6 de dez. de 2008

IMAGENS DE CURITIBA - 13

Na década de 70, o então jovem prefeito Jaime Lerner inventou uma grande avenida que unia a região do Parque Barigüi às áreas habitáveis mais afastadas do centro, como o bairro do Campina do Siqueira e o mais adiante, Tatuquara.

Chamou-a de conectora 5, que anos depois a oposição raivosa disse que unia o nada ao coisa nenhuma. Mas o tempo passou, e o que unia o nada ao coisa nenhuma passou a receber prédios, condomínios e grandes estabelecimentos de comércio, virando a área de crescimento urbano ordenado da cidade.

Hoje interesses mesquinhos de incorporadoras querem que o bairro tenha a horrorosa denominação de "Ecoville". Mas pelo menos para mim, continuará sendo o tradicional Campina do Siqueira, lugar onde, de modo muito inteligente, instalou-se o campus principal da Universidade Positivo.

Um lugar aberto ao público da região, onde em meio a laboratórios e salas de aula, há pista de cooper, lagos, farta arborização e ajardinamento, além de equipamentos destinados a uso exclusivo da comunidade acadêmica, como quadras esportivas. E como uma universidade que se preze tem que agregar cultura e idéias, a instituição construiu neste mesmo local o maior teatro da América Latina, a trabalhar em conjunto com o segundo maior, o Guaíra, que está no centro da capital paranaense.

Estive lá para visitar a Exposição sobre Darwin, e acabei descobrindo mais um lugar sensacional da capital paranaense, digno da visita turística.

A 1ª foto é uma imagem do Campus, vista de quem adentra à ele, passando antes pelo teatro, que está em primeiro plano no complexo, em meio a estacionamentos..














A 2ª, outra imagem do campus, apenas para o leitor perceber a arquitetura moderna em meio ao verde.















Vista do lago.


















As duas fotos que seguem, a fachada e a parte de trás, do grande teatro.














E um casal de faceiros habitantes do local.












PS.:

Todas as fotos são de minha autoria, o uso na internet é livre, citada a fonte.
Clique sobre elas para ampliar.

4 de dez. de 2008

INJEÇÃO DE PESSIMISMO

Tudo bem que se deve exigir do governo que tome medidas para evitar o agravamento da crise. Mais cedo ou mais tarde ela chegaria ao Brasil, de modo que deve-se cobrar do governo mais sensatez ao fazer declarações sobre a matéria, fugindo de bravatas como a marola declarada pelo presidente Lula.

Mas isso não se confunde com o que tenho sentido nos últimos dias.

Ligo as rádios de notícias e ouço 4 vezes por hora a quotação da bolsa, especialmente quando ela está em baixa. E a Petrobrás é acusada de ter problemas por pedir um empréstimo de capital de giro. E comentam-se índices de desemprego na Ásia, na Oceânia, na Europa e nos EUA. E deixa-se a entender que o cataclismas financeiro global é o culpado pelas situação delicada da indústria automobilística (tanto dos EUA quanto do resto do mundo). E comentários ridículos são sobre índices que nunca dantes foram comentados e sobre classificações extremamente pessimistas de agências de rating. E por fim, previsões de não crescimento na economia brasileira.

Um leitor meu (o Tony) bem disse que
...a crise está "agravante" mais por culpa da especulação do que pelos fatos. Sem contar que o impacto seria bem menor no Brasil, se ela não estivesse sendo [im]plantada via noticiário. Todo mundo preocupado, mas dá uma olhada no varejo...


Não que eu concorde com tudo o que o Tony escreveu mas, há, sim, certo exagero na cobertura dada pelos órgãos de imprensa. Parece que eles fazem exatamente aquilo que os especuladores querem, que é pintar o fim do mundo e injetar pessimismo, fazer com que mesmo as pessoas (ainda ou que não serão) não alcançadas por ela sintam-se mal.

Ora, as montadoras americanas estão em crise por má gestão e problemas trabalhistas sérios.

As brasileiras, porque o mercado foi saturado de novos veículos e o mercado de usados também. Lojas entupidas de veículos parados pela inexistência de dinâmica de mercado, pois seus preços não caem e passada a febre do financiamento, o consumidor não pensa em adquiri-los. Porque financiamento não deixou de existir.

