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3 de fev. de 2010

NÚMEROS PARA 2014


A imagem é do site M de Mulher
O site Contas Abertas reporta que o primeiro orçamento da Copa do Mundo de 2014 é de 17,2 bilhões de reais. Destes, 5,6 bilhões serão aplicados somente no eixo Rio-São Paulo, e apenas 1,1 bilhão será gasto nas duas sedes sulistas da competição, Curitiba e Porto Alegre.

Uma das desculpas para aceitar a Copa seria a integração nacional e a distribuição de investimentos pelo país. Balela! Rio e SP ficarão com mais de 30% do investimento enquanto Curitiba e Porto Alegre, somadas, com 6,44% dele. O argumento é falho porque os números evidenciam discriminação contra o sul do país. Melhor afastá-lo do que entrar numa interminável discussão nessa seara.

Para investimento eminentemente privado, a "esmola" de R$ 333 milhões que seriam gastos pelos clubes de futebol donos dos 3 estádios privados, sendo que o São Paulo Futebol Clube gastaria R$ 240 milhões e os dois outros, o resto, equivalente a R$ 93 milhões. Só que o quadro consolidado anexo, informa que o gasto total para o estádio curitibano seria de R$ 184 milhões, e apenas R$ 138 gastos pelo clube proprietário, que receberia assim, um "presente" de R$ 46 milhões. Ainda assim, os números da planilha não batem com a estimativa do texto.

Mas o fato é que o tal do investimento privado também é uma balela. Corresponderia a 1,95% embora a conta não inclua novos hotéis, restaurantes, serviços e obras que não serão tocadas pelo poder público. Mesmo assim, irrisório, considerando-se que os três clubes donos de estádios tentam de todos os modos que os governos coloquem dinheiro a fundo perdido em suas arenas, o que acontecerá cedo ou tarde se não aparecerem investidores que, sinceramente, são prováveis apenas em São Paulo. Ninguém vai investir dinheiro em Curitiba, que não faz parte do roteiro internacional de shows e eventos ou mesmo no Beira Rio em Porto Alegre, sabendo que a Arena Grêmio terá suas obras iniciadas agora em fevereiro e já contempla muito mais do que a capacidade da capital gaúcha em atrair grandes eventos.

Eu quero que a Copa 2014 seja um sucesso. Mas os números preocupam e mostram que as coisas não são assim tão transparentes como apregoado.

Leia a matéria do Contas Abertas aqui.
Veja a planilha anexa,
aqui.

5 de ago. de 2009

EU JÁ SABIA!

Olhem aí, notícia do Estadão, com comentário do próprio Ricardo Teixeira:

CBF revela uso de dinheiro público nos estádios da Copa

Esses oito estádios públicos certamente receberão dinheiro público do grosso para sofrerem as reformas que praticamente exigem que sejam reconstruídos. Disso eu já sabia, porque, afinal, não existe interesse privado na construção de estádios no Brasil, salvo uma ou outra exceção.

Mas ao mesmo tempo, haverá linha de crédito do BNDES para os estádios privados. Ou seja, TODA a verba sairá do dinheiro público e provavelmente a fundo perdido, tal qual aconteceu com os Jogos Panamericanos.

CRISE:

Os "aliados" de Sarney, que também são do governo, porque o maranhense tem o apoio até de petistas como Idelli Salvatti, já cantam o arquivamento das denúncias no conselho de... "ética"... escolhido a dedo por Renan Calheiros. Pizza!!!

Editorial de hoje, do Estadão:

O fermento da podridão

20 de mar. de 2009

A CRISE E OS COMISSIONADOS

No espaço de 5 dias, um tsunami de notícias ruins, contrapondo à marola das primeiras declarações do governo sobre a crise.

Ao mesmo tempo em que se noticiou o aumento da inadimplência, especialmente dos cheques sem fundos, o Ministério do Planejamento anunciou o corte de 21 bilhões no orçamento, se bem que, justiça seja feita, ainda inferior aos 36 que projetou em janeiro.

E foram adiados concursos públicos.

E declarou-se a diminuição da expectativa de crescimento do PIB de 3,5 para 2%, se bem que, 2% está ótimo, ainda positivo dentro do quadro mundial, embora abaixo da necessidade do país em combater suas ainda colossais diferenças sócio-econômicas.

Ninguém pode dizer que o governo não tem atacado a crise e tomado medidas para combatê-la.

A redução de impostos que promoveu por exemplo, foi tão relevante que pela primeira vez em décadas, o país experimenta uma queda de arrecadação tributária, se bem que, não custa lembrar, é a primeira crise que o país enfrenta com moeda estável, de modo que o crescimento constante de arrecadação que houve em alguns momentos históricos, deu-se mais por correção monetária que por efeito econômico. Mas não deixa de ser relevante notar que antes, a arrecadação apenas crescia, nem que inercialmente, e hoje, caiu.

E ontem, medidas para conter as despesas. Vejam bem contê-las não diminuí-las.

Alguns políticos, como o governador do Paraná, Roberto Requião, fazem cara feia quando perguntados sobre diminuição e contenção de gastos públicos. Ele, Requião, diz que isso é conversa de néo-liberal e que não vai gastar menos com políticas sociais apenas por exigência de especuladores.

Não deixa de estar certo, embora ele cometa alguns dos mesmos erros do presidente Lula nesse assunto. Temos vistos nos jornais quase que diariamente, notícias sobre a explosão de gastos palacianos (no PR e no Planalto) e as generosas contratações de comissionados, funcionários sem concurso alçados aos cargos por motivação política, não técnica.

O atual governo adquiriu dois aviões presidenciais novos junto à Embraer (E-190) ao custo de US$ 212 milhões, dinheiro que seria muito mais bem empregado na satisfação de prementes necessidades militares da FAB, do que em conforto palaciano, até porque, a presidência é atendida por um avião novo, adquirido em 2006. E, do ponto de vista mais relevante, ninguém me convence da necessidade dos milhares de cargos em comissão criados neste governo.

Ora, se o governo não quer reduzir gastos sociais, eu concordo com a justificativa, ainda mais em tempos de crise grave, que afeta os mais necessitados.

Mas isso não significa que não deva reduzir gastos não-sociais e, óbvia e especialmente, os supoérfluos e os políticos, sendo que estes englobam os salários e benefícios dos comissionados.

É momento do governo ousar e proceder uma diminuição drástica de gastos com mordomias (que são naturais em qualquer Estado) e gastos políticos. Começar a dispensar pelo menos uma parte substancial dos MILHARES de comissionados, gente de regra bem remunerada, que não sentiria a crise como a maioria. Seria uma medida importante, com economia de recursos que seriam muito mais bem utilizados nas políticas sociais.

Mas não se pode tapar o sol com a peneira. Se por um lado o governo Lula recuperou os salários e as estruturas administrativas da União, o que é elogiável, por outro, contratou comissionados demais, que nada mais representam, em regra, que dinheiro jogado fora, porque nada agregam em eficiência à coisa pública.

O leitor sabe de minha má-vontade com os tais comissionados. Eu defendo um Estado profissional, amadorismo não condiz com administração pública, ainda mais em tempos de crise.

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...