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17 de jan. de 2011

A TRAGÉDIA É MAIS AMPLA QUE OS DESABAMENTOS DO RIO

Eu já havia escrito aqui que o Brasil não é exatamente aquele país contagiantemente alegre e imensamente belo, pintado em filmetes promocionais para convencer os delegados da FIFA e do COI em deferir-nos a promoção da Copa 2014 e das Olimpíadas 2016.

Nos últimos dias, o que ficou absolutamente claro é que o Brasil encontra-se no caos urbano completo, é um país absolutamente incapaz de organizar suas cidades dentro de um mínimo conceito de civilidade, e isso não se limita à ocupação irregular de várzeas e encostas, muito menos ao manejo caótico do lixo.

Aqui, qualquer idiota abre o porta-malas do carro de som às 3h da manhã em qualquer lugar, saca várias latinhas de cerveja consecutivas e faz arruaça até as 6 da manhã tocando axé e música sertaneja. Se a polícia é chamada, não atende. Se atende, não prende o indivíduo nem se ele estiver traficando drogas, que geralmente é o que está fazendo. A PM, se atende (porque a regra é sequer atender o inútil telefone 190), limita-se a dispersar a manifestação e deixar que ela se abolete em outro ponto da cidade, ignorando o fato de que, ao ser encontrado com as chaves de um veículo e uma lata de cerveja na mão, deveria fazer exame de dosagem alcoólica, ser multado ou até preso conforme a quantidade de álcool que ingeriu. No Brasil bebe-se na rua, dá-se mal exemplo contumaz para a juventude, que supostamente estaria amparada pela mais retardada de suas leis, o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Ontem eu estava providenciando um presente de casamento em um magazine aqui de Curitiba. Em certo momento me aproximei do caixa e me assustei com uma pilha que havia ao lado, de louças quebradas, caixas vazias e talheres entortados, causados pelo público na tentativa de roubá-los ou na incapacidade absoluta de conter os ânimos animalescos de seus filhotes, crianças cuja má educação é visível nos olhos. E pouco antes disso, eu havia presenciado um grupo de garotos de uns 15 a 16 anos no máximo, olhando para um vaso e dizendo que usariam ele para encher de rabo de galo... ou seja, jovens que estão conscientemente partindo para alcoolismo e achando isso lindo e divertido!

E alguém já perguntou para algum vendedor de uma Lojas Americanas o problema que é dentro delas o roubo puro e simples de chocolates, CD(s), DVD(s) e brinquedos?

A irresponsabilidade e o cupidismo comem soltos no Brasil. As pessoas aprontam, pintam e bordam e depois fazem que não é com elas, e isso não é exclusividade de pobres ou ricos, é geral e irrestrito... ou alguém aqui nunca presenciou alguma madame estacionando em fila tripla sua SUV importada para pegar o filho no colégio?

Nossa classe política reflete bem o que virou o Brasil depois de tantos anos de "deixa disso", desprezo à lei e confusão entre autoridade e autoritarismo.

É óbvio que a morte de mais de 600 pessoas no RJ é culpa dos políticos porque, afinal, eles é que têm a obrigação de regulamentar ocupação urbana... mas não deixemos de pensar que os políticos no Brasil são eleitos por voto direto, e temos, sim, responsabilidade pelas omissões deles.

O Brasil precisa se reorganizar como sociedade e escolher valores, hoje viramos um país de vale tudo cujo efeito mais visível são essas mortes estúpidas, essas tragédias. Mas há efeitos menos perceptíveis, como os índices de violência que não páram de crescer, o alcoolismo e as drogas que viraram epidemia entre jovens, os preços que pagamos sempre mais caros por conta das pessoas que roubam e depredam produtos nos supermercados.

Enfim, o brasileiro precisa começar a mudar a partir de si mesmo.

13 de jan. de 2011

MAIS DE 300 MORTOS

Na Austrália, as enchentes causaram enormes prejuízos mas mataram pouco mais ou pouco menos de 20 pessoas em vários dias.

