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9 de ago. de 2016

COMPLEXO DE VIRA-LATA



"Complexo de vira-lata" é uma expressão do genial Nelson Rodrigues que foi muito bem aproveitada pelos políticos e governantes brasileiros para esconder sua incapacidade em fazer as coisas direito, sem roubar o contribuinte, e transferir a culpa de seus atos falhos para o suposto eterno mau-humor nacional consigo mesmo.

É a tal coisa, prometeram um legado que não foi entregue na Copa do Mundo? Complexo de vira-lata, povo chato! Os estádios da copa viraram elefantes brancos? Complexo de vira-lata, ô povo que só vê o lado ruim das coisas! A baía de Guanabara não foi despoluída como prometido para a olimpíada? Vira-lata, onde já se viu esse povo reclamar de poluição? Não tem saúde, nem educação, nem segurança pública, o brasileiro tem medo da vergonha que pode passar com os estrangeiros que vêm ao país? Bando de complexados, tudo se resolve com malemolência, jeitinho e um sorriso no rosto, quem não pensa assim tem complexo de vira-lata!

Quando as coisas não dão certo e as críticas estão pesadas, entram em campo as desculpas clássicas: Fizemos do nosso jeito, dizem alguns. Outros dizem que fizemos o que pudemos. Outros, ainda, dizem que no exterior também houve problemas em situação parecida. 

Admitir que as expectativas que criaram foram muito superiores ao entregue, nem pensar, é coisa de vira-lata achar ruim que o país prometa muito e não cumpra nada, que atrase, que cobre mais caro, que não se organize, que deixe tudo para a última hora. Só passa vergonha o vira-lata, esse cara chato que tem essa mania irritante da excelência, de querer ver as coisas funcionando e de saber o que se faz com o dinheiro que paga de impostos.

E assim vamos, o povo é complexado, é vira-lata. Os políticos e governantes, não. Estes podem superfaturar, prometer, descumprir, prevaricar, roubar, negar, errar, falhar, serem irresponsáveis, não observarem prazos nem orçamentos, não seguir regras de segurança... nada, coisa nenhuma é responsabilidade deles. Se o viaduto caiu é culpa da construtora, se a ciclovia matou é porque a ressaca estava forte, eles não fazem nada errado e sempre tem algum otário para dizer que o brasileiro sofre do complexo de vira-lata na linha de um tenho orgulho do meu país e nojo do vira-lata que vê defeito em tudo

Reclamar e pedir bom uso do dinheiro dos impostos no Brasil virou complexo de vira-lata. É simples, é eficiente e conveniente. Afinal, não tem coisa que deixe um brasileiro mais chateado que não parecer legal e chique, ele não gosta de ser rotulado, brasileiro é cosmopolita por natureza, dá nó em pingo d'água, se adapta em qualquer lugar...  se reclama é vira-lata, é chato, tem mania de achar que tudo aqui é ruim.

Coitados dos simpáticos vira-latas, cães muitas vezes largados no mundo, sofrido mas espertos, fiéis aos donos e que pouco pedem, sempre abanando a cauda ao menor sinal daquela mais básica atenção que merecem e nem sempre ganham. Viraram símbolo de brasileiro chato, mas escudo de político ladrão e incompetente!


13 de jun. de 2016

PERU 1 X 0 BRASIL: CRÔNICA DE UMA MORTE ANUNCIADA

E nunca torço contra a seleção brasileira. Posso não torcer em favor e me abster, como foi na Copa 2014, em que o sentimento de revolta pelo mau uso de bilhões de reais de dinheiro público foi preponderante. Mas contra, nunca.

Acontece que a CBF tornou a seleção brasileira uma coisa comum. Um jogo da seleção era algo extraordinário, um acontecimento. Agora virou um caça-níqueis, porque a CBF marca amistosos com qualquer time que pague a quota em qualquer lugar que tenha um estádio. Mais que isso, até as eliminatórias da Copa do Mundo que eram feitas em dois grupos e com menos jogos, foram banalizadas e viraram um campeonatão de 18 rodadas que força a convocação do escrete à toda hora. Essa Copa América Centenário é outra coisa absurda, porque ano passado também aconteceu o mesmo evento, e então sobrecarregou-se o calendário de ano olímpico, porque a Conmebol precisava avançar sobre os dólares norte-americanos no mesmo estilo de gestão que caracteriza a CBF: o dinheiro em primeiro lugar, o futebol como detalhe.

Hoje a seleção é apenas uma obrigação para a maioria dos convocados, que jogam em clubes europeus organizadíssimos, recebem salários de 6 dígitos em euros e encaram um calendário de 56 ou 57 partidas, no máximo. Não há mais o elemento da consagração, não é mais motivo de orgulho e ansiedade ostentar a camiseta amarela, em contrário, pode ser um fardo ter de abrir mão de suas férias para competirem. Não que eles não joguem com vontade, a diferença é que não é mais consagrador, é apenas mais um jogo, mais um torneio, alguns dias a menos de férias para profissionais valorizados, cheios de mordomias e não raro, temperamentais por conta disto.

