28 de mai. de 2007

O BRASIL EM TÓPICOS

1. RENAN CALHEIROS

Como era de se esperar, o presidente do Senado saiu pela tangente e disse que as denúncias da revista Veja são mera invasão de privacidade, fazendo-se de vítima e apelando para o deixa disso nacional, ao pedir desculpas para a esposa e os filhos por sua puladinha de cerca, tentando mudar o foco da discussão.

De caso de lobby, quer que a questão vire sentimental.

Dá a leve impressão que o senador está trocando um fato de repercussão grande e menos grave, o apoio a lobbistas, por outro, de repercussão pequena, mas muito mais grave, a sonegação fiscal, visto que, até agora, não foi capaz de explicar como paga suas contas.

Apelar para a questão da intimidade não vale para políticos, quando há dinheiro público e ética política em jogo. Não estou nem aí para a vida sexual do parlamentar, isso é problema dele. A questão, porém, é que segundo o noticiário desta tarde, Renan Calheiros não apresentou ao Senado documentos comprobatórios de todos os seus rendimentos, que justificariam os valores de sua subsistência em Brasília, a pensão paga ao filho com a jornalista e o aluguel do apartamento citado por Veja. Mais que isso, ele não negou a relação com o lobista a quem se referiu como amigo.

É bem dito, ele é apenas acusado, não devemos condená-lo de antemão. Mas sua versão dos fatos, pelo menos até agora, é capenga.

2. A GREVE NAS UNIVERSIDADES FEDERAIS

Nesta tarde, 18 universidades federais anunciaram que seus funcionários entram em greve por tempo indeterminado. Aqui, em Curitiba, o Hospital de Clínicas, o mais importante do estado, trabalhará apenas para as emergências e o resto da UFPR terá paralisação de atividades administrativas.

Uma das reivindicações é evitar que o governo transforme os hospitais-escola da rede de universidades federais em fundações, possibilitando que assinem contratos com convênios e prestem serviços externos para reforçar suas receitas. Os funcionários alegam que este seria o primeiro passo para uma privatização.

Outra questão que dá azo à greve é o Projeto de Lei que limita o aumento da folha de pagamento do governo federal em 1,1% ao ano a partir de 2008. Alegam os grevistas que essa regra impossibilitaria novas contratações e afetaria principalmente as universidades, cujos quadros há muito estão defasados.

3. E O CAOS CONTINUA

Quem diria que em um governo de viés esquerdista, cheio de socialistas e até de alguns stalinistas se visse em palpos de aranha com as movimentações do MST, pondo em risco até o sistema elétrico nacional com suas loucuras?

E que um governo que alguns palermas classificam como "de direita", como o de São Paulo, fosse incapaz de tomar um ato de autoridade sobre aqueles imbecis sem causa acampados na USP?

4. BOLIVARIANOS?

Foi fraquíssima a cobertura da imprensa brasileira sobre o fechamento da RCTV da Venezuela. Enquanto o fato foi objeto de editoriais nos mais renomados jornais do mundo, conforme o blog de Ana Julia Jatar, aqui as coisas foram muito menos incisivas.

A imprensa brasileira, às voltas com um movimento organizado por setores da esquerdofrênia nacional deveria se mobilizar e fazer muito mais barulho sobre o caso, para que certas idéias totalitárias não tenham coro por aqui.

EM TEMPO:

A piada do fim de semana veio do ditador ladrão da Venezuela, Hugo Chaves que disse que aquele país "tem democracia até demais" e avisou as demais TV(s) daquele país que, se não tratarem do caso da RCTV como "vencimento de concessão", terão o mesmo destino.

27 de mai. de 2007

OS BEE GEES ENTRE OS GIGANTES

O leitor consegue lembrar de quantos músicos globais dos séculos XX e XXI? Ou seja, aqueles venerados pelo mundo afora independentemente do seu idioma, ritmo ou nacionalidade?

Eu ponho nessa lista muito poucos. Elvis e Sinatra, é claro, com estes é chover no molhado. Mas ainda há The Rolling Stones, os dinossauros do rock que descobriram a fonte da juventude ao se reinventar várias vezes para fazer sucesso atemporal. Elton John e Bob Dylan, dois dos maiores compositores de nosso tempo que vivem de surpreender o mundo musical. Madonna, a eterna diva do pop muito copiada e nada igualada. The Beatles, cuja experiência musical não necessariamente agrada a todos por ter sido o primeiro suspiro, embora o mais forte, de um fenômeno adolescente que se repetiu dezenas de vezes em menor escala nos anos seguintes, mas mudou o jeito do mundo olhar o rock e o pop e mesmo assim, um fenômeno global!

