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2 de mar. de 2011

EUA QUEREM O BRASIL COMO PRINCIPAL FORNECEDOR DE PETROLEO

Em um contexto sério, a notícia (esta aqui) que parece boa, soa aterrorizante.

O Brasil vem negligenciando suas forças armadas e seus controles de fronteiras. Fala-se que com os cortes orçamentários do governo Dilma Roussef, causados pela irresponsabilidade de Lula, o 1º GDA que é a proteção aérea sobre Brasília deixará de voar seus caças F-2000 em abril, e que haverá contingenciamento e cortes também nos pouquíssimos programas de reaparelhamento em curso (O FX-2 já foi pro vinagre, mas agora, estão cortando dinheiro do programa de submarinos e do programa de helicópteros cujos contratos já foram assinados e estão em curso, e que, óbvio, sofrerão atrasos, isso se não causarem incidentes diplomáticos).

60% dos aviões da FAB simplesmente não voam mais por falta de manutenção. O Exército opera carros de combate das décadas de 60/70 e as vezes, não têm dinheiro para pagar refeição para recrutas. A Marinha, hoje, têm 2/3 dos navios que tinha há 15 anos e seus planos de reaparelhamento não demandam menos que 20 anos, isso se nunca houver contingenciamento de verbas, o que não é a prática nacional, onde a construção de uma corveta (um navio médio de escolta) demora 14 anos, um submarino 12 e uma licitação internacional fracassada para compra de caças leva 12 anos para não decidir nada, torrando dinheiro público.

Eu sou um confesso admirador dos EUA, porque eles têm uma atitude em relação ao mundo que entendo correta: esgotam as vias diplomáticas mas cuidam primeiro dos interesses nacionais e dos seus cidadãos, e depois, bem depois, vão se preocupar com o bem estar do resto. Se todo mundo agisse assim, não teríamos nações como o Brasil, dando esmolas para vizinhos que querem lhe apunhalar, como a Bolívia e a Venezuela, ou, ainda, não teriamos nações criminosas como a Coréia do Norte, que não é capaz de dar de comer aos seus nacionais, mas financia o terrorismo internacional.

Mas ao mesmo tempo, eu entendo que é muito perigoso virar parceiro petrolífero dos EUA, que dizer seu principal fornecedor da commoditie. Porque os EUA não hesitariam em mandar porta-aviões para colocar "pingos nos is" no Brasil se algum governo ou a visceral incompetência brasileira lhes afetasse o fornecimento. E como o Brasil não detém o mínimo poder de dissuasão, ou seja, aquele de impor perdas enormes a um agressor mesmo sabendo que pode perder a guerra, estaríamos sujeitos a virar um novo Iraque, com governos fracos manipulados externamente, o que não é impossivel ante a absoluta falta de qualidade de nossos políticos, que de regra são venais e incompetentes, e que preferem gastar em estádios luxuosíssimos para a Copa do Mundo, do que colocar dinheiro na segurança nacional.

Do ponto de vista econômico a notícia pode ser boa. Mas do ponto de vista nacional, as coisas podem não ser tão azuis.

20 de jan. de 2011

DILMA ADIOU O PROJETO FX-2

O projeto FX-2, de renovação dos aviões de combate da FAB é decorrência do projeto FX, iniciado ainda no governo FHC. Desde a primeira canetada, após a Força Aérea praticamente implorar pelo estudo (comprar é outro assunto) de aquisição destas novas aeronaves, já se vão 12 anos, 3 ministros da Defesa (José Viegas, Waldir Pires e Nelson Jobim) e dois presidentes incapazes de decidir, Fernando Henrique Cardoso e Luis Inácio Lula da Silva.

Agora, Dilma Roussef entra no processo e com a mesma desculpa de Lula em 2003, de fazer ajuste fiscal, e o adia novamente.

