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8 de ago. de 2016

ESPORTE É DISCIPLINA, MEDALHA É BÔNUS


Ensinar esportes não deve ser uma busca por medalhistas, precisa ser um exercício de cidadania. 

O Brasil tem um povo vaidoso com um governo que se aproveita disto. Achamos que vitórias, medalhas e títulos diminuem nossos problemas, quando em verdade só aliviam nossa sensação de impotência ante a tantas coisas que não resolvemos porque nossos políticos não tem nem competência, nem vontade para atacar.

Incorremos no erro de buscar os fenômenos individuais das modalidades para fazer deles medalhistas e celebridades. Merecidamente eles viram ídolos, tais como Gustavo Kuerten, Joaquim Cruz, Flávio Canto, Hortência, Gustavo Borges, Daniele Hipólito, Servílio de Oliveira, etc... Daí eles se aposentam, e o esporte diminui ou desaparece do cenário porque não aparecem fenômenos todos os dias e eles sozinhos não deixam uma tradição no ensino da modalidade não porque não queiram, mas porque seu país valoriza demais os resultados e de menos o trabalho de formação e a pura e simples prática recreativa. 

É preciso ensinar esportes para as crianças e adolescentes todos os dias e mais do que isso, mostrar para eles todo tipo de modalidade, informá-los das muitas possibilidades, dar-lhes a opção de conhecer  e despertar interesse para o que tenham vocação, se é que à tenham.

Escrevo isso em época de olimpíada, para dizer que esporte é antes de tudo uma  parte da formação de um bom cidadão, devia ser um elemento importante e obrigatório do sistema educacional, representando a procura por disciplina e saúde.

Não se deve ensinar esportes nas escolas focando nos resultados, mas para mostrar as boas coisas que ele retorna à pessoa. O aluno que aprender esportes na escola e tiver o talento, naturalmente acabará adotando a profissão de atleta, vai treinar e buscar resultados. É assim nas potências esportivas, elas formam cidadãos melhores que aprendem a seguir regras, respeitar os adversários e praticar por prazer, ao mesmo tempo em que formam atletas de sucesso potencial.

O professor Paulo me acompanhou desde a segunda série do primário até a primeira do colegial. 

Boa praça com os alunos, amigão de todo mundo, não havia gente na escola que não gostasse dele. Era o professor da diversão, do futebol, do basquete, do handebol, das corridas e dos passeios à pé pela cidade. Quando precisava de silêncio dizia um "tá agitada, Creuza?" e sendo a sala quase sempre só de garotos, voltava ao silêncio, segurando o riso. 

Mandava fazer trabalhos sobre esportes, tínhamos que pesquisar regras, atletas e competições. Quando chovia, aproveitava esses trabalhos e fazia brincadeiras de perguntas e respostas, perguntava dos resultados das olimpíadas, dos panamericanos, da copa, do campeonato brasileiro. Os alunos aprendiam regras, conheciam os astros do esporte, se divertiam nos erros das equipes alheias, mas sempre em silêncio, algazarra só era permitida até ele fazer a próxima pergunta. 

Um dia os alunos estavam agitados. Era para montar 4 times para um torneio de handebol, naquela linha de ir escolhendo e deixando os piores para o final. O problema é que por mais que ele pedisse silêncio e mandasse parar com as palhaçadas, não conseguia. 

Daí se irritou. Apitou forte, disse que o handebol estava cancelado e mandou formar duplas com o aluno que estivesse mais próximo. Seguiu-se a pior sequência de exercícios que eu e todo mundo ali tinha feito na vida. Abdominal, carrinho (consistindo em um dos alunos segurar as pernas do outro e atravessarem a pista com os  braços fazerem as honras da roda, trocando para voltar), corrida em torno da escola e um monte de outras atividades chatas que ninguém gostava.

No final da aula, todo mundo exausto, uns olhando pros outros com cara de culpados, foi curto e grosso: sem comportamento, todas as aulas seriam iguais àquela. E nunca mais, inclusive nos anos seguintes, aconteceu de alguém cair na besteira de sair da linha.

Mesmo eu, que sempre fui um desastre completo em todos os esportes, sempre tive empatia, era um professor que nos ensinava um valor que não esqueci nunca, o da disciplina em observar regras por ser parte de um todo.