E esses índices e classificações de rating ridículos, que foram incapazes de vislumbrar a crise, agora são divulgados como a previsão perfeita do desastre. Quando tais índices eram bons, ninguém lhes dava bola salvo quando miravam em alguma economia emergente, agora, ruins, ficaram importantes.

Mais estúpidas ainda as previsões sobre o não crescimento da economia brasileira. Claro que haverá setores afetados, mas salvo anos atípicos, em que os governos brasileiros fizeram o impensável em economia para se darem bem na política, como a moratória estúpida de José Sarney e a retenção criminosa de liquidez de Collor, o Brasil nunca deixou de crescer no mínimo 2,5% do PIB, seria agora que iria despencar, justamente em meio a políticas econômicas ortodoxas e altamente conservadoras no curso contínuo de 14 anos?

Enfim, alarmismo. Uma despudorada injeção de pessimismo, seja por sensacionalismo jornalístico, seja por interesses mesquinhos que se escondem apostando no quanto pior melhor.

Claro que a crise atinge o Brasil. Impossível seria não atingir, mas carrega-se demais nas tintas e só acelera um carro que mal saiu do ponto morto, o carro da crise.

3 de dez. de 2008

TÉCNICOS EVITAM TRAGÉDIAS

A Letícia citou o Alexandre Garcia, cujo link segue, porque vai de complemento ao que eu já escrevi aqui.

O fato é que as cidades brasileiras são mal administradas. Faltam-lhe quadros técnicos e pior que isso, faltam políticos honestos.

A cada vez que uma prefeitura aprova um loteamento porque um deputado qualquer interveio em favor do "empreendedor", deixando de cumprir requisitos técnicos indispensáveis, anuncia-se uma tragédia, para mais cedo ou mais tarde, mas uma tragédia.

A questão é simples: cabe ao Ministério Público ser mais atuante contra as ingerências políticas em órgãos municipais e ambientais (o IAP, órgão ambiental do Paraná, é um verdadeiro quintal do governador) e ao Judiciário ser mais rigoroso, menos formalista e principalmente, mais rápido ao decidir questões assim.

E, claro, cabe aos poderes executivos agir com lisura, mas pedir isso para políticos é cada dia mais, uma piada entre nós.

1 de dez. de 2008

A PETROBRÁS ESTÁ EM ORDEM

O Banco do Brasil e a Caixa Econômica emprestam R$ 2,75 bilhões à Petrobras a título de capital de giro e a grita está armada, chegando até a afetar a quotação das ações nas bolsas de valores.

Qualquer empresa toma empréstimos de capital de giro, sejam eles fora do seu país para aproveitar taxas menores de juros, sejam eles internamente, em situações como a atual, onde não há crédito sobrando no exterior. É uma decorrência da própria operação econômica: vende-se a prazo por política comercial, paga-se certas despesas e investimentos à vista e quando o fluxo de caixa é afetado, busca-se dinheiro no mercado financeiro, contabilizando os juros como despesa. Olhando o balanço de qualquer empresa, mas especialmente o da Petrobrás, facilmente se encontra uma alínea de despesas financeiras, que representam um valor considerável, mas sem o que, a operação é inviável.

O melhor negócio do mundo, já disse um economista, é uma empresa de petróleo bem administrada. O segundo melhor negócio, é uma empresa de petróleo mal administrada. A partir dessa premissa, digamos que a Petrobrás seja mal administrada. Tão mal administrada, que no terceiro trimestre deste ano, auferiu o maior lucro da sua história e isso em meio à tormenta internacional, o que é fato relevante, considerando que é uma empresa estatal, com todos os problemas que isso implica.

Tudo bem, é uma empresa que detém o monopólio de um mercado relevante e isso pode levar alguém a pensar que não precisa de empréstimos, o que é bobagem, porque toda empresa tem planos de negócios e investimentos, e essas contas sempre causam estragos no caixa, por mais que o faturamento bruto garanta os recursos.

Essa quantia é uma gota d'água no faturamento oceânico da Petrobrás. É impossível ou no mínimo inadmissível que uma operação financeira como esta possa ser considerada sinal de debilidade da Petrobrás, senão nas mentes doentias de especuladores ou de políticos de oposição ao governo Lula, que ao invés de se preocuparem em impedir outro assalto ao bolso do contribuinte com esta reforma tributária escorchante e a CSS, preferem convocar meio mundo para audiências que não resolvem absolutamente nada no Congresso Nacional.