Todos gigantes, sem dúvida, e para cada um deles, eu deveria fazer uma homenagem com um longo post, mas em verdade, hoje que quero mesmo é falar do ultimo desta lista, que é curta, mas sem dúvida, espetacular: The Bee Gees.



Os Bee Gees remetem a muitas coisas na vida de muita gente. Quando eles tornaram ao sucesso por volta de 2000, houve quem se visse dançando discoteca ao som deles e do ABBA e no meu caso, voltei à infância porque, infelizmente, não sou daquele tempo do mega-sucesso que fizeram nas pistas de dança do mundo afora. E da minha infância lembro de minha irmã então adolescente adorando-os feito pequenos deuses e do "frege" que era quando tocavam as músicas deles em qualquer lugar. E se na época por várias razões eu não gostava (uma das coisas que, naquela época me deixava puto era a voz de falsete em Stayin' Alive e You Should be Dancing), depois, virei fã como bom faísca atrasada que sempre fui nessas coisas.

É um conjunto com uma trajetória complexa, que várias vezes quase acabou antes do falecimento precoce de Maurice, quem diria, no auge da fama reconquistada poucos anos antes, se bem que sucesso eles sempre fizeram com música da melhor qualidade, senão nas vozes alheias, de muitos artistas de primeiura linha que foram à fonte! Minhas preferidas são Massachusetts, I Started Joke e I Cant't See Nobody. Os Bee Gees, apesar do ostracismo dos anos 90, agradam a quase todos, é música que emociona tanto quanto levanta das cadeiras os quarentões enferrujados de uma época em que a música era expressão da criatividade, do pacifismo e da vontade sincera da juventude em viver as boas coisas da vida.

E você, leitor?

Quem você adicionaria na lista acima e qual a sua experiência especialmente com os Bee-Gees?

PS:

Os vídeos do You Tube que estão na barra lateral, contam um pouco da trajetória musical do grupo, e mudam a cada 1 hora mais ou menos. Se o leitor fizer 4 ou 5 visitas ao blog, encontrará pelo menos 20 clips, de épocas diferentes da carreira deles, uma verdadeira biografia musical. É por essas e outras que estou virando "googlemaníaco". Boa audição!

24 de mai. de 2007

O CAOS E O JUDICIÁRIO

O Ministro Gilmar Mendes, vice-presidente do STF, desabafou ontem, após ser criticado por dar habeas corpus para envolvidos na Operação Navalha, e ter seu nome citado como supostamente presente numa lista de fim de ano da empreiteira Gautama.

Não que o ministro não tenha certa razão. Há que se impedir que o Brasil vire um Estado policial, onde todo mundo esteja sujeito a prisão apenas e tão somente porque seu nome apareceu em algum processo que envolva suposição de corrupção e manchetes da imprensa. Tão ruim quanto o Estado leniente, incapaz e corrupto que temos hoje, seria um Estado policialesco como os da antiga Cortina de Ferro, onde os cidadãos eram alijados de seus direitos humanos fundamentais para a defesa do regime. E não devemos nos esquecer dos pendores totalitaristas de certos setores do Partido dos Trabalhadores, cuja intenção não é democrática e a quem interessa, e muito, que o Brasil vire uma república de arapongas a plantar denúncias contra quem atrapalhe o projeto ditatorial de alguns, que miram o exemplo do que acontece na Venezuela do ladrão Hugo Chaves.

Porém, esta declaração tem um outro lado a ser analisado.

É chegada a hora do Judiciário brasileiro tomar uma atitude em vista do caos instalado no país e isso começa pelo Supremo Tribunal Federal, onde judica o Ministro Gilmar Mendes.

Num momento em que o MST invade a usina de Tucuruí e põe em risco sua operação ao entrar na sala de controle, sem contar as inúmeras invasões destituídas de justificativa feitas por esta entidade, muitas das quais transformadas em assentamentos, hoje abandonados pelos assentados originais, que foram descobertos pela Controladoria Geral da União vendendo seus lotes e voltando para as barracas de lona à beira de rodovias.

Quando "estudantes" invadem a USP para requisitar sem qualquer razão que ela não seja obrigada a apresentar balanços, abrindo margem para que a reitoria financie as bebedeiras e passeatas de socialismo tosco promovidas por centros acadêmicos formados por gente que não gosta de estudar.

Quando manifestantes impedem que a Assembléia Legislativa do Paraná vote um projeto de previdência do funcionalismo do estado.

Quando a voz de um deputado cassado é gravada em conversa com alto executivo de banco federal trocando informações sobre licitações que hoje são tidas como suspeitas.

