10 de mar. de 2010

FEBEAPÁ!!!!

Hoje o noticiário passou dos limites! Poucas vezes na história do Brasil experimentamos em tão pouco tempo, uma quantidade de besteiras tão grandes:


"Temos que respeitar a determinação da Justiça e do Governo cubanos. A greve de fome não pode ser um pretexto para libertar as pessoas. Imaginem se todos os delinquentes presos em São Paulo fizessem um jejum para pedir libertação".

Trocando em miúdos, presidente Lula comparou os presos políticos do regime ditatorial da família Castro em Cuba, com presos comuns aqui no Brasil. Na ânsia de proteger seus amigos pessoais, Fidel e Raul, confundiu alhos com bugalhos e acabou dando uma declaração que merecia é processo na Corte Internacional de Haia por atentar contra os direitos humanos, sem contar que parece que a "justiça" cubana é melhor, mais democrática, mais capaz e menos isenta que a de Honduras que defenestrou Manuel Zelaya ou a da Itália, que quer a extradição de Césare Battisti. A justiça de Cuba é intocável, a de Honduras e a da Itália são suspeitas! Leia sobre essa declaração aqui, e tire suas próprias conclusões. Só fico imaginando o que pensam aquelas pessoas que, durante a ditadura dos regimes militares brasileiros fizeram greve de fome por uma democracia plena, a mesma que levou um operário à presidência.

Já o governador de São Paulo, José Serra, inaugurou a maquete de uma obra que sequer foi licitada e que não será tocada por ele, se optar por concorrer à presidência em outubro!

Você pode ler esse absurdo no blog do Josias de Souza.

Tudo bem se ele anunciasse um projeto, mostrasse o orçamento e declarasse que passaria imediatamente para a fase de licitação. Mas ele montou palanque e até discursou no local da suposta obra! Convenhamos, um pouco demais.

E por fim, a pérola maior que encontramos na Folha de S.Paulo:

Procuradoria da Câmara do DF recomenda que suplente preso assuma mandato na Casa

O indivíduo está preso. Se o STJ autorizar, a custódia dele passará para a Câmara Legislativa do Distrito Federal, que poderá mantê-lo em uma cela, liberando-o para... votar o impeachment de José Roberto Arruda!

A raposa definitivamente estaria nomeada para cuidar do galinheiro!

Socorro!!!

9 de mar. de 2010

ESTRATÉGIAS


O fato de não se declarar candidato não faz de José Serra um não-candidato à presidência.

São muitas as especulações sobre a candidatura dele que, vendo Dilma Roussef em campanha aberta e declarada com o apoio o Presidente da República e a leniência do Tribunal Superior Eleitoral, não vai para as ruas, não aceita o rótulo de postulante e não faz discursos inflamados.

Eu mesmo já escrevi aqui uma matéria sob o título "Reaja ou Desista", avaliando a campanha aberta de Dilma e a hesitação dos tucanos em fazerem o mesmo com seu único candidato viável. Mas eu estava errado, as composições políticas até agora não foram consolidadas e o imobilismo tucano não teve nenhum efeito na campanha.

As especulações sobre Serra são tantas que hoje, Josias de Souza da Folha de S.Paulo insinua que os tucanos estariam sondando Aécio Neves para cabeça de chapa, preservando o governador de São Paulo com sua boa gestão para uma reeleição tranquila na unidade mais importante da federação.

Penso que José Serra é candidato sim. E que se preserva porque as alianças regionais e os apoios políticos terão grande importância nas eleições de 2010, mas serão fechadas na última hora, visto que até agora nem Dilma não às definiu, mesmo em campanha aberta há 6 meses.

Dilma é candidata e cresce nas pesquisas. Ela recebe os louros de ser ungida pelo Presidente da República e ser boa ministra em um governo de inegável sucesso econômico, social e político. No entanto, seu crescimento era esperado, ninguém em sã consciência, muito menos José Serra, esperava uma campanha fácil com 20 pontos percentuais de diferença contra o candidato do governo. Mais cedo ou mais tarde, o presidente escolheria seu candidato e trabalharia por ele, seria ingenuidade demais achar que depois de 20 anos lutando pelo poder, Lula o entregasse de bandeja para a oposição.