Fora isso, o futebol brasileiro não se renova mais. Os poucos craques que aparecem não jogam mais aqui, vão cedo para a Europa ou, pior, para a China. Os pequenos clubes não almejam mais nada, o futebol é tratado como uma festa de 12 agremiações, dos quais a detentora dos direitos de TV quer que apenas 2 sejam campeãs. Todos os demais são coadjuvantes e pagam o preço disso: são eles que suportam as arbitragens ruins e venais, o STJD que tem peso e medida diferente para cada clube, as tabelas absurdas feitas pela CBF a mando da poderosa cadeia de TV e principalmente a incapacidade em revelar e manter bons jogadores, pela premência de fazer dinheiro em negociá-los com a Europa, com a China e até com o mundo árabe, porque a Lei Pelé, contra a qual a CBF nunca se insurgiu, foi feita para beneficiar empresários que pouco apreço têm pelos clubes, todos eles cada vez mais afundados em dívidas.

A soma de tudo isso é sintetizada na seleção. O Peru que era freguês de caderno, virou adversário renhido. O gol de um ex-reserva do Coritiba tirou o Brasil de uma competição em que, no primeiro jogo, só não perdeu por um erro crasso do árbitro, igual ao do gol irregular da seleção andina ontem. O Brasil, com um time de estrelas do Real Madrid, do Barcelona, do Chelsea, do PSG e de tantos outros clubes bilionários, foi batido por um time modesto e ao fim do jogo, não se viu nenhuma cara de vergonha, nenhum brasileiro contrariado, viu-se apenas o mesmo festival de desculpas de sempre, inclusive a mais clássica segundo a qual "não existe mais inocente no futebol".

E as derrotas cada vez piores e mais frequentes. Na Copa do Mundo se mascarou a seleção mal montada pelo clima de festança que tomou o país inebriado por gastar bilhões de reais pensando ser rico. Depois a derrota na Copa América no Chile, a campanha ruim nas eliminatórias e agora a eliminação vergonhosa num torneio em que o Brasil tinha de ser protagonista.

É a morte anunciada por uma piora constante que se pode ver num campeonato brasileiro bagunçado e cheio de times fracos, árbitros ruins e públicos medíocres. Morte de um futebol que está sendo abandonado, vai morrer porque seus protagonistas preferem jogar na na China, na Ucrânia, na Arábia Saudita e na Turquia, todos atrás dos dólares pingados que a CBF elegeu como modelo e prioridade já faz muito tempo.

21 de jun. de 2013

NINGUÉM TEM SANGUE DE BARATA

 As manifestações que estamos vendo pelo Brasil afora tem um clima de “gota d'agua”, o brasileiro cansou de muitas coisas e passou a externar isso abertamente, mesmo que o faça sem organização e mesmo sem justificativa direta.

Desde o “fora Collor”, quando se pensou que o país embarcara numa onda de moralidade, o que se viu no Brasil foi uma política dos fins justificando os meios. Para combater a inflação e a desorganização do Estado os impostos foram subindo e arroxando as pessoas, para justificar a continuidade do combate, criou-se a regra da reeleição, para manter a inflação baixa, se alegou ter necessidade de apoio parlamentar mesmo que ideologicamente não compatível. Criou-se uma salada mista, onde “aliado” é todo mundo que quiser ser governo e não quem tiver afinidade ou ideias, a ponto de, em 2002, criar-se o conceito de “ministério com porteira fechada” para indicar o apoio político comprado junto a antigos inimigos políticos mediante a entrega de um conjunto completo de cargos e estruturas federais para um só partido aderente.

E na mesma toada, os políticos que apoiavam os governos passaram a achar que lhes era de direito abusar das mordomias, dos aumentos frequentes de salários, de estipêndios, de compensações por despesas que nem precisariam ter. E as coisas foram piorando, quando o país descobriu que o arroxo de década e meia no combate à inflação legara uma situação fiscal que possibilitava algum crescimento econômico, passou-se a achar que o Estado brasileiro é rico, e então criou-se a ilusão do “país potência”, que sob as rédeas de um deus barbudo ninguém mais seguraria, e que isso autorizava a criação de muitos ministérios, muitos cargos sem concurso para todo tipo de desocupado, muita arrogância e muita opulência.

Arrogância porque se criou a sensação geral de que a classe política é intocável. Deputado cassado por corrupção virou prefeito tempos depois, deputado condenado por corrupção continua elegível, deputado que matou dois jovens a sangue frio dirigindo um veículo a 190 km/h simplesmente não é julgado e não paga pelos seus crimes aguardando a prescrição da pena, deputados e políticos envolvidos em um caso descarado de desvio de recursos publicos, uma vez condenados nada menos que pelo STF, simplesmente não se recolhem à prisão e alguns deles voltam em triunfo à Câmara dos Deputados!

