23 de out. de 2007

RAPIDAS

1. JUROS

O COPOM ousou não baixar a taxa de juros em 0,25% e o que aconteceu?

Os bancos privados estão aumentando as taxas para o consumidor sem nenhuma razão lógica, até porque, a tormenta financeira internacional não chegou ao Brasil.

Em alguns deles, o cheque especial sairá por módicos 140% ao ano.

Ontem fui fazer a quotação de um carro, pela curiosidade de analisar como os bancos agem ao tratar o consumidor.

Eu confirmei o que já desconfiava: a taxa de juros para empréstimos de 60 meses, é menor que a taxa aplicada para empréstimos de 24 vezes! E sabe o que mais? O vendedor só confirmou isso após uma longa conversa, e o fez falando bem baixinho e olhando para os lados, com medo de ser demitido.

Não é mais um sistema bancário, é uma quadrilha!

Baixam a taxa de longuíssimo prazo para arrancar mais dinheiro do consumidor, ganhando muito mais porque mantém o dinheiro mais tempo com ele, que, na maioria das vezes, não percebe que está sendo enganado, porque não consegue ligar o preço do veículo ao saldo a pagar do financiamento.

Não estou dizendo que as pessoas não devam comprar veículos em 60,72 ou 84 meses, estou afirmando, porém, é que é obrigação do vendedor, dos bancos e financeiras demonstrarem com clareza para o consumidor a conta que ele está assumindo.


2. EMPRESTIMO CONSIGNADO

Piauí, Rio de Janeiro e Alagoas autorizaram seus funcionários a tomar empréstimos consignados. Os funcionários, descontados em folha, pagam o empréstimo, mas os tesouros estaduais não pagam os bancos credores, conforme notícia que ouvi esta tarde.

Qual é o resultado disso?

Os bancos sobem as taxas de juros da patuléia, para compensar essas perdas, causadas pela safadeza dos políticos.

3. QUANDO MENOS O "HÓMI" ESPERA...A CRISE AÉREA VOLTA A ATACAR!

E não é que depois que Nersão I assumiu o reino da defesolândia, quando todo mundo pensava que as coisas entravam nos eixos (inclusive eu, sejamos justos!) numa semana só, aparece um episódio de caos aeroportuário, o comandante da aeronáutica declara que 67% da frota da FAB está inoperante, os americanos proíbem o uso de componentes fabricados por eles em um satélite em sociedade com a China e, quem diria, Venezuela e Uruguai resolveram disputar com o Brasil o direito de usar a órbita geo-estacionária para um satélite que ajudaria no controle aéreo brasileiro?

Enfim, semana ruim para Nersão I...

4. PAU QUE BATE EM CHICO NÃO BATE MAIS EM FRANCISCO?

Não é por nada, mas eu gostaria que o Conselho de Ética do Senado analisasse o suposto envolvimento do senador Eduardo Azeredo no chamado "mensalão" mineiro. É um caso mal contado...

22 de out. de 2007

RÁPIDAS

Perdoem os leitores. A falta de tempo, o excesso de trabalho e uns problemas dentários têm me obrigado a escrever menos por aqui. Acho que é o fim do ano se aproximando.

1. INEXPERIÊNCIA

Vejam só o que aconteceu com Lewis Hamilton. Na última corrida, a ansiedade do principiante foi mais forte que o talento e o título ficou com Kimi Raikonen, que por sua vez, infelizmente para nós, brasileiros, colocou Felipe Massa na função de segundo piloto da Ferrari, o que não é bom.

2. BILHÃO

O Judiciário anunciou que vai gastar 1,2 bilhões para construir os prédios de 3 tribunais. Certamente, muito mármore, granito e provavelmente a abertura de mais cargos de assessores, alguns deles em comissão, para agradar os senhores desembargadores.

Seria mais interessante o Judiciário contratar mais juízes e melhorar as condições dos prédios de primeira instância, que é onde as pessoas efetivamente são atendidas.

O fórum da cidade onde vivo levou 20 anos para ser construído e agora, quase pronto, está paralisado, porque falta uma licitação específica para o acabamento. Enquanto isso, juiz, promotor, servidores e usuários da Justiça são obrigados a aguentar um prédio onde a falta de espaço diminui o ritmo dos julgamentos, sem sala específica para o tribunal do júri, sem carceragem para os casos de réu preso e sem rampas para acesso de excepcionais. Tudo improvisado e os processos acumulando.

Mas tenham certeza que os prédios dos tribunais, acompanhados de carros de luxo, de garçons para servir cafezinho e de espaços específicos para barbeiros, cabeleireiros e demais serviços, isto tudo será disponibilizado exatamente nos prazos do cronograma.

