30 de jul. de 2007

O ACIDENTE E O GOVERNO

A revista VEJA desta semana informa que a causa primordial do acidente da TAM seria a falha do piloto no manejo do avião, incluindo eventual falha de treinamento de pilotagem ou projeto do A-320.

Foi o que bastou para os puxa-sacos do governo saírem a atacar (no anonimato, óbvio)jornalistas e mesmo blogueiros de tentar acusar o presidente Lula sem provas, usando da tragédia por motivos políticos.

Mas a maior prova da responsabilidade do governo, que pode não ser direta, mas é indireta porque ele absteve-se do dever de fiscalizar, está na troca do ministro da defesa e na já anunciada mudança no comando da INFRAERO, sem contar as medidas restritivas do uso de Congonhas e a pressão que já existe sobre a diretoria da ANAC.

Se a ANAC fiscalizasse direito as companhias aéreas, provavelmente não haveria 186 ocupantes num avião com capacidade sugerida de 170, nem a falha do reversor porque as manutenções seriam aferidas.

Se a INFRAERO não fosse um balaio de gatos de politicagem, o terminal de Congonhas seria obra para depois de pronta a pista, inclusive com "grooving", e já teria as restrições de uso anunciadas semana passada há bastante tempo, provavelmente logo após o acidente com o avião da Gol.

Mas em dez meses desde a tragédia do avião da Gol, o que se viu deste governo foi a inação do presidente que, mesmo sem responsabilidade direta pela tragédia, deixou de "presidentar", ao não constatar fatos e cobrar seu ministro da defesa, que por sua vez, nada fez com a INFRAERO e nada requisitou à ANAC, justamente os dois órgãos técnicos, que deveriam ser um contra-peso aos interesses meramente comerciais das companhias aéreas. Mas ao invés disso, cederam às pressões delas, mantendo Congonhas funcionando e reabrindo sua pista bem antes do momento apropriado.

Eu mesmo poupei o presidente Lula em meus comentários sobre o assunto, e continuo fazendo isso, porque se ele for responsável por todos os problemas administrativos do país, deveria dar uma passadinha aqui no balcão da Receita Federal em Curitiba, para passar um pito numa atendente mau-humorada pelo excesso de trabalho causado pelo Super Simples.

Mas exige-se que um presidente exerça o seu cargo e seja presente nas grandes questões e o apagão aéreo não é um problema comezinho, sem relevância, ainda mais em um país onde, para criar 20 mil cargos em comissão basta uma medida provisória, mas para resolver problemas que afetam a vida de milhares de pessoas, exige-se burocracia insana que muitas vezes é feita para atender aos interesses excusos de poucos.

O presidente falhou ao não observar os fatos e agir tardiamente. Se não tem responsabilidade direta, pesa-lhe o resultado da inação de 10 meses. E se tudo estivesse as mil maravilhas, nem o ministro Waldir Pires teria caído, nem a diretoria da INFRAERo estaria no bico do urubu...

29 de jul. de 2007

MUNDO BOLIVARIANO

No UOL de hoje:

Após boato de deserção, Cuba deixa o Rio às pressas.

No site do Globo Esporte:

Medo de deserção faz Cuba ir embora.

No site Reporter Diário:

Cuba assume deserção de dois membros da delegação no Pan.

No Lancenet:

Cuba relata novo caso de deserção no Pan.

Reuters:

Fidel culpa EUA por deserção de atletas durante o Pan.

É a tal coisa. Cuba é o paraíso do socialismo. É o melhor lugar das Américas onde se viver sem o opressivo capitalismo selvagem vindo dos imperialistas norte-americanos. Lá a imprensa é livre desde que não fale mal de Fidel Castro, que é o melhor governante do mundo, conquanto seja ladrão e bilionário e mantenha seu povo na miséria enquanto vive como um nababo.

Cuba é o exemplo de sociedade que querem Hugo Chaves e Evo Morales, e que têm, aqui no Brasil, fiéis seguidores, como José Dirceu, Marco Aurélio Garcia, Luciana Genro, Heloísa Helena, e outros tantos... Cuba é um lugar tão bom de viver que mesmo os privilegiados de lá, atletas de alto desempenho, que recebem muitas benesses do Estado, na primeira oportunidade, resolvem dar no pé.

E ainda tem gente com a audácia de defender aquilo lá...

27 de jul. de 2007

SER ÉTICO É CHATO, MAS... É O ÚNICO CAMINHO

Texto de Fernando Gouveia, que já foi publicado no blog da Saramar e que reproduzo:

Meu nome é Fernando Gouveia e o n. do meu CREA-MG é 53538/D e desafio qualquer técnico ou perito a contradizer minha exposição, óbvia, dos fatos. Se eu estiver errado, rasgo minha carteira do CREA. Desafio qualquer político, rato, FDP, que se sinta prejudicado pela realidade que aqui relato, a me processar. Estou dando meu número do CREA (que não é falso) e meu e-mail. Não precisa fazer esforço pra me achar.

