O estádio do Maracanã sofreu reformas logo após a tragédia da final do Campeonato Brasileiro de 1997, quando vários torcedores sairam feridos e um morreu, numa queda decorrente da uma murada que cedeu, porque o lugar estava absolutamente abandonado e pessimamente administrado, e mesmo assim recebeu um público superior a 100 mil pessoas naquele dia.
Depois, sofreu nova reforma em 2001, para sediar o 1º Mundial de Clubes da FIFA, vencido pelo Corinthians.
E para os Jogos Panamericanos de 2007, foi novamente reformado, com reforço estrutural e encadeiramento completo, além do rebaixamento do gramado. Se diz que isso custou R$ 250 milhões, mas há as más linguas que afirmam que custou o equivalente a dois Engenhões, o que estaria em torno de R$ 700 milhões (é, o Engenhão custou R$ 350 milhões, mas não foi indicado para sediar a Copa 2014).
Ficarei com versão de que a reforma para o Pan custou R$ 250 milhões e vamos acrescer uns R$ 50 milhões para as outras duas reformas citadas.
Então, o custo disso foi de 300 milhões de reais e mesmo assim, o estádio inaugurado em 1950, que sediou a Copa do Mundo daquele ano inacabado justamente pelos mesmos motivos que hoje preocupam a FIFA - super-faturamento e incompetência visceral na execução das obras - continua precisando de adequações para a Copa 2014.
Pensava-se em por abaixo o complexo, que também abriga o Parque Aquático Julio Delammare, um conjunto de pistas de atletismo e o Maracanazinho, mas veio a grita, dizendo que o patrimônio histórico estaria comprometido.
Um estádio novo custaria algo em torno de 600 milhões de reais, e daria ao Rio de Janeiro uma praça de futebol com o que há de mais moderno em infra-estrutura e conforto para ser usada por mais 50 anos, se bem que o Rio não precisaria dela tendo o Engenhão. Mas venceu a tese do "patrimônio histórico" e resolveram reformar o elefante branco ao custo de 712 milhões de reais.
Ou seja, 1,012 bilhões de reais por um estádio que, agora, os engenheiros estão "descobrindo" que tem as estruturas comprometidas, de um tal modo que sua recuperação vai custar mais 300 milhões e 6 meses adicionais de obras, atrasando o cronograma para 2014. Isso, você confere em O Globo de hoje, ou no Portal G-1
Enfim, contando tudo, a reforma do Maracanã vai custar quase 1,4 bilhão de reais, ao passo que um complexo novo sairia por algo em torno de 900 milhões, o que também é caro, considerando que seria uma praça para receber jogos de clubes de futebol falidos, com preços subsidiados de ingressos, o que acaba levando para dentro do estádio todo tipo de vândalo, como os que têm destruído o novíssimo e desprezado estádio do Engenhão.
É a farra da imoralidade no trato com o dinheiro público, da incompetência visceral na administração dos projetos e das obras (ora, ninguém imaginou que depois de 60 anos não haveria problemas estruturais?)e da demagogia em torno de um patrimônio histórico que simplesmente não existe, afinal, o Maracanã não foi palco de nenhum momento cívico importante, porque jogos de futebol não são importantes para história de lugar nenhum, como comprovam as demolições de estádios como o Da Luz e o José Alvalade(Lisboa), do Dragão (Porto) e Wembley (Londres), ou ainda o Sarriá (Barcelona) ou o Vicente Calderón (em Madrid), que será brevemente posto abaixo.
Dinheiro público jogado no lixo, numa cidade conhecida por sua leniência em deixar que pessoas construam em encostas e morram a cada chuva mais forte, ao invés de investir em moradia popular digna...