3. CPMF, mais um capítulo.

Como era previsto, o governo vai incentivar a troca do recesso parlamentar por jetons, na tentativa de aprovar logo a CPMF.

Sem mais palavras...

P.S.

Alguém me explique como um indivíduo que pretende ser presidente da república, se digna a declarar que pretende casar com uma miss apenas uns 20 dias depois de conhecê-la? O governador de Minas devia se candidatar a galã no SBT, atualmente ele está mais para celebridade de revista de fofoca, que político.

17 de out. de 2007

ACORDANDO

Não queria mais escrever sobre a CPMF, mas as últimas notícias levam a isso.

O governo caiu em si e viu que a incrível sucessão de erros que cometeu põe em risco a aprovação da contribuição, a ponto do vice-presidente José Alencar reclamar dela mas defendê-la, inclusive negociando alíquota, se necessário, o que é sintoma de várias coisas:

a) Admissão de que o apoio a Renan Calheiros custou (e custa) caro para o governo;

b) Reconhecimento do erro na tramitação da emenda. A CPMF devia ter tramitação iniciada imediatamente, com o início da legislatura, mas o governo deixou de apressar o assunto e agora vê os prazos regimentais apertarem, com risco de perda de receita;

c) Foi um erro ainda pior cooptar parlamentares da oposição para os quadros da "base aliada". Esses parlamentares não precisariam sair dos seus partidos para apoiar o governo que os convidou para outras legendas, porque a fidelidade partidária ainda é precaríssima, a despeito da decisão do STF. Agora, além dos maus bofes que os líderes dos partidos de oposição apresentam por conta da cooptação, ainda há as decisões do STF e do TSE, que podem fazer o governo perder parlamentares por ordem judicial.

E as alternativas à CPMF são amargas. O ministro Guido Mantega afirmou que não aprovada, haverá cortes no orçamento e aumentos de outros impostos, especialmente o IOF, o IPI e os de importação e exportação.

O problema todo é o ônus político disso.

Mexer no IOF significa alterar o preço dos financiamentos, que são a grande vedete do governo Lula. Hoje as pessoas compram eletrodomésticos e até carros em dezenas de prestações, o que alavanca a economia de modo positivo e é o grande fator de popularidade do presidente nos centros urbanos. O aumento do IOF encareceria os financiamentos e diminuiria os prazos.

O IPI, por sua vez, pode ter alíquotas alteradas livremente mas ele encarece sobremaneira os produtos e pode gerar inflação.

Imposto de exportação está em desuso há 3 décadas e dificilmente o governo poderá mexer na sua segunda vedete, a balança comercial altamente positiva.

Sobra o imposto de importação, que pode parecer protecionismo e que poria abaixo qualquer perspectiva do país emplacar suas diretrizes na Rodada Doha, que é muito importante para a política externa deste governo.

Enfim, a situação é complicada.

Eu já escrevi aqui e repito: sou contra a CPMF, mas acho que o governo faz o seu papel em tentar mantê-la, porque qualquer governo faria o mesmo. FHC o fez, Lula o faz e os próximos governantes também farão independentemente de serem de direita ou esquerda, socialistas ou liberais, e por mais que seus discursos atuais sejam de demonizá-la.

Acabar com a CPMF não é uma tarefa para os políticos, mas para a sociedade civil. É ela quem deve exigir reformas estruturais do Estado, até porque, a CPMF é um imposto extremamente mais caro e perverso para o pobre, que está na base da cascata onde ela incide.

Não tenho vocação para a política mas, se fosse governante hoje com esse quadro, acenaria para a oposição uma prorrogação da CPMF como está por apenas 2 anos, com uma discussão melhor em 2009, porque isso atenderia os interesses da oposição que pretende ir para as urnas com Serra ou Aécio, e os do governo, que teria receita assegurada além de dois anos para adequar eventual diminuição da alíquota em 2009.

Mas tenha certeza o leitor: de um modo ou de outro, a CPMF será aprovada e, qualquer que seja o presidente eleito em 2010, em 2011 haverá nova tentativa de prorrogá-la e passaremos por essa discussão novamente.

16 de out. de 2007

ALÍVIO TRIBUTÁRIO




O estado de São Paulo inovou em matéria tributária, lançando um programa de desconto de impostos para quem pedir nota fiscal.

Pedindo notas fiscais, o contribuinte terá o direito a receber de volta uma parte do imposto recolhido pelas empresas, mediante abatimento no valor do IPVA, ou devolução em conta corrente, conforme sua opção. Até 30% do ICMS recolhido pelas empresas poderá ser devolvido às pessoas que se cadastrarem na receita estadual e entregarem as notas fiscais para ela, ao final de certo período de tempo.