No Brasil, em uma única noite morreram mais de 300 pessoas, sendo que a tragédia é recorrente se lembrarmos do Morro do Bumba em Niterói (2010), de Angra dos Reis(2010) e das vítimas de Santa Catarina em 2009.

Ou seja, fica patente a diferença entre um país onde se controla o descarte do lixo, e se fiscaliza com rigor o desmatamento e a ocupação irregular de áreas de risco. É gritante a diferença de um país onde a Lei existe para ser cumprida, comparado a um lugar onde a Lei é ignorada ao sabor de interesses políticos mesquinhos, de populismo, irresponsabilidade e preguiça e falta de rigor administrativo.

Ontem, no Rio de Janeiro, ninguém sabia onde estava o governador Sergio Cabral.

E hoje de manhã, o noticiário afirmava que o dinheiro prometido para recuperar Santa Catarina dos estragos de 2009 simplesmente não chegou, ficou preso na burocracia estatal insana, na corrupção e nos interesses paroquiais de políticos desonestos.

E não se retire a responsabilidade do povo brasileiro, cujo individualismo excessivo, a falta de cultura e a mania de se encostar no Estado nem que para isso tenha que vender a alma para algum político de raia miúda, causam sim, estes problemas e estas mortes!

300 mortes e até agora, nenhuma autoridade sequer soube explicar um indício das causas da tragédia. Limitou-se a usar a desculpa esfarrapada de que "choveu muito", transferindo para Deus a conta de décadas de leniência com invasores de encostas, com desmatadores irregulares e com descartadores irresponsáveis de lixo.

PS.:

Só consegui apurar até o momento, a conta corrente 110000-9, agência 0741 do Banco do Brasil, informada como SOS Teresópolis. Vamos ajudar o povo do Rio de Janeiro porque nem todos são irresponsáveis, nem todos invadem áreas de riscos, nem todos jogam lixo em qualquer lugar. Nossos irmãos fluminenses precisam de nosso apoio, e tão logo houver informação de onde entregar doações aqui em Curitiba e região, eu vou informar aqui. E o mesmo vale para todos os lugares do Brasil, porque é certo que as vítimas precisarão de água potável, alimentos, roupas, produtos de higiene, colchões, cobertores, etc...

12 de jan. de 2011

VAI MUDAR QUANDO?

Centenas de mortos no Rio de Janeiro, problemas sérios em São Paulo e Minas Gerais, e prováveis no Paraná, por conta das chuvas que estão caindo aqui hoje.

Desde que me conheço por gente, TODOS os anos entre finais de dezembro e meados de fevereiro o Brasil experimenta enchentes, desabamentos e desbarrancamentos de encostas, com mortes de pessoas que vivem em áreas de risco e prejuízos materiais enormes para pessoas que seguem as leis e constróem em lugares adequados e legalizados.

E todos os anos é a mesma coisa. Os políticos liberam verbas emergenciais, os lugares onde acontecem as tragédias recebem obras de perfumaria, chega o carnaval e ninguém mais fala do assunto. Ele é esquecido, deixa-se de planejar o combate efetivo a tais problemas, continua-se a incentivar a ocupação irregular de várzeas e encostas e o descarte irresponsável de lixo, além de não se investir nem em urbanismo, nem em moradia popular digna, muito menos em equipamentos mínimos para a defesa civil funcionar a contento. Investe-se em Copa do Mundo e Olimpíada, ou seja, em embelezamento para turista ver e brasileiro ficar embasbacado.

O Brasil é incapaz até de conter incêndios florestais, porque neste país, para comprar aviões VIP para uso de políticos (inclusive presidentes) os processos são céleres, mas para adquirir equipamentos de uso da sociedade, é preciso licitação, burocracia, financiamentos externos complicadíssimos, jabás e anos de espera, enquanto as coisas simplesmente degringolam.

Ora, se não conseguimos combater incêndios em áreas inóspitas, como combater então essas hecatombes urbanas que acontecem em todo o início do ano, com tanta má vontade quando o assunto é proteger os cidadãos?

