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27 de set. de 2010

UMA DITADURA DA MÍDIA?

Ditadores não são muito criativos.

Quando eles querem impedir alguém ou algo de expressar uma idéia ou praticar certos atos, simplesmente proíbem e colocam as armas nas ruas. Não dão espaço para argumentação, não discutem liberdade de ninguém, simplesmente à violam e perguntam se quem sentiu-se prejudicado vai encarar.

Quando ditadores sentem-se ofendidos com algo, eles simplesmente eliminam esse algo e tocam para a próxima maldade.

Um leitor meu perguntou aqui no blog se o Brasil não estaria se encaminhando para uma ditadura da mídia.

Mas, que ditadura seria essa que garante a livre discussão de idéias e que noticia as críticas contrárias? Que ditadura poderia ser assim, sujeitando-se ao Judiciário se mentir ou prejudicar? Que ditadura é essa onde vários órgãos competem entre si por leitores, ouvintes e espectadores, sabendo que ditadores gostam de ser o centro das atenções, onipresentes e sem sombras à sua volta? Que ditadura é esta, que noticia mesmo as reclamações contra ela mesma, de um presidente popular, poderoso e transferidor de votos e capital político?

Um ditador não promoveria seu suposto "inimigo". Não lhe daria publicidade. Um ditador sequer deixaria o inimigo protestar contra ele e ainda não daria espaço para noticiar isso.

A mídia brasileira pode ser ruim. Ela pode ser de propriedade de 6 ou 7 famílias. Ela pode ter partido (mas quem não tem?). Eventualmente, o excesso de cobertura sobre algum fato gera, sim, a condenação sumária de alguém ou algo na opinião pública, mas não podemos esquecer que, quando ela age assim, é porque a própria opinião pública pede, caso contrário, programas sensacionalistas não teriam audiência, como jornais de imprensa marrom não teriam leitores.

Ou seja, a mídia também é reflexo do povo, o mesmo que não acompanha o julgamento de casos de corrupção mas faz verdadeiras festas com direito e foguetório e linguiçada na lage quando assassinos são condenados, vide o caso Nardoni.

E se ela reflete o povo, então não têm pendores ditatoriais e mais que isso, não têm instrumentos ditatoriais que a possibilitem intervir no processo político de modo a moldá-lo às suas vontades, como fazem os ditadores. A mídia pode ser poderosa mas ela não tem tropas, nem votos, nem uma prosaica caneta que em conjunto com um diário oficial possa gerar restrições de qualquer ordem contra quem quer que seja. Se ela noticia algo, mesmo que insistentemente, isso não retira a possibilidade de defesa de ninguém e não impede o jogo democrático.

Lê, ouve ou assiste a imprensa no Brasil quem quer. O cidadão que se acha incomodado pelo fato da imprensa criticar o governo Lula ou o próprio presidente faz uma escolha: em quem ele quer acreditar?

Se ele entende que o presidente tem razão, simplesmente não lê, não ouve, não assiste ou, ainda melhor, escolhe meios de informação que entenda mais próximos das opiniões do chefe de estado. Mas se ele achar que há alguma coisa errada, vai se informar de alguma maneira.

Escândalos no Brasil acontecem todas as semanas, independentemente de quem seja o governante. O governo Lula não é mais ou menos corrupto que os que o antecederam, nem o presidente é o primeiro, nem será o último, a sentir-se perseguido pelo fato da imprensa expor a podridão que afeta o Estado brasileiro, onde estima-se que 60 bilhões de reais por ano são perdidos na corrupção epidêmica, nas trocas de favores, nas contratações de parentes incompetentes em todas as esferas governamentais.

Acredita na mídia quem quer. Quando o presidente Lula reclama do tratamento que é dado ao seu governo, esquece que é o tratamento que é dado a todos os governos brasileiros pela mídia. Afinal, escândalos levaram Fernando Collor à cassação e a impopularidade de Fernando Henrique Cardoso não veio do nada, mas de um conjunto de insatisfação popular a partir de dados concretos que foram noticiados pela mídia, inclusive escândalos de corrupção.

Não vivemos um ditadura da mídia. Vivemos sim, um processo político personalista demais, onde os atores não admitem seus erros de atuação, de julgamento e de moral, e quando digo isso não me refiro somente ao presidente Lula, mas à toda classe política, porque dá para contar nos dedos os políticos brasileiros que aceitam críticas e que não se fazem de vítimas quando pegos em atos falhos, sempre apelando para a tese da perseguição política.

Ditadores não perseguem, ditadores matam. E que eu lembre, mesmo com todo o bombardeiro da mídia, muita gente envolvida direta ou indiretamente em escândalos de corrupção ainda detém mandatos e se candidata, a mídia pode até tê-los atrapalhado, mas não os matou.

30 de nov. de 2009

DIPLOMACIA DO VEXAME - III

Nesse processo eleitoral hondurenho a maior derrota foi do Itamaraty, ou seja, da diplomacia brasileira.
O presidente Lula declarou que reconhecer as eleições hondurenhas pode incentivar a novos golpes, mas isso soa hipócrita na exata medida em que o governo brasileiro faz vistas grossas aos atos ditatoriais de Hugo Chaves, que já deu vários pequenos golpes dentro da Venezuela. Aliás, Chaves agrediu a Colômbia militarmente e não se ouviu um pio a partir do Itamaraty.
Mas o Brasil deu guarida a Manoel Zelaya e lhe ofereceu sua embaixada, sendo que o único intuito dele era tumultuar e impedir as eleições, que deveriam ocorrer do mesmo jeito se ele ainda estivesse na presidência.
A questão é que no momento em que Zelaya voltou a Honduras, o candidato mais alinhado com ele era líder disparado de pesquisas. Mas com a polêmica causada pela sua volta, perdeu as eleições com margem de 20%. Ou seja, o Brasil contribuiu para afastar o grupo de Zelaya do poder.
É uma situação "sui generis". As vezes o Brasil se destaca pelo bom senso, como quando estabeleceu um índice de corte de emissão de gases que acabou sendo copiado por EUA e China, mas as vezes perde completamente a compostura, como nesse caso hondurenho e como será a não-extradição de Césare Battisti, que (consta) será indultado em meio das festas natalinas e de fim de ano para diminuir o impacto negativo, se bem que neste caso também há culpa do STF, que se omitiu, como, aliás, é comum na Justiça brasileira.
Tudo bem, o Brasil não precisa acertar sempre nessas questões internacionais, porque ninguém acerta, nem mesmo as chancelarias mais experientes.
Mas o conjunto da obra do governo Lula é de assustar, porque o elogio às ditaduras africanas e à venezuelana, o caso Battisti, o caso dos boxeadores cubanos e as vistas grossas ao radicalismo de Ahmadinejad corróem a imagem de um país que foi brilhante (incluído seu presidente) ao defender um meio-ambiente sustentável e o combate à fome e à miséria nos últimos 8 anos.
Dá a impressão que a chancelaria de Celso Amorin e Marco Aurélio Garcia defende a ditadura como única forma de combater as desigualdades sociais. Parece que não entendem a história.

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...