E dentro desse contexto do “tudo possível”, eis que o Erário passou a ser considerado infinito, o dinheiro público foi liberado para tudo, então os políticos aceitaram a inversão completa de qualquer prioridade nacional ao eleger a organização da Copa do Mundo e da Olimpíada como algo acima de qualquer pleito popular, não importando quanto seria gasto, nem se seria bem gasto, muito menos se teria retorno. Nada mais importava senão ter estádios perfeitos e mostrar ao mundo um Brasil grande, opulento e exibido, mesmo que a maioria de sua população continue vivendo em favelas, sem saneamento básico, sem educação fundamental, sem um sistema de saúde minimamente eficiente, suportando a burocracia mais insana do planeta, sem previdência, pagando os impostos mais caros do mundo sem necessidade, já que eles foram alçados a este patamar para combater a inflação e uma vez ela controlada deveriam ter voltado aos índices históricos.

Sintomático então, que no momento exato em que a classe política começou a exibir para o mundo e para a FIFA os troféus da sua irresponsabilidade o povo tenha cansado, a represa da insatisfação popular se rompeu e as águas jorraram ora plácidas, ora violentas. O estopim foram R$ 0,20, mas a banana de dinamite que foi estourada engloba os impostos altos que não são revertidos em uma vida minimamente decente, o descaso com direitos fundamentais mas principalmente, a revolta contra os políticos que durante duas décadas afrontaram as pessoas vivendo como nababos, empregando parentes, amantes e correligionários, dando risada da Justiça e se fartando em acordos espúrios com a sensação de que, se desse algo errado seria necessário apenas colocar o filho e/ou a esposa na chapa das eleições que tudo continuaria igual.

Eu sou um dos que estava decepcionado com a mansidão do povo brasileiro, que vinha aceitando tudo de cabeça baixa, em troca das esmolas do bolsa-família que nada mais é que uma contra-prestação precária dos impostos altíssimos que todos pagam, mas nem todos sabem que pagam. Pensava que tínhamos chegado a uma situação sem retorno, em que o sangue de barata havia aderido ao DNA nacional.

Ainda bem que eu estava errado, o brasileiro está demonstrando não ter sangue de barata e quebrou o dique! E agora que quebrou o dique ninguém sabe até quando as águas vão rolar...



4 de abr. de 2011

QUAL O LIMITE DO CONSUMISMO?

No Estadão:
Após ter trigêmeos, pais rejeitam um dos bebês no PR

Um casal de Curitiba é acusado de "devolver" bebês trigêmeos.

A história, ainda não bem explicada, seria de que eles teriam passado por um tratamento de inseminação artificial, que notoriamente sujeita os interessados ao nascimento de gêmeos, trigêmeos ou até mais crianças.

E neste caso, existe a especulação de que o casal ficou contrariado sim é com o número de rebentos, porque esperava apenas um e, na pior das hipóteses, dois.

O que gerou, além da polêmica na imprensa, um indicativo judicial de perda do pátrio-poder com estipulação de pensão para as três crianças, paga, claro, pelos pais. Afinal, se um pai rejeita uma criança por um motivo como este, não serve nem para ter uma barata de estimação, que dizer criar um filho.

Notem bem: não estou acusando ninguém de nada, estou apenas repassando ao leitor as especulações havidas sobre este caso. Pode ser que no meio do processo judicial que se formou, os pais apresentem explicações e provas de que não agiram do modo desumano que foi citado, e eu mesmo, espero que assim seja. Ademais, os nomes dos envolvidos não vazaram (graças a Deus, pelo menos para as crianças!) a público. Mas o que choca é constatar onde chegou o consumismo, na confirmação de que rejeitaram a criança nos termos da notícia dada pela Agência Estado/Estadão.

Hoje em dia, consumir virou requisito de felicidade.

A pessoa não será considerada feliz se não trocar de celular a cada dois anos, se não tiver carro, se uma vez por semana não beber uma caixa de cerveja (se possivel à beira mar, com muita gente em trajes sumários), se não viajar, se não munir sua residência de TV-LCD, home-theater e leitor Blue-Ray, se não tiver câmera digital, IPad, Notebook, se não ostentar bolsas e roupas de grife, se não decorar a casa com os móveis da moda... toda a felicidade do mundo é apenas e exatamente aquela do senso comum da classe média que muitas vezes não tem um lugar digno para morar, com água encanada e esgôto, mas ostenta os produtos e os comportamentos ditados pela publicidade e pelos modismos.

Mas há mais um dos requisitos de felicidade, ditado pelo senso comum da classe média - os filhos.

Já conheci gente que teve filhos por obrigação social antes da vontade efetiva de assumir o encargo (que é grave e exige responsabilidade) de criar uma criança.

Tiveram filhos porque os amigos dizem que isso é indispensável para a felicidade ou porque as publicidades de colégios particulares dão a impressão de que é moleza educar uma criança... que além de tudo, só traz felicidade! TIveram filhos primeiro, para verificar depois se efetivamente os queriam ou mesmo se podiam criá-los fora do contexto pronlemático de, por exemplo, usar escolas públicas na sua educação.

