30 de set. de 2008

CONGRESSISTAS E ESPECULADORES

E o "Plano Paulson" foi rejeitado pelo Congresso dos EUA.

É certo que dado o processo eleitoral daquele país, a discussão da matéria foi acirrada e dotada de grande carga ideológica. Muitos republicanos imaginaram que, aceitando a intervenção bilionária do Estado na economia, estariam dando fôlego aos democratas não só para levar Barack Obama para a Casa Branca, como para ele continuar nela em 2012 e ainda fazer o sucessor.

Isso porque a solução proposta pelo governo Bush vai radicalmente contra todo o ideário republicano, sempre mais liberal, menos intervencionista e distante daquele Estado mais centralizador pregado pelos democratas, embora mesmo estes não sejam adeptos do intervencionismo que constatamos aqui no Brasil e mesmo em alguns países europeus.

De qualquer modo, empenhar neste momento 750 bilhões de dólares para salvar empresas financeiras teria o efeito de deixar os republicanos sem discurso por décadas, causando-lhes sérios problemas eleitorais, vez que em boa parte do país, é o viés ideológico que define as votações, o que explica o sucesso que os democratas fazem nos centros urbanos mais desenvolvidos e o dos republicanos, nos estados de economia agrícola.

Se estivéssemos longe das eleições dos EUA, provavelmente o plano seria aprovado, mas mesmo assim, com alterações profundas, porque quando levado a votação, os líderes do Congresso americano já haviam decidido não empenhar 750 bilhões numa tacada só, contingenciando 450, 100 para uma eventual segunda parcela e 350 apenas e tão somente se as duas primeiras tivessem efeito visível nas relações econômicas.

Eu encarei a decisão como um voto de confiança do Congresso na economia do país e nos seus agentes econômicos. Ficou bem claro que entenderam que o estrago está feito, e que remendar não necessariamente soluciona a questão, que dizer entregando 750 bilhões que seriam melhor usados em desonerações tributárias que geram crescimento econômico, por afetarem a economia real.

Engana-se quem pensa que a histeria nas bolsas de valores afeta a opinião dos congressistas dos EUA. Não que eles sejam imunes ao clamor popular, mas o fato é que eles distinguem direitinho esse clamor de um movimento especulativo. Mais que isso, o fato do plano ter partido do governo Bush foi encarado apenas como uma obrigação de quem errou tanto em diversos setores da administração. Nem que tivesse maioria no Congresso, Bush conseguiria impor o seu plano, encarado como imediatista à guisa do discurso de catástrofe tão comum nos lábios de quem vive de valorizar e desvalorizar ações contando com a manchetes dos jornais.

Devemos lembrar que o mercado de ações nos EUA é uma tradição de século e meio. Aquele país está acostumado a presenciar corretores se descabelando, porque sabe que na arena das finanças, nem sempre histeria e desespero são sinais de quebradeira.

Fiquei com impressão que o Congresso dos EUA levou isso em consideração, pelo menos num primeiro momento.

Em tempo:

Há tempos atrás se reclamava muito no Brasil do dólar barato demais, que diminuía a retabilidade das exportações. Hoje, abri o jornal e li que praticamente os mesmos grupos de empresas e pessoas que falavam isso, mostram-se "preocupados" com a valorização do dólar. No Brasil, a especulação tem uma cara-de-pau que nem precisa de óleo de peroba!

28 de set. de 2008

PREOCUPANTE

Não sou economista, mas já levantei aqui neste blog, algumas questões que o ex-presidente do BNDES, Carlos Lessa citou na matéria que você pode ler no DEFESANET:

"O dólar acabou"

Eu não torço por uma crise, muito menos se ela afetar o atual governo, porque o Brasil já elegeu em meio a uma crise severa, um senhor chamado Fernando Collor e deu no que deu.

Mas não custa alertar e lembrar que Carlos Lessa é um petista histórico, gente que estava na gênese do partido do presidente Lula. E ele faz alertas importantes, fugindo da "maris tranquilitatis" dos discursos oficiais.

27 de set. de 2008

LUTO


Ícone de talento, beleza e versatilidade.
Morreu hoje o "indomado" Paul Newman, um dos maiores atores de cinema da história.
O século XX vai embora devagarinho, deixando saudades.