O pior de tudo isso é o Judiciário leniente, que baixa a cabeça para os interesses mesquinhos de administradores públicos de péssima qualidade, ao não determinar indenizações para as pessoas que, após seguirem as Leis de urbanismo e uso do solo, perdem seus patrimônios por conta de ações políticas irresponsáveis e populistas, como aquelas de incentivar a ocupação de favelas em encostas, que tempos depois desabam. O Judiciário brasileiro segue a linha de que se condenar o Estado estará c0ndenando a si mesmo, razão pela qual deixa que a população se funheque na esteira de administrações públicas incapazes, que nada fazem porque sabem que nada atinge os políticos.

Enquanto o Estado brasileiro não tiver que indenizar o cidadão pelas suas omissões, o quadro será este que estamos vendo: políticos incompetentes prometendo soluções que eles jamais vão cumprir, esquecidas logo que a primeira escola de samba ponha os pés na Sapucaí... e mortes, muitas mortes estúpidas e destituídas de sentido!

16 de abr. de 2010

NINGUÉM É TÃO IDIOTA QUE NÃO POSSA SUPERAR-SE EM SUA BURRICE!


Todo pixador é um idiota.

Um imbecil que acha que sua manifestação de porquice serve como protesto para alguma coisa. Um néscio que precisa deixar marcas por onde anda para sentir-se menos ignorante ou menos medíocre e que por isso age como um cachorro que precisa urinar em todos os cantos da casa para deixar seu cheiro, com o perdão aos cães, que fazem isso por instinto, já que pixadores fazem suas sujeiras conscientemente e por espírito de porco.

E do mesmo nível mental de pixadores, são os vândalos que quebram patrimônio público e privado, ou, ainda, os "torcedores" organizados violentos e os anônimos da internet. São todos da mesma laia de desocupados, desmiolados e desonestos, gente que infelizmente está no mundo apenas para incomodar.

Mas esses palermas que pixaram o Cristo Redentor superaram todas as expectativas. Diz uma amiga minha que nada é tão ruim que não possa ficar pior, no caso deles, ninguém é tão burro que não consiga fazer uma asneira ainda mais descomunal que sua ignorância!

Depredaram um patrimônio da humanidade, ofenderam cristãos do mundo inteiro e desdenharam da tragédia que vivem milhares de fluminenses que perderam entes queridos e o lugar onde moravam.

É triste, muito triste constatar que existe gente que não respeita seu país e que é incapaz de conter seus instintos animalescos mesmo em meio a uma crise humana sem precedentes como a que vive o Rio de Janeiro nestes dias e que poderia tê-los atingido também.
Dá vergonha da raça humana!

8 de abr. de 2010

A TRAGÉDIA, A COPA, A OLIMPÍADA E O VERDADEIRO BRASIL


A imprensa já noticia. A FIFA e o COI estão em alerta após a imagem do Maracanã e o Maracanazinho debaixo d'água com as chuvas torrenciais que atingiram o Rio de Janeiro.

E o alerta aumenta a cada nova notícia. Ocupação irregular sobre o terreno de um lixão, que causa deslizamento de terra e mata 200 pessoas não é algo que agrade às entidades donas dos direitos sobre a Copa do Mundo e a Olimpíada.

A imagem do Brasil está desgastada perante elas e a capacidade (e mesmo a oportunidade) brasileira de organizar os eventos está em xeque.

Essa tragédia que ceifou a vida de centenas de brasileiros está mostrando para a FIFA e o COI o verdadeiro Brasil, que não é aquele imensamente belo, contagiantemente alegre e quase perfeito de filmetes de promoção feitos para serem assistidos pelos delegados e convencionais das entidades, que decidem quem vai sediar os eventos.