Eu e meus colegas aprendemos boas coisas sobre o esporte. Não saiu daquele colégio nenhum campeão de nada, mas bons universitários, bons pais, bons profissionais, bons funcionários, bons cidadãos. Gente que, via de regra aprendeu a respeitar para ser respeitado.

Esporte é muito mais o que o professor Paulo nos ensinava do que resultados, medalhas, glórias e aparições da TV. Esporte é escola de disciplina. Medalhas e vitórias são um bônus para quem aprende a fazer dele um gerador de cidadania.

22 de jun. de 2016

MALDITA TOCHA OLÍMPICA

A promessa era de uma olimpíada ecológica. 

O Rio seria ressuscitado da morte causada por décadas a fio de desrespeito às mais óbvias regras de preservação do meio ambiente. A baía de Guanabara seria despoluída, receberia 12 estações de tratamento de esgoto, desativaria lixões e recuperaria mangues. Mais do que isso, o ambiente em que se daria os jogos seria servido de transporte público eficiente e de qualidade para que o carioca pudesse evitar o carro. Seriam criadas ciclovias, parques e praças que atenderiam o público.

Se passaram 9 anos desde aquela comemoração do senhores Lula e Nuzmann, que então prometiam uma olimpíada sem dinheiro público, que resgataria a bela cidade do Rio de Janeiro e mostraria um país pujante e rico, capaz de adentrar ao primeiro mundo e virar exemplo de progresso.

Nove anos passados o que vemos é o caos completo, a iniciar pelo fato de que o dinheiro para promover o evento foi essencialmente público.

O estado do Rio de Janeiro financeiramente quebrado, sem dinheiro sequer para pagar em dia o funcionalismo, que dizer para investir em saúde e educação. A segurança pública abandonada e em estado caótico. As obras do evento atrasadas. As obras de infra-estrutura urbana em sua maioria canceladas, as ciclovias construídas sem qualquer critério, caindo e matando pessoas inocentes. Alertas internacionais de saúde para que turistas tomem cuidados se vierem ao evento.

E do ponto de vista ecológico, o mais completo fracasso, uma verdadeira vergonha para um país que tem a mania de arrotar para o mundo que tem a natureza exuberante, a mesma natureza que o povo brasileiro despreza, porque é mesquinho, desonesto e simplesmente incapaz de entender o conceito de viver em harmonia com o meio-ambiente, bem como preservá-lo.

A baía de Guanabara está mais suja, podre e infecta do que nunca.  Das obras de despoluição prometidas, apenas duas estações de tratamento de esgoto. Os lixões continuam lá, intactos. Os mangues continuam sendo atacados por invasões e especuladores imobiliários. O lixo continua boiando por todos os lados, as lagoas da cidade do Rio de Janeiro fedem e apresentam as margens cheias de entulhos que vão de material fecal a geladeiras e televisores descartados de qualquer jeito por um povo preguiçoso que não quer se dar ao trabalho de levar o aparelho em desuso para um lugar de descarte correto. 

E a cereja do bolo da incompetência e desonestidade, do oba-oba de um povo exibicionista que só pensa no próprio umbigo e nos interesses meramente pessoais, foi o extermínio de um animal selvagem exibido como troféu na passagem da maldita tocha olímpica, cujo desfile pelo país tem sido caracterizado pelos excessos de gente que quer seus egos afagados, pelo foguetório, pela gritaria, pelos carros de som em volumes insuportáveis, pelos políticos de raia miúda querendo aparecer em ano eleitoral e especialmente por um bando de gente estúpida sem relação alguma com o esporte, ostentando como jóia da coleção pessoal um objeto que, até vir para o Brasil, simbolizava a união e a concórdia dos povos.

A tocha olímpica virou o símbolo de um evento amaldiçoado de um país que não podia sediá-lo, que gastou o que não tinha para parecer ser o que nunca foi e que, de quebra, mostrou ao mundo a verdadeiro índole do brasileiro, um povo preguiçoso que despreza regras e que encara o meio-ambiente como um predador  insaciável que não vai descansar enquanto não extinguir todas as raças de animais e não derrubar a última árvore da última floresta.