Não entendo que a candidatura do governador de São Paulo esteja enfraquecida, muito menos acho que ele hesita. Penso que o quadro simplesmente mudou de outubro para cá, pois sequer a banda governista do PMDB chegou a indicar um vice para a chapa oficial, sinal de que os arranjos partidários não estão assim tão fáceis quanto eu mesmo imaginava em outubro passado.

A campanha mesmo começa no início de abril, o fato é este.
PS: O NETO, nosso colega blogueiro e amigo, tem uma opinião diferente, leia aqui.

8 de mar. de 2010

COMENTÁRIOS SOBRE A COPA 2014

O clube paranaense dono do estádio de Curitiba anunciou que só cobrirá 30% do custo da obra exigida pela FIFA, deixando os 70% restantes sob a responsabilidade do poder público, visto que seus dirigentes entendem que "não é justo" o clube arcar com custos tão altos por conta de "apenas" 3 ou 4 jogos.

Engraçado é que qualquer pessoa que acompanhe copas do mundo pelo menos desde 1986 sabe que estádios alocados para a tarefa recebem no máximo 6 jogos do evento. Mas agora virou desculpa para ficar de olho grande nos recursos, a fundo perdido, dos cofres públicos.

Bem, a FIFA também não aprova o projeto de reformas do Morumbi em São Paulo, sendo que ontem, o noticiário aventava um "plano B", ou seja, a construção de uma arena completamente nova a um custo proporcional à importância da cidade de São Paulo, algo em torno de R$ 500 ou 600 milhões.

Segundo o que li ontem, a notícia diz que "sairia mais cara" mas resolveria o problema. A questão é saber que problema? E sairia mais cara para quem?
Ora, o São Paulo Futebol Clube já deixou claro que arcará com todos os custos de requalificação do estádio mas, se a arena escolhida for outra, quem vai pagar a conta? Eu mesmo respondo: a União, o Estado e o Município, sendo que pode ser que o Corinthians mande seus jogos lá, tal qual acontece no Pacaembu, que ora o clube alvinegro usa, ora não.

Já no Rio, as obras no Maracanã já começaram de modo tímido (mas começaram!) não sem dois problemas: O primeiro é a necessidade do Flamengo em usar o estádio para a Copa Libertadores, o que vai atrasar o início de adequações internas. O segundo, o custo que, inicialmente previsto de R$ 430 milhões, pulou para R$ 500 e agora já é tido como de R$ 630 milhões. O Brasil foi escolhido em meados de 2007 pra sediar o evento, de lá para cá, o custo do Maracanã subiu em média R$ 80 milhões por ano. Arriscamos chegar em 2014 com obras custando a bagatela de R$ 1 bilhão!

Em Natal, a Arena das Dunas continua no papel, mas seu custo já aumentou 30%. Em Cuiabá, já se fala em dispensas de licitação por urgência e falta de tempo hábil, especialmente para a adequação do novo estádio.

Enfim, absolutamente todos os receios que este blogueiro tinha a opor-se à Copa do Mundo no Brasil estão se concretizando, sem que nenhuma autoridade tome conta disto e pelo menos dê murros na mesa e exija a adequação dos custos e o cuidado com o dinheiro público.

Estamos em 8 de março de 2010, todas as obras de estádios para a Copa 2014 deveriam ter iniciado em fevereiro, mas quase nada foi feito.

3 de mar. de 2010

AÉCIO NÃO VAI


Não acredito que Aécio Neves saia candidato a vice na chapa de José Serra.

Ele não é o tipo de político que pareça ter disposição para sacrificar-se ao desgaste que o cargo de vice-presidente pode lhe impor, ainda mais na situação de liderança nacional e destaque politico que ele alcançou à frente do governo de Minas Gerais.

O perfil de Aécio sugere que ele será candidato ao Senado e, uma vez dentro da casa, tentará ser presidente do Congresso Nacional (numa vitória de Serra, com auxílio do PMDB fisiologista) voltando ao governo de Minas numa eventual tentativa de reeleição de Serra em 2014 ou até ficando no parlamento até 2018.

Ou seja, sempre no centro do debate político, em posição de destaque, sem esconder-se na sombra de ninguém e não precisando da figura do presidente para sustentar uma candidatura futura.

Aécio sabe que não é um candidato a ser construído como Dilma Roussef, porque tem biografia própria, apesar de jovem.

O fato é que em 2010 Serra joga o tudo ou nada e Aécio tem a possibilidade de uma vaga tranquila no Senado.