O verdadeiro Brasil é um país com um déficit habitacional que atinge 50 milhões de pessoas, sendo que muitas delas vão morar em áreas de altíssimo risco, em meio a lixo, ratos e esconderijos de traficantes de drogas. O verdadeiro Brasil é um lugar onde políticos liberam loteamentos irregulares ao arrepio das mínimas regras de engenharia e bom senso, aproveitando-se da corrupção epidêmica e de prefeituras incapazes e mal aparelhadas, até porque existentes apenas para pagar lautos salários para prefeito, vice-prefeito, secretários e no mínimo 9 vereadores completamente inúteis. O verdadeiro Brasil é este país que se comprometeu a entregar todos os estádios da Copa 2014 em 2012, mas até agora não iniciou a obra de nenhum e se o fizer, será com o assalto planejado dos cofres publicos ao forçar a dispensa de licitações por urgência, com superfaturamento e sacrifício das necessidades básicas de milhões de pessoas pobres em favor de meia dúzia de espertalhões(a maioria políticos) que vão se fartar em não precisando conter seus custos.

Ninguém duvida da capacidade brasileira e sediar eventos em 2014 e 2016, nem eu.

Mas fico me perguntando se esse gasto estimado por baixo em 20 bilhões de reais não seria melhor utilizado em um amplo e audacioso programa de moradia popular, esquematizado com objetivos claros de desfavelizar as grandes cidades brasileiras, criando mecanismos rígidos de controle de construções e de ocupações urbanas. Um grande programa para padronizar a legislação edilícia do país e ao mesmo tempo construir casas populares decentes para os brasileiros (não esses cubículos assemelhados a solitárias de prisões que vemos nas COHABs), repovoar áreas abandonadas como centros históricos de grandes cidades e "cracolândias" e ao menos prevenir desastres em áreas passíveis de construção mas ainda arriscadas. Um grande programa que geraria tantos empregos e riquezas quanto uma Copa do Mundo e uma Olimpíadas embora sem a publicidade mundial que tanto agrada os egos de alguns políticos. Um programa para resgatar a dignidade de milhões de brasileiros, muitos dos quais estão chorando hoje, a morte de entes queridos. Será que investindo diretamente nos brasileiros não teríamos mais lucro?

6 de abr. de 2010

O CAOS NO RIO

É certo que choveu além da conta e cidade alguma suportaria tanta água em tão pouco tempo.

Mas absolutamente nada retira a responsabilidade que atinge a população do Rio de Janeiro e os políticos que ela elege.

Sob a imagem de um povo alegre e cordial esconde-se um descompromisso com regras de convivência urbana. Os cariocas ergueram no submundo da "cidade maravilhosa" uma estrutura assemelhada a uma bomba de efeito retardado, montada em encostas perigosíssimas sem observância das mínimas regras de segurança construtiva.

Mais do que isso, a favela foi glamurizada, virou "comunidade" que cresce sem parar e sem limitação de lugar ou preservação ambiental, onde a Lei não chega e onde há quase uma anomia, pois eventualmente algumas regras são ditadas por bandidos que se adonam do lugar e protegem suas atividades dentro de um caos que lhes é favorável.

E não pense o leitor que esse quadro é apenas responsabilidade de miseráveis que constróem seus barracos em qualquer lugar. No início de 2009 eu postei aqui sobre o choque de ordem que o atual (e bom) prefeito Eduardo Paes tratou de colocar em prática, para combater ilícitos comuns entre os cariocas, tais como montar barracas comerciais em qualquer lugar, estacionar sobre calçadas, construir sem alvarás, invadir áreas públicas (como ruas e parques, alguns casos sob o argumento de aumentar a segurança de alguns moradores), depositar lixo em qualquer lugar, desmatar sem autorização, represar águas irregularmente e dezenas de outros. O povo do Rio de Janeiro é culpado (em parte) palo caos que afeta a cidade e parte do estado.

E os políticos? O populismo é uma marca do Rio de Janeiro desde tempos imemoriais.

A administração publica do Rio de Janeiro pouco fez, historicamente, para combater a favelização da cidade. Desde a demolição dos cortiços para construir a Avenida Brasil, quando os proprietários foram indenizados mas as familias moradoras foram simplesmente jogadas na rua, passando pelo "socialismo moreno" que retirou a polícia das favelas e acabou com o mínimo controle que um dia existiu sobre elas, o Rio tem incentivado o adensamento urbano irracional sem promover programas efetivos de moradias populares e sem praticar polícia edilícia, ou seja, impedir construções fora de padrões de engenharia e de regulamentação de zoneamento.

