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8 de mar. de 2017

- 3,16% : A RETRAÇÃO DO PIB CAUSADA PELO AUMENTO DE IMPOSTOS E BUROCRACIA



A pior recessão da história do Brasil iniciou-se em fins de 2014, ano em que o crescimento do PIB foi de pífio 1%, se muito. A partir de então, a atividade econômica foi caindo gradualmente e com ela, também as receitas tributárias, especialmente a dos estados, porque são dependentes de um imposto sobre consumo, o ICMS.

O que se viu então foi uma sequência de "apertos" burocráticos e fiscais visando arrancar mais dinheiro da sociedade na marra, independentemente da atividade econômica real, com único intuito de não reformar estruturas públicas falidas, ineficientes, com quadro funcional inchado e financiadoras das muitas mordomias da classe política por meio de super-salários e de milhares de cargos em confiança e comissão que, drenando recursos públicos, nunca foram atacados como parte da solução dos déficits crescentes especialmente no RJ e no RS, além de outros em situação delicadíssima, como MG e PR. 

O CONFAZ, conselho das secretarias de fazenda das 27 unidades da federação passou a interpretar de modo draconiano toda e qualquer brecha na legislação do ICMS que viesse a aumentar os impostos e gerar obrigações acessórias. Tornou geral e irrestrita a obrigação burocrática insana do SPED, segundo a qual, para emitir uma prosaica nota fiscal eletrônica de um alfinete é preciso usar um sistema de informática que agrega dezenas de códigos diferentes e impõe que toda transação seja autorizada previamente pelo poder público, gerando custos para as empresas, tais como certificações digitais, sistemas de informática e mesmo necessidade de adquirir hardware, além da despesa crescente com pessoal que saiba operar um monstro burocrático que trava e causa multas ao menor erro de código, com a capacidade inclusive de paralisar as operações de uma empresa em havendo um mínimo problema.

Mesmo o transporte de mercadorias foi atacado, com a criação de um manifesto eletrônico, em que o transportador tem a obrigação de informar de antemão todas as mercadorias e suas respectivas notas fiscais, antes de iniciar viagem. Ou seja, inviabilizou o freteiro de pequenas quantidades de mercadoria, que podem seguir viagem em um único caminhão, o obrigou a ter computador, certificação digital e acesso à internet, sob pena de ficar com o caminhão retido em alguma barreira da estrada. 

Criou-se a partir da leniência do Congresso Nacional o DIFAL, uma manobra criminosa de aumento disfarçado de impostos, que aumentou em até 40% o ICMS sobre operações interestaduais e que obriga a empresa fornecedora a uma burocracia de gerar duas guias de recolhimento a cada nota fiscal emitida para CPF, sendo que a alternativa à isto é de inscrever-se em 27 unidades federativas separadas e observar a legislação acessória de cada uma delas, inclusive declarações mensais.

Abriu-se brecha para os estados abusarem da própria lei e darem interpretação própria à ela, com intuito de faturarem com aplicação de multas e aumento de alíquotas. É o caso das armas e munições: a lei diz que os estados devem cobrar o ICMS/DIFAL com base na alíquota básica interna (que vai de 16 a 19%), mas muitos deles usam uma alíquota específica, de até 29%. Alguns estados passaram então a cobrar a alíquota específica e reter a mercadoria na transportadora ou no aeroporto, exigindo o pagamento da diferença e da multa, informando ainda que o pagamento da multa inviabiliza o recurso administrativo e por consequência, o judicial também, uma vez que na imensa maioria das operações, o valor devido não é economicamente viável para uma ação judicial.

De modo geral, o que se viu foram estados aumentando alíquotas e exigindo novos pagamentos sob algum tipo de justificativa, limitando a creditação de ICMS que diminui o valor a pagar e usando o SPED como forma de coação. Somente no PR, a alíquota que era de 12% para milhares de produtos de consumo básico diário, passou para 18%. Iniciou-se também a cobrança de um diferencial de alíquota para produtos importados à 4%, de tal modo que eles viessem a pagar a alíquota interna do estado, de 18 a 29% e exigiu-se o DIFAL, sendo que o STF proibiu que ele fosse cobrado de empresas tributadas pelo Super Simples, o que ainda é provisório.

Não que a queda do PIB seja resultado apenas dessa barafunda fiscal-tributária. a incompetência e desonestidade do governo Dilma é que foi a responsável pela maior parcela da crise, mas é fato: o excesso de regulamentação fiscal e o aumento do ICMS quebrou empresas, diminuiu as vendas, aumentou os preços e agravou a retração econômica, ao mesmo tempo em que não teve efeito de aumentar a arrecadação, salvo em um primeiro e curto momento.  Mesmo assim, os estados continuaram aumentando a burocracia e as alíquotas, e as pequenas empresas continuaram a quebrar e a ficar insolventes porque já não conseguiam vender e além disso, passaram a arcar com impostos maiores em vendas menores, maiores custos com margens de lucros diminuídas na marra. A inflação recorde de janeiro de 2015 e janeiro de 2016 é o melhor indicador da insanidade tributária vivida, que enfiou o país no pior histórico de retração econômica de sua história, e que devolveu a renda do brasileiro aos níveis da de 2007.

