12 de fev. de 2008

O SUBMARINO NUCLEAR BRASILEIRO


Há quem faça careta para o programa nuclear da Marinha do Brasil, cujo objetivo é dotar o país de tecnologia para construir submarinos e porta-aviões nucleares (isso em um segundo momento).

A mania brasileira do deixa disso, alegando que somos pacíficos e não-intervencionistas, leva muitas pessoas a crer que é desnecessário investir em armamentos sofisticados, o que é um equívoco que pode ser comprovado.

Vejam os países líderes do mundo atualmente: EUA, Rússia, China, França, Inglaterra, Alemanha e Japão. Apenas os dois últimos não detém tecnologia nuclear militar e não é por que não querem, mas basicamente porque sua segurança é provida ou pela OTAN no caso da Alamanha, ou pelos EUA, no caso japonês.

Todos os demais investiram e investem em programas nucleares para suas forças armadas, porque isso mantém o seu "status" de nações poderosas e gera dividendos em todas as áreas de suas economias. Cada centavo investido em tecnologia militar, gera pelo menos o triplo de lucro em aplicações civis, o que explica o por que de países como os EUA e a Rússia, armados até os dentes com poder de destruição global, continuarem estudando novos armamentos.

Alemanha e Japão só não aderiram às pesquisas nucleares de caserna por que perderam a II Guerra. De qualquer modo, esses países já eram superpotências ao fim do conflito deflagrado pela loucura de Hitler, e mesmo derrotadas não deixaram de ser. Já Rússia e China não eram, mas alcançaram o status primeiro por poderio militar e depois, bem depois, por poderio econômico.

Portanto, se o Brasil quer ser um "player" global tem sim que desenvolver tecnologias militares, aplicá-las e virar exportador de armamentos. Mantendo-se na posição de cordeiro do mundo, o país nunca deixará de ser um exportador de matérias-primas que só é lembrado pelo seu futebol e pela libidinagem carnavalesca mostrada em escala global a cada fevereiro.

Mas há outros aspectos internos ao Brasil, que merecem ser considerados.

O primeiro deles é a extensão de nossos mares territoriais, que seriam patrulhados com muito mais eficiência com submarinos e porta-aviões nucleares, garantindo assim a soberania e a exploração econômica saudável de riquezas animais e vegetais, além, claro, de garantir o tremendo potencial petrolífero das bacias que existem de norte a sul do Oceano Atlántico brasileiro.

Outro, é a segurança interna e a luta contra o crime organizado. Li há pouco na revista Força Aérea deste mês, que o programa A-29 Super-Tucano, posto em operação apenas parcial, já diminuiu em 35% o número de vôos ilícitos sobre o Pantanal e a Amazônia, e isso sem necessidade de disparar um único tiro.

Uma frota de superfície bem guardada por submarinos nucleares, faria sua parte na luta contra o tráfico na fronteira marítima, seria uma enorme contribuição para diminuir os índices de violência interna no Brasil ao estrangular o crime organizado.

Materiais militares sempre causam polêmicas, porque as pessoas tem a idéia errada de que eles são adquiridos para atacar alguém.

Isso não é verdade, um soldado é formado para lutar, mas ao mesmo tempo, para obedecer, de modo que comandantes bem preparados (e as academias militares brasileiras são centros de excelência em formação intelectual)não saem atacando ninguém sem justos motivos e sem obedecer estritamente uma cadeia de comando.

O Brasil precisa deixar de pensar pequeno e assumir uma condição de aspirante a ser potência, e isso passa por gastos militares que o tornem uma figura politicamente relevante no mundo.

Eu sou a favor do submarino nuclear e da aquisição de tecnologia para a construção de aviões de caça e sistemas de defesa, isso á parte do desenvolvimento econômico e até político de uma nação.

Leia mais:

Portal Defesanet
Agência Linha de Defesa
No portal BOL:
Sarkozy acena com transferência de tecnologia militar ao Brasil
Acordo entre Brasil e França para submarino nuclear causa debates na Europa

11 de fev. de 2008

CARTÕES CORPORATIVOS

Eu esperei um pouco antes de comentar o assunto dos tais cartões corporativos, basicamente porque não gosto de escrever aqui sobre o óbvio.

