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17 de jan. de 2011

BABY DOC VOLTOU AO HAITI


François Duvalier e Jean-Claude Duvalier, respectivamente "Papa Doc" e "Baby doc", foram dois dos mais sanguinários ditadores da história da humanidade.

Seu regime de terror policialesco e roubalheira sem limites legou ao Haiti o título de país mais pobre do mundo, em meio da miséria absoluta acompanhada de torturas, roubos, estupros e pura e simples imposição da força em substituição a qualquer tipo de processo político.

Com os "tonton macoutes" agindo como suas "longa manus", pai e filho ditadores massacraram opositores e prostraram qualquer tipo de movimento político. Não havia situação e muito menos oposição, havia apenas o interesse dos ditadores, imposto pelo terror, a partir do que o Haiti jamais teve sequer a possibilidade de montar governos com mínima estabilidade.

Pior que isso, ao notarem que seu regime não gerava nenhuma riqueza e progresso econômico, roubaram a única riqueza natural visível, as florestas do país, vendendo a madeira pelo melhor preço. O Haiti atual é um país sem recursos naturais, tudo foi roubado, transformado em dinheiro e transferido para contas em paraísos fiscais.

E agora este indivíduo volta provocando sentimentos estranhos. Há quem diga que será morto, há quem diga que exista gente no país capaz de vislumbrar nele a possibilidade de um governo. Se o Haiti fosse pouco mais que um amontoado de almas penadas, deveria prendê-lo, julgá-lo de preferência condená-lo à morte. Seria o mínimo exigível de alguém que renegou milhões de pessoas à miséria absoluta.

25 de jan. de 2010

O QUE LEVA UM PAÍS A QUERER INFLUÊNCIA GLOBAL?


O Conselho de Segurança da ONU foi formado após a 2a. Guerra com os EUA, a URSS, a China, a Inglaterra e a França.

França e Inglaterra são parte dele muito mais pelo papel de potência colonial que sustentaram durante o século XIX, do que pela influência que tinham no pós guerra, derrotadas que foram pela Alemanha, embora acudidas pelos EUA.

A Inglaterra entendeu desde cedo que teria que virar aliada americana. A França, sem a possibilidade de aliar-se à Rússia e a China, ficou isolada e por isso perdeu muita influência, que hoje ela tenta reconquistar acenando com parcerias político-militares com países emergentes como o Brasil e a Índia.

O jogo de poder destas nações sobre as demais não tâm relação nenhuma com a bondade de países ricos e/ou politica e militarmente poderosos em favor de países instáveis ou assolados por crises e catástrofes naturais. A principal razão para ter e manter influência global é meramente econômica.

Neste início de século XXI, países influentes ou mantém ou estão organizando grandes forças armadas capazes de projetar seu poder para fora de suas fronteiras, com o único intuito de aproveitar as oportunidades econômicas que afloram a cada guerra cívil, terremoto, maremoto, golpe de Estado ou default econômico.


Os americanos não acorreram rápido ao Haiti apenas pela bondade de seu governo e do seu povo. Que o povo americano é bondoso ninguém pode negar, porque sempre é o campeão em arrecadação de doações para acudir países que sofrem catástrofes naturais ou não, mas seu governo é rápido em agir por motivos meramente econômicos.

O exemplo dos EUA é claro: não é preciso ter uma frota de 12 super porta-aviões nucleares apenas para defender seu próprio território, os EUA mantém todo esse poderio para agir globalmente e com rapidez em todos os cenários, com vias a garantir os interesses de suas empresas e, por consequência, do país inteiro na preservação de suas riquezas. É um país que aprendeu com o Plano Marshall que reconstruir áreas devastadas gera oportunidades e grandes negócios, e desde então não deixou mais de agir nesse sentido e garantir a influência global de suas empresas, tornando cativos mercados nas mais variadas atividades econômicas.

A antiga URSS agia do mesmo modo em sua área de influência, tanto que hoje a Rússia protesta veementemente a cada vez que um dos países da antiga Cortina de Ferro se afasta dela.

E a China já aprendeu a lição, empreendendo um amplo programa de alianças globais (comprando produtos de países pobres, que as vezes têm em quantidade dentro de seu próprio território) ao mesmo tempo em que reequipa e aumenta drasticamente suas forças armadas, planejando inclusive uma força de porta-aviões capaz de operar muito longe de suas bases militares.