Dizer que o PIB caiu e a recessão foi culpa de crise internacional, de operação Lava Jato, de corrupção e mesmo de incompetência e desonestidade viscerais, não deve afastar o entendimento de que a queda também se deu por ganância tributária e fiscal dos governantes, vontade de tirar mais da sociedade para continuar gastando sem freio algum e financiando a eternização no poder.



31 de mar. de 2016

O ESTADO DO RIO DE JANEIRO ESTÁ QUEBRADO

O Rio de Janeiro gastou uma fábula para sediar a Copa do Mundo. Só no Maracanã, se pode dizer que foram gastos ao menos uns dois bilhões de reais nas sucessivas reformas de 1991, 2001, 2007, 2013. E o curioso, é que em 2001 e 2007, se disse que a reforma visava adequar o estádio para a Copa, o que acabou não acontecendo: a reforma de 2007 foi praticamente toda descartada, não se usou nada dela, após um gasto colossal de recursos alocados do Pan-Americano. E mais que isso, a reforma para a Copa do Mundo não foi suficiente para adequar o estádio à Olimpíada, e mais uma reforma está sendo paga, tudo com dinheiro público.

E o RJ gasta outra fábula para sediar a Olimpíada, num cenário desolador: obras paradas, mal feitas, não terminadas, improvisações de toda ordem e o puro e simples abandono do que seria o maior (talvez único) "legado" do evento, a despoluição da Baía de Guanabara, que continua sendo um depósito de lixo que, inclusive, põe em risco a saúde dos atletas que ali irão competir, porque não há sequer o bom senso de reconhecer que mesmo gastando fortunas, ainda assim o evento é um fracasso que não conseguiu dar condições sanitárias mínimas às águas onde se vai competir.

Hoje, o governador em exercício, Francisco Dornelles, que já foi secretário de Receita Federal e ministro da Fazenda, diz com todas as letras que a situação do RJ "é trágica", que nunca viu algo parecido em contas públicas do país.

A conta é simples: o Rio de Janeiro, governado por Sérgio Cabral e à reboque dos governos Lula e Dilma, torrou todos os recursos públicos que tinha acreditando piamente na tese da fase boa que nunca acabaria. Graças aos investimentos do Pré-Sal, ao alto preço internacional do petróleo e ao "boom" econômico que o país viveu até mais ou menos 2010, o estado arrecadava mais e consequentemente, passou a gastar mais, não com investimentos, mas com despesas correntes. O número de funcionários públicos aumentou, o número de contratados em comissão e confiança explodiu e a cereja do bolo foi pensar que se alcançou o primeiro mundo, o que autorizaria a sediar Olimpíada, Copa do Mundo e até mesmo sonhar com uma Feira Mundial.

Mesmo naquilo que o governo tinha de fazer, que era uma política de segurança pública, errou. Instalou as UPP(s), gerou um alívio temporário de tensão em algumas áreas da cidade do RJ e do estado, mas deixou de fazer o principal, que era uma política de integração, ou seja, uma vez segura a área, entrar nela, derrubar uma parte dos barracos, fazer arruamento, áreas de circulação e de lazer, regularização fundiária, postos de saúde, escolas, etc... e o resultado dessa inação em trazer a favela para dentro da cidade, foi o recrudescimento da violência, que novamente está fora de controle.

Digo e repito: gastando a fortuna gasta em Copa do Mundo e Olimpíada em urbanizar favelas, o efeito de indução econômica seria enorme, provavelmente a arrecadação do estado subiria e conseguiria até compensar as perdas decorrentes da crise do setor petrolífero. Mas o Rio de Janeiro optou pelo gasto supérfluo e eleitoreiro, como aquele cidadão que prefere comprar um carro ao pagar contribuição previdenciária, pensando apenas no agora, não no futuro.

Um dia, o preço do petróleo despencou, os investimentos no Pré-Sal se tornaram inviáveis e a bonança generalizada virou crise profunda no país inteiro. E quem mais gastou, o RJ, experimentou o maior tombo.

Os governantes vão dizer que a culpa é da crise, mas não é, a culpa é deles mesmos. Pezão e Dornelles foram eleitos com o apoio de Sérgio Cabral, Lula e Dilma. Tal qual o país, o Rio viveu uma catarse, se imaginou que a fase boa seria eterna, que era possível gastar sem freios, que não era necessário economizar nem projetar gastos futuros, escondendo o desperdício em meio de programas sociais que agradavam o eleitorado. 

O resultado está aí:  salários do funcionalismo em atraso, saúde pública em colapso, violência fora de controle, risco de vexame na Olimpíada, obras paradas e atrasadas e perspectiva, nenhuma, já que os mesmos políticos que promoveram o gasto desenfreado não tem nem coragem, nem honestidade de fazer cortes profundos nas despesas do estado, preferindo a via fácil de aumentar os impostos, como já o fizeram.

E o risco de "default" completo aumentando a cada dia...




CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...