Em um contexto no qual o Congresso Nacional não cassa deputados que comprovadamente estiveram envolvidos em processos de corrupção, deputados estes que se fartam ao enrolar o Judiciário com manobras processuais que seriam anuladas com uma atitude pró-ativa de juízes, no sentido de dar prioridade e julgar mais rápido para que a sociedade receba satisfações sobre graves fatos que encontram-se impunes dando a impressão popular de que roubar não faz mal e compensa.

Enfim, com esse quadro, cabe, sim, a alusão do Ministro à preservação dos direitos fundamentais, mas ao mesmo tempo também é necessário que a cúpula do Judiciário tome providências no sentido de dar resposta rápida às graves acusações que pesam contra expoentes da República, apuradas pelas CPI(s) dos Bingos, dos Sanguessugas, das Ambulâncias e muitas outras, que custaram cargos políticos até a ministros de Estado, todos indiciados e formalmente denunciados à Justiça que, porém, trata tais casos como apenas mais alguns numa lista de milhares em curso na sociedade, deixando os prazos prescricionais correndo à guisa de manobras processuais e de discussões fúteis, como uma vista há tempos atrás de se o STF teria condições materiais de julgar originariamente um grande número de tais ações.

O Judiciário precisa dar respostas rápidas à sociedade. Se faz isso, preserva os direitos fundamentais e pode até mesmo deferir habeas corpus sem maiores críticas. O que não pode é deferir habeas corpus e deixar que processos de grande repercussão política sejam jogados na vala comum logo depois, esquecidos pela ocorrência de um novo escândalo e o natural esquecimento pela população, ligada nos fatos atuais da imprensa.

Quanto a isso, o Ministro não se manifestou.

Liks:

O Globo
Reuters

21 de mai. de 2007

NO FIO DA NAVALHA


Houve quem disse que os mandados expedidos no Maranhão, contra um ex-governador e assessores do atual, fosse vingança da família Sarney, que em parte, foi "apeada" do poder naquele estado em 2006, apesar de deter um naco enorme dele em esfera federal por serem os Sarney, políticos de confiança do PT e do presidente Lula.

E ia tudo bem para o país e para o governo, mesmo com a Operação Navalha da Polícia Federal, porque ela demonstra, de certa forma, que a política deste governo em repotencializar a PF é acertada a ponto dela prender e trazer problemas até mesmo para aliados do ocupante do Palácio do Planalto. Méritos do atual presidente, visto que o anterior abandonou a PF, tornando-a praticamente inoperacional.

Mas ninguém esperava que um Ministro de Estado tivesse seu nome envolvido nas denúncias, juntamente com parlamentares e membros de nada menos que 7 partidos entre situação e oposição.

A experiência brasileira mostra que deputados e senadores são flagrados e acusados em quase todos os escândalos de corrupção. E eles se aferram aos seus cargos por meio de manobras regimentais e advocatícias, contando, inclusive, com o esquecimento da maioria da população, que não sabe que o Congresso deveria legislar e fiscalizar o Poder Executivo. Com efeito, para a maioria da população brasileira, ignorante e politicamente insensível, o Congresso é apenas uma imensa secretaria municipal de ação social, onde se pede apadrinhamento para receber esmolas.

Mas com um Ministro de Estado a coisa é diferente. Primeiro porque o ministro é, tanto quanto é visto pela população,um assessor direto do presidente. Em segundo lugar, porque quando um ministro está envolvido, as forças no Congresso clamam por sua cabeça para salvar as próprias, porque sabe-se no Legislativo que nada é melhor para tirar o foco de denúncias contra parlamentares, que um assessor direto do presidente acusado de algo. A imprensa foca apenas o Palácio do Planalto e os processos éticos internos do outro lado da Praça dos Três poderes tratam de amenizar a situação dos parlamentares eventualmente envolvidos em denúncias.

Assim, o suposto envolvimento do ministro Silas Rondeau do PMDB e das Minas e Energia, que ocupa o cargo por indicação da família Sarney, traz uma dor de cabeça para o presidente Lula. Pelo noticiário de hoje, o ministro pedirá demissão, o que alivia a carga recebida pelo ocupante do Planalto, que em sua defesa sempre poderá alegar que não fosse o seu governo, a PF não teria condições de bancar essas operações.

Até aí tudo bem. Mas acontece que a desculpa clássica do senhor presidente em dizer que foi traído não vale mais, porque a família Sarney poderia ser considerada como a "linha de atacantes" do time do presidente, assim como o Ministro das Minas e Energia é uma espécie de "centroavante" do PAC, responsável por boa parte das ações materiais do plano que representa meio e objetivo maior deste segundo mandato. O presidente não poderia ser traído por um ministro tão importante, muito menos pelos Sarney.