Eu bem desejei que esses jogos fossem um sucesso, até imaginei que o Brasil e seu povo tomariam consciência da importância de mostrar que aprenderiam alguma coisa. Mas o fato é que o Brasil não quis aprender nada, o Brasil preferiu continuar sendo o país de sempre, com as mesmas práticas políticas, os mesmos assaltos aos cofres públicos e a mesma falta de consciência ecológica de sempre.


21 de abr. de 2016

A CICLOVIA TIM MAIA E A INDIGNAÇÃO NACIONAL

Que pena o nome de um genial cantor e compositor ficar associado à uma tragédia de tantas facetas como esta. Uma tragédia humana na perda de vidas de pessoas que estavam apenas em um momento de lazer. Uma tragédia fiscal, porque demonstra o mau uso constante, endêmico e criminoso do dinheiro dos contribuintes. Uma tragédia de imagem, para uma cidade tão bela e tão maltratada, violenta, suja, poluída e destruída pela irresponsabilidade constante de seus políticos tão demagogos quanto incompetentes. Uma tragédia política, porque deslinda as relações podres de governantes, mesmo de raia miúda, com empresas incapacitadas para os serviços para os quais foram contratadas.

O Rio de Janeiro é um microcosmo piorado do Brasil. Uma cidade lindíssima que um dia quis ser a Paris do hemisfério sul, destruída por irresponsabilidade política, corrupção e populismo que tiveram um marco de dramática piora com o "socialismo moreno" de Leonel Brizola, no dogma da omissão do Estado em todos os erros da sociedade, trocando a ação fiscalizatória por paliativos populistas. 

O Brasil não é diferente. Rico, belo, pujante e promissor, um dia, nos governos militares, decidiu ser desenvolvido na marra, ao custo que fosse, nem que as obras não fossem exatamente dentro do seu custo e de qualidade. Criou-se um monstro, uma conceito segundo o qual a obra pública custa caro, não termina no prazo e não tem compromisso com a qualidade. Um monstro que nos atormenta todos os dias desde então e que piorou com a volta da democracia.

O povo brasileiro anda cheio desse estado de coisas que aflige o país inteiro. De um modo geral, está irritado porque não aguenta mais ouvir desculpas esfarrapadas como as que já se ouvem hoje, de que as ondas do mar foram responsáveis pela tragédia. Está de saco cheio de ouvir dos gastos gigantescos para promover Copa do Mundo e Olimpíada, com a repetição das obras que não terminam no prazo, que aumentam de preço ou que simplesmente caem matando gente inocente. Ele não tem mais estômago para constatar que as obras foram feitas por empresas de parentes de políticos, que por sua vez economizaram nos custos para obter lucro superior ao contratado em licitação.

Temos o péssimo hábito de analisar crises políticas apenas pelos resultados de eleições. Mas em verdade, a crise que vivemos hoje nasceu da indignação e do saco cheio dos brasileiros naquelas manifestações sinceras de 2013, onde explodiu o cansaço com tanta burrice, tanta incompetência e tanta cara-de-pau sapateada pelos políticos, seus empreiteiros e empresários em nossos pescoços de contribuintes, que sabemos o quanto o país é rico, tanto o quanto é injusto e desonesto. A crise política tem um componente de chateação, de querer que as coisas melhorem, seja pela manutenção do atual governo, seja pela assunção de outro. Na verdade, os dois lados da questão querem um país melhor ao seu jeito, tendo como ponto comum essa indignação de não aguentar mais ver a perda de vidas brasileiras decorrente da mais completa ausência de honestidade e competência no Estado brasileiro.

3 de jan. de 2011

LINDÍSSIMO!




Bem sabem meus leitores que sou contra a Copa do Mundo em 2014 e a Olimpíada em 2016, embora não torça jamais para que sejam um fracasso. Pelo contrário, os eventos tem mais é que ser um sucesso, pelo bem dos bolsos dos contribuintes.

Mas não posso deixar de elogiar o logotipo Rio 2016.
É simplesmente lindíssimo no seu simbolismo, na sua simplicidade, na mensagem de confraternização que encerra, que é absolutamente compatível com o espírito olímpico e com a alegria do povo brasileiro, especialmente o carioca.

24 de nov. de 2010

NO MUNDO DOS SONHOS DA COPA E DA OLIMPÍADA

A imagem aterrorizante é de "O Globo". E faz parte do mundo real que os políticos brasileiros teimam em negar.