Agora, caso vc não seja um dos pestilentos responsáveis pela desgraça que se abate sobre nós, dia após dia, então não seja um "Zé Ninguém". Pare alguns minutos do seu precioso trabalho, leia o texto abaixo, com atenção, e, caso concorde, pulverize para todos da sua caixa postal. Não se omita. Se não concorda, responda-me, argumente, "defenda" sua posição, mas não seja mais um covarde, mais um egoísta, mais um bundão. Essa coisa tem que acabar, para que nossos netos e filhos tenham condições de viver sem vergonha de serem bem sucedidos e sem medo de usufruir com liberdade das suas próprias conquistas (...).

Minha única irmã estará, na próxima semana, nesse mesmo vôo, também pela TAM e espero que o avião não caia, mas minhas palavras transcendem minha preocupação pessoal com uma pessoa que amo, seja minha irmã, esposa, filhas, amigos, seja quem for. Morrer é o caminho de todos nós e isso, que soa como a questão principal, na verdade, não passa de um detalhe, sórdido, mas subliminar.

Vejam os números: Imaginemos 200 vítimas fatais, cada uma com uma média de 10 parentes e 10 amigos, então teremos 20.000 pessoas indignadas por terem sido atingidas diretamente. No que interessa aos políticos, o voto, esse número é ínfimo. Divida 20.000 indignados por 100.000.000 de eleitores e você verá que foram perdidos "apenas" 0,02% do eleitorado, ou seja, 2% dividido por cem (para os que se confundem com números). E daí? Agora veja quantas pessoas transitam, passeiam, relaxando e gozando, felizes, ou passando raiva, no aeroporto de Congonhas, TODOS OS DIAS. E é a essa "china" humana, de transeuntes, vivos e capazes de votar, que os políticos preferem atender. Por isso que a verba para a reforma, digamos, "antropodinâmica" (que garante conforto, estética, luxo, etc.) saiu primeiro que a verba para os serviços técnicos de pista. Essa é a sordidez da mente nefasta dos nossos políticos: "Que diferença faz uma meia dúzia de 20.000 que se estrepam dali, se outros milhões se alegram de cá".

Fui engenheiro responsável por várias obras de porte que prestei para a INFRAERO, inclusive nas pistas e sou testemunha viva da capacidade técnica desse órgão. Os departamentos de engenharia beiram a perfeição, tanto em recursos humanos quanto físicos. O pessoal da segurança treina até o mais reles peão, um mero carregador de sacos. Todos os trabalhadores, peões ou engenheiros são checados pela segurança, que só depois desta conferência libera os crachás com as indicações de acesso, ou seja, as permissões para transitar nessa ou naquela parte.

Tive um fiscal da INFRAERO que tinha sido meu aluno na Faculdade de Engenharia da FUMEC e, por coincidência, já engenheiro formado, acabou designado para fiscalizar minha obra. O sujeito não relaxou, ao contrário, dobrou a rigorosidade, que já não era pouca. Resumindo, os técnicos e o pessoal da segurança da INFRAERO são sérios, são técnicos e não políticos, sabiam que a pista não estava plenamente segura e não fizeram nada, porque não puderam fazer nada, porque pra nossa infelicidade os Diretores e Presidentes das "INFRAERO da vida", mesmo que tenham sido técnicos um dia, deixaram de sê-lo e hoje vivem da e para a política.

O que se viu ali foi crime, mas não apenas contra meia dúzia de 20.000 vítimas diretas, mas sim contra todos os brasileiros. Os números não assustam e a comoção é uma questão de mídia. Um único feriado mata três vezes a quantidade de pessoas que morreram ontem, só em acidentes de estradas, sem falar na violência desenfreada e na fome.

Se a rede Globo dedicasse o tempo de UM ÚNICO capítulo da sua mega educativa novela, "Os Sete Pecados", para explicar, em linguagem simplificada, para 50 milhões de brasileiros grudados na TV, o que realmente ocorreu naquele acidente, teríamos uma revolução. Só que não interessa a ela, como não interessou mostrar, com detalhes, a vaia que o Lula recebeu no Pan. Cala-se e continua passando seu absurdo folhetim que glamouriza a ruindade de espírito e fica anunciando e repetindo a balela dos interessados em ganhar tempo, com essa conversa mole de "aguardar a perícia". É disso que vivem nossos políticos. De aguardar. De esperar a poeira abaixar, como abaixará mais essa e mais outras tantas.