Sou da opinião que políticos envolvidos na mais tênue das denúncias não podem sequer assumir cargos para os quais sejam convidados. É certo que essa não é a prática brasileira, onde gente processada até criminalmente ocupa cargos políticos. Mas bem que os Sarney podiam ter sabatinado melhor o quadro que indicaram, antes dele virar Ministro.

Esse episódio da Operação Navalha não é de todo ruim para o Brasil, porque a polícia foi para cima de gente graúda tanto da situação quanto da oposição, pessoas que, normalmente, se achariam imunes à mínima brisa da Lei. O problema é que desta operação que envolve tanto peixe grande, virá uma CPI que não vai resolver nada e embaralhar ainda mais as coisas e certamente, também teremos processos frustrados de cassação contra políticos além da natural desídia do péssimo Judiciário nacional, com seus juizes lenientes e sempre dispostos a aliviar a barra dos "bacanas", tudo aumentando a já péssima sensação de impunidade que os brasileiros conscientes sentem por aqui.

Queira Deus que eu esteja errado!

O Estado de S.Paulo: lista dos envolvidos na operação: CLIQUE AQUI

18 de mai. de 2007

17 de mai. de 2007

BLOG VENEZUELANO

"Acabo de regresar de un viaje por distintas ciudades de Venezuela y tengo la profunda sensación de vivir en un país ocupado, un país sitiado por una fuerza agresora, en este caso por los defensores de la Revolución Chavista y por su líder: Hugo Chávez".

Assim começa um post num blog de uma venezuelana corajosa em mostrar ao mundo a desgraça anti-democrática que abateu aquele país: Ana Júlia Jatar

ESTE POST É PRATICAMENTE COPIADO DO DAVID.

RASGANDO SEDA... DE NOVO!


O Mário do Apoio Fraterno renovou a homenagem feita há alguns dias, listando meu blog entre os seus preferidos. Uma honra, sem dúvida, até porque, pelos seus textos ótimos e sua grande cultura ele mesmo é um dos blogs que eu recomendo.

Há uns 15 dias eu havia listado alguns blogs de minha preferência, renovo a opinião de que todos os linkados aí do lado sãó ótimos mas, por conta da exigência do "Thinking Blogger Award", preciso indicar outros cinco, e passar a corrente pra frente.

Não vou repetir blogs que já havia citado, e certamente, os que vou citar agora já receberam a indicação umas trocentas vezes, porque são os "top de linha" da blogosfera:

A Santa, cujo blog trata dos mais variados assuntos, sempre com bom humor e audiência qualificada.

A Cilene Bonfim, que é um blog de variedades, abordando a vida de brasileiros na Europa.

O Dono do Bar com um bom humor contagiante, principalmente quando mostra as curiosidades com novos produtos à venda por aí.

Patacoadas do Cleber, de humor gráfico, um talento dos quadrinhos.

Por fim, o Luz de Luma, um belo blog, de assuntos variados, com uma visão muito sensível sobre todos eles.

Na verdade, todos os blogs onde eu comento são ótimos. O bom dessa atividade é conhecer a visão que cada um tem dos assuntos, a variedade de opiniões e o debate livre e franco de idéias.

14 de mai. de 2007

PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE E PROGRESSO

Aqui onde eu vivo, que é região de Mata Atlântica, ainda há muitas pedreiras exploradas sem qualquer critério devastando tudo à sua volta.

Até pouco tempo atrás, abriam-se novos veios tão logo esgotada a produção mais superficial, que, claro, é a mais barata. O resultado são centenas de áreas estéreis, onde não cresce nem capim-gordura, cuja exploração acabou sem aproveitar todo o potencial produtivo, prejudicando outros terrenos adjacentes, alguns invadidos por loteamentos irregulares.

De uns tempos para cá, para abrir pedreira é preciso plano de exploração, relatório de impacto ambiental e em certos casos, a compensação de reserva legal, que é um instrumento pelo qual troca-se a preservação de uma área, pela exploração em outra.

Guardada a crítica sobre a dificuldadec e demora do licenciamento, é um grande progresso numa região que foi simplesmente devastada, porque a indústria do cal, além de precisar de pedra em abundância, precisa também de lenha, matriz energética que só agora sofre alteração, visto que as indústrias rudimentares estão em extinção, dados os custos proibitivos.

Enfim, para ser minerador, é preciso antes de tudo profissionalismo e capacidade financeira.

É fato que as regras ambientais rígidas (e outros fatores empresariais, não apenas isso) causaram quebradeira de pequenas empresas e problemas sociais. Mas, hoje, o que se nota é que a indústria em questão recuperou a força, embora concentrada em empresas maiores e mais profissionalizadas, que necessitam de mão-de-obra mais qualificada (conquanto melhor remunerada) e ao mesmo tempo causam menos impacto ambiental e distribuem melhor a riqueza que geram.

