11 de fev. de 2011

MAIS DO MESMO SOBRE A COPA DO MUNDO 2014

Na Folha de S.Paulo:

TCU aponta erros e diz que Copa pode repetir fracassos do Pan.

No Estado de S.Paulo:

TCU aponta problemas em obras do Maracanã para Copa do Mundo de 2014.

O TCU afirma que o orçamento para as obras do Maracanã não passa de ficção. O estádio que foi reformado para o Mundial FIFA de Clubes em 2001, depois para os Jogos Panamericanos de 2007, já projeta custos de mais de R$ 1 bilhão, sendo que estes não páram de crescer, o que está acontecendo em todas as demais sedes onde já há obras de estádios públicos. Nos dois casos de estádios privados, mesmo com dinheiro público as obras não começam.

Estamos caminhando a passos largos para um episódio de assalto aos cofres públicos na esteira de obras emergenciais e revisões de contrato.

10 de fev. de 2011

EU AVISEI!

No dia 25 de agosto do ano passado eu postei aqui no blog com o título VEM AÍ UM AJUSTE FISCAL, mesmo com a então candidata Dilma dizendo que não faria algo assim, nos seguintes termos (citados por um petista):

"Estão tentando pautar a minha campanha. Como falar em ajuste (fiscal) em um país que cresce 5%, tem geração de emprego e 255 bilhões em reservas (cambiais)?"


Claro que em um país onde a mentira come solta e a cara-de-pau é instituição, não se pode desqualificar a presidente pela incoerência, até porque Dilma sempre deu sinais de que faria ajustes grandes nas contas públicas, mesmo não falando nisso diretamente.

Em campanha no Brasil pode tudo, vez que o Judiciário não pune a mentira que influencia os resultados eleitorais e a própria população de regra é incapaz de lembrar o que comeu no almoço do dia anterior, que dizer pronunciamentos políticos.

Enfim, um corte de R% 50 bilhões no orçamento nada mais é que ajuste fiscal, como também são medidas nesse sentido a suspensão de concursos, o aumento das auditorias em vários órgãos da admnistração e o corte linear de 50% para pagamentos de diárias.

Fora isso, o estranho é que ontem o ministro Mantega disse nas entrelinhas que as metas fiscais de 2010 só foram alcançadas por meio de artifícios contábeis, ao afirmar que em 2011 elas seriam atingidas sem eles. Isso encerraria outra mentira, a de que o governo Lula não abriu os cofres com fins eleitorais em 2010.

Eu já esperava por tudo isso porque o governo Lula, que ninguém aqui está dizendo que não desenvolveu o país, gastou demais e perdeu uma oportunidade dourada de ajustar as contas públicas para alcançar a partir delas o desenvolvimento sustentável e por longo período de tempo que sempre pregou. E bem dito, não acho que o ajuste fiscal vá colocar o Brasil numa recessão ou mesmo que a economia vá mal. Apenas entendo que se o governo não quer tratar de um assunto diretamente, melhor observar o silêncio do que mentir.

A parte ruim, é que dias depois eu afirmei que a CPMF voltaria. Como não sou adivinho, mas apenas analiso os fatos, é provável que ela volte mesmo, mesmo com a negação, a mesma negação acerca do ajuste fiscal.

9 de fev. de 2011

CORTE DE 50 BILHÕES. É O CUSTO DA ERA LULA

Ante os índices de inflação (com provável estouro da meta) o Governo Federal resolveu efetivar um corte adicional no orçamento de ficção aprovado pelo Congresso Nacional. Serão mais 50 bilhões além do contingenciamento tradicional, que afeta quase que de modo linear a administração pública federal.

A conta das bondades ilimitadas do governo Lula, cujas despesas cresceram sempre a mais que as receitas, começa a aparecer.

O Brasil perdeu nos últimos 8 anos a oportunidade de encaminhar um ajuste fiscal efetivo com efeitos duradouros. Se Lula tivesse determinado um teto da folha de pagamento da União e contratado 2/3 a menos de comissionados, o aumento exponencial da arrecadação teria colocado próximo de zero o déficit da União.

Mas não, ele umentou as despesas em índices sempre acima dos de aumento de receitas e legou para sua sucessora uma máquina engessada não só financeiramente, mas também politicamente, na exata medida em que político que apadrinha comissionados, não vai abrir mão da manutenção deles na coisa pública, ainda mais com a incerteza sobre a popularidade da presidente Dilma, que certamente não será igual à do seu antecessor.

