12 de abr. de 2010

MENOS, SENHORES TORCEDORES-ELEITORES


No Brasil existe o péssimo hábito de encarar uma eleição como se fosse uma partida de futebol, onde dois lados tem cores definidas e torcidas apaixonadas, que exageram ao avaliar as qualidades do seu lado e os defeitos dos outro.

Nem José Serra é o monstro neoliberal pintado por uns, nem Dilma Roussef é o leviatã estatista pintado por outros. Nenhum dos dois é um lobo em pele de cordeiro, muito menos um representante de uma máfia. São apenas candidatos, ex-ministros com carreiras políticas bem delineadas.

E analisando essas carreiras e suas diretrizes econômicas, nota-se que existem muito mais similaridades que diferenças entre eles.

Sem contar que ambos são de esquerda.

E lembremos ainda que ambos sairam ilesos dos constantes "tiroteios" de denúncias e escândalos que assolaram tanto o governo FHC quanto o governo Lula. Aliás, tanto FHC quanto Lula nadaram na lama constante de seus escândalos fazendo vistas grossas para muitos assessores, sem que no meio destes estivessem tanto a ministra Dilma quanto o ministro Serra.

Sinceramente, não aguento o tom passional das campanhas eleitorais. Não aguento mais ouvir gente dizendo que José Serra vai vender o Brasil para os capital estrangeiro e Dilma Roussef vai transformar o país numa filial das ditaduras criminosas de Cuba e Venezuela.

Em 2006, eu acompanhava os blogs de "No Mínimo", melhor site de informação da internet brasileira na época. Mas o nível dos "torcedores" de Lula e Alckmin era de regra tão baixo que as discussões estéreis, cheias de denuncismo, indignação e ironia de boteco de leitores anônimos, levou, pelo menos na minha modesta opinião, ao afastamento de patrocinadores com o fim do site inteiro.

O radicalismo não aproveita a ninguém, pelo contrário, ele prejudica a todos.

Eu prefiro acreditar no óbvio: Teremos eleições tranquilas, e José Serra, Dilma Roussef ou ainda Ciro Gomes e Marina Silva, um deles será eleito Presidente da República a assumir o cargo sem turbulências ou insurgência de setor nenhum da sociedade brasileira.

Quem fala em golpe socialista ou levante da burguesia são radicais e, portanto, desonestos a acreditar que algo assim vai lhes beneficiar de alguma maneira.

8 de abr. de 2010

A TRAGÉDIA, A COPA, A OLIMPÍADA E O VERDADEIRO BRASIL


A imprensa já noticia. A FIFA e o COI estão em alerta após a imagem do Maracanã e o Maracanazinho debaixo d'água com as chuvas torrenciais que atingiram o Rio de Janeiro.

E o alerta aumenta a cada nova notícia. Ocupação irregular sobre o terreno de um lixão, que causa deslizamento de terra e mata 200 pessoas não é algo que agrade às entidades donas dos direitos sobre a Copa do Mundo e a Olimpíada.

A imagem do Brasil está desgastada perante elas e a capacidade (e mesmo a oportunidade) brasileira de organizar os eventos está em xeque.

Essa tragédia que ceifou a vida de centenas de brasileiros está mostrando para a FIFA e o COI o verdadeiro Brasil, que não é aquele imensamente belo, contagiantemente alegre e quase perfeito de filmetes de promoção feitos para serem assistidos pelos delegados e convencionais das entidades, que decidem quem vai sediar os eventos.

O verdadeiro Brasil é um país com um déficit habitacional que atinge 50 milhões de pessoas, sendo que muitas delas vão morar em áreas de altíssimo risco, em meio a lixo, ratos e esconderijos de traficantes de drogas. O verdadeiro Brasil é um lugar onde políticos liberam loteamentos irregulares ao arrepio das mínimas regras de engenharia e bom senso, aproveitando-se da corrupção epidêmica e de prefeituras incapazes e mal aparelhadas, até porque existentes apenas para pagar lautos salários para prefeito, vice-prefeito, secretários e no mínimo 9 vereadores completamente inúteis. O verdadeiro Brasil é este país que se comprometeu a entregar todos os estádios da Copa 2014 em 2012, mas até agora não iniciou a obra de nenhum e se o fizer, será com o assalto planejado dos cofres publicos ao forçar a dispensa de licitações por urgência, com superfaturamento e sacrifício das necessidades básicas de milhões de pessoas pobres em favor de meia dúzia de espertalhões(a maioria políticos) que vão se fartar em não precisando conter seus custos.

