25 de jan. de 2011

UM LIXÃO, MUITA IRRESPONSABILIDADE

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Rio Branco do Sul é apenas um modelo de descaso com o meio-ambiente que se repete pelo Brasil afora, onde prefeitos incapazes e vereadores omissos simplesmente ignoram leis, autos de infração e decisões judiciais, tentando transferir a sua responsabilidade para terceiros.

O município de Rio Branco do Sul-Pr foi multado pelo Instituto Ambiental do Paraná várias vezes, sem ter pago absolutamente nenhuma das infrações e sem ter feito esforço algum para regularizar a vexatória situação desse lixão citado nas reportagens da RPC-TV. O máximo que aconteceu, partiu de um abnegado secretário de meio-ambiente que tentou iniciar um tratamento químico no local, logo abortado porque a Câmara de Vereadores resolveu cassar o prefeito sem justificativa plausível.

Consta que esse lixão é em uma área alugada pelo município, onde se jogam todos os resíduos da cidade, inclusive os hospitalares, sem nenhum tipo de manta impermeabilizadora para evitar a contaminação do lençol freático, muito menos captação de chorume e controle do metano, que é responsável pela autocombustão dos resíduos que gera fumaça tóxica.

É uma vergonha completa, agravada pelo fato de que, na cidade, não existe programa público de coleta seletiva ou separação de lixo, de tal modo que o lixão recebe absolutamente todo tipo de resíduo sem qualquer mínimo controle. Ou seja, existe ali contaminação com metais pesados (de baterias de celulares, por exemplo) e produtos químicos diversos (como os que compõe tubos de TV e de lâmpadas fluorescentes), além do descarte de remédios, óleos, fluidos, sucatas e do lixo comum de toda residência normal.

Anos atrás, a COMEC queria instalar no município o aterro sanitário metropolitano, para substituir o da Caximba em Curitiba, coisa que a população da cidade não aceitou porque geraria um tráfego intenso de caminhões na Rodovia dos Minérios, que está super-congestionada há pelo menos 10 anos e cuja duplicação é simplesmente empurrada com a barriga, quando não ignorada, por mais que alguns políticos paroquiais retardados insistam em dizer que estão em campanha para solucionar o problema.

A população local não aceitava receber o lixo do resto da região metropolitana de Curitiba sem compensações, mas não se importaria de ver instalado um aterro sanitário municipal, muito embora o discurso dos senhores políticos, agora que a coisa "fedeu" em termos publicitários, é dizer que o povo é que não queria o aterro, mais como forma de livrar-se de responsabilidades, do que por obrigação com a verdade.

Isso foi passando de prefeito para prefeito, o que vai continuar acontecendo se a Justiça não aplicar multas aos administradores públicos, e não ao município. Penso que administrador público que aluga terreno por tempo indeterminado e joga lixo lá sem qualquer critério, responde por improbidade administrativa porque isso afeta as contas públicas, sujeitas a multas e ações indenizatórias de toda natureza.
Mas não se pode pedir muita coisa de uma cidade onde não moram o promotor, o delegado e o juiz, e onde absolutamente tudo sofre a intervenção paternalista de deputados de baixo clero, sempre prontos a ajudar os políticos paroquiais em seus apertos, nem que isso represente uma banana para os interesses da sociedade.

No fim das contas, Rio Branco do Sul é a prova de que o Brasil precisa mesmo é extinguir a maior parte dos seus municípios, que só servem para pagar um prefeito incapaz e vereadores inúteis, o que drena recursos públicos que seriam melhor administrados por órgãos técnicos, como os que cuidam do meio-ambiente.

7 comentários:

  1. lixo, lixo, lixo sempre ele. Isso me lembra o filme brasileiro 'lixo extraordinário' que é um dos candidatos ao Oscar desse ano como melhor filme estrangeiro. Só lembram do Brasil por coisas semelhantes. Quando não é praia, prostitutas e Pelé.

    O caso do lixo é grave em todos os lugares fábio, e o pior é saber que tem gente morando e vivendo nesses lixões.

    Uma curiosidade: você mora em Rio Branco do Sul é?

    abs

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  2. Curiosidade, o filme do Lula não jogado ai???

    Brincadeiras a parte Fábio, o lixo no Brasil só é levado à sério por uma pequena parcela da população e por políticos, então, nem a pau.

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  3. Faz algum tempo questionei o fato de pedirem a nós daqui separar os lixos por categorias e em seguinda passava o caminhão e os funcionarios da empresa responsável misturava tudo.

    É de fato uma falta do que fazer com tanto lixo. Não falta ideias, falta é gerência! Não falta meios de reciclagem, nem falta pesquisas sobre o assunto.

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  4. Se as ruas da cidade em questão estão esburacadas há ANOS; se; se não existe sinalização de trânsito decente HÁ ANOS; se caminhões estacionam em áreas proibidas DESDE SEMPRE; se carros param no meio da rua, em sentido contrário, para seus motoristas papearem; se não dão solução nem para a ÁGUA que o povo bebe... você acha que a canalhada que entra e sai do governo municipal vai parar sua vidinha medíocre prá se preocupar com o LIXO que produzimos?? Seria poliana demais de minha parte acreditar nisso...
    Coleta seletiva é prá trouxas. Aliás, na cidade em questão, EDUCAÇÃO, LIMPEZA e CARÁTER é coisa de trouxas como nós, que desejamos uma cidade melhor para nossos filhos, sobrinhos e netos. Infelizmente.

    Ass. Mônika Mayer

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  5. Olá, tudo bem? Com o documentário sobre os lixões no Oscar, esse assunto voltará a ser muito discutido na imprensa... Abraços, Fabio www.fabiotv.zip.net

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  6. Um absurdo sem tamanho. Prática comum de negligencia em todos os estados, infelizmente.

    Creio que apesar do povo ser muito ignorante, nada justifica essa atitude deles, de serem imundos ainda mais. Quanto aos políticos e gestores dessa situação... sem comentários.

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