole e ficar sujeito a divórcio facilitado, com determinação imediata de obrigação alimentar;

4. Em ambos os casos, o autor deve ser condenado a ressarcir aos cofres públicos pelos danos que causou, inclusive os custos médicos, tendo seu nome lançado no CADIN até que pague tal dívida;

5. O condenado por fornecimento de álcool a menores de idade deve ser impedido de exercer a atividade mercantil.

Não tenho nada contra quem bebe socialmente. Aliás, da minha parte o indivíduo pode tropegar de bêbado o quanto quiser, conquanto não gere prejuízos a terceiros. Mas uma vez causando-os, assuma consequências reais e graves.

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...