Não acredito que o Brasil vá entrar em recessão por conta desse corte e do aumento das taxas de juros. Também não acredito que a inflação vá alcançar patamares insuportáveis, até porque o governo Dilma já entendeu que tem que cuidar da sua parte, porque o Banco Central tem margem limitada no aumento dos juros. É improvável que o Brasil volte a experimentar recessões drásticas como as do passado, até porque elas eram causadas por aumentos brutais de impostos e juros, coisa que hoje em dia não é exequível.
Mas o que está claro é que o Brasil perdeu uma chance de ouro de, nos últimos 8 anos, ajustar as contas públicas de modo efetivo e duradouro.

7 de fev. de 2011

MAIS DE ÁLCOOL E CRIANÇAS

No Estadão de hoje:

Dos jovens viciados em álcool, 40% começaram a beber antes dos 11 anos

Com um quadro como o da matéria do Estadão, não me admira que os índices de violência estejam fora de controle.

O Brasil, repito, é leniente demais com o álcool, mas principalmente com os pais quie deixam que filhos menores o consumam.

Quando por um milagre divino algum conselho tutelar ou mesmo a polícia prende uma criança ou adolescente sob o efeito de álcool e chama os pais, simplesmente ninguém vai preso, ninguém é processado, tudo fica numa conversa idiota, cheia de clichês de paz, amor, carinho, responsabilidade, etc... Como ninguém vai preso, ninguém é multado, não dá 15 minutos a criança tá na rua de novo, enchendo a cara de álcool, sabendo que probabilidade de ser detida já se esgotou.

Enfim, em um país onde a maioria da população acha bonito dar bicadinha de cerveja para bebês, e deixa crianças e adolescentes assistirem o festival de manguaça dos idiotas do BBB, não se pode esperar melhora.

2 de fev. de 2011

A "OPOSIÇÃO" NO PLANALTO, A POSIÇÃO NO PARANÁ

Nos 8 anos do governo Lula, o Brasil praticamente não experimentou oposição. Nos últimos 4 anos, então, a situação foi patética, salvando-se apenas a questão da volta da CPMF, que foi derrubada se bem que com apoio de parte da dita "base aliada".

Em 2010, apesar do sucesso nas eleições estaduais, a oposição mingou no Congresso Nacional se entendida como o conjunto dos partidos DEM, PSDB, PPS, PSOL e legendas menores como o PSTU. Mesmo assim, esta oposição ainda têm um número relevante de parlamentares que, se não é capaz de barrar propostas governamentais, pelo menos poderia fazer barulho e marcar posição contrária.

Mas não, o senador José Sarney foi reeleito com 71 dos 84 votos da casa, sendo que apenas o PSOL teve a vergonha na cara de lançar um candidato derrotado de antemão, mas marcando posição. E na Câmara, a mesma coisa, pois a eleição girou em torno da proporcionalidade de participação na mesa, ou seja, a oposição preferiu ganhar um pequeno naco de poder, a assumir uma postura de contrariedade.

Estamos sujeitos a mais 4 anos de ausência de oposição e debate político pobre. Parece que a única oposição relevante que terá o governo Dilma Roussef virá de dentro de suas próprias hostes.

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E no Paraná, a Polícia Militar invadiu a Assembléia Legislativa e tomou o lugar da segurança interna da casa, em virtude de ameaças feitas ao novo presidente, Valdir Rossoni (PSDB).

Rossoni avisou que vai virar a casa do avesso e colocar "pingos nos is", em relação às graves denúncias levantadas no ano passado, de nepotismo, atos secretos, funcionários que não comparecem ao trabalho e favorecimentos, denúncias estas que o ex-presidente Nelson Justus disse que atacou, mas sem mostrar resultados práticos.

É triste ver em que virou o estado do Paraná nos últimos anos, especificamente desde que o senhor Roberto Requião do Mello e Silva assumiu o governo, contando sempre com a cordeirice de uma Assembléia Legislativa que obedecia sem discutir todas as ordens vindas do Palácio Iguaçú, que absteve-se de fiscalizar, que aceitou a nomeação de um irmão do governador para o Tribunal de Contas, que simplesmente não existiu enquanto instituição.

Agora convivemos com o escândalo do Porto de Paranaguá, que envolve denúncias graves contra o irmão do ex-governador (e consequentemente, contra ele) e com o caos na Assembléia Legislativa. O Paraná não deve mais nada a nenhum dos estados ditos "!oligárquicos" tão mal falados pelo Brasil afora.

E o mais revoltante é saber que, assim que ocupar a tribuna do Senado, o agora senador Requião voltará suas baterias para fazer acusações graves contra o ministro das comunicações, Paulo Bernardo, marido da senadora Gleisi Hoffman que ele, Requião, abraçava efusivamente nos palanques da campanha do ano passado.

O Paraná virou uma terra de trairagem.