26/01/1925 - 27/09/2008

26 de set. de 2008

DE OLHO NA BUTIQUE DELA

O Brasil tem milhares de defeitos. Sua democracia têm problemas estruturais, sua classe política é nojenta e nem sempre o povo respeita suas leis. Há muita corrupção, pobreza e outras idiossincrasias que já levaram alguns a chamar o país de Belíndia, mistura de Bélgica com Índia, dados os enormes contrastes tão comuns nessa terra, onde carroças rodam ao lado de Ferraris reluzentes.

Mesmo assim, o Brasil é um país pujante. E isso não é apenas pela graça de suas enormes riquezas naturais, mas também pelo hercúleo esforço de seu povo em pagar uma carga tributária absurda ao mesmo tempo em que não se curva ante as adversidades, por mais que tudo à sua volta o instigue a isso, como por exemplo, a falta do mérito que alça medíocres a cargos importantes e rechaça os esforçados.

Mal ou bem, o Brasil ergueu uma economia diversificada, um mercado consumidor de potencial ainda inexplorado e empresas gigantescas, como Itaipú Binacional, Petrobrás, Vale, Embraer, Votorantin, Odebrecht e outras tantas.

Escrevo tudo isso, a propósito do que temos visto nos últimos tempos, vindo de nossos vizinhos (que alguns chamam erroneamente de "hermanos"), como a Argentina, O Paraguai, a Venezuela, a Bolívia e o Equador.

Os argentinos vivem resmungando sobre o Mercosul. Acusam o Brasil de tomar seus mercados internos, de comprar seus produtos barato demais, de destruir sua índústria. E invariavelmente, as reclamações acontecem quando algum tipo de crise econômica os aflige, o que não é incomum, convenhamos.

O Paraguai resolveu discutir o tratado de Itaipu, usina que foi construída com recursos brasileiros e que gera tanta energia, que a parte dos "hermanos" pode ser vendida para outros países. Um negócio da China, no qual o Paraguai não investiu quase nada e ganhou independência elétrica. Mesmo assim não está bom, o preço está baixo, o "imperialismo" brasileiro parece culpado pelo descalabro daquele país que de ditador em ditador, acabou descobrindo um resquício de democracia e elegendo um padre para presidente.

A Venezuela até não incomoda. Por ser um país rico os problemas que temos com ela são os resmungos de seu presidente e as ameaças indiretas que ele faz por meios militares, apesar, ainda, de sua tentativa velada de impor-nos um gasoduto faraônico (que seria pago pelo Brasil) para tratar de escravizar nossa indústria ao modelo boliviano.

A Bolívia expropriou bens brasileiros, exigiu aumento do preço do seu gás, e agora não é capaz de entregá-lo. Pela desculpa de sua democracia e justiça social, pôs a mão no bolso brasileiro sem cerimônias, arrancou uns quebrados é dá claros sinais de que não vai devolvê-los.

E por fim, o Equador. Construiu uma usina hidroelétrica que foi entregue com 9 meses de antecedência por uma empresa brasileira, que usou um projeto fornecido pelo próprio país. Acusa a empresa de incompetência e corrupção e imediatamente discute uma dívida de 200 milhões de dólares - do BNDES -, agência estatal brasileira de fomento. Dá a nítida impressão de que inventou problemas para não pagar, contando com a notória bondade brasileira.

O Brasil vive levando chapéus da Argentina, levou ferro na Bolívia, engoliu sapos do presidente Venezuelano, tá ensaiando pedir arrego pro Paraguai e agora, não duvide o leitor, é capaz de levar calote do Equador.

Todos os "hermanos" de olho na butique brasileira, aquela que foi fundada e financiada com uma das cargas tributárias mais injustas da humanidade e com as taxas de juros mais altas do planeta, cujo resultado sempre foi o de serviços públicos deficientes, miséria e problemas incomuns de uma gente que reclama pouco, mas apesar disso tem muito valor.

E o pior é que a butique tem dado descontos generosos para eles.

24 de set. de 2008

BÊBADOS, BEBERRÕES E BEBUNS - de Ivan Lessa

Eu não posso reproduzir aqui, porque citar apenas uma parte não faria sentido e reproduzir na inteireza poderia causar problemas com direitos autorais.

Mas recomendo, a engraçada crônica do Ivan Lessa, hoje, no site da BBC-Brasil:

Bêbados, beberrões e bebuns.