O que é surpreendente é que até 31/12/2010 o Brasil navegava em calmas águas econômico-fiscais, com céu de brigadeiro e vento favorável, o que supostamente justificava a enorme popularidade do semi-deus que deixou o Palácio do Planalto no dia 1º de janeiro... mas isso é outro assunto.

O Brasil dos discursos do ex-presidente Lula é um país internacionalmente influente, que desagrada a Rússia, a Europa e os EUA apoiando o Irã, que dá uma peitada na Itália deixando de extraditar um assassino, que manda tropas para o Haiti e está sempre disposto a dar sua opinião e mediação em qualquer problema, por mais espinhoso que seja. É um país que dá abrigo a Césare Battisti, mas comete a atrocidade de devolver dois boxeadores para o ditador Fidel Castro torturar. É um país que sabendo das leis iranianas, pede clemência para uma condenada e sujeita-se à ira de fundamentalistas radicais religiosos.

Mas a realidade é outra. O Brasil é um país cujas forças armadas tem seu limite de projeção externa no caos do Haiti. Mais que isso, não há pessoal, aviões, navios ou equipamentos terrestres com que possa trabalhar, porque todos os programas de reequipamento das forças armadas ou andam a passo de tartaruga ou são empurrados sem cerimônia com a barriga presidencial, caso da aquisição dos caças, onde a presidente Dilma repete as colossais irresponsabilidade e incompetência e de seus dois antecessores, e deixa visível para o mundo que a audaciosa política externa de Lula é incapaz de sustentar-se militarmente, isso num campo onde não é preciso usar armas, mas apenas tê-las para demonstrar poder e opinião.

O país quer ser internacionalmente influente, mas leva mais de 10 anos para decidir que 3 aviões vão para a fase final do processo. Depois que isso acontece, numa bravata o presidente Lula afirma em alto e bom som que o escolhido é o francês Rafale. No dia seguinte, o ministro da defesa desmente o mandatário máximo do país. Dias depois, especulações sobre a volta de duas empresas desclassificadas à disputa, informando que ela seria cancelada. Daí por um ano inteiro o ministro da defesa sai dizendo que no mês seguinte haverá decisão sobre a questão, sendo que ela é sempre adiada. Chega o fim do governo sem ser proferida e no início da nova gestão, as especulações se confirmam com novo adiamento!

Incompetência dos presidentes, isso já foi falado. Incapacidade visceral dos ministro da defesa, em especial do atual, cujas atitudes demonstram claramente ter preferência por uma das aeronaves, sem que se transmita isso à sociedade. Incapacidade dos militares em explicar para a classe política e a sociedade da necessidade de tais meios, e mesmo de convencer o presidente e o ministro de que, para a FAB, a melhor escolha é A ou B, tentando impedir a especulação e o lobby.

O Brasil está brincando com coisa séria. Se é pequena (embora existente) a possibilidade de um conflito paroquial na América Latina, especialmente com o ditador venezuelano, não se pode entrar de sola na arena política internacional ou se oferecer para mediar conflitos sem ao menos ter dentes com que se defenda de eventuais agressões. O Brasil, já disse um diplomata estrangeiro, é um rottweiler sem dentes, e o que é pior, seus políticos estão impedindo-o de visitar um dentista!

4 de fev. de 2010

CAÇAS DA FAB: SERÁ QUE A DECISÃO SAIU MESMO?




A Folha de S.Paulo noticia hoje que o presidente Lula e o ministro Nelson Jobim conseguiram diminuir substancialmente o preço do caça francês Rafale, que então foi o escolhido na licitação da FAB, após 13 longos anos de incompetência, demagogia e lobbies de todos os tipos imagináveis.

Só que ao se tratar de notícias boas no Brasil, sempre há um senão.

Vão adiar o anúncio oficial porque hoje, o governo brasileiro recebe oficialmente o novo embaixador dos EUA, país que participava da licitação com a Boeing e seu F-18 Super Hornet.

O problema é que no Brasil, adiamento não necessariamente é por pouco tempo.