29 de jan. de 2011

46664(*)

Nascido livre, vale a pena viver.
Mas só vale a pena viver,
porque você nasceu livre.
(da música Born Free de Andy Willians e John Barry, para o filme "A História de Elza")



Sempre digo que o século XX foi pródigo em grandes homens.

Winston Churchill, Carol Woytila (o papa João Paulo II), Franklin Delano Roosevelt, Wladimir Ilitch Lênin, Golda Meir, Margareth Thatcher, Gamal Abdel Nasser, Mohandas Ghandi, Jawaharlal Nehru, Madre Teresa de Calcutá, Lech Walesa, e muitos outros fizeram do século XX uma era de igualdade e direitos jamais imaginada no passado.

Grandes homens são o farol da civilização. O sacrifício e a coragem são, historicamente, o motor das mudanças sociais, a inspiração para grandes movimentos de progresso e realização. Quando grassa a injustiça, o ser humano prostrado precisa de um líder.


Entre 1910, ano da independência do país, e os anos finais do século XX, na África do Sul os negros foram gradualmente isolados em guetos onde não tinham autorização sequer para empreenderem atividades econômicas que lhes vislumbrassem a melhoria de suas condições sociais. A eles eram negados os direitos políticos e os econômicos, suas vidas resumiam-se a experimentar a miséria eterna sob o jugo cruel de um regime racial baseado exclusivamente na opressão violenta que lhes negava a terra onde trabalhar e mesmo a discussão sobre as injustiças que lhes acometiam (Steve Biko, ativista, foi assassinado e seus algozes jamais foram julgados por alegada falta de provas). Mesmo aos negros que eram autorizados ao convívio com os brancos, não era permitida mais que uma relação de servilismo escravo.

Faltavam pouco mais de 10 anos para o fim do século, quando a tensão social explodia e a população negra, que era a maioria absoluta naquele país chegava ao seu limite. Foi mais ou menos a época em que ouvi falar pela primeira vez de um líder incomum, condenado à prisão perpétua por traição e terrorismo e cumprindo sua pena após pegar em armas mesmo pregando a paz, revoltado com o massacre de 69 indefesos e desarmados que pediam melhores condições de vida em 1960.

Alguém que durante a vida fez declarações díspares como “...entre a bigorna que é ação da massa unida e o martelo que é a luta armada, devemos esmagar o apartheid...” e “...unam-se, mobilizem-se, lutem!...” e também pregou comiseração ao dizer que “...uma boa cabeça e um bom coração formam uma formidável combinação...” ou ainda pregar que “...não há caminho fácil para a Liberdade...”.


E da prisão sua imagem serena inspirava a luta de um povo cansado de lutar pela Liberdade, que não queria a guerra mas precisava de um líder, uma luz na escuridão da injustiça.


Então, o destino elegeu presidente dos brancos um pequeno herói de nome Frederik de Klerk, cujo grupo político compreendera que aquele regime não se sustentaria, que o mundo mudara e mesmo que entre os negros havia um líder, cuja ascendência tornaria impossível a manutenção do apartheid.


Nelson Mandela foi libertado em 12 de fevereiro de 1990. Naquela ocasião, levantou o braço direito em um ângulo de 45 graus com o punho cerrado, marca da resistência heróica do seu povo. Mas pregou a conciliação ao invés da vingança, abdicando da guerra para trabalhar pela paz como nenhum outro ser humano nos últimos 20 anos. Nem a injustiça de sua prisão e as acusações de trair o país que sempre amou e de um terrorismo que jamais praticou, foram suficientes para desviá-lo de seu sonho pelo “...dia em que todas as pessoas levantar-se-ão e compreenderão que foram feitos para viverem como irmãos...”.


Mandela é advogado de formação, fundador do Congresso Nacional Africano em 1942, signatário da Carta da Liberdade de 1955, Nobel da Paz de 1993 (em conjunto com Frederick de Klerck) “pelo trabalho de pacificação com o fim do regime do Apartheid e pela fundação da nova democracia da África do Sul”(**). Em 1994 foi eleito presidente de seu país e ao contrário do que se poderia imaginar de alguém que chegara ao poder como ele, não manobrou por sua reeleição, entregando o cargo em 1999 e deixando oficialmente a vida pública em 2004, quando virou símbolo de um país saído das trevas, a pregar a Justiça e a Igualdade, a luta incesssante e sem tréguas pelos direitos humanos e pelo combate à AIDS.


É o grande herói nacional da África do Sul porque foi capaz de unir o país no complicado processo de integração racial ainda em curso, sem atentar contra a democracia nem pregar o ódio ao passado.


