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22 de jan. de 2008

A APOSTA AÉREA!

Foto: O Globo

Ontem o ministro da defesa, Nelson Jobim, anunciou que Congonhas, aeroporto onde no ano passado aconteceu a maior tragédia da aviação brasileira, voltará a receber escalas, conexões e vôos charter.

Eu lembro ao leitor, que logo após a tragédia, Congonhas teve suas operações limitadas, como que reconhecendo-se que sua pista curta e antiquada, e sua localização central na cidade de São Paulo causavam um risco demasiado aos usuários.

Lembro também que as companhias aéreas reclamaram sobremaneira da decisão de limitar as operações lá, porque isso diminuiria seus lucros (leia aqui, aqui e aqui), a ponto de, antes da tragédia, haver negociações no sentido de aumentar ainda mais o movimento naquele aeroporto, conforme o Estadão noticiou em 17/07/2007 (leia aqui)

A quantidade de "slots" (pousos e decolagens) que foi diminuída para de 38 para 33 depois do acidente, era para ser de 44 segundo o plano das companhias aéreas discutido com a ANAC, antes da tragédia.

Em outras palavras, o governo cedeu ao colossal lobby aéreo e definitivamente encostou a barriga no problema, para empurrá-lo torcendo para que o azar não mate ninguém em mais algum acidente antes das eleições de 2010.

Isso nada mais é que uma aposta sinistra, mesmo que a retomada de tais procedimentos não aumente o número atual de "slots".

As vezes me pergunto se a operação deste aeroporto é suspensa quando chove ou ainda se as obras de "grooving" que faltavam no momento da tregédia foram efetivamente encerradas.

Até ontem eu imaginava que o governo tratava de diminuir gradualmente as operações lá e por fim limitar ao máximo o uso do local, tirando Congonhas da malha aérea, mesmo contrariando os interesses do duopólio da aviação comercial brasileira.

Porém, descobri que desde julho passado, o governo falou muito e não fez nada.

Uma medida que o governo poderia tomar sem custo, senão o político, seria de iniciar os processos de reintegração de posse da área contígua a Cumbica, onde deveria ser construída uma nova pista. A área foi invadida e lá se deixou criar uma favela em detrimento dos interesses econômicos maiores do país. Nem isso, que é simples, o governo fez, que dizer obras e principalmente, a contenção dos interesses comerciais das companhias aéreas, que pretendem Congonhas congestionado ainda por muito tempo.

Deus nos ajude para que não aconteça nenhum novo acidente com tanta irresponsabilidade no ar.

Mais sobre o assunto na Folha de S.Paulo/Defesanet, aqui.

26 de nov. de 2007

A TRAGÉDIA, A FESTA E A MOBILIZAÇÃO VENEZUELANA

1. Luto.
No site da Folha de S.Paulo de hoje, há uma foto anterior à tragédia de ontem, que mostra um buraco na arquibancada da Fonte Nova, com o aço oxidado da estrutura. Veja aqui.

A Fonte Nova não é cedida de graça para o E.C.Bahia. Pelo contrário, o clube paga uma parte substancial da renda total de cada partida a título de aluguel e o que o Estado da Bahia faz? Simplesmente mantém abandonado um estádio que recebe média de 30mil pessoas por fim de semana, o que é muito mais que irresponsabilidade, é homícídio culposo puro e simples.

Não estou culpando apenas o atual governo, antes que algum petista venha dizer que estou perseguindo-os. Para chegar nesse ponto de degradação, é porque faz décadas que o estádio está abandonado, muito embora, a cada conquista do Bahia ou do Vitória os políticos estejam lá, tentando arrancar alguns créditos junto à massa torcedora daquele estado, que é a mais fanática e fiel do país.

O mais triste é saber que em pouco, dão uma garibada no estádio pagam umas quireras para as famílias das vítimas e tudo cai no esquecimento... e ninguém vai preso por matar 8 pessoas.

2. Festa.

Claro que este que vos escreve não perderia a festa da chegada dos Coxas em Curitiba ontem, após a epopéia de sábado, quando foram campeões da Série B aos 47 do segundo tempo. O aeroporto Afonso Pena é distante uns 25 km do estádio Couto Pereira. No caminho, milhares de veículos acompanhando a carreata e pessoas dos dois lados da Avenida das Torres envergando camisas, faixas e bandeiras festejando com o buzinaço. E 10 mil Coxas no estádio aguardando os campeões. Uma festa só equiparada à de 1985, quando o Coxa foi campeão brasileiro, mas ainda, segundo a velha-guarda alvi-verde, muito inferior à do tri-campeonato paranaense em 1973, quando havia Coxas esperando o time na Rodovia do Café, a 60 km da capital.