Que houve gastos excessivos e irregulares, que muita gente se fartou com o dinheiro público por prazeres pessoais, isso todo mundo está sabendo e nem é novidade, num país onde um detentor do cargo inútil de vereador tem verba de gabinete mesmo em municípios paupérrimos. Com efeito, um deputado ou senador de qualquer partido que ousar atacar o presidente Lula ou o governador Serra por gastos de gabinete no cartão corporativo, estará esquecendo das dezenas de funcionários que contrata,os jetons, os auxílio-moradia ou bolsa terno ou coisas parecidas que fazem parte das inúmeras mordomias legislativas.

Fui acompanhando o caso até que no sábado apareceu algo que valia a pena comentar.

O Ministério Público e o Judiciário abriram inquérito para apurar o uso irregular de cartões corporativos no valor de R$ 1,2 milhão.

1,2 milhão no Judiciário e no MP, contra os 120 milhões já apurados no do Executivo Federal e os estimados 100 e 70 milhões, respectivamente do Executivo paulista e do paranaense, campeão proporcional absoluto na arte de torrar dinheiro público com asneiras.

O fato do MP e do Judiciário jogarem menos dinheiro fora em irregularidades assim é explicável pelo fato de serem órgãos profissionalizados, com quadros funcionais fixos, altamente técnicos e versados em serviço público. Portanto, órgãos onde os funcionários sabem distinguir o dinheiro público do privado e, mais que isso, sabem as consequências (em teoria) do gasto irregular.

Os gastos excessivos no poder Executivo (e no Legislativo também, bastará alguém verificar isso que encontra) são potencializados pelos ocupantes de cargos em comissão, gente de regra desqualificada e incapaz de prestar concursos públicos, mas que é lotada em cargos chave (como secretarias e chefias administrativas), recebendo salários muito acima da média nacional mas mesmo assim se fartando nas mordomias como se elas não fossem pagas pelo suor do povão roubado por impostos estúpidos como a CPMF (estúpidos e venais também os que a defendem!).

O uso do cartão corporativo será tão mais irregular quanto menos profissional e preparado o agente que portá-lo. É óbvio que haverá agentes profissionais e preparados pegos usando-o de modo irregular mas pensemos bem: será que a maioria não recebe "ordens superiores" para tal?

Enfim, esse episódio serve para que mais uma vez eu venha aqui defender o funcionalismo de carreira e lutar contra os comissionados que fazem do Estado brasileiro uma estrutura inchada, ineficiente e eleitoreira, o que explica, em muito, a eterna crise fiscal que mantém os juros altos e as contas públicas eternamente contingenciadas, mesmo quando há recorde sobre recorde de arrecadação tributária.

E que fique bem claro que boa parte dos recordes de arrecadação tributária são fruto da eficiência de funcionários de carreiras profissionalizadas na Receita Federal do Brasil.

7 de fev. de 2008

MAIS UM CANDIDATO A DITADOR

Vejam, conforme a Folha de S.Paulo, que a onda de reformas constitucionais "latrino" americanas não atinge apenas os regimes bolivarianos. Aliados dos EUA, como Álvaro Uribe, também querem entrar no bloco do "fica mais 4 anos prorrogando o quanto puder":

Aliados de Alvaro Uribe voltam a propor reforma por terceiro mandato

Não difere em quase nada de Hugo Chaves.

O INCRÍVEL! O BIZARRO!! O EX-TRA-OR-DI-NÁ-RIO!!!


Eu já respondi esse me-me em alguns blogs, e provavelmente vou repetir algumas das (muitas) particularidades minhas, mas ele é interessante, de modo que lá vai:

1. Faço o possível para não comprar absolutamente nada na cor vermelha, uma das poucas exceções é tomate.

2. Sempre tenho um papel próximo ao computador para rabiscar enquanto penso. Todos os dias jogo fora pelo menos uma folha cheia de rabiscos e frases incompreensíveis.

3. Guardo as moedas de 1, 5, 10 e 25 centavos que recebo numa lata e, quando ela completa algo próximo de R$ 100, troco por papel-moeda no supermercado ou na papelaria de perto de casa.