As Unidades de Polícia Pacificadora conseguem conter a violência nas favelas que os governos cariocas se recusam a urbanizar verdadeiramente. Mas são incapazes de extinguir organizações criminosas, na medida em que fazem apenas policiamento ostensivo e retiram efetivos policiais de outras áreas para onde o crime migra.

Agora viraram alvo para uma ação conjunta de grupos de traficantes (mesmo rivais), que trataram de colocar a cidade do Rio no caos completo, sabendo de antemão que as autoridades não conseguiriam dar conta de organizar o enfrentamento massivo e muito menos de explicar os fatos à opinião pública, o que está visível nestes últimos dias.

Quando escrevo aqui sobre urbanizar favelas, trato da necessidade imperiosa de transformar o gueto que elas sempre foram em um bairro comum, onde seja possível o controle policial normal sem necessidade de UPP(s) ou coisas parecidas.

A arquitetura de uma favela favorece o crime organizado na medida em que não há arruamento e as "casas" são todas coladas parede a parede. Logo, uma vez invadida pela PM, uma favela precisa virar um canteiro de obras com a derrubada de parte dos barracos para dar lugar a arruamentos, praças, iluminação pública e equipamentos urbanos. Porque é simples, a favela estará pacificada na presença da polícia, se esta sair, volta a ser gueto para o controle pela bandidagem, que ainda assim não deixa de estar lá, escondida, embora inoperante mas planejando sua volta triunfal, como a verificada nos últimos dias.

No mundo dos sonhos dos governos brasileiros faremos uma Copa do Mundo e uma Olimpíada improvisando soluções de segurança pública e intervenções urbanísticas, achando que o turista virá para nossas cidades em segurança. Esses epísódios do Rio de Janeiro comprovam claramente que em um evento como este os bandidos podem fazer uma manifestação de força aterrorizante a partir da ingenuidade e cupidez dos governantes brasileiros, que acham que favela não precisa ser consertada como forma de combate ao crime.

O Brasil vai investir algo em torno de 3,5 bilhões de dólares só em estádios para a Copa do Mundo, isso contando por baixo. Mas não consegue alocar metade disso para aumentar os efetivos policiais, melhorar sua remuneração, aperfeiçoar o treinamento e dar ao cidadão a sensação de segurança que não existe mais nem em cidades pequenas, onde, repito novamente, nem um prosaico telefone 190 funciona.

Mais que isso, estima-se que o custo da Copa do Mundo seja de 14 bilhões de reais, dinheiro que para isto aparece, mas que não existe para um programa habitacional amplo para transformar favelas do país inteiro em bairros onde as pessoas consigam ver-se livres do crime enraizado.

No mundo dos sonhos dos políticos, o Brasil terá um trem-bala depois da Copa 2014, e os problemas aéreos serão resolvidos com terminais provisórios, sem que se construam aeroportos. No mundo dos sonhos das autoridades o combate ao crime é feito colocando efetivos policiais em prontidão local por algum tempo, achando que, quando sairem, os criminosos não voltarão.

Quem sabe agora os sonhadores políticos brasileiros percebam que estão lidando com criminosos efetivamente violentos e organizados, capazes de desestabilizar até os projetos de mostrar ao mundo um país de sonhos, cuja realidade é bem pior que um pesadelo.

16 de abr. de 2010

NINGUÉM É TÃO IDIOTA QUE NÃO POSSA SUPERAR-SE EM SUA BURRICE!


Todo pixador é um idiota.

Um imbecil que acha que sua manifestação de porquice serve como protesto para alguma coisa. Um néscio que precisa deixar marcas por onde anda para sentir-se menos ignorante ou menos medíocre e que por isso age como um cachorro que precisa urinar em todos os cantos da casa para deixar seu cheiro, com o perdão aos cães, que fazem isso por instinto, já que pixadores fazem suas sujeiras conscientemente e por espírito de porco.

E do mesmo nível mental de pixadores, são os vândalos que quebram patrimônio público e privado, ou, ainda, os "torcedores" organizados violentos e os anônimos da internet. São todos da mesma laia de desocupados, desmiolados e desonestos, gente que infelizmente está no mundo apenas para incomodar.