3. Mobilização Venezuelana.

Os blogueiros da Venezuela ainda lutam pela democracia morta daquele país, assassinada pelo ladrão Hugo Chaves, que agora tenta minar a política colombiana ao fazer esse jogo de cena com as FARC, usando-a de pretexto para subverter a hierarquia de comando das forças armadas colombianas, a quem pretende "dar instruções", passando por cima da autoridade do presidente Álvaro Uribe.

Bem fazem os blogueiros venezuelanos, tentando alertar seus compatriotas do fascismo de Chaves, um louco que pretende governar a América Latina inteira a ferro e fogo...e sozinho!

30 de set. de 2007

CUMPLICIDADE CULPOSA

Editorial de O Estado de S.Paulo de hoje, exatamente o que penso sobre a questão.

No Brasil fala-se muito de "direitos humanos", mas pouco de obrigações humanas.

O sistema penitenciário envolve uma barafunda de regras para proteger os condenados, levam à soltura muito antes do cumprimento das penas. Não custa lembrar que o assassino a que se refere o editorial do Estadão estava sofrendo medida de segurança, que é uma quase prisão, que ele, condenado a 17 anos cadeia, recebeu por "bom comportamento", enganando psicólogos, assistentes sociais e juiz incompetentes, para quem basta olhar as informações de uma ficha amarelada para decidir por nas ruas um assassino.

No caso das medidas de segurança, que são aplicadas para pessoas portadoras de alguma doença mental, a demagogia corre solta e indivíduos da periculosidade deste, são tratados como pobres coitados privados do convívio de suas famílias, "vítimas" da sociedade que paga impostos extorsivos, mas vê seus filhos mortos pelas facadas de um monstro que recebeu de um juiz a autorização para circular pelas ruas e escolher suas vítimas.

É demagogia demais em um Estado que contrata milhares de ocupantes inúteis de cargos em comissão, mas não prepara a contento os agentes públicos que decidem a liberdade de uma "coisa" como esse indivíduo de altíssima periculosidade, que será condenado a mais 30 anos pelo assassinato dos dois garotos mas não vai demorar 5, estará nas ruas matando novamente.

Tal qual o Champinha, que volta para as ruas no fim deste ano.

Ou ainda, com a mesma cara-de-pau de Suzane von Richtofen, que demanda por "danos morais" contra o Estado que a puniu por assassinar a família a sangue frio.

O Brasil precisa é acabar com essa prática de contratar agentes públicos que se candidatam aos cargos apenas porque o salário é bom. Para ser juiz, um indivíduo sem vocação alguma passa um ou dois anos estudando, decora textos legais e regrinhas imbecis, passa num concurso e depois, perdendo tempo com mestrados e doutorados, faz da magistratura uma atividade secundária e apressada, onde parece proibido sair do gabinete para encontrar-se com a sociedade real, decidindo assim, com base em ouvi dizer e laudos propostos por outras pessoas igualmente sem vocação para o serviço público.

Juízes, psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais do sistema penitenciário erram, mas quem paga a conta são cidadãos comuns, cujo trabalho braçal e o suor no rosto não sensibilizam quem decide em gabinetes de palácios cheios de mármore, granito e doutores.

21 de ago. de 2007

ENGANO SOBRE CONGONHAS

FUI ENGANADA SOBRE CONGONHAS, DIZ JUÍZA
Na Folha de S. Paulo de hoje.


Sem comentários adicionais, a matéria é bem clara e demonstra muitas coisas que certas pessoas insistem em não aceitar.

Cecília Marcondes, do TRF, disse que recebeu de Denise Abreu, diretora da Anac, documento com falsas medidas de segurança

Documento foi usado para convencer a Justiça a liberar as operações no aeroporto, que estavam restritas para alguns tipos de aviões

ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL

LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A juíza do TRF (Tribunal Regional Federal) Cecília Marcondes disse ontem que recebeu das mãos da própria diretora da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) Denise Abreu o documento com as falsas medidas de segurança para pousos de aviões em pista molhada no aeroporto de Congonhas, em São Paulo.
O documento foi utilizado para convencer a Justiça a liberar, no início do ano, as operações no aeroporto, que estavam restritas para alguns tipos de aviões. O problema é que a tal norma em questão, a IS-RBHA 121-189, não estava em vigor.
A "norma" que constava do recurso ao TRF (3ª Região) vedava às empresas o uso de aviões com um reverso inoperante em pistas molhadas.
Se estivesse sendo aplicada, o acidente com o vôo 3054 da TAM (199 mortes) teria sido evitado -naquele dia, a aeronave estava com o reversor direito inoperante, e a pista, molhada.
Na última quinta-feira, em depoimento na CPI do Apagão Aéreo do Senado, Denise disse que o documento não tem valor legal por se tratar de um "estudo interno", publicado no site de internet da agência por "falha da área de informática".
"Ela [Denise] estava presente, tinha ciência absoluta da existência daquele documento que estava sendo apresentado para mim. Até porque todos falavam a respeito dele", disse ontem a juíza. "Ou mentiram na CPI ou agiram com improbidade pelo fato de não terem aplicado as regras estabelecidas por aquele documento."
Segundo a juíza, o documento foi entregue por Denise no dia 22 de fevereiro.
A juíza disse que a diretora da Anac foi auxiliada por dois técnicos que explicaram detalhadamente que as normas publicadas pela agência, contidas no documento, garantiriam a segurança dos vôos. Convencida pela comitiva, composta por mais duas pessoas, a juíza suspendeu a restrição.
A diretora da Anac, ainda segundo Cecília, demonstrava muita pressa na liberação do aeroporto para todos os tipos de avião. A decisão da Justiça foi assinada horas depois.
A juíza afirmou que recebeu a declarações de Denise com "espanto muito grande" e "revolta". "Não é só a pessoa da juíza que está sendo enganada. Está sendo enganada uma instituição, está sendo enganado um Poder do Estado e por um órgão que está também inserido dentro do Poder do Estado. Isso é o mais grave de tudo."
E continuou: "Se nós não podemos confiar nas agências que fiscalizam, não temos em quem confiar. É uma situação muito desagradável. É uma coisa extremamente séria, estamos mexendo com vidas. Parece uma brincadeira isso aqui".
A juíza disse que, mesmo com a alegação da Anac, da não-validade do documento, a direção da agência não está isenta de responsabilidade porque, para a Justiça, a norma está em vigor. "Por isso que deixei claro que caberia responsabilidade criminal e administrativa para aqueles que não cumprissem aquilo que estava escrito lá. Deixei ressaltado para evitar esquecimentos."

Investigação
O Ministério Público Federal de São Paulo irá pedir que a Anac seja investigada por improbidade administrativa e falsidade ideológica.
Para a Procuradoria-Geral da Anac, subordinada à AGU (Advocacia-Geral da União), a sindicância aberta ontem deve investigar o grupo de técnicos que subsidiou a estratégia de defesa e "quem mandou".
"É preciso investigar se não houve crime de falsidade ideológica e de improbidade administrativa", disse a procuradora federal Fernanda Taubemblatt, que moveu a ação inicial pedindo o fechamento da pista.
Dentro da Anac, o procurador-geral João Ilídio de Lima Filho considera que os procuradores de São Paulo são responsáveis pela parte jurídica do processo, não pelos anexos técnicos. "A peça jurídica está primorosa. No mérito, está perfeita. Agora, se alguém anexa um documento para subsidiar a tese da defesa, então tem que ser apurado o motivo, por que os técnicos utilizaram o estudo e por ordem de quem", disse.
As CPIs do Apagão Aéreo também irão examinar o caso.

1 de ago. de 2007

"VÔO JJ 3054, UMA CENA"


Esta blogagem coletiva foi convocada pelo Gustavo D'Andrea, com o apoio da Silvana e do Ricardo Rayol.

Não vou por aqui uma cena ou imagem do acidente, vou apenas lembrar a única imagem que ficou disso tudo, a da IRRESPONSABILIDADE geral e irrestrita que o país vive atualmente.

Irresponsabilidade de uma empresa como a TAM, que deixou um avião decolar sem um equipamento de segurança plenamente funcional (o reverso da turbina) e ainda por cima, com 186 passageiros, sabendo que a capacidade sugerida da aeronave seria de 170, por mais que isso não tenha sido relevante para o acidente.

Irresponsabilidade da INFRAERO que liberou uma pista de pouso sem o término das obras, por mais que isso não tenha sido relevante para o acidente.

Irresponsabilidade da ANAC, que não fiscaliza as empresas aéreas e que só depois do acidente, anunciou restrições de uso de um aeroporto antigo e com pista curta, mas de operação extremamente vantajosa para as empresas num contexto de mercado aquecido.

Irresponsabilidade histórica da prefeitura de São Paulo (dirigida nos últimos 30 anos pelo PTB, PP, PT, PSDB e PFL) que deu alvará de funcionamento para um posto de gasolina na cabeceira final da pista e um hotel de 15 andares na cabeceira inicial, que atrapalha o pouso de aviões de grande porte, diminuindo a área de frenagem.

Irresponsabilidade do Governo Federal que há 10 meses deparando com o caos nos aeroportos, só começou a tomar medidas de correção após o acidente de Congonhas, inclusive trocando o titular da pasta da Defesa.