Meio errado de especular para alguns (se bem que especulador nunca acha nada errado, certo para ele, só o lucro), meio ainda mais errado para outros fazerem oposição.


A Defesa Civil de SC criou duas contas bancárias para receber doações para compra de mantimentos: Banco do Brasil - Agência 3582-3, Conta Corrente 80.000-7 ou Besc - Agência 068-0, Conta Corrente 80.000-0.

27 de nov. de 2008

ORGULHO DE SER BRASILEIRO!


Como eu já disse no post anterior, uma das melhores qualidades do brasileiro é ser solidário.

Claro que há os aproveitadores, os safados, os que usam da desgraça alheia para se dar bem, até porque é da natureza humana que algumas ovelhas negras aprontem das suas, o que levou, por exemplo, àqueles saques criminosos nas cidades atingidas. Viram a foto do animal que foi lá para roubar cerveja?

Mas felizmente, a maioria das pessoas, e dos brasileiros, não é como esses poucos desalmados, pelo contrário.

De segunda até hoje, só de Curitiba já saíram caminhões com 50 toneladas de donativos, arrecadadas junto ao povo daqui, que não pára de doar enchendo novos carregamentos. E o Coritiba Foot Ball Club com sua maior torcida organizada estão arrecadando alimentos e donativos até o sábado, dia do jogo contra o Vasco da Gama, após o que enviarão para Santa Catarina. Também o Clube Atlético Paranaense (é a primeira vez que cito este nome aqui no blog)e o Paraná Clube, que têm grandes torcidas no Paraná, fazem campanhas parecidas. A Prefeitura Municipal de Curitiba, por ordem do prefeito Beto Richa, enviou técnicos e maquinários e ainda doou água e produtos de limpeza. Algo parecido fez o governo do estado do Paraná, por ordem do governador Roberto Requião, apesar de haver necessitados pelo fato também no litoral daqui, se bem que em escala bem inferior.

E já soube de campanhas no Espírito Santo (por meio da Magui) e no Rio de Janeiro (Cejunior).

Enfim, acredito que o Brasil inteiro esteja dando as mãos calorosas aos catarinenses e fico orgulhoso disso. É em momentos assim que alimento minhas esperanças de ter muito mais que um país, mas uma verdadeira nação, algo que se constrói nos momentos difíceis.

De qualquer modo, pelo fato de meu pai ser catarinense de Jaraguá do Sul, por ter amigos e parentes que moram em Santa Catarina, por ser apaixonado por Joinvile e Florianópolis, deixo o meu muito obrigado.

Nas dobras do meu braço eu laço o couro e canto
Viajo em corda de aço na estrada do meu espanto
Na asa solta do vento voei sem ter paradeiro
Tentando enganar o tempo montado de cavaleiro
Viva o caminho do povo e viva o povo brasileiro

(verso de Rubinho do Vale)


A Defesa Civil de SC criou duas contas bancárias para receber doações para compra de mantimentos: Banco do Brasil - Agência 3582-3, Conta Corrente 80.000-7 ou Besc - Agência 068-0, Conta Corrente 80.000-0.

25 de nov. de 2008

VAMOS AJUDAR SANTA CATARINA!

Eu vivo reclamando aqui do povo brasileiro, dizendo que ele se omite na política, que não sabe votar, que confunde muitas coisas, etc... Mas ninguém pode negar a que, talvez, seja a melhor característica do brasileiro, a de ser solidário e de nunca negar uma mão amiga, e que é motivo de orgulho para qualquer pessoa.

Vamos nos orgulhar de nós mesmos como nação.

Estou pedindo aos meus leitores que ajudem a Santa(e Bela)Catarina, que precisa desesperadamente de colchões, cobertores, roupas e gêneros alimentícios.

Sei que já há organização pelo país afora de pontos de recepção de donativos. Se você souber de um, por favor, divulgue-os e mais do que isso, faça uma doação, mesmo que mínima.

Você também pode doar qualquer valor, pois a Defesa Civil se SC criou duas contas bancárias para receber doações para compra de mantimentos:

Banco do Brasil - Agência 3582-3, Conta Corrente 80.000-7
ou
Besc - Agência 068-0, Conta Corrente 80.000-0. .