É um sinal dos tempos. O mundo em que vivemos exige empresas profissionais e empregados qualificados. A tendência mundial da mineração é que ela fique concentrada em empresas altamente especializadas, que retiram a maior quantidade de minério possível com o menor impacto ambiental, tratando, inclusive, de medidas de reflorestamento e recomposição das áreas cuja lavra foi encerrada.

Aqui, havia centenas de pequenos mineradores e 90% deles não seguiam nenhuma regra ambiental, trabalhista, de segurança no trabalho ou de competição saudável. Cada um com uma pequena pedreira, carregando explosivos em porta-malas de automóveis e usando-os sem o acompanhamento de um profissional habilitado (o blaster), queimando a pedra sem qualquer critério, competindo uns com os outros de modo selvagem, aviltando o preço dos produtos, pondo em risco a vida de pessoas e devastando o meio ambiente. Se é fato que ainda existem alguns, também é verdade que a situação melhorou muito.

O que se tem visto nos últimos tempos por aqui, embora ainda de modo tímido, é que a tomada do negócio por empresas maiores gera menos empregos diretos, mas remuneração melhor. Isso transfere empregos para o setor de serviços, que usa mão-de-obra menos qualificada. Ao mesmo tempo, há um ganho de produtividade, pois vende-se um produto melhor ao mesmo tempo em que as fábricas são menos poluentes e não desperdiçam matéria-prima, e as frotas de equipamentos (caminhões, tratores, perfuratrizes) mais novas, economizando combustíveis.

Guardados os muitos problemas que ainda existem, é uma prova de que gestão ambiental é possível. Ainda não chegou o tempo em que o mundo possa prescindir de explorar recursos minerais, enquanto isso, se o fizer seguindo regras e buscando alternativas para causar o mínimo de estragos, o desenvolvimento econômico é garantido. O que não se pode, é render-se à histeria que temos visto em alguns lugares.

Enfim, é possível, sim, conciliar extrativismo com meio ambiente, desde que haja bom senso na aplicação das normas e que se entenda que elas alteram a situação econômica, como esse fenômeno de perda de empregos na índustria, transferindo-os para o setor de serviços. É apenas parte de um processo evolutivo.

PS:

Na barra lateral, a Coluna Prédica, do Jornal RaioX de maio/2007.

11 de mai. de 2007

AS FAVAS CONTADAS

Como todos esperávamos, o presidente Lula interveio na questão e a Petrobrás assumiu o prejuízo decorrente das palhaçadas do governo boliviano.

As duas refinarias que foram adquiridas em estado de sucata por US$ 104 milhões, e que valem hoje, para o mercado, US$ 210 milhões, foram expropriadas pelo governo do senhor Morales, que pretendia pagar US$ 60 milhões mas, dado o "endurecimento" do governo brasileiro, aceitou a conta de US$ 112 milhões, mesmo sabendo que a Petrobrás investiu US$ 30 milhões adicionais para modernizá-las.

Bem dito que não se tratou apenas ato de amizade entre os bolivarianos Morales e Lula, em detrimento do contribuinte brasileiro e dos acionistas da Petrobrás.

Pesou o fato do Brasil ter hoje uma dependência do gás importado da Bolívia, cuja responsabilidade é do governo FHC, que não analisou o histórico daquele país ao fechar contratos e promovê-los internamente como fonte de energia barata que foi adotada por centenas de empresas, que hoje arcam com os custos da demagogia popular-socialista do governo daquele país. Assim, o governo também optou por ganhar tempo para encontrar alternativas energéticas ao gás boliviano, ante a ameaça cada vez mais plausível de quebra unilateral dos contratos de fornecimento, com prejuízos para a economia nacional.

Porém, o fato interessante é queo senhor Morales alardeava antes de ontem que o presidente Lula iria intervir para solucionar a questão, o que demonstra que ele tem ascendência demais sobre decisões que afetam o Brasil.

Leia mais:

Folha de S.Paulo
O Estado de S.Paulo

8 de mai. de 2007

ROBERTO CARLOS E A BIOGRAFIA

Com todo o respeito que eu tenho às opiniões em contrário, entre elas a do Tom Paixão, cujo blog não tratou do assunto mas vai linkado porque ele fez comentários em outros blogs, eu quero me manifestar em favor do Roberto Carlos sobre essa questão da biografia.

Este "post" é um melhoramento de um comentário que fiz no blog do Orlando Tambosi, que achei pertinente colocar aqui, para constatar a opinião dos meus leitores.