Irresponsabilidade do Congresso Nacional, que ao invés de investigar a questão profundamente logo após o acidente do avião da Gol, deixou-se levar pelo jogo político de enterrar a CPI para que ela não investigue contas públicas, como as da INFRAERO, o que atrasaria a votação de medidas do PAC. Um Congresso que se curva aos interesses do poder Executivo é irresponsável, que dizer quando a esmagadora maioria de seus integrantes é de situação e mesmo assim deixa de fiscalizar uma questão que atinge milhares de pessoas.

Irresponsabilidade de ministros de estado fazendo pouco caso de questões sérias, como o senhores Guido Mantega e Marco Aurélio Garcia, e a senhora Marta Suplicy.

A cena que ficou desta tragédia, foi de um país de empresas aéreas e políticos irresponsáveis, apenas essa.

Post Scriptum: Segue ótima matéria de autoria de Augusto Nunes, do Jornal do Brasil, que se encontra no blog da Marta Bellini e que vai de encontro ao que escrevi logo acima:

A sagração da mentira

Augusto Nunes JB


O avião decolou de Porto Alegre em perfeitas condições", jurou já na noite da tragédia o presidente da TAM, Marco Antônio Bologna. Mentia: logo se descobriu que o reversor direito fora desativado depois de descoberto um defeito na peça.
"O Airbus-330 pode voar 10 dias sem um dos reversores", não perdeu a pose Bologna. Mentia: dias mais tarde, tanto a empresa fabricante quanto a TAM determinaram a todos os pilotos que só decolassem se ambos os reversores estivessem funcionando normalmente. Bologna é um ator aplicado. Na véspera da missa em memória dos 200 brasileiros massacrados em Congonhas, recorreu aos serviços de um especialista em primeiros socorros a empresários lanhados por escoriações generalizadas. Cenas explícitas de desconsolo ajudam muito, reiterou o conselheiro. Disciplinado, o presidente da TAM chorou durante a cerimônia. "Lágrimas de esguicho", diria Nelson Rodrigues. Tão verdadeiras quanto uma cédula de 3 reais. Tão verossímeis como a hemorragia no coração presidencial. Tão convincentes quanto a discurseira federal que precedeu a explosão no aeroporto paulista e a ela sobreveio. Iluminada por labaredas que resistiam aos bombeiros e ao temporal, a procissão dos mentirosos seguiu seu curso.
"Não existe crise aérea", disse em junho Milton Zuanazzi, presidente da Agência Nacional da Aviação Civil. Mentia: o colapso da aviação civil escancarou-se em outubro passado. Assustado com as dimensões do acidente, eximiu-se de culpas.
"A Anac até ajudou a reduzir a movimentação de aeronaves em Congonhas", recitou. Mentia: reduzido a despachante da TAM e da Gol, Zuanazzi transformou o aeroporto numa terra sem lei explorada pelo duopólio dos ares.
"A pista principal voltou a ser utilizada depois de concluídos todos os reparos indispensáveis", garantiu o brigadeiro José Carlos Pereira, presidente da Infraero. Mentia: faltava o grooving, o asfalto carecia de ranhuras que apressam o escoamento da água da chuva.
"E a pista não estava escorregadia", reincidiu. Mentia: conversas gravadas atestaram o desconforto de pilotos e controladores com os riscos do pouso no solo molhado.
"Nunca me contaram isso", fingiu espantar-se Lula ao ouvir de Nelson Jobim, substituto de Waldir Pires no ministério-fantasma, informações que denunciavam uma aviação civil em frangalhos. O presidente mentia: desde 2003, minuciosos relatórios da Aeronáutica o alertaram para a acelerada decomposição do transporte aéreo. Só depois de quase 10 meses Lula conseguiu enxergar o apagão. O governo começou a mover-se. Sem parar de mentir. "Vamos construir um terceiro aeroporto em São Paulo", anunciou a ministra Dilma Rousseff. "Só não digo onde porque o governo não é agente de especulação imobiliária". Mentia: 10 dias depois de concebido, o sonho de Dilma foi pulverizado por Nelson Jobim. Faltam locais adequados nas cercanias de São Paulo. Sobretudo, falta dinheiro. "Em vez disso, vamos providenciar uma área de escape em Congonhas, ampliar Viracopos e construir a terceira pista em Cumbica", comunicou Jobim. Mentiu. Ele sabe que já não há espaço para tais requintes em Congonhas, ilhado por avenidas e prédios. Sabe que a modernização de Viracopos está condicionada à existência de um trem-bala ligando São Paulo a Campinas. Sabe que quase 25 mil famílias - uma multidão de eleitores - ocupam o local reservado pelo projeto original à terceira pista de Cumbica. Um ministro íntimo de Lula já avisou que o governo não vai tirar essa gente de lá. Isso é verdade

30 de jul. de 2007

O ACIDENTE E O GOVERNO

A revista VEJA desta semana informa que a causa primordial do acidente da TAM seria a falha do piloto no manejo do avião, incluindo eventual falha de treinamento de pilotagem ou projeto do A-320.