Mandela é um daqueles seres humanos especiais, que merecem cada uma das muitas homenagens, como o Nobel da Paz de 1993, a honraria maior da multirracial Índia, o Bharat Ratna em 1990, o título de Cidadão Honorário do Canadá em 2001 e o de Embaixador da Consciência em 2006 pela Anistia Internacional. Mas a homenagem mais singela e bonita que reconheci à sua pessoa, foi feita pelo grupo musical típico chileno, Illapu, cuja letra diz o seguinte:


La noche que anda de negro
cargada de soledad
que se levante Mandela
Mandela, mande ya

La noche que anda escondida
y sigue siempre esperando
debe ser el mediodia
o la manana cantando

Mande Mandela, Mandela ya!
que la noche se levante,
y no se vuelva acostar!


Neste ano de 2010, quando o mundo será recepcionado na terra de Mandela para uma festa esportiva, vamos prestar a merecida homenagem para este homem que honrou àqueles que acreditam na paz e entrou para a história da luta dos direitos de todos nós seres humanos.


(*) Número de inscrição de Nelson Mandela na prisão na qual ficou por 28 anos.
(**) Palavras da comissão que defere o Prêmio Nobel.

25 de jan. de 2011

UM LIXÃO, MUITA IRRESPONSABILIDADE

Veja antes:

1
2

Rio Branco do Sul é apenas um modelo de descaso com o meio-ambiente que se repete pelo Brasil afora, onde prefeitos incapazes e vereadores omissos simplesmente ignoram leis, autos de infração e decisões judiciais, tentando transferir a sua responsabilidade para terceiros.

O município de Rio Branco do Sul-Pr foi multado pelo Instituto Ambiental do Paraná várias vezes, sem ter pago absolutamente nenhuma das infrações e sem ter feito esforço algum para regularizar a vexatória situação desse lixão citado nas reportagens da RPC-TV. O máximo que aconteceu, partiu de um abnegado secretário de meio-ambiente que tentou iniciar um tratamento químico no local, logo abortado porque a Câmara de Vereadores resolveu cassar o prefeito sem justificativa plausível.

Consta que esse lixão é em uma área alugada pelo município, onde se jogam todos os resíduos da cidade, inclusive os hospitalares, sem nenhum tipo de manta impermeabilizadora para evitar a contaminação do lençol freático, muito menos captação de chorume e controle do metano, que é responsável pela autocombustão dos resíduos que gera fumaça tóxica.

É uma vergonha completa, agravada pelo fato de que, na cidade, não existe programa público de coleta seletiva ou separação de lixo, de tal modo que o lixão recebe absolutamente todo tipo de resíduo sem qualquer mínimo controle. Ou seja, existe ali contaminação com metais pesados (de baterias de celulares, por exemplo) e produtos químicos diversos (como os que compõe tubos de TV e de lâmpadas fluorescentes), além do descarte de remédios, óleos, fluidos, sucatas e do lixo comum de toda residência normal.

Anos atrás, a COMEC queria instalar no município o aterro sanitário metropolitano, para substituir o da Caximba em Curitiba, coisa que a população da cidade não aceitou porque geraria um tráfego intenso de caminhões na Rodovia dos Minérios, que está super-congestionada há pelo menos 10 anos e cuja duplicação é simplesmente empurrada com a barriga, quando não ignorada, por mais que alguns políticos paroquiais retardados insistam em dizer que estão em campanha para solucionar o problema.

A população local não aceitava receber o lixo do resto da região metropolitana de Curitiba sem compensações, mas não se importaria de ver instalado um aterro sanitário municipal, muito embora o discurso dos senhores políticos, agora que a coisa "fedeu" em termos publicitários, é dizer que o povo é que não queria o aterro, mais como forma de livrar-se de responsabilidades, do que por obrigação com a verdade.

Isso foi passando de prefeito para prefeito, o que vai continuar acontecendo se a Justiça não aplicar multas aos administradores públicos, e não ao município. Penso que administrador público que aluga terreno por tempo indeterminado e joga lixo lá sem qualquer critério, responde por improbidade administrativa porque isso afeta as contas públicas, sujeitas a multas e ações indenizatórias de toda natureza.
Mas não se pode pedir muita coisa de uma cidade onde não moram o promotor, o delegado e o juiz, e onde absolutamente tudo sofre a intervenção paternalista de deputados de baixo clero, sempre prontos a ajudar os políticos paroquiais em seus apertos, nem que isso represente uma banana para os interesses da sociedade.

No fim das contas, Rio Branco do Sul é a prova de que o Brasil precisa mesmo é extinguir a maior parte dos seus municípios, que só servem para pagar um prefeito incapaz e vereadores inúteis, o que drena recursos públicos que seriam melhor administrados por órgãos técnicos, como os que cuidam do meio-ambiente.

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...