22 de set. de 2008

MUSIQUINHAS DE CAMPANHA

Você leitor, votaria em alguém que tivesse visto minutos antes em um supermercado, escondendo produtos dentro de um casacão para não pagá-los?

Pois é, a cada 5 minutos passa na frente da minha casa um carro de som de algum candidato diferente, tocando uma música com motivos eleitorais, tais como "candidato honesto, trabalhador, amigo do povo, competente, capaz, etc...", todas elas usando dos acordes de algum sucesso sertanejo, pagode, axé e até mesmo do Calypso, cujo ritmo paraense em não lembro e não sei indicar.

Não bastante o barulho infernal, não pagam um centavo de direitos autorais!

Basicamente, roubam o artista como se roubassem um chocolate no supermercado. E roubando o artista, roubam as gravadoras e seus funcionários. E os músicos e técnicos que acompanham o artista. E o pessoal que trabalha na distribuição legal das músicas pela internet ou mesmo por meio de CD. E as famílias e todas as pessoas envolvidas no mercado fonográfico.

E o pior de tudo: roubando toda essa gente na cara dura, querem ser representantes do povo!!!

Posso não gostar de duplas sertanejas, de conjuntos de axé ou de funk, de grupos de pagode ou mesmo da Joelma e do Chimbinha do Calypso. Mas o trabalho e a composição são deles e dos músicos e letristas envolvidos. É patrimônio deles, protegido pela Lei, que só caem em domínio público décadas depois da sua morte.

Mas no Brasil, onde políticos fraudam licitações, contratam parentes e pagam bordéis com o dinheiro público, roubar músicas também é parte do processo político, e o TSE assiste impávido milhares de candidatos roubando pessoas honestas e ainda alegando ser a "festa" da democracia. Assiste impávido uma violação acintosa de direitos de terceiros.

Podem dizer: burocracia demais para registrar as musiquinhas nos TRE(s) e verificar a autoria e pagar os direitos. Mas antes burocracia para proteger a Lei e o patrimônio de pessoas, que a falta dela para acostumar os políticos s roubar.

20 de set. de 2008

CADERNOS DE VIAGEM - 10 - GUARATUBA

O litoral do Paraná é pequeno e carente de belezas em seus balneários. Em verdade, a maior parte da costa paranaense é área portuária de Paranaguá, ou de preservação ambiental como em Guaraqueçaba. Por tais razões, sequer o trecho da BR-101 existe no estado. Assim, pouco se fala de praias paranaenses, até porque elas são ruins do ponto de vista da estrutura turística, embora ótimas se o quesito for de praias, pois têm grandes faixas de areia e águas relativamente calmas.

Mas Guaratuba é exceção. É uma cidade bonita e agradável, com atrações para os turistas e uma estrutura hoteleira que, se nem próxima da que existe em Santa Catarina, ainda assim é a melhor do Paraná.

Claro que há defeitos sérios, tais como as ligações de esgoto que, justiça seja feita, têm sido alvo de fiscalização apurada do Instituto Ambiental do Paraná, mas que ainda causam vexatórios relatórios de balneabilidade, se bem que não diferentes de nenhuma outra costa no Brasil.

E é aqui pertinho, menos de uma hora de Curitiba, ou pela BR 277 passando pelo "ferry-boat" ou pela BR 376/101, à qual se chega por via rodoviária, passando por Garuva/SC.

Bem no centro histórico da cidade, a Igreja do Divino Espírito Santo.

Na mesma praça em que se encontra a igreja, há uma espécie de beco, entrada para o Porto Píer/Porto Deck, que é um conjunto de barzinhos voltados para a baía de Guaratuba, cuja vista é bonita ao entardecer.


Do mesmo lugar, parte esta escuna, que faz um passeio pela baía, que é área de preserva- ção ambiental. Consta que numa ilhota no meio dela, existe um ótimo restaurante só acessável com esta embarcação.

Vista da baía ao pôr do sol.

Vista da orla, a partir do Morro do Cristo, que é uma área um pouco degradada pelo excesso de farofeiros que se instalam por ali. Mesmo assim, vista bonita.

Esta é a marina do Iate Clube, para onde há um bar voltado, anexo a um bom restaurante que também dá vista para a baía.

Por fim, a vista do morro do Cristo.

PS: Clique nas fotos para aumentá-las.

Uso livre na internet, citada a fonte.

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...