Foi o que bastou para os puxa-sacos do governo saírem a atacar (no anonimato, óbvio)jornalistas e mesmo blogueiros de tentar acusar o presidente Lula sem provas, usando da tragédia por motivos políticos.

Mas a maior prova da responsabilidade do governo, que pode não ser direta, mas é indireta porque ele absteve-se do dever de fiscalizar, está na troca do ministro da defesa e na já anunciada mudança no comando da INFRAERO, sem contar as medidas restritivas do uso de Congonhas e a pressão que já existe sobre a diretoria da ANAC.

Se a ANAC fiscalizasse direito as companhias aéreas, provavelmente não haveria 186 ocupantes num avião com capacidade sugerida de 170, nem a falha do reversor porque as manutenções seriam aferidas.

Se a INFRAERO não fosse um balaio de gatos de politicagem, o terminal de Congonhas seria obra para depois de pronta a pista, inclusive com "grooving", e já teria as restrições de uso anunciadas semana passada há bastante tempo, provavelmente logo após o acidente com o avião da Gol.

Mas em dez meses desde a tragédia do avião da Gol, o que se viu deste governo foi a inação do presidente que, mesmo sem responsabilidade direta pela tragédia, deixou de "presidentar", ao não constatar fatos e cobrar seu ministro da defesa, que por sua vez, nada fez com a INFRAERO e nada requisitou à ANAC, justamente os dois órgãos técnicos, que deveriam ser um contra-peso aos interesses meramente comerciais das companhias aéreas. Mas ao invés disso, cederam às pressões delas, mantendo Congonhas funcionando e reabrindo sua pista bem antes do momento apropriado.

Eu mesmo poupei o presidente Lula em meus comentários sobre o assunto, e continuo fazendo isso, porque se ele for responsável por todos os problemas administrativos do país, deveria dar uma passadinha aqui no balcão da Receita Federal em Curitiba, para passar um pito numa atendente mau-humorada pelo excesso de trabalho causado pelo Super Simples.

Mas exige-se que um presidente exerça o seu cargo e seja presente nas grandes questões e o apagão aéreo não é um problema comezinho, sem relevância, ainda mais em um país onde, para criar 20 mil cargos em comissão basta uma medida provisória, mas para resolver problemas que afetam a vida de milhares de pessoas, exige-se burocracia insana que muitas vezes é feita para atender aos interesses excusos de poucos.

O presidente falhou ao não observar os fatos e agir tardiamente. Se não tem responsabilidade direta, pesa-lhe o resultado da inação de 10 meses. E se tudo estivesse as mil maravilhas, nem o ministro Waldir Pires teria caído, nem a diretoria da INFRAERo estaria no bico do urubu...

27 de jul. de 2007

SER ÉTICO É CHATO, MAS... É O ÚNICO CAMINHO

Texto de Fernando Gouveia, que já foi publicado no blog da Saramar e que reproduzo:

Meu nome é Fernando Gouveia e o n. do meu CREA-MG é 53538/D e desafio qualquer técnico ou perito a contradizer minha exposição, óbvia, dos fatos. Se eu estiver errado, rasgo minha carteira do CREA. Desafio qualquer político, rato, FDP, que se sinta prejudicado pela realidade que aqui relato, a me processar. Estou dando meu número do CREA (que não é falso) e meu e-mail. Não precisa fazer esforço pra me achar.

Agora, caso vc não seja um dos pestilentos responsáveis pela desgraça que se abate sobre nós, dia após dia, então não seja um "Zé Ninguém". Pare alguns minutos do seu precioso trabalho, leia o texto abaixo, com atenção, e, caso concorde, pulverize para todos da sua caixa postal. Não se omita. Se não concorda, responda-me, argumente, "defenda" sua posição, mas não seja mais um covarde, mais um egoísta, mais um bundão. Essa coisa tem que acabar, para que nossos netos e filhos tenham condições de viver sem vergonha de serem bem sucedidos e sem medo de usufruir com liberdade das suas próprias conquistas (...).

Minha única irmã estará, na próxima semana, nesse mesmo vôo, também pela TAM e espero que o avião não caia, mas minhas palavras transcendem minha preocupação pessoal com uma pessoa que amo, seja minha irmã, esposa, filhas, amigos, seja quem for. Morrer é o caminho de todos nós e isso, que soa como a questão principal, na verdade, não passa de um detalhe, sórdido, mas subliminar.