Quero dizer que eu gostaria de ter comprado esse livro, mas não tiro as razões do Roberto Carlos, senão vejamos:

1. Ele é religioso praticante, isso é notório. Por mais que eventualmente ele tenha deixado de seguir os ditames da fé (igreja) que pratica, é fato que ele procurou segui-los e que nunca deixou de divulgar aquilo em que acredita de modo fervoroso e por vezes tocante pelo talento aplicado nas músicas que compôs para tanto. Portanto, ele não é um homem sem moral nenhuma, alguém sem valores ou mesmo alguém de valores duvidosos.

2. Eu não lembro de ter visto alguma vez o Roberto Carlos envolvido em escândalos de fofocas tipo revista Contigo, ou se exibindo em Caras a cada vez que trocou de namorada, como é comum nas "celebridades" de proveta de nossos dias;

3. Ele nunca se envolveu em discussões políticas e na única vez em que foi acusado disso, fez uma linda homenagem ao amigo Caetano Veloso, numa das canções mais belas da música nacional, que não teve conotação política, mas apenas pessoal;

4. Todos os fatos obscuros de sua vida foram tratados com discrição e sem alarde. É comum que artistas pegos em atos falhos saiam na imprensa, valendo-se de sua fama para desqualificar seu adversário judicial e lançar dúvidas sobre o eventual pedido. Roberto Carlos, pelo menos que eu lembre, nunca foi à imprensa para desqualificar algum adversário em juízo, como muitos artistas menores já fizeram em casos parecidos;

5. Ele assumiu todos os filhos comprovadamente dele, sem batalhas judiciais após a prova;

6. A vida privada dele sempre foi protegida e nunca houve especulações maiores sobre suas intimidades, justamente porque ele optou por proteger sua familia. Mais que isso, quando ocorreu algum tipo de problema em sua esfera familiar, ele mesmo veio a público para dar a notícia, mas por respeito aos seus milhares de fãs, não por cobiça de promoção pessoal;

7. Seus filhos sempre agiram de modo discreto e nunca passaram noitadas de exibicionismo à la Paris Hilton ou outras figuras ainda menores, certamente não por falta de condições financeiras ou oportunidade, mas por receberem em casa uma educação calcada em valores pessoais.

Enfim, Roberto Carlos, além de gênio da música, é um ser humano cordato, educado e preocupado não só com sua imagem, mas também com o bem estar de seus familiares e amigos e dos seus milhares de fãs. Ele pode ter errado na vida, como toda e qualquer pessoa erra. Respondeu ações em juízo, certamente pagou indenizações e advogados e pelas coisas erradas que eventualmente fez. Se tem manias e idiossincrasias, bem, quem não as tem?

O fato mais importante disso, porém, é que Roberto Carlos nunca usou a mídia para auto-promoção, senão em decorrência de seu enorme talento.

Ele é muito diferente das "vagabas" que vão para Caras mostrar os seios novos ou a nova cozinha de suas mansões, ou dos palermas que desfilam com uma mulher por noite para alavancar suas carreiras sem talento.

Roberto Carlos é motivo de notícia porque tem uma obra excepcional e porque é admirado e amado por milhões de pessoas que reconhecem na sua música um alento ou uma diversão. É um artista como poucos no Brasil, com uma carreira de 40 anos levando multidões aos seus shows sem apelação barata, sem nudismo, sexismo ou ainda hipocrisia política como uns e outros que se dizem "socialistas" e cobram duzentos reais o ingresso para assisti-los. É um ídolo popular de verdade, um artista reconhecido aqui e no exterior, que nunca precisou de escândalos de imprensa para lotar teatros e estádios pelo Brasil afora.

Ele tem uma biografia de verdade a preservar, é diferente de outros tantos que chegam a pagar para que alguém lhe faça uma biografia chapa-branca com alguma revelação bombástica a fim de dar um impulso adicional à sua carreira medíocre.

Com todos esses fatos, eu concluo que Roberto Carlos buscou proteger a sua intimidade e a de seus familiares e amigos.

O autor da biografia sabia do risco existente ao publicar a obra, até porque a editora deve tê-lo avisado que poderia sofrer ações judiciais. Portanto, houve um risco calculado nessa questão.

Ademais, não houve censura nesse caso, onde seguiram-se os trâmites burocráticos atinentes ao Estado de Direito, posteriores à circulação da obra.

O ofendido, Roberto Carlos, leu a biografia, não gostou, acionou a Justiça e tirou a obra de circulação. Seria uma falha moral se ele, Roberto, fosse à imprensa fazer acusações contra o autor da obra, coagindo-o indiretamente por meio de sua massa de fãs. Mas não, Roberto Carlos chamou seus advogados e tratou da questão nos tribunais, como um cidadão de verdade deve fazer ao sentir-se ofendido.