Não tem papo de perícia: Sou perito formado pelo antigo Instituto Mineiro de Avaliação e Perícias, hoje Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias - Sucursal MG, fui professor da Faculdade de Engenharia da Universidade FUMEC por 11 anos e afirmo, taxativamente, que, nesse caso, não precisa "esperar" o resultado da perícia. Trata-se de um evento óbvio, derivado de um vício construtivo, fruto da irresponsabilidade dos que priorizaram as obras valorizando a plástica e relegando a segurança ao segundo plano.

Toda pista de rolamento precisa de drenagem, o que ocorre um pouco pela permeabilidade dos materiais e a maior parte por um sistema de drenagem básico, jogando a água do centro da pista para as laterais, com recursos primários de inclinação e coleta perimetral. Em locais de maior necessidade de aderência, como em algumas curvas de ruas, avenidas e estradas e também em pontos de pistas de pouso, pontes e viadutos inclinados ou em curva, pátios, enfim, onde se pretenda aumentar o atrito da roda com o piso, são feitas ranhuras, que além de melhorarem o atrito favorecem a drenagem radial. Uma dessas situações é o caso de Congonhas, que tem a chamada "pista curta".

Alguém pode alegar que a pista do Santos Dumont também é curta e também não tem ranhuras, mas existe a questão do ar. Lembrem-se dos jogos de futebol do Brasil, nos países muito altos, onde o ar é rarefeito: O goleiro cobra um tiro de meta e a bola sai do outro lado do campo. Pois é; O Santos Dumont está ao nível do mar e São Paulo a 860 metros acima do nível do mar. Com altitude maior, o ar fica mais rarefeito, o que exige mais pista ou então mais recursos de frenagem para a aeronave. Engenharia é isso, muda tudo e tudo depende de um tanto de coisa e foi pra isso que a engenharia surgiu como ciência.

Especula-se: FOI FALHA TÉCNICA? A equipe técnica da INFRAERO sabe que 2+2=4. Falha técnica seria, se eles não soubessem disso. Mas tenham certeza, eles sabiam. Não fizeram nada porque são mandados por pessoas hierarquicamente superiores, que vão cobrindo a técnica com uma espessa camada de política.

FALHA DO PILOTO? É bom lembrar sempre que ele também estava no avião e ele também morreu. Arremeter é o procedimento indicado em qualquer situação anormal que ocorra entre o momento de início dos trabalhos para aterrisagem até a parada completa da aeronave em solo. O piloto fez o que pôde. FALHA DA AERONAVE? Alegar excesso de tecnologia, ou falha de equipamentos é ridículo. É mais fácil uma arara azul fugir da Amazônia e fazer cocô na sua cabeça do que uma aeronave como essa dar problema.

Sabe qual o nome do ÚNICO VERDADEIRO CAUSADOR DESSA TRAGÉDIA? Eleições 2010. É a ânsia pelo poder... E a culpa nem é do Lula, que não passa de um gerente encantado e lambuzado (quem nuca comeu melado, quando come se lambuza), mas inócuo. O problema é nosso, da classe alta e privilegiada, que muitas vezes nos omitimos, ou nos escondemos atrás dos nossos próprios interesses. Esperem o povão dopado pela ignorância resolver o problema e as coisas só vão piorar. Cada Projeto Shangrilá, cada Urbanização de Aglomerado (nome chique e conveniente dados às favelas), irá comprar a alma e a mente dos pobres. E nós? Vamos vender nossa alma em troca de um aeroporto confortável, de uma vida confortável na base do "foda-se do mundo que não me chamo Raimundo"?

Precisamos entender o mundo com o olho do outro e principalmente, saber se queremos a polícia e a política igual para todos. Porque se for assim, nós, os abastados, teremos que socializar nossas riquezas e teremos que sentar no banco da escola pra estudar ética, pra parar de fechar o cruzamento, de estacionar em lugar errado, de chamar as pessoas usando a buzina, de fechar as ruas pra comemorar jogo de futebol, de trocar de celular de mês em mês "encostando" um aparelho feito pra durar 10 anos e se esquecendo que aquilo vira lixo, etc.

Ser ético é "chato", mas é o único caminho. Eu estou nessa. E você? Se estiver também, comece a exercitar sua ética disparando esse e-mail para o maior número possível de pessoas.

O BRASIL QUER A APURAÇÃO DO CASO RENAN CALHEIROS


foto: Jornal do Brasil

Férias, Pan e o acidente da TAM deram fôlego para a defesa do senador Renan Calheiros que, agora, segundo a Folha de S.Paulo de hoje, conta com a ajuda de órgãos fazendários estaduais de Alagoas.

Melhor ficar de olho!