Aécio é jovem, articulado e com atributos políticos suficientes para disputar as eleições presidenciais em 2014 com a tranquilidade de ser Senador da República com mais 4 anos e mandato, o que não o alijaria de uma nova tentativa em 2018 ou mesmo sua volta ao governo estadual. Ele teria um cargo, a mídia e a serenidade para escolher seus caminhos.

Já Serra, não necessariamente teria facilidade em reconstruir sua trajetória política, pois o PSDB dificilmente perderá o governo de São Paulo, sendo que quem o ocupa naturalmente é candidato à presidência também. Perdendo as eleições em 2010, ele teria que disputar uma candidatura ao governo estadual contra um Geraldo Alckmin ou Aluísio Nunes (no cargo de governador) e uma presidencial contra um Aécio (ou contra o governador de São Paulo à época) fortalecido por manter-se no centro da arena política. Sobraria a prefeitura de São Paulo mas, será que ele renunciaria de novo 1 ano e 3 meses depois de assumir para alçar vôos maiores? Será que os paulistanos aceitariam isso? Duvido.

Ou seja, com eventual vitória de Serra, Aécio continua em processo de fotalecimento de sua imagem, nem que seja para disputar a presidência em 2018 ou 2022. Serra derrotado em 2010, Aécio continua na mesma toada, talvez com menos holofotes por não chegar à presidência do Congresso, mas de modo contínuo e independente.

Mas bem dito, posso estar errado nisso. Antes do final deste mês teremos o desfecho dessa situação.

2 de mar. de 2010

A HIPOCRISIA QUE MATA


O prefeito aqui de Rio Branco do Sul foi assassinado ontem, praticamente à luz do dia, na principal rua da cidade.

Aqui, o telefone de emergência da PM, o 190, simplesmente não funciona. Quando existe algum problema é preciso ligar para o batalhão da polícia em São José dos Pinhais, que informa um terceiro número, da corporação em Almirante Tamandaré, para que deste, seja a ligação conectada ao 190.

E de duas semanas para cá, não é mais possivel fazer isso, porque simplesmente ninguém atende em Almirante Tamandaré, e não adianta fazer reclamações para a ouvidoria, porque não se tomam providências.

Se no desespero de alguma emergência alguém ligar para a Delegacia de Polícia Civil, ouvirá em alto e bom som da pessoa que atender que o policiamento ostensivo é função da PM e que não é possivel à Civil fazer contato com ela. Foi assim que me atenderam em um caso de desordem aqui em frente de casa, um dia desses.

Nos últimos 7 anos, 3 prefeitos foram assassinados no estado do Paraná, todos em condições muito parecidas com a morte do mandatário de Rio Branco do Sul.

E os índices de homicídios, latrocínios, roubos, furtos e demais crimes cresceram exponencialmente, sendo que o efetivo da Polícia Militar diminuiu. Hoje, a PM do Paraná conta com o mesmo número de policiais ativos que tinha na década de 80.

No entanto, as autoridades municipais daqui discursaram hoje, dizendo que o povo de Rio Branco do Sul não aguenta mais a insegurança e a violência.

Mas esquecem estas autoridades que elas mesmas apóiam incondicionalmente, sem a mínima coragem em criticar o governo do Sr. Roberto Requião de Mello e Silva, que é o responsável direto pela falta de policiamento ostensivo e pelo caos instalado na segurança pública do estado. Mais do que isso, apóiam deputados ruins, que estão sempre na situação qualquer que seja o governo, e que jamais ousam contrariar o governador do estado, seja ele quem for, mas especialmente o irascível Requião.

Nunca vi nenhum destes indivíduos (prefeito falecido, prefeito empossado hoje, vereadores, secretários, etc...) reclamar com Requião da absoluta falta de policiamento em Rio Branco do Sul. Pelo contrário, quando o governador aparece na cidade, é recebido com tapete vermelho e mesuras, e à ele fazem acreditar que graças ao governo estadual, a cidade é um paraíso.

É a hipocrisia que rouba o sono das pessoas honestas, porque os arruaceiros gostam de tocar música alta na rua a qualquer hora do dia ou da noite. A mesma hipocrisia que possibilita assaltos à bancos e estabelecimentos comerciais, que possibilita o vandalismo contra bens públicos e privados, pixados e quebrados na calada da noite.

Agora essa hipocrisia matou um prefeito. E ainda assim, o discurso continua igual.

