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23 de abr. de 2009

BATE BOCA NO SUPREMO

O STF é um tribunal político em essência. Ele não julga apenas baseado na letra fria da Lei ou da Constituição, ele tem um olho na sociedade, porque a interpretação de uma norma pode modificar-se, uma vez modificados os costumes adotados na vida real, que nem sempre guarda paridade com as conceitos ideais do legislador ou do constituinte.

Por isso, naquela bancada, cabem debates em alto nível, onde a política é apenas um elemento a mais, tratada sob o prisma científico muito mais que o prático, que dizer quando a prática política do Brasil é rasteira como sabemos que é.

O ministro Joaquim Barbosa teria certa razão se levantasse aquelas questões em particular, com os demais integrantes do STF e mesmo num bate-boca com o Gilmar Mendes, na hora do cafezinho.

Da opinião que ele tem sobre seu colega, em parte eu compartilho, mas expressando-a na bancada do STF, ele perdeu o argumento, porque ali, os ministros são apenas engrenagens do Estado, uma representação da coisa pública.

Gilmar Mendes é presidente do STF, podemos não concordar com suas decisões, podemos até ficar contrariados com elas. Mas elas são proferidas dentro de um contexto de legalidade e prerrogativas que a ele são deferidas em razão do cargo que ocupa. A forma de contestar seus atos é o recurso judicial, onde seus pares tratarão de decidir se errou ou acertou ao proferi-las.

Por mais que tenha tido boas intenções (e teve!) e cidadania. Por mais que seja o ministro Barbosa um ótimo magistrado que honra a toga que lhe foi deferida. Mesmo que a sociedade queria ouvir o que ele disse, mesmo assim não se pode, em público, ofender a própria instituição, e foi isso que aconteceu ontem.

Instituições existem porque são maiores que os homens que às compõem. Eu preferia que o fato não tivesse ocorrido e que a imagem do STF continuasse intacta.

E se alguém me perguntar como fica a imagem do STF a cada vez que o ministro Mendes defere uma liminar em favor de Daniel Dantas ou de quem quer que seja, eu continuo dizendo - essa insatisfação tem recurso específico para ser levada a termo.

23 de jul. de 2008

A CARA-DE-PAU DE QUEM PEDE VOTOS

Anos atrás, um candidato a governador do Paraná (de um partido de esquerda, antes que venham dizer que isso é exclusividade das elites) inventou um jagunço que supostamente seria um empregado do seu adversário no segundo turno das eleições.

O tal jagunço foi à TV e disse que matou e roubou a mando da família do candidato, que, claro, perdeu a eleição.

Tempos depois descobriu-se que foi uma farsa muito bem engendrada, mas suficiente para levar ao Palácio Iguaçú o seu idealizador que, esperto que é, tratou de colocar a culpa em assessores, meio que "esquecendo" seus discursos inflamados e caluniosos, discursos estes que ele continua fazendo até hoje, a cada vez que descumpre determinação judicial ou tenta justificar as falcatruas das pessoas que o cercam.

E o processo corre até hoje, tocado por advogados bons em fazer com que ele nunca acabe e não cause constrangimentos a ninguém.

É apenas um caso. Todos os anos eleitorais, são muitas as acusações falsas, as interpretações maliciosas de fatos e os atos de cinismo contra adversários, sendo que o agente geralmente se diz acima do bem e do mal, um bastião da ética e da moralidade.

E ninguém se salva, é algo generalizado, todos os partidos adotam a tática, apesar de todos concordarem antes do processo eleitoral em fazer uma campanha propositiva e de alto nível, o que se altera radicalmente tão logo é divulgada a primeira pesquisa de opinião.

Com efeito, dizia um péssimo deputado paranaense felizmente já morto, um daqueles que estava sempre do lado do governo, fosse ele de direita, de esquerda ou com pacto com o demônio, que "em política, vale tudo, menos perder".

Escrevo isto, porque a Associação dos Magistrados do Brasil resolveu divulgar os candidatos a prefeitos de capitais processados por improbidade administrativa.

E não é que ato contínuo choveram reclamações de que a AMB têm motivações políticas, que está caluniando e "rasgando a Constituição" ao violar a norma de que todo cidadão é inocente até prova em contrário?

Ora, os processos de improbidade administrativa, salvo casos específicos, são públicos. A divulgação de que eles existem, não configura punição de ninguém e não é moralmente ofensiva, mormente em um país onde 75% dos candidatos a cada eleição são processados criminalmente ou por descaminho de dinheiro público.

Só que é a tal coisa, quem passa a vida se dizendo honesto e moral apontando o dedo para os outros fica constrangido quando vê que é igual a quem acusa.

Há excesso de caras-de-pau na política brasileira.

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...