Se você for aqui da minha terra, a Prefeitura Municipal de Curitiba está organizando postos de recepção de donativos, provavelmente nas Ruas da Cidadania. E se você também for meu irmão de fé Coxa-Branca, vá sábado ao jogo contra o Vasco da Gama, porque haverá Coxas de grande coração arrecadando donativos para os irmãos catarinenses. A torcida organizada Império ALvi Verde está se mobilizando e recebendo donativos em sua sede, ao lado do estádio do Coritiba R. Ubaldino do Amaral, 50. Mais informações pelo fone (41) 3253-7148.

24 de nov. de 2008

TRAGÉDIA EM SANTA CATARINA

Há uns 25 ou 30 anos aconteceu algo parecido em Santa Catarina. Blumenau, Itajaí e outros municípios tiveram problemas enormes como quedas de barreiras que fecharam rodovias vitais para cidades que ficaram inundadas por quase uma semana sem luz e água.

Um verdadeiro caos.

Eu lembro bem disso. Na época, Curitiba também estava na lista das cidades em estado de calamidade e a TV Bandeirantes iniciou quase que por acaso no programa Flávio Cavalcanti uma campanha, a SOS SUL, que demonstrou como o brasileiro é solidário nessas horas.

Gente que praticamente não tinha nada para comer em casa no nordeste, entrou na campanha para ajudar os irmãos sulistas. E dos poucos alimentos que pessoas humildes do norte/nordeste se esforçaram em mandar, a campanha cresceu em um ritmo impressionante a ponto de caminhões e mais caminhões de donativos virem em direção ao sul trazendo desde alimentos até roupas e colchões em quantidades excepcionais.

Mas o que eu pretendo escrever aqui é outra coisa.

O leitor já notou que essas tragédias são recorrentes e não exclusivas de estado algum? Já pensou em quantas vezes ocorreram deslizamentos no Rio de Janeiro, em Minas, no Rio Grande do Sul e mesmo em São Paulo? E quantas casas arrastadas por rios em Pernambuco, Paraná ou Mato Grosso?

Pois é, há algo que torna essas tragédias comuns dentro destes fatos, o descaso do poder público aliado à irresponsabilidade dos políticos, especialmente dos populistas, aqueles que vivem falando nos "mais pobres" e tentando justificar atos de ilegalidade com a desculpa da condição de miserabilidade dos agentes.

Naquela região de Santa Catarina onde ocorreu a tragédia, é comum que se instalem favelas e loteamentos irregulares em encostas de morro, tal qual o que acontece no Rio de Janeiro, onde isso já virou praga que nenhuma autoridade teve, na época certa, a coragem de enfrentar para salvar a cidade do caos. E uma vez instaladas, os governantes não se preocupam em tirá-las, assim como a Justiça pouco faz para reintegrar a posse a quem de direito e os órgãos ambientais se omitem em combater a devastação de tais áreas de preservação.

Os políticos tem pavor de contrariar esse povo que, dizendo não ter para onde ir, põe sua própria vida em risco, devasta o meio ambiente e destrói qualquer planejamento urbano das cidades. Mas que vota, e de regra, mal.

O resultado disso, cedo ou tarde são tragédias como estas, onde o deslizamento de encostas destruiu casas e barracos e matou pessoas, as mesmas que os políticos temem contrariar quando há tempo de salvarem.

Falamos muito do Rio de Janeiro com seus problemas insolúveis e suas favelas enormes e incorrigíveis, mas o fato é que, sob a desculpa de "não ter para onde ir" e com a benção de políticos e autoridades que desprezam a Lei e o bom senso, milhares de pessoas pelo Brasil afora invadem encostas de morros, várzeas de rios e mananciais, sujeitando-se a a perder o pouco que construíram na vida ou, pior, a mortes estúpidas de si mesmos e/ou parentes, além das mortes e problemas que causam pela irresponsabilidade ambiental. E o pior de tudo, depois que invadem, ninguém toma providências!

Cada vez que acontecem tragédias como esta de Santa Catarina, muita gente se pergunta do porque, mas o fato é que se as leis fossem cumpridas por todos, povo e políticos, a probabilidade de coisas assim acontecerem seria bem menor.

É algo a se pensar sempre, e não esquecer para esperar a próxima tragédia.

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...