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1 de jun. de 2018

PEDRO PARENTE LARGOU OS BETS


Aqui em Curitiba, largar os bets é desistir de um jogo de bola e taco, que é tão complicado que mesmo que eu faça um esforço enorme de memória, não consigo lembrar das regras. Mas enfim, largar os bets é cansar de um negócio que já está te exaurindo, é capitular, desistir, entregar o ouro pro bandido, ir para casa, procurar paz de espírito.

Pedro Parente foi chamado para presidir a Petrobrás quando o PT e o PMDB conseguiram a façanha de, mesmo ela sendo monopolista, estar deficitária e com o título de empresa com a maior dívida entre todas no mundo, em rota de falência igual à sua sua irmã PDVSA, que foi destruída pelo ladrão Hugo Chaves e pelo idiota Nicolas Maduro, ambos ditadores, ou seja, nossa suposta democracia não deve nada a regimes de exceção.

Eu já escrevi aqui que a Petrobrás é única no mundo, é uma empresa organizada na forma de estatal monopolista com ações em bolsa, e não em qualquer bolsa, porque seus papéis estão na NYSE e no Ibovespa, e provavelmente em alguns dos principais pregões pelo mundo afora.

Seus funcionários são estáveis e, por mais incompetentes, desonestos e descompromissados que alguns sejam, estes não podem ser demitidos, o que faz com que o custo de mão-de-obra da empresa seja 3 vezes maior que o de concorrentes que faturam o triplo. É um monopólio, somente ela negocia derivados de petróleo no país, porque apesar do discurso do mercado livre, ninguém ousa importar combustíveis e deparar com o imenso aparato burocrático e fiscal do governo brasileiro, que tudo faz para protegê-la de concorrentes. Ademais, por lei, ela negocia na marra o etanol que não produz, com uma margem mínima para que ele jamais seja vantajoso em relação à gasolina da empresa. É um monstro que transfere para os seus preços toda a sua incompetência e e engessamento, além dos resultados da corrupção endêmica, causada por sua simbiose com a política e o Estado que à protege do mercado, e que faz com que tenha que comprar navios e plataformas dentro do país pagando 3 vezes mais caro, doar refinaria para a Bolívia ou construir planta industrial de R$ 5 bi, que acaba custando 14 vezes isto sem sequer entrar em funcionamento.

E ao mesmo tempo, é uma empresa que deve explicações a milhares de acionistas, muitos dos quais aplicaram seus saldos de FGTS para serem sócios de uma companhia de petróleo e, que por óbvio, querem lucro. Nenhum metalúrgico do ABC, mesmo filiado ao sindicato que é feudo da CUT, aceita que o dinheiro do seu FGTS seja corroído por prejuízos, mesmo em nome do “Capitalismo de Estado”, eufemismo criado por Dilma Roussef para sugerir a implantação de um modelo socialista de empresa que só serve mesmo aos políticos que mandam nela e aos seus altos funcionários, muitos deles nababos que ganham salários de 6 dígitos. Todo acionista quer lucro, se para tanto for necessário reajustar o preço dos combustiveis na bomba todos os dias, ainda assim ele quer lucro e que assim seja.

Pedro Parente será lembrado na história como o presidente da Petrobrás que criou esta política de reajuste diário, e não pelo fato de ter recuperado os resultados financeiros tão importantes para os milhares de acionistas, nem por ter diminuído a dívida colossal em igualmente colossais 130 bilhões a menos em dois anos. A memória nacional muito menos vai lembrar que ele fez tudo isso sem nenhum aporte do Tesouro Nacional, dinheiro que seria negado à saúde, educação e segurança, mas que ia salvar o investimento de quem comprou ações e se aventurou na bolsa, mesmo sabendo que a empresa era usada para as mais asquerosas manipulações políticas.