Ninguém duvida da capacidade brasileira e sediar eventos em 2014 e 2016, nem eu.

Mas fico me perguntando se esse gasto estimado por baixo em 20 bilhões de reais não seria melhor utilizado em um amplo e audacioso programa de moradia popular, esquematizado com objetivos claros de desfavelizar as grandes cidades brasileiras, criando mecanismos rígidos de controle de construções e de ocupações urbanas. Um grande programa para padronizar a legislação edilícia do país e ao mesmo tempo construir casas populares decentes para os brasileiros (não esses cubículos assemelhados a solitárias de prisões que vemos nas COHABs), repovoar áreas abandonadas como centros históricos de grandes cidades e "cracolândias" e ao menos prevenir desastres em áreas passíveis de construção mas ainda arriscadas. Um grande programa que geraria tantos empregos e riquezas quanto uma Copa do Mundo e uma Olimpíadas embora sem a publicidade mundial que tanto agrada os egos de alguns políticos. Um programa para resgatar a dignidade de milhões de brasileiros, muitos dos quais estão chorando hoje, a morte de entes queridos. Será que investindo diretamente nos brasileiros não teríamos mais lucro?

7 de abr. de 2010

EXISTE POLÍTICA HABITACIONAL NO BRASIL?

Eu respondo a pergunta do título: NÃO!

Esse episódio catastrófico no Rio de Janeiro, aliado ao fato de eu estar às voltas com a busca de apartamento me levaram à conclusão aí de cima.

O Brasil não tem política habitacional.

O fato é que existem MILHÕES de brasileiros vivendo em condições sub-humanas em áreas de risco não só no Rio de Janeiro mas em praticamente todos os municípios do país.

E os programas habitacionais são falhos, tanto os que atendem à classe média quanto os que atendem à classe baixa.

Os financiamentos habitacionais para imóveis de classe média cobram juros ALTÍSSIMOS por prazos de 20 a 30 anos cobrando seguro. Em qualquer lugar do mundo, o seguro habitacional tem por finalidade diminuir os juros do financiamento, garantindo a instituição financeira. No Brasil, o seguro é apenas mais um encargo na conta, e tem por finalidade enriquecer o banco (que, afinal, é dono da seguradora também).

Sem contar que o brasileiro entra em financiamentos assim para comprar CUBÍCULOS. Em Curitiba, um apartamento com área útil de 60m2 em bairro de classe média-baixa não sai por menos de 160 mil reais. Considerando que o padrão é uma entrada de 30%, o financiamento é em média de R$ 112.000,00, que dá uma parcela inicial para 25 anos de contrato, de R$ 1300,00 incluindo o seguro. É muita coisa, considerando que classe média no Brasil é quem ganha a partir de R$ 2.500,00, a dita classe "C", aquela que comprou carros populares "zero" pagando em 60 vezes, mas nem sempre têm onde morar.

Em relação às moradias populares, o problema tem outros contornos:

O prímeiro é que os políticos brasileiros entendem que moradia popular é um bairro longínquo para onde são mandadas pessoas retiradas de áreas de risco ou favelas. Ao invés de pegar uma área favelizada (sem riscos, isso é outro aspecto) e construir conjuntos habitacionais, fazer arruamento, parques e praças, linhas de luz, esgoto e água tratada, a idéia é tirar os pobres para dar lugar a imóveis de ricos ou livrar uma vizinhança rica de moradores pobres.

E o pobre acaba procurando outra favela ou outra encosta, que por óbvio, quer morar perto de onde trabalha ou pelo menos em condições de chegar em horário decente em seu emprego, sem contar as demais relações pessoais que todo mundo tem e não quer perder. Pobre também tem direito a conforto, mas os políticos brasileiros não entendem assim, querem vê-lo no fim das linhas dos transportes coletivos e só em época de eleições.