No Rio, não existe o conceito de desfavelizar, os políticos de lá entendem que entrar no morro, fazer escadarias e uma ou outra creche ou cancha esportiva urbaniza o local, embora na prática, apenas incentiva a ocupação caótica e especulativa, em lugares onde o aluguel de barracos é proporcionalmente mais caro que o de muitas coberturas chiques de bairros nobres. Urbanizar um lugar é muito mais que abrir escadas, impõe abrir arruamento, construir praças, incentivar a regularização fundiária e levar água, luz e esgoto das linhas regulares. Pouco ou nada disto se faz, mas os políticos cariocas estão sempre prontos a defender de modo hipócrita o povo das favelas, condenado à miséria em guetos onde não circulam pessoas fora da comunidade e, por consequência, não circulam riquezas que tem potencial de melhorar a vida de todos.

É certo também que esse quadro não é exclusivo do Rio. Ele é mais visível no Rio porque lá existe um processo de décadas, mas mesmo cidades ditas "organizadas" como Curitiba também sofrem, embora pontualmente, com fatos como estes. A questão é que o Rio só está tomando conta do caos em que se meteu agora, às portas de sediar uma olimpíada, e ao custo de dezenas de mortes!

7 de jan. de 2010

E CHOVE!


Basta olhar os jornais de anos anteriores que qualquer pessoa constata que é natural que em janeiro e fevereiro o Brasil sofra com problemas decorrentes das chuvas em excesso.

E ninguém se preocupa em apurar a efetiva responsabilidade pelas mortes de pessoas e pelos danos materiais que em última análise, acabam sempre suportados pelo Erário, ou seja, pelo dinheiro dos impostos que todos pagamos na carga tributária mais injusta do planeta.

Irresponsáveis constróem seus barracos ou suas mansões em áreas proibidas usando de algum pistolão (um vereador, um deputado, uma gorjeta para o funcionário certo), pessoas sem educação e cultura jogam lixo por todos os lados pouco se importando com o que ele vai causar e políticos cedem aos "lobbies" autorizando o uso irregular de áreas de altíssimo risco confiando sempre no esquecimento do povão.

Mas entra ano, sai ano, mesmo com o número de mortes aumentando, mesmo com a gravidade dos acidentes em alta, o que se constata é que na chegada do carnaval ninguém mais fala do assunto e a vida volta ao normal.

A culpa é sempre atribuída à força maior, à chuva ou a Deus. Os mortos são enterrados e as demais vitimas recebem alguma esmola para calar a boca. E nada mais se faz nem se diz, até que as chuvas cheguem novamente e voltem a causar estragos, manchetes de jornais e matérias sensacionalistas nas TV(s).

Mas só até a primeira passista pisar na Sapucaí...

27 de nov. de 2008

ORGULHO DE SER BRASILEIRO!


Como eu já disse no post anterior, uma das melhores qualidades do brasileiro é ser solidário.

Claro que há os aproveitadores, os safados, os que usam da desgraça alheia para se dar bem, até porque é da natureza humana que algumas ovelhas negras aprontem das suas, o que levou, por exemplo, àqueles saques criminosos nas cidades atingidas. Viram a foto do animal que foi lá para roubar cerveja?

Mas felizmente, a maioria das pessoas, e dos brasileiros, não é como esses poucos desalmados, pelo contrário.

De segunda até hoje, só de Curitiba já saíram caminhões com 50 toneladas de donativos, arrecadadas junto ao povo daqui, que não pára de doar enchendo novos carregamentos. E o Coritiba Foot Ball Club com sua maior torcida organizada estão arrecadando alimentos e donativos até o sábado, dia do jogo contra o Vasco da Gama, após o que enviarão para Santa Catarina. Também o Clube Atlético Paranaense (é a primeira vez que cito este nome aqui no blog)e o Paraná Clube, que têm grandes torcidas no Paraná, fazem campanhas parecidas. A Prefeitura Municipal de Curitiba, por ordem do prefeito Beto Richa, enviou técnicos e maquinários e ainda doou água e produtos de limpeza. Algo parecido fez o governo do estado do Paraná, por ordem do governador Roberto Requião, apesar de haver necessitados pelo fato também no litoral daqui, se bem que em escala bem inferior.