4. Não gosto de telefone. Faço o possível para não usá-lo, prefiro a comunicação via e-mail ou MSN. Sempre que é possível, peço para outra pessoa fazer a ligação ou atender. Só uso telefone celular quando estou longe do escritório e mesmo assim, privilegio a troca de mensagens SMS.

5. Sou desorganizado com roupas e calçados, que ficam todos entulhados dentro dos armários, de tal modo que preciso procurar (e bagunçar ainda mais) a roupa que pretendo vestir. Ao mesmo tempo, mantenho minhas estantes de livros em perfeita organização por ordem alfabética.

6. Sou de lua. Se acordo de mau-humor, a pior coisa que uma pessoa pode fazer é perguntar por que estou assim, isso me deixa ainda mais puto. Fico de mau-humor sem razão e se acordo assim, assim ficarei o dia inteiro.

A coisa mais extraordinária deste me-me, é que ele foi enviado, quem diria, pelo Ricardo Rayol. Ou é o final dos tempos, ou alguém está amaciando o coração do lendário e indignado blogueiro.

6 de fev. de 2008

DESGOVERNO

Na minha cidade o serviço 190 simplesmente não funciona e corre o boato de que não há nenhum policial lotado aqui, porque o estado exigiu contraprestação do serviço por parte da prefeitura, que não é do PMDB e não apoiou Requião no último pleito.

Boato ou não, a cidade está entregue a arruaceiros que ligam as aparelhagens de som de seus carros por volta de 23:00 e desfilam impunes todos os lugares até pelo menos 03:00, sem que ninguém consiga fazer nada

A última batida policial ocorrida aqui, foi há alguns meses, quando o atual prefeito estava afastado e o seu vice, filiado ao PMDB e candidato para este ano por estar brigado com o cabeça de chapa, comandava o município.

Enfim, mais um aspecto do desgoverno em que se converteu a administração Roberto Requião.

E a propósito, vale a pena ler o comentário de Gilberto Dimenstein na Folha de São Paulo. O artigo CURITIBA DÁ PENA, que demonstra bem que a capital do Paraná já não é mais o oásis de estabilidade do passado, o que foi causado pelo inchaço populacional tanto quanto pela irresponsabilidade do atual governo em abandonar a Polícia Militar ao Deus dará.

Políciamento é atribuição dos governos estaduais, que isso fique bem claro.

E fique bem claro também que, pelas estatísticas do Ministério da Saúde, Curitiba hoje é mais violenta que São Paulo.

Mas o governador Requião fez um giro por Cuba e Miami neste carnaval, assim como passa os finais de semana ou em Foz do Iguaçú ou em Caiobá e reside na altamente segura Granja do Canguiri, onde certamente não sofre com arruaceiros atormentando seu sono de madrugada.

4 de fev. de 2008

UMA SÍNTESE DO CARNAVAL


"Não vi nada de carnaval esse ano. Minto. Vi 5 minutos de um desfile da, creio eu, Acadêmicos do Tucuruvi, cujo enredo versava sobre o sorvete. Duas escolas elegeram sorvete como tema. Junte a falência do axé, pense nesses temas, lembre o carro do Holocausto que foi sabiamente proibido de sair na avenida, a invasão de banners com propagandas de cerveja no Galo da madrugada em Recife e quem sabe não tenhamos dados suficiente para afirmar que o carnaval, a mais espetacular manifestação popular do planeta, saiu dos trilhos, perdeu o rumo, vendeu-se".


Leia aqui, a matéria completa, coluna de Márcio Alemão, no Terra Magazine.

2 de fev. de 2008

PRÉDICA E HISTÓRIA

Depois de algum tempo abandonado, tem post novo em Prédica e História, o artigo
CONCILIAÇÃO: PARTIDOS POLÍTICOS NO BRASIL.

É longo, tem 7 capítulos, citações e bibliografia, dividido em 4 blocos de publicação, para facilitar os comentários de quem quiser fazer críticas, elogios, correções ou simplesmente dar um pitaco sobre o assunto.

Conto com a leitura dos mais pacientes, apesar do tamanho.

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...