Por outro lado, dias atrás eu ouvi a entrevista de uma ativista sem teto em São Paulo, reclamando que o tamanho médio das moradias populares no Brasil é de 50m2. Ou seja, cubículos, que dizer para famílias grandes como são as das classes baixas brasileiras.

Ou seja, a classe média se endivida em financiamentos extorsivos (pagos muitas vezes para bancos ESTATAIS) e as pessoas pobres acabam indo para as encostas, para as várzeas de rios, para invasões de terrenos públicos e privados, onde existe um mercado negro, gente (políticos, quase sempre) que se aproveita do desespero de outras pessoas, alugando barracos por preços altíssimos (em qualquer favela do Rio isso se comprova), vendendo o que é invendável, praticando crimes e se escondendo por detrás do grave problema de moradia que não é atacado de modo sistematizado por governo nenhum deste país.

O Brasil experimentou um grande avanço social com o advento do Bolsa-Família, que colocou milhões de pessoas no mercado consumidor. Mas DIGNIDADE humana não se limita a ter dinheiro para comprar geladeira ou DVD, ela também passa por um lugar decente onde viver.

Mas pouco, praticamente nada, se fez por isto na história do país. Essas pessoas que morreram de modo absurdo nas encostas da tragédia carioca são a prova de que é preciso um esforço nacional para desfavelizar e criar moradia digna para as pessoas, isto sim seria caminhar para o desenvolvimento.

No primeiro caso, da classe média, o governo poderia sim, subsidiar taxas de juros nos bancos Estatais. Seria uma medida social, pois as taxas seriam cobradas sem prejudicar a sanidade das instituições que, afinal, não existem para gerar lucros recordes e competir com as instituições privadas, mas para cumprir papel institucional.

E no caso das classes pobres é preciso uma sistemática habitacional, um amplo programa de cadastramento de familias, suas necessidades e peculiaridades.

Não estou dizendo que não se devem criar novos bairros populares. Mas é preciso levar para lá quem esteja em condições de viver neles e entender que muita gente simplesmente não tem como sair de um lugar para outro mesmo ganhando uma casa de graça ou quase de graça, ou ainda, que muita gente não vai sair de um barraco de 100 m2 para viver em uma meia água de 30.

Experimentamos mortes em encostas e várzeas de rios, além de postos de saúde cheios de gente doente por viver em lugares infectos. Vemos familias endividadas até o pescoço em discussões judiciais intermináveis sobre juros do SFH. Tudo isso tem um custo, dinheiro que seria melhor carreado justamente para resolver este problema, mas é preciso vontade política, organização e bom senso, tudo o que o Brasil nunca experimentou nesse assunto.

6 de abr. de 2010

O CAOS NO RIO

É certo que choveu além da conta e cidade alguma suportaria tanta água em tão pouco tempo.

Mas absolutamente nada retira a responsabilidade que atinge a população do Rio de Janeiro e os políticos que ela elege.

Sob a imagem de um povo alegre e cordial esconde-se um descompromisso com regras de convivência urbana. Os cariocas ergueram no submundo da "cidade maravilhosa" uma estrutura assemelhada a uma bomba de efeito retardado, montada em encostas perigosíssimas sem observância das mínimas regras de segurança construtiva.

Mais do que isso, a favela foi glamurizada, virou "comunidade" que cresce sem parar e sem limitação de lugar ou preservação ambiental, onde a Lei não chega e onde há quase uma anomia, pois eventualmente algumas regras são ditadas por bandidos que se adonam do lugar e protegem suas atividades dentro de um caos que lhes é favorável.

E não pense o leitor que esse quadro é apenas responsabilidade de miseráveis que constróem seus barracos em qualquer lugar. No início de 2009 eu postei aqui sobre o choque de ordem que o atual (e bom) prefeito Eduardo Paes tratou de colocar em prática, para combater ilícitos comuns entre os cariocas, tais como montar barracas comerciais em qualquer lugar, estacionar sobre calçadas, construir sem alvarás, invadir áreas públicas (como ruas e parques, alguns casos sob o argumento de aumentar a segurança de alguns moradores), depositar lixo em qualquer lugar, desmatar sem autorização, represar águas irregularmente e dezenas de outros. O povo do Rio de Janeiro é culpado (em parte) palo caos que afeta a cidade e parte do estado.