Vejam os números: Imaginemos 200 vítimas fatais, cada uma com uma média de 10 parentes e 10 amigos, então teremos 20.000 pessoas indignadas por terem sido atingidas diretamente. No que interessa aos políticos, o voto, esse número é ínfimo. Divida 20.000 indignados por 100.000.000 de eleitores e você verá que foram perdidos "apenas" 0,02% do eleitorado, ou seja, 2% dividido por cem (para os que se confundem com números). E daí? Agora veja quantas pessoas transitam, passeiam, relaxando e gozando, felizes, ou passando raiva, no aeroporto de Congonhas, TODOS OS DIAS. E é a essa "china" humana, de transeuntes, vivos e capazes de votar, que os políticos preferem atender. Por isso que a verba para a reforma, digamos, "antropodinâmica" (que garante conforto, estética, luxo, etc.) saiu primeiro que a verba para os serviços técnicos de pista. Essa é a sordidez da mente nefasta dos nossos políticos: "Que diferença faz uma meia dúzia de 20.000 que se estrepam dali, se outros milhões se alegram de cá".

Fui engenheiro responsável por várias obras de porte que prestei para a INFRAERO, inclusive nas pistas e sou testemunha viva da capacidade técnica desse órgão. Os departamentos de engenharia beiram a perfeição, tanto em recursos humanos quanto físicos. O pessoal da segurança treina até o mais reles peão, um mero carregador de sacos. Todos os trabalhadores, peões ou engenheiros são checados pela segurança, que só depois desta conferência libera os crachás com as indicações de acesso, ou seja, as permissões para transitar nessa ou naquela parte.

Tive um fiscal da INFRAERO que tinha sido meu aluno na Faculdade de Engenharia da FUMEC e, por coincidência, já engenheiro formado, acabou designado para fiscalizar minha obra. O sujeito não relaxou, ao contrário, dobrou a rigorosidade, que já não era pouca. Resumindo, os técnicos e o pessoal da segurança da INFRAERO são sérios, são técnicos e não políticos, sabiam que a pista não estava plenamente segura e não fizeram nada, porque não puderam fazer nada, porque pra nossa infelicidade os Diretores e Presidentes das "INFRAERO da vida", mesmo que tenham sido técnicos um dia, deixaram de sê-lo e hoje vivem da e para a política.

O que se viu ali foi crime, mas não apenas contra meia dúzia de 20.000 vítimas diretas, mas sim contra todos os brasileiros. Os números não assustam e a comoção é uma questão de mídia. Um único feriado mata três vezes a quantidade de pessoas que morreram ontem, só em acidentes de estradas, sem falar na violência desenfreada e na fome.

Se a rede Globo dedicasse o tempo de UM ÚNICO capítulo da sua mega educativa novela, "Os Sete Pecados", para explicar, em linguagem simplificada, para 50 milhões de brasileiros grudados na TV, o que realmente ocorreu naquele acidente, teríamos uma revolução. Só que não interessa a ela, como não interessou mostrar, com detalhes, a vaia que o Lula recebeu no Pan. Cala-se e continua passando seu absurdo folhetim que glamouriza a ruindade de espírito e fica anunciando e repetindo a balela dos interessados em ganhar tempo, com essa conversa mole de "aguardar a perícia". É disso que vivem nossos políticos. De aguardar. De esperar a poeira abaixar, como abaixará mais essa e mais outras tantas.

Não tem papo de perícia: Sou perito formado pelo antigo Instituto Mineiro de Avaliação e Perícias, hoje Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias - Sucursal MG, fui professor da Faculdade de Engenharia da Universidade FUMEC por 11 anos e afirmo, taxativamente, que, nesse caso, não precisa "esperar" o resultado da perícia. Trata-se de um evento óbvio, derivado de um vício construtivo, fruto da irresponsabilidade dos que priorizaram as obras valorizando a plástica e relegando a segurança ao segundo plano.

Toda pista de rolamento precisa de drenagem, o que ocorre um pouco pela permeabilidade dos materiais e a maior parte por um sistema de drenagem básico, jogando a água do centro da pista para as laterais, com recursos primários de inclinação e coleta perimetral. Em locais de maior necessidade de aderência, como em algumas curvas de ruas, avenidas e estradas e também em pontos de pistas de pouso, pontes e viadutos inclinados ou em curva, pátios, enfim, onde se pretenda aumentar o atrito da roda com o piso, são feitas ranhuras, que além de melhorarem o atrito favorecem a drenagem radial. Uma dessas situações é o caso de Congonhas, que tem a chamada "pista curta".

Alguém pode alegar que a pista do Santos Dumont também é curta e também não tem ranhuras, mas existe a questão do ar. Lembrem-se dos jogos de futebol do Brasil, nos países muito altos, onde o ar é rarefeito: O goleiro cobra um tiro de meta e a bola sai do outro lado do campo. Pois é; O Santos Dumont está ao nível do mar e São Paulo a 860 metros acima do nível do mar. Com altitude maior, o ar fica mais rarefeito, o que exige mais pista ou então mais recursos de frenagem para a aeronave. Engenharia é isso, muda tudo e tudo depende de um tanto de coisa e foi pra isso que a engenharia surgiu como ciência.