No entanto, serei otimista.

Na minha opinião, bem como na da própria FAB, o melhor avião era o sueco NG-Gripen.

No entanto, compras dessa natureza ou são feitas diretamente pagando um determinado preço, ou embarcam outros interesses nacionais, tais como alianças estratégicas, transferência de tecnologia e mesmo a troca de mercadorias entre os países.

Por isso não vou criticar o governo. O Rafale é um avião extraordinário, embora não esteja vendendo bem no mercado internacional, o que talvez mude com a decisão brasileira. Melhor agora é receber os aviões e aprender a operá-los e mais do que isso, aprender a administrar seus altos custos, o que implicará em rever muitas das práticas administrativas que existem nas forças armadas brasileiras.

Leia mais:

Folha de S.Paulo
Blog do Vinna

Blog do Poder Aéreo

6 de jan. de 2010

OS CAÇAS DA FAB


Já se arrasta há 13 anos a licitação para aquisição de novos aviões de caça para a FAB e os últimos acontecimentos parecem indicar que esta novela não terminará tão cedo.

Comenta-se que a FAB apresentou à Presidência da República um relatório do qual se pode concluir que o oficialato prefere o caça sueco Gripen, pelos custos (muito) menores de aquisição e operação.

Mas muito mais do que isso, o resultado desse relatório é presumível desde 2008, quando a FAB divulgou os 3 finalistas da licitação (O F-18 Super Hornet da norte-emericana Boeing, o F-3 Rafale da francesa Dassault e o NG Gripen da sueca Saab), até porque a força sofreu épocas recentes em que nem 40% dos seus aviões podia sair dos hangares, eminentemente por falta de recursos para sua manutenção.

O problema é que Palácio do Planalto prefere o Rafale, que é notoriamente o avião mais caro de adquirir e operar dentre os 3 concorrentes, e que vai contra as diretrizes da Força Aérea Brasileira, que nos últimos anos têm prezado estratégias de contenção de custos na área operativa, tais como a padronização ao máximo dos meios (a aviônica dos AT-29 Super Tucano, F-5M e futuramente dos A-1M é, em linhas gerais, idêntica) e modernização de aeronaves antigas (F-5, A-1, C-95 Bandeirante e P-3C Órion).

E assim, o governo Lula, tal qual o governo FHC, hesita em decidir a questão, que foi sucessivamente adiada de fevereiro de 2009 para julho, agosto, setembro, outubro, novembro, dezembro e agora, janeiro de 2010, sem qualquer indicio de que não vá postergar novamente.

FHC não decidiu por ser absurdamente incompetente. Estava em fim de mandato e não era candidato a nada, podia ter solucionado a questão mas preferiu deixá-la para o sucessor numa época em que o noticiário informava que o vencedor da licitação também era o sueco Gripen, com a preferência do Planalto pelo francês Mirage 2000-5.

Já Lula não o faz por razões eminentemente políticas (como a antipatia velada de partes do PT ao plano de reequipamento das forças armadas, engendrado por Nelson Jobim, que é do PMDB) e recentemente por interesse personalíssimo de manutenção de sua imagem internacional. O Palácio do Planalto prefere o caça francês, até porque o presidente Lula já declarou isso de modo público e expresso, em cerimônia com o presidente francês Nicolai Sarkozy.

Em um país que tenciona ser considerado potência econômica e política no mundo, essa discussão soa ridícula, na exata medida em que o poder militar é praticamente requisito de influência internacional. O Brasil, hoje, tem forças armadas incapazes de ações ofensivas e inferiores em qualidade de equipamentos às do Chile, Côlômbia e Venezuela. E pior do que isso, é incapaz de, após 13 anos, escolher uma aeronave mediante análise eminentemente técnica, porque nossos políticos, incluindo o presidente, preocupam-se demais com picuinhas políticas que sobrepõem os interesses nacionais.

PS: Comentários liberados, troquei a caixa para eles.

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...