E os políticos? O populismo é uma marca do Rio de Janeiro desde tempos imemoriais.

A administração publica do Rio de Janeiro pouco fez, historicamente, para combater a favelização da cidade. Desde a demolição dos cortiços para construir a Avenida Brasil, quando os proprietários foram indenizados mas as familias moradoras foram simplesmente jogadas na rua, passando pelo "socialismo moreno" que retirou a polícia das favelas e acabou com o mínimo controle que um dia existiu sobre elas, o Rio tem incentivado o adensamento urbano irracional sem promover programas efetivos de moradias populares e sem praticar polícia edilícia, ou seja, impedir construções fora de padrões de engenharia e de regulamentação de zoneamento.

No Rio, não existe o conceito de desfavelizar, os políticos de lá entendem que entrar no morro, fazer escadarias e uma ou outra creche ou cancha esportiva urbaniza o local, embora na prática, apenas incentiva a ocupação caótica e especulativa, em lugares onde o aluguel de barracos é proporcionalmente mais caro que o de muitas coberturas chiques de bairros nobres. Urbanizar um lugar é muito mais que abrir escadas, impõe abrir arruamento, construir praças, incentivar a regularização fundiária e levar água, luz e esgoto das linhas regulares. Pouco ou nada disto se faz, mas os políticos cariocas estão sempre prontos a defender de modo hipócrita o povo das favelas, condenado à miséria em guetos onde não circulam pessoas fora da comunidade e, por consequência, não circulam riquezas que tem potencial de melhorar a vida de todos.

É certo também que esse quadro não é exclusivo do Rio. Ele é mais visível no Rio porque lá existe um processo de décadas, mas mesmo cidades ditas "organizadas" como Curitiba também sofrem, embora pontualmente, com fatos como estes. A questão é que o Rio só está tomando conta do caos em que se meteu agora, às portas de sediar uma olimpíada, e ao custo de dezenas de mortes!

31 de mar. de 2010

ENFIM, O MUNDO NÃO ACABOU!



Ontem, o LHC conseguiu a primeira simulação do "Big-Bang" e o mundo não acabou, como alguns catastrofistas paranóicos diziam.

E a boa notícia é que o Brasil deve entrar o consórcio do LHC e aproveitar os dados científicos que ele produz.

A um custo irrisório de US$ 10 milhões por ano, o Brasil entrará no rol dos países na vanguarda da física quântica, o que pode render inestimáveis conquistas tecnológicas no longo prazo, gerando produtos e riquezas que benficiarão a todos os brasileiros.

Mesmo assim, aposte o leitor: terá gente dizendo que esse dinheiro seria melhor aplicado no Bolsa-Familia...


Leia aqui, sobre o LHC e o Brasil.

28 de mar. de 2010

IMAGENS DE CURITIBA - 21

Nesta primeira foto, a encenação de uma peça do Festival de Teatro de Curitiba no Memorial da Cidade, edificação em linhas modernas encravada em meio aos casarões antigos do centro histórico, um dos muitos centros culturais do lugar.

Esta é uma vista geral do Largo da Ordem em domingo de feira. Compare com as fotos que tirei em um dia comum de semana, que estão aqui.

Hoje Curitiba completa mais um aniversário. Desta vez resolvi homenageá-la trazendo imagens da feirinha do Largo da Ordem, um ponto de encontro do curitibano com o turistas que nos visitam, renovado a cada domingo.

Se você vier e só tiver a manhã de um domingo para visitá-la, é o melhor lugar. Ali você encontrará monumentos, história, artesanato, souverines, antiguidades, livros novos e usados, comidas típicas, religião, arquitetura e arte. E verá todos os tipos de curitibano por entre corredores apertados e apinhados de gente entre prédios antigos que abrigam antiquários, galerias de artes e sofisticadas lojas de decoração.