Especula-se: FOI FALHA TÉCNICA? A equipe técnica da INFRAERO sabe que 2+2=4. Falha técnica seria, se eles não soubessem disso. Mas tenham certeza, eles sabiam. Não fizeram nada porque são mandados por pessoas hierarquicamente superiores, que vão cobrindo a técnica com uma espessa camada de política.

FALHA DO PILOTO? É bom lembrar sempre que ele também estava no avião e ele também morreu. Arremeter é o procedimento indicado em qualquer situação anormal que ocorra entre o momento de início dos trabalhos para aterrisagem até a parada completa da aeronave em solo. O piloto fez o que pôde. FALHA DA AERONAVE? Alegar excesso de tecnologia, ou falha de equipamentos é ridículo. É mais fácil uma arara azul fugir da Amazônia e fazer cocô na sua cabeça do que uma aeronave como essa dar problema.

Sabe qual o nome do ÚNICO VERDADEIRO CAUSADOR DESSA TRAGÉDIA? Eleições 2010. É a ânsia pelo poder... E a culpa nem é do Lula, que não passa de um gerente encantado e lambuzado (quem nuca comeu melado, quando come se lambuza), mas inócuo. O problema é nosso, da classe alta e privilegiada, que muitas vezes nos omitimos, ou nos escondemos atrás dos nossos próprios interesses. Esperem o povão dopado pela ignorância resolver o problema e as coisas só vão piorar. Cada Projeto Shangrilá, cada Urbanização de Aglomerado (nome chique e conveniente dados às favelas), irá comprar a alma e a mente dos pobres. E nós? Vamos vender nossa alma em troca de um aeroporto confortável, de uma vida confortável na base do "foda-se do mundo que não me chamo Raimundo"?

Precisamos entender o mundo com o olho do outro e principalmente, saber se queremos a polícia e a política igual para todos. Porque se for assim, nós, os abastados, teremos que socializar nossas riquezas e teremos que sentar no banco da escola pra estudar ética, pra parar de fechar o cruzamento, de estacionar em lugar errado, de chamar as pessoas usando a buzina, de fechar as ruas pra comemorar jogo de futebol, de trocar de celular de mês em mês "encostando" um aparelho feito pra durar 10 anos e se esquecendo que aquilo vira lixo, etc.

Ser ético é "chato", mas é o único caminho. Eu estou nessa. E você? Se estiver também, comece a exercitar sua ética disparando esse e-mail para o maior número possível de pessoas.

24 de jul. de 2007

SILÊNCIO ENSURDECEDOR

Nelson Rodrigues, de quem eu nunca fui fã, teria dito algo como esse título, um silêncio ensurdecedor, ao constatar a reação das autoridades nacionais depois do acidente em Congonhas.

Mas é realmente ensurdecedor o silêncio do governo.

Ensurdecedor porque os áulicos, os puxa-sacos, os bolivarianos de carteirinha e os jornalistas devidamente calçados fazem enorme barulho para evitar que respingue responsabilidade no senhor presidente, mas especialmente para que não rolem cabeças de companheiros que, por falta de qualificação, não arranjariam empregos tão bem remunerados como os cargos em comissão deferidos pelo aparelho partidário no governo.

O problema é que não está adiantando muito e as manifestações singelas acontecem pelo país afora, não para responsabilizar o presidente, mas para alertá-lo da incompetência visceral de seu governo, começando pela verborragia irremediável de dois ministros (Turismo e Fazenda), o sono pungente de um terceiro ministro, o da Defesa, e passando pelos atos tresloucados de assessores extremamente próximos do presidente, como o senhor Marco Aurélio Garcia, que despacha há poucos metros do gabinete de Sua Excelência.

Mas o presidente recolhe-se.

É óbvio que o presidente também está comovido com a tragédia, mas seus atos denodam total falta de controle sobre seu governo porque, passada uma semana do acidente, não foi capaz de uma medida sequer tendente a amenizar e buscar soluções para o cáos aéreo, apenas reuniões e palavras ao vento, sem demitir pelo menos uma parte dos comissionados que deram causa ao problema (o ministro da Defesa e a diretoria da INFRAERO, por exemplo), ao nada fazerem durante o primeiro mandato, e especialmente desde o acidente com o avião da Gol.

Fica difícil para um usuário do sistema aéreo, ele deve pensar: durma-se como, com um silêncio desses?

PS: Hoje, 25/07, a presidência da república informou a troca do ministro da defesa, saindo o atual, entrando Nelson Jobim, ex-ministro do governo FHC (ora, quem diria?), ministro sposentado do STF. Também especula-se que haverá mudança na cúpula da INFRAERO... não o ideal, mas, em verdade, um começo. Sinal de que nem todos os protestos são ignorados por Brasília.