Mas se for confirmada essa história sórdida, vamos concluir que os pais foram a um médico como iriam a um marceneiro:

- Queremos dois armários, digo, dois filhos. Se possível, com olhos azuis, cabelos louros e padrão marfim, ops, desculpe: olhos azuis, cabelos louros e pele clara!

Daí, passado um tempinho, o marce... digo, o médico anuncia que chegarão trigêmeos e o casal indignado ameaça ir ao PROCON e por fim, devolve a mercadoria com exigência de abatimento de preço.


O leitor notou a situação chocante? Será que estamos chegando no ponto em que o consumismo puro e simples também vai ditar o número de crianças abandonadas nas ruas das cidades? Será que já não tem sido este o comportamento de muita gente que se aventura em ter filhos e depois os larga por aí, ou pensa que a educação deve ser dada pelos colégios?

Antigamente, crianças abandonadas eram fruto de pais irresponsáveis que às faziam sem ter condições financeiras de criá-las. Agora, chegamos numa situação em que elas são frutos de pais que planejam tanto suas contas pessoais que enjeitam um filho porque sabem que não terão condição de colocar dois na escola da moda, nem vestir dois com roupas de grife, nem dar aos dois, os muitos brinquedos exigidos para a felicidade da criança... e dos pais.

As pessoas estão virando máquinas. Elas não "são" mais alguém, elas querem "parecer ser" alguém, um alguém modelado pela opinião dos outros, pelas convenções sociais nem sempre justas e corretas, pelos modismos, pela publicidade... estamos deixando a humanidade, as pessoas estão aceitando virar números nas tabulações de pesquisas de opinião feitas para justificar a colocação de produtos no mercado, só isso. E o pior de tudo, parece que crianças também estão virando produtos...

11 de fev. de 2011

MAIS DO MESMO SOBRE A COPA DO MUNDO 2014

Na Folha de S.Paulo:

TCU aponta erros e diz que Copa pode repetir fracassos do Pan.

No Estado de S.Paulo:

TCU aponta problemas em obras do Maracanã para Copa do Mundo de 2014.

O TCU afirma que o orçamento para as obras do Maracanã não passa de ficção. O estádio que foi reformado para o Mundial FIFA de Clubes em 2001, depois para os Jogos Panamericanos de 2007, já projeta custos de mais de R$ 1 bilhão, sendo que estes não páram de crescer, o que está acontecendo em todas as demais sedes onde já há obras de estádios públicos. Nos dois casos de estádios privados, mesmo com dinheiro público as obras não começam.

Estamos caminhando a passos largos para um episódio de assalto aos cofres públicos na esteira de obras emergenciais e revisões de contrato.

21 de jul. de 2010

QUAL O CUSTO DE UMA COPA DO MUNDO?

Nos países desenvolvidos é moleza sediar um evento como Copa ou Olimpíada. Lá, tudo ou quase tudo está pronto: os aeroportos estão adequados à demanda, há linhas de metrô, corredores de trânsito, ciclovias, hotéis, terminais portuários de passageiros, etc...

O fato de Alemanha, Japão e Coréia terem construído vários estádios para as copas que sediaram só reflete sua pujança econômica, mas não as exigências do caderno de encargos da FIFA ou do COI, que eles excederam com louvor por já terem condições pré-estabelecidas que facilitavam a tarefa.

Em 1998 a França só construiu um estádio para a Copa, reformando outros datados das décadas de 20 e 30 e o evento foi um sucesso. Fato parecido aconteceu na Itália em 1990 e em 1994, a Copa nos EUA não recebeu nenhum centavo de dinheiro público, foi tocada exclusivamente por investidores privados, que escolheram cidades-sede já adequadas ao evento.

Nas Olimpíadas de 2012, o Estádio Olímpico será erguido com estruturas móveis que serão desmontadas logo após, o mesmo acontecendo com várias outras arenas para as demais modalidades, por contenção de custos.

Não estou dizendo que os países ricos não cometem exageros. Em Atlanta, o estádio olímpico foi demolido logo após o evento (se bem que lá, foi erguido sem dinheiro público) e Japão e Coréia acabaram com estádios abandonados após sua Copa.

Esou dizendo que para eles, é muito mais fácil ostentar estádios moderníssimos e reluzentes, que aparecem nas TV(s) do mundo afora, porque sua necessidade de gastarem na infra-estrutura (portos, hotéis, metrôs, trânsito) é muito menor.

O Brasil está incorrendo em um erro grave. Quer entregar para a Copa 2014 estádios tão ou mais suntuosos que os da África do Sul em 2010, da Alemanha em 2006 e de Japão-Coréia em 2002. Isso a um custo colossal que não leva em consideração outro custo igualmente extraordinário que é o de adequar minimamente as cidades-sede para o fluxo de turistas do evento.