E já soube de campanhas no Espírito Santo (por meio da Magui) e no Rio de Janeiro (Cejunior).

Enfim, acredito que o Brasil inteiro esteja dando as mãos calorosas aos catarinenses e fico orgulhoso disso. É em momentos assim que alimento minhas esperanças de ter muito mais que um país, mas uma verdadeira nação, algo que se constrói nos momentos difíceis.

De qualquer modo, pelo fato de meu pai ser catarinense de Jaraguá do Sul, por ter amigos e parentes que moram em Santa Catarina, por ser apaixonado por Joinvile e Florianópolis, deixo o meu muito obrigado.

Nas dobras do meu braço eu laço o couro e canto
Viajo em corda de aço na estrada do meu espanto
Na asa solta do vento voei sem ter paradeiro
Tentando enganar o tempo montado de cavaleiro
Viva o caminho do povo e viva o povo brasileiro

(verso de Rubinho do Vale)


A Defesa Civil de SC criou duas contas bancárias para receber doações para compra de mantimentos: Banco do Brasil - Agência 3582-3, Conta Corrente 80.000-7 ou Besc - Agência 068-0, Conta Corrente 80.000-0.

24 de nov. de 2008

TRAGÉDIA EM SANTA CATARINA

Há uns 25 ou 30 anos aconteceu algo parecido em Santa Catarina. Blumenau, Itajaí e outros municípios tiveram problemas enormes como quedas de barreiras que fecharam rodovias vitais para cidades que ficaram inundadas por quase uma semana sem luz e água.

Um verdadeiro caos.

Eu lembro bem disso. Na época, Curitiba também estava na lista das cidades em estado de calamidade e a TV Bandeirantes iniciou quase que por acaso no programa Flávio Cavalcanti uma campanha, a SOS SUL, que demonstrou como o brasileiro é solidário nessas horas.

Gente que praticamente não tinha nada para comer em casa no nordeste, entrou na campanha para ajudar os irmãos sulistas. E dos poucos alimentos que pessoas humildes do norte/nordeste se esforçaram em mandar, a campanha cresceu em um ritmo impressionante a ponto de caminhões e mais caminhões de donativos virem em direção ao sul trazendo desde alimentos até roupas e colchões em quantidades excepcionais.

Mas o que eu pretendo escrever aqui é outra coisa.

O leitor já notou que essas tragédias são recorrentes e não exclusivas de estado algum? Já pensou em quantas vezes ocorreram deslizamentos no Rio de Janeiro, em Minas, no Rio Grande do Sul e mesmo em São Paulo? E quantas casas arrastadas por rios em Pernambuco, Paraná ou Mato Grosso?

Pois é, há algo que torna essas tragédias comuns dentro destes fatos, o descaso do poder público aliado à irresponsabilidade dos políticos, especialmente dos populistas, aqueles que vivem falando nos "mais pobres" e tentando justificar atos de ilegalidade com a desculpa da condição de miserabilidade dos agentes.

Naquela região de Santa Catarina onde ocorreu a tragédia, é comum que se instalem favelas e loteamentos irregulares em encostas de morro, tal qual o que acontece no Rio de Janeiro, onde isso já virou praga que nenhuma autoridade teve, na época certa, a coragem de enfrentar para salvar a cidade do caos. E uma vez instaladas, os governantes não se preocupam em tirá-las, assim como a Justiça pouco faz para reintegrar a posse a quem de direito e os órgãos ambientais se omitem em combater a devastação de tais áreas de preservação.

Os políticos tem pavor de contrariar esse povo que, dizendo não ter para onde ir, põe sua própria vida em risco, devasta o meio ambiente e destrói qualquer planejamento urbano das cidades. Mas que vota, e de regra, mal.

O resultado disso, cedo ou tarde são tragédias como estas, onde o deslizamento de encostas destruiu casas e barracos e matou pessoas, as mesmas que os políticos temem contrariar quando há tempo de salvarem.