Há quatro coisas que precisam ser esclarecidas:

a) Imposto recolhido não é o ICMS cheio sobre a nota fiscal. O ICMS sobre uma nota de restaurante é, de regra, de 18%, mas a empresa recolhe bem menos que isso, ou porque abate o ICMS embutido em seus insumos, ou porque é microempresa que faz jus a algum incentivo fiscal, isenção e/ou diferimento.

b) Não é automático, é preciso cadastrar-se no sistema, que, por sua vez, é implantado paulatinamente e ainda não se aplica a todos os ramos de atividade. Por enquanto, só restaurantes.

c) O valor a que cada pessoa fará jus, vai variar, obviamente, com a quantidade de notas fiscais que apresentar e sofrerá análise pela fazenda.

d) Só vale para pessoas domiciliadas no estado de São Paulo, se bem que é obrigação de todo o brasileiro exigir nota fiscal em TODAS as suas compras.

A Secretaria de Fazenda de São Paulo estima que só o fato das pessoas exigirem mais a nota fiscal, vai aumentar a arrecadação, mesmo que haja devolução de parte dela. Trata-se de uma desoneração inteligentíssima, adotada em alguns estados dos EUA, onde, para calcular o imposto de renda, o contribuinte pode abater todos os gastos que comprovar com documento fiscal hábil. É verdade que a tímido, porque o valor a ser devolvido é bem pequeno, mas é um bom indício de que a mentalidade tributária pode mudar.

Leia mais sobre isso aqui.

14 de out. de 2007

DOMINGUEIRAS

a. Tento linkar aqui em casa, todas as pessoas que me visitam regularmente. Assim, atualizei a lista ao lado e o leitor que eventualmente dá uma passadinha por elas, vá nos vários blogs novos que estão ali. Todos ótimos, gente muito boa e de várias vertentes de pensamento.

b. O Pablo Ramada, me enviou o seguinte ME-ME, que respondo com prazer, até porque, nostálgico:

5 COISAS QUE CONHECI NA INFÂNCIA e NUNCA ESQUECI

1 - Futebol de Botão. Eu adorava futebol de botão, como, aliás, adorava (e adoro) futebol. Vivia apoquentando a vida do meu irmão que não aguentava mais jogar, mas por ser bonzinho sempre encarava a tarefa. Tive uns 20 times diferentes e organizava tabelas de torneios, inclusive, o primeiro campeonato brasileiro de pontos corridos, vencido pelo (aarrrrrrghhhh!) Guarani de Campinas, o que prova que eu era um juiz justo, porque sendo Coxa, seria natural eu dar uma forcinha pro verdão. A imagem é do UOL.






2 - Video-Game. Pac-Man, River Raid, Tênis, Space Invaders, etc... Eu e meu irmão ganhamos um drive compatível com o Atari no auge da moda, no inverno de um daqueles anos. Foi uma festa! Um frio de rachar lá fora e a gente grudado em frente da TV, com primos e amigos por perto, todo mundo torcendo para acabar logo o jogo e dar lugar para os próximos.








3 - Futebol. Um dia meu pai me levou no Estádio Couto Pereira para assistir Coritiba X Ferrovíário do Ceará (ou seria a Desportiva Ferroviária do Espírito Santo?) e o Coxa venceu por 7 X 1. Na semana seguinte, no estádio de novo, vimos o Coxa vencer a Desportiva (ou o Ferroviário?) por outros 7 X 1. Aquele time que contava com Mazaropi, Vilson Tadei, Luis Freire e outros, foi responsável por eu virar Coxa-Branca doente ainda na infância, e desde então, eu coleciono tudo o que posso sobre o Coxa e aprendi a torcer por outros clubes, especialmente o Grêmio, mas também o São Paulo, o Santos, o Botafogo, o Cruzeiro e o Atlético Mineiro (pasme!) e até o Paraná Clube, por quem eu torcia ontem no jogo contra o Flamengo, e pelo qual passei a ter respeito, por conta do avô de uma ex-namorada, que torceu pelo Coxa para me agradar, na final do campeonato Paranaense de 2003.

4 - Gibis. Mônica, Cebolinha, Cascão, Chico-Bento, Pelezinho e Frangão, Tio Patinhas, Pato Donald, Peninha, Asterix, Obelix e Ideiafix, Recruta Zero e Sargento Tainha... Até hoje, gosto de ler os gibis e muitos dos mais antigos ainda estão guardados aqui em casa.