Se em Recife e Salvador eles se justificam, estádios novos em Cuiabá, Natal, Manaus e Brasília são um atestado de desperdício, porque ficarão inúteis após o evento. E também não é aceitável que o estádio mais moderno do país, o Engenhão, fique de fora do evento, o Rio de Janeiro, como Johanesburgo, poderia ter dois estádios, sendo que em São Paulo, a reforma do Morumbi ou do Pacaembú seriam suficientes.

E ao mesmo tempo, o Brasil está negligenciando as obras de mobilidade urbana. O trem-bala que foi prometido não sairá para a Copa, como dificilmente sairá a linha do metrô de Curitiba e como estão parados todos os projetos sobre isso em todas as cidades-sede, enleados em burocracia licitatória e interesses paroquiais.

Que o Brasil vai sediar a Copa e que o evento será um sucesso eu não duvido. Mas a que custo, nessa toada?

12 de jul. de 2010

ESPANHA CAMPEÃ NUMA COPA RUIM

Ontem a correria excessivamente faltosa do time da Holanda a fez perder a Copa. O time laranja correu tanto e bateu tanto no afã de impedir que o time da Espanha jogasse, que chegou à prorrogação extenuado, levando bolas nas costas da zaga até que o gol saiu.

A Espanha venceu a Copa, não se deve desmerecer o trabalho de Vicente Del Bosque com esta geração de atletas, que para o país está como a geração de Zidàne para a França, mas que está longe, como a França, de virar uma escola como são as do Brasil, Alemanha, Argentina e Itália.

Critico o futebol desta copa.

A praga européia do futebol de resultados cobrou uma conta cara.

Foi a pior que já assisti, incluindo a também medonha Itália 90'.
Jogos sonolentos por excessivamente defensivos. Poucas decisões dramáticas. Poucos craques. Excesso de faltas mal punidas pelos juízes (o Brasil que o diga nos jogos contra Costa do Marfim e Holanda). Erros grosseiros de juízes e bandeiras. E tudo ao som irritante das vuvuzelas, acionadas pelos entediados das arquibancadas.

A simpatia dos africanos não compensa o futebol horroroso desta copa, e, principalmente, a falta dos craques como (eca!) Maradona, Romário e Zidâne que levaram nas costas os seus times ao título fazendo jogadas memoráveis.

Futebol é craque no campo e bola na rede e sinceramente, cansei desse futebol de poucos gols que assistimos em 2006 e 2010. Queira Deus que em 2014, as redes balancem e os craques brilhem!

1 de jul. de 2010

CRAQUE É CRAQUE, O RESTO É ESPECULAÇÃO

Nessa véspera de jogo contra a Holanda, cansei de ouvir falar da "laranja mecânica" e da seleção deles de 1974, do carrossel de Rinnus Michels, etc...

Sempre digo que esquema nenhum no futebol resiste ao cabeça de bagre.

Se você colocar um time de comuns, pode inventar o esquema tático que bem entender, o mais revolucionário, o inverossímil na busca por surpreender o adversário que não vai adiantar absolutamente nada, o cabeça de bagre porá tudo a perder, principalmente se do outro lado tiver um craque.

Em 1974, a Holanda contava com Neeskens e Rosenbrink, dois craques, e com um jogador considerado um dos 5 maiores da história: Johann Cruijff.

Com esse material humano era moleza experimentar um esquema novo e revolucionário, ia dar certo, por mais que depois não tenha vencido o torneio, vez que o futebol não é ciência, a zebra acontece, é a parte mais apaixonante do esporte.

Porque craque pode desequilibrar. Em 1974, a Alemanha tinha Franz Beckenbauer e Breitner e foi para cima da Holanda. Craque contra craque, venceu a Alemanha por estar em melhor dia.

Em 1982, o time brasileiro de estrelas (Zico, Sócrates, Falcão, Toninho Cerezo, Junior, Leandro, etc...) em um dia ruim, perdeu para uma Itália que só tinha um craque, o então desacreditado Paolo Rossi que com seus gols, levou a taça Fifa para Roma.

E pode até haver exceção, porque, afinal, futebol não é ciência, mas todos os campeões do mundo ostentavam pelo menos um grande craque: Pelé (se bem qué ele não é craque, é lenda!), Zidàne, Materazzi, Garrincha, Mário Kempes, Lothar Mathaus, Maradona (eca!), Romário, Ronaldo, Ronaldinho, Rivaldo, etc...

É certo que a Holanda tem Roben. Mas eu tenho fé, e o Brasil tem Robinho, Kaká, Luiz Fabiano e Lúcio. Craque por craque, temos mais em quantidade, o Brasil é favorito. Claro que pode perder, porque todo mundo tem dias bons e ruins, mas uma coisa é certa: a seleção de Dunga não desdenha adversário, embora não tenha medo de história, como esta de 1974.

23 de jun. de 2010

IMPRESSIONANTE!

Nestes tempos de Copa do Mundo, devemos exaltar os bons exemplos de garra e doação no esporte, como a vitória dos EUA sobre Argélia aos 46 minutos do segundo tempo.