24 de jul. de 2007

SILÊNCIO ENSURDECEDOR

Nelson Rodrigues, de quem eu nunca fui fã, teria dito algo como esse título, um silêncio ensurdecedor, ao constatar a reação das autoridades nacionais depois do acidente em Congonhas.

Mas é realmente ensurdecedor o silêncio do governo.

Ensurdecedor porque os áulicos, os puxa-sacos, os bolivarianos de carteirinha e os jornalistas devidamente calçados fazem enorme barulho para evitar que respingue responsabilidade no senhor presidente, mas especialmente para que não rolem cabeças de companheiros que, por falta de qualificação, não arranjariam empregos tão bem remunerados como os cargos em comissão deferidos pelo aparelho partidário no governo.

O problema é que não está adiantando muito e as manifestações singelas acontecem pelo país afora, não para responsabilizar o presidente, mas para alertá-lo da incompetência visceral de seu governo, começando pela verborragia irremediável de dois ministros (Turismo e Fazenda), o sono pungente de um terceiro ministro, o da Defesa, e passando pelos atos tresloucados de assessores extremamente próximos do presidente, como o senhor Marco Aurélio Garcia, que despacha há poucos metros do gabinete de Sua Excelência.

Mas o presidente recolhe-se.

É óbvio que o presidente também está comovido com a tragédia, mas seus atos denodam total falta de controle sobre seu governo porque, passada uma semana do acidente, não foi capaz de uma medida sequer tendente a amenizar e buscar soluções para o cáos aéreo, apenas reuniões e palavras ao vento, sem demitir pelo menos uma parte dos comissionados que deram causa ao problema (o ministro da Defesa e a diretoria da INFRAERO, por exemplo), ao nada fazerem durante o primeiro mandato, e especialmente desde o acidente com o avião da Gol.

Fica difícil para um usuário do sistema aéreo, ele deve pensar: durma-se como, com um silêncio desses?

PS: Hoje, 25/07, a presidência da república informou a troca do ministro da defesa, saindo o atual, entrando Nelson Jobim, ex-ministro do governo FHC (ora, quem diria?), ministro sposentado do STF. Também especula-se que haverá mudança na cúpula da INFRAERO... não o ideal, mas, em verdade, um começo. Sinal de que nem todos os protestos são ignorados por Brasília.

22 de jul. de 2007

WINSTON CHURCHILL


Comecemos a semana falando de um estadista de verdade, e com bom humor. Seguem algumas tiradas geniais, do genial Winston Churchill, o mais importante governante do século XX. Foram extraídos da Wikipedia:

Telegramas trocados entre Bernard Shaw (maior dramaturgo inglês do século 20) e Churchill (maior líder inglês do século20 ).
Convite de Bernard Shaw para Churchill:
- "Tenho o prazer e a honra de convidar digno primeiro-ministro para primeira apresentação minha peça Pigmaleão. Venha e traga um amigo, se tiver."
Bernard Shaw
Resposta de Churchill para Bernard Shaw:
- "Agradeço ilustre escritor honroso convite. Infelizmente não poderei comparecer primeira apresentação. Irei à segunda, se houver."


O General Montgomery estava sendo homenageado, pois venceu Rommel na batalha da África, na IIª Guerra Mundial.
Discurso do General Montgomery:
"Não fumo, não bebo, não prevarico e sou herói"
Churchill ouviu o discurso e com ciúme, retrucou:
"Eu fumo, bebo, prevarico e sou chefe dele."



Bate-boca no Parlamento inglês. Aconteceu num dos discursos de Churchill em que estava uma deputada oposicionista, do tipo Heloisa Helena, que pediu um aparte. Todos sabiam que Churchill não gostava que interrompessem os seus discursos. Mas foi dada a palavra à deputada e ela disse em alto e bom tom:
-"Sr. Ministro, se V. Exa. fosse o meu marido, colocava veneno em seu café!"
Churchill, com muita calma, tirou os óculos e, naquele silêncio em que todos estavam aguardando a resposta, exclamou:
-"Se eu fosse o seu marido, eu tomava esse café!"

O repórter pergunta ao velho Churchill, aos 80 ou 90 e poucos anos...
- Churchill, qual o segredo dessa longevidade?
- O esporte, meu caro, o esporte... nunca o pratiquei


A democracia é a pior forma de governo, salvo todas as demais formas que têm sido experimentadas de tempos em tempos".
- Em discurso na Casa dos Comuns, em 11 de Novembro, 1947.

"O vício inerente ao capitalismo é a distribuição desigual de benesses; o do socialismo é a distribuição por igual das misérias."

"É melhor morrer em combate do que ver ultrajada a nossa nação."

"O que espero, senhores, é que depois de um razoável período de discussão, todo mundo concorde comigo."

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...