E notem bem, agiu sem o intuito de ainda por cima ganhar algum dinheiro, como o que ocorre na enorme maioria das ações de danos morais. Dou razão a ele.

Caros amigos blogueiros,

Não tenho a intenção de mudar a opinião de ninguém ao levantar o tema. Aliás, essa discussão tem dois beneficiados: a) o debate franco de idéias e concepções de vida e de leis; b) eu mesmo, que tenho grande interesse pelo tema "direito moral" e gosto de saber com as pessoas reagem caso a caso.

Há bons argumentos contrários ao RC, como o do TOM PAIXÃO ou da PATRICIA M, e há quem tenha levantado outros argumentos que não os meus em favor dele, como a PATA IRADA.

Fico feliz em ver que, salvo uma ocorrência isolada em outro blog, todos os que vieram até este blog até agora, demonstraram educação e argumentos sólidos para discutir a questão. Já disse um ex-professor meu que em Direito não existe resposta errada, existe interpretação. Em parte, ele está certo, e vocês comprovam isso neste debate.

7 de mai. de 2007

O BRASIL EM TÓPICOS

1. A PETROBRÁS NA BOLÍVIA

Leio na Folha de S.Paulo e em O Estado de S.Paulo que a Petrobrás pretende endurecer as negociações com a Bolívia, por conta das nacionalizações empreendidas por Evo Morales.

O que me irrita é que fazem isso após aceitarem exatamente o preço do gás pretendido por Evo Morales em maio do ano passado, inclusive já repassando-o ao consumidor nacional, que, claro, sempre paga a conta dos erros dos governantes.

Por outro lado, o comentário na imprensa foi no sentido de que as duas refinarias hoje em discussão custaram 104 milhões de dólares, e após isso foram modernizadas com amplos investimentos, de tal modo que hoje, atendem à demanda de refino daquele país e ainda podem produzir para exportação, coisa que não acontecia na década de 90, quando a Petrobrás comprou um pouco mais que sucata misturada com óleo.

Agora, a Bolívia oferece 60 milhões de dólares por elas, e insiste que é uma oferta generosa. Na verdade, é roubo praticado contra um país amigo.

Eu só consigo entender que Evo Morales conta, novamente, com a falta de pulso do governo brasileiro. Já deixou de ser discussão diplomática, virou papo de boteco com direito a gozação contra o Brasil.

2. A QUEBRA DE PATENTE DO REMÉDIO PARA AIDS

A quebra de patente promovida pelo governo para a fórmula de um remédio para o tratamento da AIDS não se justifica. Foi anunciado que, com o ato, o Brasil passaria a importar da Índia (?) o mesmo remédio, com economia de 30 milhões de reais por ano.

Esse valor não representada nada no orçamento da saúde, ele poderia ser obtido com uma negociação franca com o laboratório e um pedido de desconto pela compra em grande quantidade.

Me cheira a uma ou outra coisa:

a) Vingança de algum burocrata federal contra o laboratório;
b) Sociedade de algum burocrata federal com o "laboratório" indiano.

Tá certo que a Índia vêm se destacando em algumas áreas da ciência, mas é um país campeão mundial em AIDS. Alguma coisa não bate...