Mas esta acabou ofuscada pelo recorde em outro esporte, o tênis, que hoje contabilizou a partida mais longa da história: 10 horas de confronto, e que ainda não terminou!

Veja AQUI e considere que o jogo foi interrompido pela segunda vez.

O que faz um atleta ultrapassar assim os limites da resistência física e psicológica?

Vitória, nem sempre. Apesar de uma das imagens esportivas mais vívidas em minha memória, ser a do técnico Carlos Alberto Parreira descendo os degraus do estádio Rose Bowl em Pasadena com a Copa FIFA nas mãos, dizendo às pessoas à sua volta para tocá-la porque era verdade, ele, seus jogadores e o Brasil haviam vencido o torneio, ainda assim, a imagem mais forte e expressiva que conheço do esporte ainda é a da maratonista extenuada de Los Angeles, que foi até a marca final tão somente pela honra de chegar lá. (*)

Eventos como as Copas do Mundo de Futebol, as Olimpíadas e os torneios do Grand Slam (Wimbledon, US-Open, Australian-Open e Roland Garros) encerram valores muito maiores que seus prêmios financeiros gigantescos, muita gente ainda é capaz de competir por honra e mesmo por representar bem a sua pátria.

É um aspecto belíssimo da alma humana, que contrasta com as imagens feias patrocinadas pelos senhores Domenech e Dunga nos últimos dias.
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(*) Na verdade, a imagem esportiva mais emocionante da minha vida, nítida na memória e representativa de muitas coisas para mim, é o gol marcado pelo atacante Henrique Dias do Coritiba, aos 47 minutos do segundo tempo contra o Santa Cruz no estádio do Arruda, que deu o título de Campeão Brasileiro da Série B de 2007 ao meu time do coração. Foi algo que ultrapassou os limites do drama, do bom senso e do verissímil e a explosão de alegria que me proporcionou foi tão forte que até hoje me emociono.

E você, caro leitor?

Conte seu momento esportivo marcante também...

22 de jun. de 2010

MAIS GROSSO QUE DEDO DESTRONCADO!

A foto é do portal UOL


Tá certo que o esporte bretão é rude.

Mas o que tem de casca grossa nele é assustador. Passa pelo técnico da seleção brasileira com seus maus bofes (embora ele tenha certa razão em cortar as asinhas de certa rede de TV), por jogadores que agem como se estivessem numa guerra (veja as traulitadas distribuídas pela Costa do Marfim domingo), pelo irremediavelmente chato, mal-educado e paranóico Diego Armando Maradona e deságua neste senhor francês, que já em 2006 dava mostras de pouco "savoir faire".

Sobrou pro Parreira, um indivíduo reconhecido por ser boa praça, educado, calmo e correto... o pessoal da FIFA que criou aquele cerimonial bonito a pedir "fair play" deve ter pesadelos quando vê cenas como as da foto.

21 de jun. de 2010

ÁLVARO URIBE E JUAN MANOEL SANTOS

Álvaro Uribe, presidente da Colômbia, foi o principal cabo eleitoral de seu candidato vitorioso nas eleições encerradas domingo, Juan Manoel Santos, que foi ministro da defesa.

Eleito e reeleito presidente, Uribe fracassou na tentativa de alterar a Constituição para concorrer a um terceiro mandato, nódoa na sua biografia.

Mesmo assim fez o sucessor e varreu do mapa político do país a oposição idiossincrática e sem discurso contra o seu governo, porque deu ao país o que o povo pedia, o combate sem tréguas ao terrorismo das FARC e, por consequência, uma política de segurança pública.

Uribe foi sucessor de Andrés Pastrana, que iniciou a luta contra as FARC fazendo acordos de segurança com os EUA numa época em que a Colômbia era considerada o país mais inseguro do mundo, o que afastava investimentos econômicos e causava estagnação.

Portanto, a Colômbia já experimenta 12 anos de governos de sucesso econômico e social, calcados quase que exclusivamente no combate à violência, que naquele país tem ligação direta com um exército de ideologia marxista e anti-democrática radical que pretende instalar uma ditadura de narcotráfico, as FARC.

Ocorreu nas eleições colombianas um fenômeno muito parecido com que ocorre hoje no Brasil. Assim como José Serra e Marina Silva não criticam as políticas econômicas do governo do PT, os adversários de Santos não tiveram a coragem de vir em defesa das FARC e, em consequência, dos desvarios do seu maior apoiador, o ditador venezuelano Hugo Chaves. Ninguém quer se afastar da vontade popular que na Colômbia, apóia os acordos de segurança com os EUA.

A política firme de segurança alavancou o desenvolvimento econômico, a Colômbia libertou-se das FARC e experimentou um progresso estancado por governos lenientes com os terroristas. E o povo aplaudiu!