5 - Ler. Pode parecer estranho, mas foi ainda em criança que aprendi a gostar de ler. Em minha casa é sagrado, todos os dias busca-se o jornal. Quando criança, claro, eu me concentrava em ler as páginas sobre TV e futebol e os suplementos infantis, como a Gazetinha. Depois passei para os livros ilustrados e assim por diante... Foi graças ao "Tesouro da Juventude" e a muitos outros bons livros que meus pais sempre se preocuparam em deixar à disposição dos filhos, que peguei o vício positivo da leitura.

Será que alguém pretende continuar com o me-me? Eu queria indicar o Ricardo Rayol e o David, mas tenho apreço pela vida... Bem, vou indicar o Cejunior, o Lino Resende, a Letícia, a Silvana e a Fábia.
---------------------------------------------------------
c. Amanhã é dia de BLOGAGEM COLETIVA internacional pelo meio-ambiente. Como estarei num dia complicado, por conta de compromissos profissionais, deixo aqui minha singela contribuição e peço a participação de todos os meus leitores. Deixo o banner:



Quer tratar de meio-ambiente com quem é ativista por ele? Clique aqui.

13 de out. de 2007

MAIS UM ADEUS

Quem gosta de teatro certamente chora hoje a morte daquele que foi considerado em vida, como o maior ator brasileiro, Paulo Autran.

Não tive a sorte de assisti-lo ao vivo. Nas muitas vezes em que veio a Curitiba, muitos fatos colaboraram para me impedir de vê-lo, justamente ele, que adorava o clima e o público paranaense. Deixa saudades enormes por aqui, como, em verdade, no Brasil inteiro.

Vai-se mais um ator de uma geração genial, que contou (e ainda conta) com Fernanda Montenegro, Fernando Torres, Antonio Abujamra, Beatriz Segall, Tônia Carreiro e Natália Thimberg, todos ícones do teatro nacional.

12 de out. de 2007

CORITIBA FOOT BALL CLUB MARSCHNER MAYER



Hoje um membro querido da minha família completa 98 anos.

E chamo de membro da família, porque o Coritiba Foot Ball Club está em meu dia a dia, é parte das minhas alegrias e desilusões. Ele é como um parente querido que as vezes dá uma bola fora e deixa a família toda contrariada, mas que volta aos braços dela no momento seguinte, aos prantos, pedindo desculpas e prometendo nunca mais repetir o erro que, afinal, um adolescente de 98 anos tem muito tempo para cometer e depois corrigir.

Nascido no berço de famílias alemãs tradicionais de Curitiba, os Essenfelder, Hauer, Seiler, Iwersen, Schlenker, Obladen, Kastrup, etc... com o passar do tempo ele foi adquirindo amizades em todas as colônias. Deixou o sotaque alemão de lado e preferiu virar povão, a ponto de, hoje, ter parentes entre os Silva, os Santos e os Oliveira, sem distinção de raça e credo, como se exige de um ente tão querido.

Para juntar tantos parentes, trabalhou duro a vida inteira para construir uma casa em que suas festas pudessem abrigar todo mundo, mas não conseguiu. Sua grande casa abriga 38 mil pessoas, mas é pouco, quase nada para quem passou a vida inteira cantando "eu quero ter um milhão de amigos e assim mais forte poder cantar" e nunca deixou de lado a obrigação de alegrar, pelo menos de vez em quando, as pessoas queridas do seu círculo social.

Eu estive com ele a vida inteira. Minha família dividiu com ele (e com o também glorioso Grêmio de Foot Ball Porto-Alegrense)esses anos todos muitas de suas alegrias e desilusões. Nele dei broncas fenomenais, ameacei nunca mais olhá-lo, chorei copiosamente tanto nos seus momentos felizes quando nos tristes, voltei ao seus convívio amigo tantas vezes quantas prometi abandoná-lo, e ele sempre foi magnânimo, de braços abertos para mim e todos os que quisessem sua amizade.

Por meio dele conheci outros amigos, como Jairo, Aladim, Lela, Rafael Camarota, Tostão, Henrique, Vavá, Túlio, Rafinha, Adriano, Alex e o maior dos seus parentes, para nós da família, imortal Evangelino da Costa Neves. Enfim, é um daqueles entes queridos que agrega mais gente à nossas vidas.

Este blog é verde em homenagem a ele e este post remete às alegrias que me fez sentir por tantas e tantas vezes entre milhares de conhecidos, "Jogando pelos campos brasileiros, despertando na torcida a emoção, Coritiba, campeão do povo, alegria do meu coração". Vida longa ao Verdão Coxa-Branca!

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...