Mas esses palermas que pixaram o Cristo Redentor superaram todas as expectativas. Diz uma amiga minha que nada é tão ruim que não possa ficar pior, no caso deles, ninguém é tão burro que não consiga fazer uma asneira ainda mais descomunal que sua ignorância!

Depredaram um patrimônio da humanidade, ofenderam cristãos do mundo inteiro e desdenharam da tragédia que vivem milhares de fluminenses que perderam entes queridos e o lugar onde moravam.

É triste, muito triste constatar que existe gente que não respeita seu país e que é incapaz de conter seus instintos animalescos mesmo em meio a uma crise humana sem precedentes como a que vive o Rio de Janeiro nestes dias e que poderia tê-los atingido também.
Dá vergonha da raça humana!

6 de abr. de 2010

O CAOS NO RIO

É certo que choveu além da conta e cidade alguma suportaria tanta água em tão pouco tempo.

Mas absolutamente nada retira a responsabilidade que atinge a população do Rio de Janeiro e os políticos que ela elege.

Sob a imagem de um povo alegre e cordial esconde-se um descompromisso com regras de convivência urbana. Os cariocas ergueram no submundo da "cidade maravilhosa" uma estrutura assemelhada a uma bomba de efeito retardado, montada em encostas perigosíssimas sem observância das mínimas regras de segurança construtiva.

Mais do que isso, a favela foi glamurizada, virou "comunidade" que cresce sem parar e sem limitação de lugar ou preservação ambiental, onde a Lei não chega e onde há quase uma anomia, pois eventualmente algumas regras são ditadas por bandidos que se adonam do lugar e protegem suas atividades dentro de um caos que lhes é favorável.

E não pense o leitor que esse quadro é apenas responsabilidade de miseráveis que constróem seus barracos em qualquer lugar. No início de 2009 eu postei aqui sobre o choque de ordem que o atual (e bom) prefeito Eduardo Paes tratou de colocar em prática, para combater ilícitos comuns entre os cariocas, tais como montar barracas comerciais em qualquer lugar, estacionar sobre calçadas, construir sem alvarás, invadir áreas públicas (como ruas e parques, alguns casos sob o argumento de aumentar a segurança de alguns moradores), depositar lixo em qualquer lugar, desmatar sem autorização, represar águas irregularmente e dezenas de outros. O povo do Rio de Janeiro é culpado (em parte) palo caos que afeta a cidade e parte do estado.

E os políticos? O populismo é uma marca do Rio de Janeiro desde tempos imemoriais.

A administração publica do Rio de Janeiro pouco fez, historicamente, para combater a favelização da cidade. Desde a demolição dos cortiços para construir a Avenida Brasil, quando os proprietários foram indenizados mas as familias moradoras foram simplesmente jogadas na rua, passando pelo "socialismo moreno" que retirou a polícia das favelas e acabou com o mínimo controle que um dia existiu sobre elas, o Rio tem incentivado o adensamento urbano irracional sem promover programas efetivos de moradias populares e sem praticar polícia edilícia, ou seja, impedir construções fora de padrões de engenharia e de regulamentação de zoneamento.

No Rio, não existe o conceito de desfavelizar, os políticos de lá entendem que entrar no morro, fazer escadarias e uma ou outra creche ou cancha esportiva urbaniza o local, embora na prática, apenas incentiva a ocupação caótica e especulativa, em lugares onde o aluguel de barracos é proporcionalmente mais caro que o de muitas coberturas chiques de bairros nobres. Urbanizar um lugar é muito mais que abrir escadas, impõe abrir arruamento, construir praças, incentivar a regularização fundiária e levar água, luz e esgoto das linhas regulares. Pouco ou nada disto se faz, mas os políticos cariocas estão sempre prontos a defender de modo hipócrita o povo das favelas, condenado à miséria em guetos onde não circulam pessoas fora da comunidade e, por consequência, não circulam riquezas que tem potencial de melhorar a vida de todos.

É certo também que esse quadro não é exclusivo do Rio. Ele é mais visível no Rio porque lá existe um processo de décadas, mas mesmo cidades ditas "organizadas" como Curitiba também sofrem, embora pontualmente, com fatos como estes. A questão é que o Rio só está tomando conta do caos em que se meteu agora, às portas de sediar uma olimpíada, e ao custo de dezenas de mortes!

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...