As FARC representam um braço armado do narcotráfico. Qualquer governo colombiano que tenha pretensão de sucesso, só o terá entendendo que a luta contra ela só se encerra quando o último terrorista estiver morto, já que eles não aceitam diálogo.

13 de jun. de 2010

SUCESSÃO E COPA

Governos com bons números econômicos e sociais geralmente fazem seus sucessores.

José Sarney sequer lançou candidato, tamanho o fracasso de seu governo. Ele foi, em 1989, o referencial dos presidenciáveis - todos buscaram se afastar dele - era condição sine qua non para a eleição, sendo que o povo brasileiro tinha apenas uma exigência: o fim do processo inflacionário e da incompetência demonstrada em sucessivos planos econômicos.

Collor não teve a oportunidade de lançar uma candidatura que lhe representasse, foi cassado. Mas Itamar Franco, que pegou o bonde andando teve a capacidade de lançar o Plano Real e acabou fazendo seu sucessor, Fernando Henrique Cardoso, com relativa facilidade, até porque o país vislumbrava a chance de livrar-se de uma vez por todas de um monstro que lhe assombrou desde o governo Juscelino Kubitschek, a inflação desmedida combatida a caneladas, sendo que o PT de Lula bradava contra o Plano Real.

FHC teve a reeleição mais fácil da história do país basicamente porque seu primeiro governo ainda representou a guerra renhida contra a inflação. Em 1998, o Brasil votou pela manutenção do processo de estabilização. Havia o sentimento geral de que mudanças radicais na condução econômica poderiam por em risco o que se havia ganho até ali: uma economia assolada de problemasm mas onde havia mínima estabilidade de preços.

Em 2002, porém, o discurso da estabilização perdeu força. Entre 1998 e 2002, FHC cometeu tantos erros na condução do país que não adiantava lembrar a estabilidade para o eleitorado. Foram sucessivos saltos para cima nas taxas de juros, aumentos constantes de impostos e escândalos de corrupção sem novidades na área econômica, que não haveria candidato, nem o próprio FHC, capaz de bater Lula por uma terceira vez.

Em 2006 Lula reelegeu-se com alguma dificuldade muito mais em razão da antipatia pelo seu partido que à seu governo. O governo Lula, na eleição de 2006 estava afundado em escândalos de corrupção do PT que até hoje não foram julgados, mas ele, Lula, representou para o povo os frutos da estabilidade econômica. Penso que não foi o bolsa-família que garantiu o segundo mandato do presidente, mas sim o sentimento generalizado de que finalmente a luta contra a inflação trazia alguma vantagem e não mais apenas sacrifícios para as pessoas comuns.

Tenho afirmado aqui no blog que qualquer que fosse o candidato do presidente Lula nas eleições de 2010, ele seria favorito. E a cada dia que passa, me convenço mais disso.

Todo discurso econômico ou governamental se esgota, mas o de Lula aguentou até 2010 porque o país ainda tem potencial de consumo e crescimento, que estavam estancados havia várias décadas. Pode ser que dentro de 4 anos o país efetivamente queira o "mais" que os tucanos tentam requisitar, mas hoje, o brasileiro médio está satisfeito com a forma com que se administra a economia. O brasileiro ainda está embevecido com a capacidade de comprar eletrodomésticos e automóveis, ainda é preciso algum tempo para que comece a exigir saúde, educação e segurança pública, como exigiu no passado o fim da inflação.

José Serra é bom candidato. Ele tem biografia de luta contra a ditadura, de ascensão social, de capacidade administrativa e sólida formação intelectual. Mas Dilma Roussef hoje representa o que FHC foi em 1994 - uma pessoa sem grande carisma, pouco intelegível e até antipática para as massas, mas que engloba uma idéia de algo que está funcionando e dando frutos (no caso, em 1998 o Plano Real e a estabilização econômica e hoje, o acesso da população às facilidades e conquistas de uma economia estável).

Dilma Roussef é favorita. Pode ser que as pesquisas mostrem um empate técnico mas, na hora do voto, o indeciso votará com o sentimento, como o anti-Sarney de 1989, o anti-inflação de 1994 e o anti-estagnação de 2002. Agora o sentimento é o de aproveitar os frutos de um longo processo, sem pensar exatamente nas minúcias.

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Até agora uma Copa de baixíssimo nível técnico ao som irritante das vuvuzelas e em meio ao caos da desorganização do trânsito e dos estádios sul-africanos. Se a África do Sul organizou uma Copa com 5 bilhões de dólares, nada justifica o Brasil orçar a de 2014 em 16 bilhões. Há estádios da Copa da África, piores que o Morumbi ou o Beira Rio... custo a acreditar que a infra-estrutura do Brasil seja tão pior que a sul-africana, que justifique um gasto de 3 vezes o que foi aplicado lá.

5 de mai. de 2010

A CRISE DO FUTEBOL


Em meio às finais das copas e campeonatos europeus, dos grandes jogos eliminatórios da Libertadores e da Copa do Brasil e da expectativa em torno da Copa da África, pouca gente percebe a crise que vem tomando conta gradual do esporte mais popular do planeta.