Vão dizer que Parente diminuiu a produção e aumentou a importação de derivados, aumentando a dependência dos preços da empresa ao dólar e ao mercado, mas não dirão que ele fez isso porque os custos operacionais da gigantesca petroleira "do povo" são imensamente maiores, sem a possibilidade de demitir ou exigir mais eficiência de quem trabalha lá, afinal, todos estáveis, bem remunerados e filiados à Federação Única dos Petroleiros (CUT), ávida por paralisar o país para derrubar todos os presidentes da empresa e da república que não forem socialistas.

Nestes dias de greve dos caminhoneiros, até mesmo contratos assinados por Parente foram devassados pela mídia, com o tom de que ele teria se aproveitado com o uso de parentes. Uma mídia que passou 10 dias mostrando postos de gasolina lotados de retardados com galões na mão, mas não se deu ao trabalho de esclarecer minuciosamente as ilações que fez contra um homem que foi contratado para salvar a companhia, e o fez.

Pedro Parente largou os bets no meio da quadra, caiu fora, cansou do show de horrores onde gente vai para a rua pedir intervenção militar, fora temer, volta lula, morte ao PT, cadeia para políticos e preços baixos de combustíveis nem que isso signifique destruir o resto da economia, uma população que não sabe de onde vem o dinheiro para atender suas demandas, muito menos  o que significa formação de preço ou custo operacional.

Bem fez ele, se eu pudesse largava os bets do Brasil...

9 de jun. de 2009

O PREÇO DA GASOLINA E DO DIESEL NÃO VAI CAIR

Que o leitor não se anime, os preços da gasolina e do óleo diesel não vão cair.

Acontece que ano passado, quando o barril do petróleo batia o recorde de quotação (US$ 140) a Petrobrás aumentou o preço na refinaria e o governo compensou isso diminuindo a CIDE - Contribuição Social por Intervenção no Domínio Econômico, o que deixou o preço estável na bomba.

Ontem, a Petrobrás anunciou que uma baixa de mais ou menos 9% no preço da refinaria, o que corresponde a dizer que ela já compensou as supostas perdas ocorridas quando o barril estava supervalorizado. Mas quando anunciou isto, imediatamente o governo tratou de compensar, aumentando a alíquota da CIDE, que é variável.

Há aspectos bons e ruins nisso tudo.

O aspecto bom é o país experimentar algo que era impensável em esferas governamentais no passado, a política tributária. Política tributária, em termos práticos, significa administrar alíquotas variáveis com vias a resultados que não apenas o da arrecadação. Assim, a CIDE foi usada para evitar o aumento do preço dos combustíveis na bomba, como a queda do IPI foi utilizada para alavancar as vendas de veículos e eletrodomésticos nestes 6 primeiros meses de 2009, evitando uma retração econômica maior por conta da crise econômica mundial.

Outro aspecto interessante é o da estabilidade de preços dos combustíveis. É claro que o consumidor quer gasolina e óleo diesel baratos, até porque o preço destes, determina o preço final do álcool na bomba também. Mas a estabilidade de preços é boa para toda a economia, no sentido de que impede variação excessiva de custos, a partir de um insumo universal, o combustível.

O aspecto ruim é a constatação de que os combustíveis brasileiros encontram-se entre os mais caros do mundo porque são pesadamente tributados. Algo em torno de 60% do preço pago na bomba, para álcool, gasolina, óleo diesel e GNV, são impostos. Há estados em que o preço da gasolina na bomba é em torno de R$ 2,55, mas o ICMS é cobrado sobre R$ 2,82. Em outros, como o Paraná, a substituição tributária é feita com alíquota de até 129%, o que significa que, sobre o preço da refinaria, soma-se 129%, aplica-se a alíquota e cobra-se com antecipação. E a situação é exatamente îgual para os demais combustíveis e lubrificantes.

Outro aspecto ruim é o do monopólio de fato que a Petrobrás detém sobre o refino e a importação de combustíveis, que na prática torna impossível que uma distribuidora se aventure a concorrer com ela, mesmo em mercados localizados. Se a Petrobrás não tivesse esse monopólio, a possibilidade de preços menores para combustíveis seria bem maior, porque abriria a possibilidade do preço básico eventualmente ser menor, chegando à bomba com alguma diferença em favor do consumidor.

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...