1 de mar. de 2010

O CHILE NÃO É O HAITI


Não se pode comparar o Chile ao Haiti, para criticar os governos brasileiro e americano, que supostamente não deram àquele país, a assistência imediata que deram a este.

O Chile é um país emergente, uma economia pujante e diversificada, que optou por uma política de acordos bilaterais de comércio com diversos países, construindo por meio de relações econômicas globais um Estado modelo na América Latina a partir de preceitos liberais que foram mantidos mesmo pelos governos socialistas dos últimos 15 anos.

Hoje, o Chile está livre das amarras do estatismo exacerbado, ao mesmo tempo em que mantém políticas sociais eficientes de diminuição de pobreza, tudo fruto de uma ditadura cruel mas que tinha boa gestão econômica e de uma democracia que se consolidou sem revanchismos políticos.

Além dos fatores econômicos, o Chile mantém hoje as forças armadas mais bem equipadas e treinadas da América Latina, capazes de, pelo menos nestes primeiros momentos, atender sua população atingida pela catástrofe.

Há pouco, eu soube que o país também observa uma rigorosa política construtiva urbana, justamente em razão da grande possibilidade de ser atingido por terremotos e tsunamis.

Claro que o país precisará de ajuda e certamente ela virá dos 4 cantos do mundo, até porque nenhuma nação pode dar-se ao luxo de recusar isso.

Mas não se compara à situação caótica do Haiti, onde sequer existe um Estado. Muita gente se apressou em criticar o governo brasileiro por ser de direta, ou criticar o governo americano por ser de esquerda, por não terem tanto afã em ajudar o país. Acontece que no Chile, existe um país e no Haiti, não existia ada além do desespero.
Off topic/PS: Assassinaram mesmo o prefeito aqui de Rio Branco do Sul, mas não se sabe ainda quais as razões. Há várias teorias, que vão de crime passional, passam por assalto e mesmo por vingança, em face da péssima administração que ele empreendia.

O DISTRITO FEDERAL VAI ENTRAR NOS EIXOS?

O fato do DEM estar se desfazendo não guarda muita relação com o episódio de corrupção do Distrito Federal, já que existem processos muito mais escabrosos que mancham também as cartas políticas do PT, do PSDB e, claro, do PMDB. A lista nacional de casos de corrupção atinge a todos os grandes partidos sem exceção.

Na verdade, o DEM experimenta a decadência de uma estrutura oligárquica, que teve como últimos extertores a perda do governo da Bahia em 2006 e agora, em menor grau, o desfazimento do governo do Distrito Federal.

O DEM não tinha como apoiar o governo Lula em razão de sua relação íntima com o PSDB durante os governos de FHC.

Enquanto o PMDB que apoiava mais ou menos o governo FHC migrou para apoiar mais ou menos o governo Lula, os tucanos mantiveram uma estrutura partidária a partir da manutenção de grandes governos estaduais (SP, MG, RS) sob sua batuta. Mas ao DEM sobrou apenas o troco, o Distrito Federal, que pela Constituição não chega a deter os poderes plenos de uma unidade federativa. Custou-lhe caro a perda da Bahia em 2006, com o fim definitivo do Carlismo, por mais que algum Magalhães volte a ocupar no futuro a cadeira de governador da boa terra.

Sem contar que o DEM é hoje desprovido de grandes líderes nacionais. O último, teria sido Luis Eduardo Magalhães, cuja morte precoce anunciava o fim da legenda supostamente "liberal" mesmo em um partido que jamais praticou o liberalismo.

Seu desaparecimento em pouco afeta a situação do Distrito Federal, até porque esta é sui generis.

Uma quase unidade da federação que ao mesmo tempo em que concentra a área de maior renda per capita do país, o plano piloto, concentra também alguns dos piores grotões nas cidade satélites. Um lugar que já foi governado pelas luzes intelectuais de um Cristóvam Buarque, mas que já elegeu e reelegeu uma figura populista como Joaquim Roriz.

A questão primordial hoje para o Distrito Federal não é o fim do DEM, muito menos a intervenção federal que eventualmente caiba ao lugar. O principal é saber como reagirá um eleitorado que elegeu senadores como Arruda e Roriz, ambos renunciantes em casos sérios no Congresso Nacional, e que também lhes deferiu o governo do lugar, mesmo com denúncias escabrosas por todos os lados.

Será que o eleitorado do Distrito Federal entenderá que a solução de seus problemas não está em desenterrar os problemas passados?

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...