A pretensão brasileira de fazer parte do novo Conselho de Segurança da ONU em uma eventual alteração dos estatutos da entidade também é meramente econômica, apesar de, claro, existir um elemento de vaidade de seus líderes, coisa que não é muito diferente em lugar nenhum do mundo.

Nenhum país quer ter influência global apenas para emanar bondade, isso não existe, é contrário ao próprio instinto humano.

Se no século XIX França e Inglaterra influíam globalmente, é porque precisavam de mercados para seus produtos manufaturados, exatamente o mesmo aspecto que existe hoje tanto para tais produtos, quanto para a prestação de serviços, no que os EUA lideram, até pelas condições materiais muito superiores que possuem para agir na hora certa.

Qual a lição disto? Penso que é simples: se o Brasil quer ter influência global para fazer valer suas muitas riquezas naturais e exportar seus produtos e serviços pelo globo, tem que deixar de ser tímido a aprender que essa tarefa depende da efetiva capacidade de projetar poder militar para fora de suas fronteiras e constituir zonas de influência. Enquanto o Brasil mendigar a co-autoria de ações como o que está ocorrendo nos Haiti, nunca será um país influente, até porque isto não se confunde com país simpático.


Hoje, o Brasil é um país simpático, mas cuja influência global é limitadíssima por suas próprias deficiências materiais. Até a Índia têm melhores condições de influir pelo globo hoje, que o Brasil, que não possui a mínima capacidade de projetar ações militares externas ou organizar ações humanitárias de grande monta.
PS.: Bem dito, o CS a que me refiro é sua parte fixa, ou seja, membros permanentes. Há 5 vagas rotativas que não tem poder de veto e, portanto, pouco transferem de influência. O Brasil pretende que o CS seja reformado para ter mais vagas permanentes ou, ainda, que as vegas permanentes tornem-se temporárias, dando mais rotatividade ao órgão.

18 de jan. de 2010

HAITI: OS AMERICANOS NÃO OCUPARAM O PAÍS

A imagem é do site defesanet.


É a tal coisa, se Hugo Chaves e Daniel Ortega reclamam de alguma coisa envolvendo os EUA, é porque os "yankees" estão certos.

O tráfego aéreo sobre a capital do Haiti aumentou com a ocorrência da tragédia, sendo que não havia sequer energia elétrica para manter um mínimo controle. Ademais, a torre de comando do aeroporto de Porto Príncipe caiu com o terremoto. E isso tornou a situação aéreo perigosíssima para aviões de todas as nações, sendo que o primeiro-ministro haitiano, Renè Preval, requisitou a ajuda americana. Então os "yankess" foram lá e instalaram um radar móvel próprio e passaram a controlar o tráfego naquele aeroporto.

Pergunto: Nicarágua e Venezuela têm radar móvel próprio para uma situação emergencial como esta? Se tiverem, aceitariam que militares de outro país o operassem?

O Brasil protestou porque aparentemente os americanos ocuparam o aeroporto e passaram a organizar os trabalhos de ajuda e (obviamente) deram preferência aos seus aviões no aeroporto da capital haitiana. Mas parece que esquecem que dos EUA já se conseguiu mais de 110 milhoes de dólares em doações, um navio-hospital e um porta aviões equipado com dois esquadrões inteiros de helicópteros.

O trabalho brasileiro da MINUSTAH é digno dos maiores elogios, ele havia pacificado áreas de convulsão social no Haiti, funcionando como polícia em um país desprovido de absolutamente tudo.

Mas ele não autoriza o Brasil a protestar quando outro país apresenta melhores condições de ajudar na hora da tragédia. Aliás, o Brasil acabou entendendo o problema e logo chegou a uma composição sobre o assunto. Quem quis se aproveitar por mera ideologia estúpida foram os governantes da Nicarágua e da Venezuela, em um contexto em que até Cuba abriu mão de direitos territoriais (espaço aéreo) para auxiliar os haitianos.

Leia mais:
Aqui, aqui e aqui.

