26 de jan. de 2009

2010 SE APROXIMA - PARTE II


As eleições para as mesas do Congresso revelam claramente o pior da política brasileira.

Na Câmara, Michel Temer não se decidiu ainda se é representante do governo ou da oposição. Ele joga com os votos do PMDB e, dependendo do que acontecer no Senado, pode ser eleito presidente da casa ou com o apoio do governo (PT e aliados) ou com o apoio da oposição (PSBD e DEM), sendo que o PT ainda não lançou candidato, mas na última hora pode apoiar Aldo Rebelo do PC do B, que, afinal, é aliado e fiel ao governo.

Sem chances, tal qual um Dom Quixote contra os moinhos de vento, o deputado paranaense Osmar Serraglio, tentando reeditar a "terceira via".

Já no Senado, especula-se que José Sarney já se comprometeu com o DEM, em troca da
1ª Secretaria, que é a que cuida da administração da casa, o que envolve verbas de R$ 2 bilhões. Também no campo da especulação, Josias de Souza da Folha de S. Paulo comenta que o PSDB teria exigido a vice-presidência da casa, mais duas comissões, a de Assuntos Econômicos e a de Relações Exteriores.

Se assim for, José Sarney bandeou para a oposição. Imagine o leitor o que pode fazer o PSDB em termos de mídia, dirigindo essas duas comissões?

A Comissão de Assuntos Econômicos assume importância em razão da crise que assola o mundo e especialmente em vista dela ter influência sobre o orçamento da União. E a de Relações Exteriores, trata do que é o ponto fraco, o calcanhar de Aquiles do governo do PT, em vista da excessiva leniência havida desde 2003 em relação a países que violaram direitos brasileiros, como a Bolívia, o Equador, o Paraguai e a Venezuela.

O PSDB e o DEM teriam mídia e, principalmente, "ganchos" onde grudar no governo e enfraquecer seu candidato, ou melhor, sua candidata, fazendo estardalhaço com convocações para depoimentos e quetais.

Enfim, pouco se pensa no país, e muito nas eleições. O pior da política brasileira está escancarado, o que vai desde a troca de favores e interesses, até a incapacidade do governo em manter uma base aliada sem liberar emendas orçamentárias para o baixo clero das casas.

Foto da assessoria de imprensa da Câmara dos Deputados.

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