Os seus custos estão cada vez maiores.

Os salários são inflacionados por empresários de um lado e pela má gestão financeira dos clubes do outro. Clubes pequenos mantém em suas folhas de pagamento jogadores que em início de carreira ganham mais que profissionais de nível superior em vias de aposentadoria, cedendo à pressão de empresários, de modo que não conseguem a manutenção dos atletas, tampouco o ganho na sua negociação.

Banalizou-se o termo "craque" para facilitar o recebimento de comissões sobre o passe de atletas que, as vezes adquiridos por alguma grande força, sequer são utilizados. O exemplo de Keirrison, jogador formado no Coritiba, que foi levado ao Palmeiras sem deixar um centavo no clube paranaense e depois vendido para o Barcelona com compensação mínima ao clube paulista, e logo depois emprestado ao Benfica e depois, à Fiorentina. O Barcelona pagou 30 milhões de reais por um jogador que nao vestiu, como provavelmente jamais vestirá sua camisa.

Sob outro aspecto, a pressão da FIFA e da UEFA na adequação de estádios a cadernos draconianos de encargos que são inviáveis na maioria das cidades do mundo. Clubes que obrigam-se a gastos extraordinários para jogar torneios nacionais e internacionais, gastos estes nem sempre ligados à segurança dos torcedores, mas apenas aos critérios vagos de funcionalidade imposto pelas entidades.

E a partir disto, se constatam alguns fatos que levam pouco destaque na mídia, mas são relevantes para demonstrar que a escalada de custos está afetando o esporte:

a) Um movimento grevista na riquíssima Liga Espanhola. Muitos jogadores do país reclamando dos atrasos sistemáticos de salários por times das principais divisões do país. Leia aqui;

b) Leia aqui, sobre a crise dos grandes clubes do futebol argentino. Boca Juniors e River Plate em meio a risco de rebaixamento por conta da necessidade imperiosa de desfazer-se de bons jogadores que vão para a Europa;

c) O rebaixamento, na última década, de grandes clubes brasileiros, como o Corinthians, O Vasco da Gama, o Fluminense, o Botafogo e o Palmeiras, constatando-se em todos eles situações semelhantes: grandes dívidas mal administradas, atrasos salariais, contratações equivocadas;

d) Dificuldades financeiras num dos maiores clubes do mundo, o AC Milan da Itália, que você pode ler aqui;

e) Hoje, no jornal A Tribuna do Paraná uma extensa matéria sobre a derrocada financeira do Paraná Clube, um dos mais vitoriosos do estado, cujo patrimônio imobiliário era o maior o hemisfério sul na sua fundação em 1989, fruto da fusão de dois clubes tradicionais de Curitiba, o Colorado e o Pinheiros.

Está se aceitando uma idéia errada de que os títulos e as glórias do futebol devem ficar concentrados em grandes clubes que por sua vez, deterão sempre o poder financeiro. A divisão do bolo das verbas de TV no mundo todo tem privilegiado os clubes mais tradicionais de cada país, sem que isso diminua o custos dos clubes médios e pequenos que estão em rota de extinção, porque se endividam para fazer frente à clubes contra os quais não tem chances, pois a maioria dos torneios nacionais hoje é vencida ora por um, ora por outro de dois ou três grandes detentores de verbas, e só!

Enquanto Real Madrid, Barcelona, Manchester Unidet, Arsenal, Chelsea, Milan, Internazionale, Juventus, Flamengo, Corinthians, Boca Juniors e River Plate concentram as verbas de TV e não necessariamente apresentam saúde financeira (Milan, Boca e River demonstram isso), impõem prejuízos aos pequenos e médios clubes que são alijados da disputa por títulos vendo suas revelações contrabandeadas para dar lucro a empresários.

Um círculo vicioso que está destruindo o futebol regional. Quantos clubes tradicionais do Brasil disputam com dificuldade ou não disputam mais nem os torneios de seus estados para vencer? Vejam a lista: CSA-AL, CRB-AL, ABC-RN, América-RN, América-RJ, Juventus-SP, Juventude-RS, Operário-MT, Ferrovário-CE, Criciuma-SC, Joinvile-SC, etc...

As liga esportivas americanas já descobriram há décadas que é financeiramente suicida que se concentrem os títulos e receitas em apenas um clube ou franquia. Lá as negociações de atletas são limitadas, existindo um critério de escolha deles que favorece os clubes com colocações piores nos torneios, para equilibrar as disputas, e as verbas de TV e marketing são divididas de modo muito mais equilibrado como forma de valorizar os espetáculos.

Se o futebol não descobrir um caminho como o americano, ou vai acabar ou forçará a criação de uma liga mundial de clubes, uma Fórmula 1 do futebol com custos astronômicos, que será proibitiva para pessoas comuns assistirem todos os domingos. Fico imaginando se isso será bom ou ruim para o esporte, não consigo ver aspectos positivos.

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...