17 de jan. de 2010

HAITI: O BRASIL TEM RAZÃO, HÁ PAÍSES DOANDO POUCO

FOTO: Último Segundo

Os EUA doaram US$ 100 milhões de ajuda ao Haiti. E o Brasil, US$ 17 milhões. Fora eles, com doações compatíveis com suas potencialidades econômicas, os demais países fizeram doações pífias, que não condizem com a realidade de certas economias nacionais.

É certo que, quanto mais distante da tragédia, menores os valores doados. Mas não se pode esquecer que o Haiti é objeto de ações internacionais constantes há pelo menos meia década, o que seria justificativa para uma ação internacional mais efetiva. Trata-se de um regime escacarado, em que todo o mundo conhece as enormes dificuldades envolvidas.
E disso se constata que o Brasil tem razão: há países doando pouco, talvez por não mesurar o tamanho da tragédia.

US$ 17 milhões é um pingo d'água no oceano orçamentário brasileiro, onde a corrupção (por exemplo) corrói mais que isso por ano só no Distrito Federal. Se é um pingo no Brasil, também será nos países ricos, como a Itália, a França, a Alemanha, o Canadá, a China, a Índia e a Rússia.

É preciso montar um fundo consistente de recursos a ser administrado pela ONU, com vias a efetivamente construir um Estado naquele país. Seria um dinheiro usado em parte para montar estruturas governamentais e em parte para aliviar a fome e a miséria extremas que o país está exprimentando. Apenas a ajuda internacional salvará o país, até porque se não se fizer isto, criará um problema sério para a República Dominicana, Cuba, Venezuela e demais países do Caribe, lugares para onde irão refugiados do caos haitiano.

Se uma modelo como Gisele Bundchen ou um casal de atores como Angelina Jolie e Brad Pitt doam quantias superiores a US$ 1 milhão, há países que podem fazer mais do que isto, na tentativa de organizar um país no Haiti e dar alento a milhões de pessoas que estão abandonadas à própria sorte.

Na Folha de S.Paulo:

14 de jan. de 2010

HAITI: TRAGÉDIA DENTRO DA TRAGÉDIA



O terremoto que devastou Porto Príncipe é apenas mais uma tragédia dentro da tragédia maior que é a história deste pequeno e paupérrimo país do Caribe.

Tornado independente em 1804 pelo líder escravo Jacques Dessaline, que logo se autonomeou imperador e com plenos poderes, o país passou ao longo de sua história por nada menos que 24 golpes de Estado. Entre 1964 e 1986, foi governado por um regime brutal, alucinado e policialesco comandado pelo médico François Duvalier, apelidado "papa doc" e depois pelo seu filho ainda mais violento (além de paranóico e exibicionista), apelidado "baby doc".

Nesse período, florestas inteiras, única riqueza efetiva da nação, foram arrancadas e vendidas com os recursos acumulados em contas da familia "doc" no exterior. Nenhum centavo advindo da devastação teve uso público. E mais que isso, a fauna local praticamente desapareceu, os rios assorearam e as cidades viraram favelas gigantescas, abrigando gente sem nenhuma oportunidade de vida. No último episódio de ruptura institucional, uma reportagem do jornal O Estado de S.Paulo descrevia um "biscoito" feito de terra aquecida, único "alimento" de uma parcela considerável da população local.

No Haiti jamais houve democracia, nem imprensa livre, nem eleições livres e ao mesmo tempo, jamais se constituiu um Estado, considerando-o como um conjunto de órgãos de instituições com finalidade de disseminar bem estar à população.

A ONU encontra-se no país desde a deposição de Jean-Bertrand Aristide, cujas intenções também não eram democráticas, apesar de deposto. O objetivo das forças de paz (inclusive do Brasil) é dotar o país de mínima organização governamental, fomentar o nascimento de instituições (como uma polícia ostensiva, exército, sistema tributário e educacional) na tentativa de reorganizá-lo em bases sólidas, vez que hoje o seu poder é disputado por milícias que ao contrário das de qualquer outro lugar em conflito no mundo, não são formadas nem por ideologia nem por laços raciais. São simplesmente grupos de pessoas que querem o poder pelo poder.

O problema é que antes que tais instituições se firmem, o país precisa encontrar alguma potencialidade econômica, fala-se em plantio de cana-de-açúcar.

De qualquer modo, trata-se de um país que é exemplo do que a falta absoluta de democracia, de Estado e de organização social pode causar.

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...