19 de jul. de 2007

EU QUERO!

Não sei como fazer isso.

Não sei se serei ouvido.

Não sei se, mesmo ouvido, alguém em Brasília, especialmente o senhor presidente, terá coragem de executar isso.

Mas EU QUERO DEMISSÕES!

EU QUERO A DEMISSÃO DO MINISTRO DA DEFESA, WALDIR PIRES, POR INCOMPETÊNCIA!

EU QUERO A DEMISSÃO DOS MINISTROS MARTA SUPLICY E GUIDO MANTEGNA, POR FALTA DE DECÔRO!

EU QUERO A DEMISSÃO DE TODA A DIRETORIA DA INFRAERO!

EU QUERO A DEMISSÃO DE TODA A DIRETORIA DA ANAC!

EU QUERO A DEMISSÃO DO COMANDANTE DA AERONÁUTICA!

EU QUERO UMA CPI SOBRE A INFRAERO!

PS: Informação recente da Agência Estado, diz que o presidente da república pensa em fazer grandes modificações na cúpula do setor aéreo, substituindo a diretoria da INFRAERO e da ANAC e retirando poderes do ministro Waldir Pires que, segundo a nota, não seria demitido para que o governo não passasse por incompetente(?). Em suma, estão tentando salvar o companheiro Pires, para que ele continue a dormir o sono dos justos enquanto os aviões caem!

18 de jul. de 2007

TRAGÉDIA II

Houve quem tenha dito via e-mail para este blogueiro que faço política rasteira ao vincular o acidente ao governo, basicamente porque sou "direitista".

Mas os fatos estão aí:

A BAND relatou os problemas na pista durante a transmissão ontem, justamente a BAND, a emissora mais próxima do governo Lula.

É o governo Lula que manobra no Congresso para evitar que a INFRAERO seja investigada.

Dona Marta Suplicy, do "relaxa e goza" é ministra do governo Lula, e demonstrou bem a forma com que encara o problema aéreo.

Senhor Waldir Pires, ministro do governo Lula, afirmou dias atrás que a solução para o apagão aéreo não sairia antes de 1 ano, dada a burocracia, a mesma que inexiste, quando o assunto é criar cargos em comissão.

Previsão de mais de 200 mortos. Enquanto o governo se mantém em paralisia constante, sem tomar medidas efetivas, tentando culpar controladores de vôo ou mesmo transferir a imagem da culpa para a Força Aérea Brasileira, pessoas inocentes morrem.

Uma coisa são fatalidades, acidentes aéreos podem, efetivamente, acontecer. Porém, é o segundo acidente grave em menos de 1 ano e não há na história do Brasil uma sequência tão sinistra de fatos, o que denota que há algum problema no controle do tráfego aéreo, apesar do próprio ministro Guido Mantegna dizer que se trata da consequência do crescimento do país.

Por óbvio eu não publiquei o comentário do detrator, até porque ele não publicaria um comentário meu em seu blog feito para "rir dos direitistas".

Mas a opinião dele é esta: meu comentário foi aproveitamento rasteiro da tragédia.

Não concordo. Estou indignado, justamente eu que em várias ocasiões defendi parte da política econômica do governo Lula e mesmo me manifestei contra as vaias que ele levou na abertura do Pan.

O leitor confunde indignação com "direitismo", talvez porque, quem tenha tanto apreço por ditadores como Fidel Castro e Hugo Chaves, não tenha muito apreço pela vida.

17 de jul. de 2007

TRAGÉDIA

Os leitores já estão cientes de que há uma hora, aconteceu um acidente com um avião da TAM, no aeroporto de Congonhas/SP.

As últimas informações são de que o avião teria derrapado na nova pista de Congonhas(aliás, mais um avião que derrapou lá), e colidido com o hangar da própria companhia, carregando 170 passageiros.

Estou chocado!

Não bastasse 150 mortos em setembro do ano passado, agora, mais 170 para o inventário sinistro da incompetência da INFRAERO, do Ministério da Defesa e deste governo, que criou 20 mil cargos em comissão para apadrinhados inúteis, mas não consegue comprar equipamentos aeronáuticos, contratar controladores de vôo e reformar a contento os aeroportos brasileiros.

Quantos inocentes ainda terão de morrer senhor presidente Lula?

Quantos inocentes ainda terão que morrer senhor Waldir Pires?

PS: Comentários insistentes de que a reforma na pista foi mal executada e faltam ranhuras na pista, que acabam levando a derrapagens e acidentes. Ou seja, aceleraram as obras ao máximo para amenizar o apagão que este governo de incompetentes causou, e mataram 170 inocentes.

PS2: Quase duas horas após o acidente, NENHUMA autoridade foi capaz de pronunciar-se.

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...