Falamos muito do Rio de Janeiro com seus problemas insolúveis e suas favelas enormes e incorrigíveis, mas o fato é que, sob a desculpa de "não ter para onde ir" e com a benção de políticos e autoridades que desprezam a Lei e o bom senso, milhares de pessoas pelo Brasil afora invadem encostas de morros, várzeas de rios e mananciais, sujeitando-se a a perder o pouco que construíram na vida ou, pior, a mortes estúpidas de si mesmos e/ou parentes, além das mortes e problemas que causam pela irresponsabilidade ambiental. E o pior de tudo, depois que invadem, ninguém toma providências!

Cada vez que acontecem tragédias como esta de Santa Catarina, muita gente se pergunta do porque, mas o fato é que se as leis fossem cumpridas por todos, povo e políticos, a probabilidade de coisas assim acontecerem seria bem menor.

É algo a se pensar sempre, e não esquecer para esperar a próxima tragédia.

15 de jan. de 2008

QUANDO SÃO PAULO FICA IGUALZINHA A RIO BRANCO DO SUL/PR.

UOL/Agestado:
Alencar estuda ajuda a Kassab para enfrentar chuvas em São Paulo



Todos os anos, em meados de janeiro, é a mesma coisa. São Paulo alagada, as TV(s) fazendo alarde e entrevistando gente aos prantos informando que perdeu tudo, políticos em polvorosa com pires na mão pedindo dinheiro e uns até exigindo a criação de impostos para atacar o problema (já ouvi gente dizendo que enchente é problema de saúde, e a panacéia para isso é, claro, CPMF).

E fica o tititi por uns dias até que chega o carnaval, daí o assunto é esquecido até janeiro do ano seguinte.

O engraçado disso, é que todo o ano é a mesma coisa aqui em Rio Branco do Sul, no Paraná.

A demagogia come solta. Tanto em Rio Branco do Sul quanto em São Paulo as prefeituras preferem fazer obras caríssimas (com padrões proporcionais, bem dito) do que, por exemplo, exigir dos habitantes, mediante multa e processo criminal se necessário for, que façam coisas simples como não jogar lixo nos rios e não construir a mais do que o permitido em lei para cada área de zoneamento, preservando a permeabilidade do solo e diminuindo o risco de enchentes.

É a tal coisa, não haverá solução para o problema de ambas as cidades, se não se atacar o fator humano envolvido na questão, com reintegração de posse, demolição completa e preservação permanente de áreas de ribeirinhas invadidas por favelas, além, claro, de fiscalização severa sobre pseudo-cidadãos que não observam a necessidade de prevervar jardins ou de gerenciar melhor o seu lixo para evitar que toda uma comunidade (no caso de São Paulo, uma mega-hiper comunidade!) seja prejudicada.

Tanto em São Paulo, quanto em Rio Branco do Sul, os políticos evitam fazer coisas que impliquem fazer o povão se coçar, como impedir que ele construa e invada o que bem entenda, e jogue lixo onde quiser, porque quem faz as coisas desse jeito é justamente quem vende seu voto em troca de chinelo e cesta básica.

Eu até consigo entender que isso aconteça aqui em Rio Branco do Sul, onde o primeiro requisito para um político ter sucesso é não saber nem falar, que dizer escrever.

Mas em São Paulo? A maior cidade da América do Sul, o centro econômico, financeiro e cultural de um continente inteiro, terceiro orçamento do país, terra natal de pelo menos meia dúzia de ex-presidentes da república?

O fato é que São Paulo é administrada absolutamente do mesmo jeito que uma cidadezinha de políticos analfabetos, distante 30 km de Curitiba.

Os políticos de São Paulo precisam compreender a grandeza e a importância da cidade, e tratar de transmitir isso a seus eleitores.

Sem isso, todos os anos, pela eternidade, haverá enchentes... e isso só faz felizes os diretores dos jornais da Rede Globo, que sabem que captar lágrimas de desgraçados aumenta a audiência!

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...