4 de mai. de 2007

O PRESIDENTE LULA E A TEORIA DA RELATIVIDADE

A TEORIA DA RELATIVIDADE

Um dos filmes que mais causaram impacto em minha vida foi "Em algum lugar no passado", com Christopher Reeve, uma história de amor lindíssima, em que um escritor apaixona-se pela foto de uma atriz dos anos vinte. Uma paixão tão avassaladora que ele acha uma forma de voltar ao passado para encontrar a moça e viver uma história de amor emocionante. O filme é lindo, a trilha sonora é fabulosa e o tema, instigante: viajar no tempo. Quando Albert Einstein anunciou a sua Teoria da Relatividade, em 1905, viajar no tempo - pelo menos em teoria - deixou de ser algo impossível. Pois outro dia observei uma foto de um grupo de amigos na reunião de comemoração de 30 anos de minha formatura no colégio. Olhei aqueles senhores de cabelos brancos, gordos e carecas e imaginei o que aconteceria se a foto pudesse ser vista por eles quando tinham 16 anos. Já pensou? Você poder ir até o futuro e olhar onde estará, que rumo sua vida tomou?
Imaginei então uma situação interessante. Alguém inventa uma máquina do tempo. E vai testar. Escolhe uma data aleatória - 1989, por exemplo - e aperta um botão. A máquina traz para o presente ninguém menos que Luis Inácio Lula da Silva. Aquele de vinte anos atrás. Lula chega meio zonzo:
- O que é isso, companheiro?
Sem entender o que acontece, Lula é recebido com carinho, toma uma água, senta-se num sofá e recupera o fôlego.
- Onde eu tô?
- No futuro, Presidente. Colocamos em prática a Teoria da Relatividade!
- Futuro? Logo agora que vou ganhar do Collor, pô! Me manda de volta pro passado! Zé Dirceu! Zé? Cadê o Zé?
- Calma, Lula. Aproveite para dar uma olhada no seu futuro. Você é o presidente da República!
- Eu ganhei?
- Não daquela vez. Mas ganhou em 2002. E foi reeleito em 2006!
- Reeleito? Eu? Deixa eu ver, deixa eu ver!!!
E então Lula senta-se diante de um televisor de plasma. Maravilhado, assiste a um documentário sobre os últimos 20 anos do Brasil. Um sorriso escapa quando a eleição de 2002 é apresentada.
- Pô, fiquei bonito! Ué. Aquela ali abraçada comigo não é a Marta Suplicy?
- Não, Presidente, é a Marisa Letícia.
- Olha! Eu e o Papa! E aquele ali, quem é?
- É George Bush, o Presidente dos Estados Unidos!
- Arriégua! Êpa! Mas aquele ali abraçado comigo não é o Sarney? Com a Roseana? E o que é que o Collor tá fazendo abraçado comigo? O que é isso? Tá de sacanagem?
- Não, presidente. Esse é o futuro!
- AAAAhhhhhh! Olha lá o Quércia me abraçando! O Jader Barbalho! Cadê o Genoíno? Cadê o Zé Dirceu?
- O senhor cortou relações com eles.
- Meus amigos? Me separei deles e fiquei amigo do Quércia?
- Pois é...
- E aqueles ali? Não são banqueiros? Com aqueles sorrisos pra mim?
- Estão agradecendo, Presidente. Os bancos nunca tiveram um resultado tão bom como em seu governo.
- Bancos? Os bancos? Você tá de sacanagem. Sacanagem!
- Calma, Presidente. O povo está gostando, reelegeram o senhor com mais de cinqüenta milhões de votos!
- Mas não pode! Cadê os proletários? Só tô vendo nego da elite ali. Olha o Vicentinho de gravata! E o Jacques Wagner também! Mas que merda é essa?
- É o futuro, Presidente.
- E o Walter Mercado? Tá fazendo o quê ali?
- Aquela é a Marta Suplicy, Presidente.
- Ah, não. Não quero! Não quero! Não quero aquele meu terninho. Não quero aquele cabelinho. Não quero aquela barbinha. Desliga isso aí!
- Mas Presidente, esse é o futuro. O senhor vai conseguir tudo aquilo que queria.
- Não e não. Essa tal de teoria da relatividade é um perigo.
- Perigo?!
- É. As amizades ficam relativas. A moral fica relativa. As convicções ficam relativas. Tudo fica relativo.
- Bem-vindo a 2007, Presidente.



Este artigo é de autoria de Luciano Pires (www.lucianopires.com.br) e está liberado para utilização em qualquer meio, contanto que seja citado o autor e não haja alteração em seu conteúdo

2 de mai. de 2007

O BRASIL EM TÓPICOS

1. A CPI DO APAGÃO AÉREO:

Segundo o jornal da CBN, o PMDB analisa com cuidado quem vai indicar para compor a CPI do Apagão Aéreo, que o governo tentou impedir de todas as maneiras.

A idéia, segundo a reportagem, é ser o último partido a indicar os membros da comissão porque o governo ainda não decidiu-se sobre alguns cargos do segundo escalão da administração pública. Se o governo liberar os tais cargos para o partido, os indicados para a CPI serão parlamentares dos mais afinados com o Planalto. Se não liberar, o PMDB vai indicar outros, menos afinados.

Partido da base aliada é assim mesmo né? Apoio total!!!

2. O SORTEIO DO REQUIÃO:

Apareceu hoje na Assembléia Legislativa do Paraná, uma circular supostamente assinada pelo secretário chefe da casa civil do governo estadual, Rafael Iatauro, convidando os senhores deputados aliados a participarem da chamada "escolinha de governo", que é uma ocasião semanal em que, com transmissão direta pela TV Educativa, Requião desanca seus inimigos políticos, fala mal da imprensa, baba ovo em favor de Hugo Chaves e dá um jeito de falar mal do ex-governador Jaime Lerner.

Segundo os relatos, a circular promete que os deputados que participarem de 4 sessões semanais consecutivas estarão concorrendo ao sorteio de um ônibus, que deverá ser entregue para uma cidade indicada pelo parlamentar, portanto, da sua base política.

Ainda não entendi se é piada, coação ou suborno. Ou se é os três...

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...