Naquelas poucas quadras é possível visitar as tradicionais igrejas da Ordem e do Rosário, o templo Presbiteriano e a Mesquita da cidade. Também o Memorial da Cidade (teatro e centro de exposições), o Museu Paranaense (que preserva a história do estado e lindíssimas obras de arte), a antiga Caixa D'água de singela arquitetura, o Palácio São Francisco que já foi sede do governo estadual e do Tribunal Regional do Trabalho e monumentos, como o Relógio de Flores, o Chafariz do Cavalo e o obelisco em homenagem a Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, que encerra a Rua Barão do Serro Azul ao lado da Catedral Basílica.

E pode-se experimentar da gastronomia dos muitos imigrantes, ou nas barracas armadas todos os domingos, ou em restaurantes como o do Bar do Alemão ou do Solar do Rosário.

É uma pequena Curitiba que se reúne a cada 7 dias no centro histórico, dando ao turista um espetáculo de artes populares e eruditas, um mini mundo, um pequeno resumo da complexa metrópole de 3 milhões de habitantes.

Com essas imagens homenageio novamente a linda Curitiba, de muitos defeitos e qualidades, mas a minha terra.

Notem o aspecto interessante do conjunto das barracas da feira com o lindíssimo templo muçulmano. Por vezes, pode-se pensar que é uma foto do Oriente.


A fachada do Palácio São Francisco, lugar da feira reservado aos artistas plásticos que expoem e vendem seus quadros.

Na feirinha se reune um conjunto de chorinho, que dá o toque musical ao lugar. Também há outros músicos que se apresentam ali eventualmente, mas este conjunto é o mais tradicional, aquele que as pessoas param para ouvir.

Visão das barracas de antiguidades e livros antigos.

Imagem do obelisco em homenagem a Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, numa das extremidades da feira, final da Rua Barão do Serro Azul.

Todas as fotos são de minha autoria, o uso na internet é livre, citadaa fonte.

Clique sobre elas para ampliar.

26 de mar. de 2010

A HIPOCRISIA NA DESINCOMPATIBILIZAÇÃO


O Brasil experimenta uma série de pequenas hipocrisias, uma delas é a de acreditar que elege governadores, prefeitos, deputados e vereadores para mandatos de 4 anos e senadores para 8.

Se no próximo dia 31 o governador do Paraná, Roberto Requião, se desincompatibilizar, terá encerrado o seu terceiro mandato no Palácio Iguaçú completando apenas 10 anos e 6 meses de exercício, quando foi eleito para cumprir 12. Saiu mais cedo em 1998 e deve sair mais cedo agora em 2010 para concorrer ao Senado.

O prefeito de Curitiba, Beto Richa, também deve renunciar para concorrer ao governo estadual. Foi reeleito em 2008 e cumpriu 1 ano e 3 meses do seu segundo mandato, repetindo feito de José Serra e sendo seguido pelo prefeito de Porto Alegre, José Fogaça e por dezenas de prefeitos e governadores pelo Brasil afora, de todos os partidos.

E quantos deputados e vereadores se elegem e tão logo assumem o cargo pedem licença para assumirem ministérios, secretarias ou cargos de comissão? Não vivemos um regime parlamentarista que justifique isto, pelo contrário, essa prática é um acinte, uma desvalia à vontade expressada nas urnas.

Ainda bem que esse fato lamentável não tem ocorrido na prática com o cargo de presidente da república, embora seja possivel pela lei em vigor.

Sinceramente, detesto esse carreirismo.

Tive a sorte de votar em Jaime Lerner por duas vezes ao governo do estado, e a satisfação de vê-lo encerrar seus mandatos na íntegra, exatamente a mesma coisa que ele fez quando eleito prefeito de Curitiba. Pode ser pouco, mas foi um bom exemplo, e ele saiu da vida pública quando entendeu que seu dever estava cumprido.

Esse desapego ao cargo público em prol da carreira pública é, acredite leitor, uma das razões das péssimas praticas administrativas brasileiras, na exata medida em que impõe provisoriedade a algo que deve ser certo e bem determinado.

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...