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16 de nov. de 2009

COPENHAGEN ESTÁ FADADA AO FRACASSO

A atitude do governo brasileiro foi elogiável.

Ao deixar de lado o discurso batido do "país em desenvolvimento" e fixar metas claras de redução da emissão de carbono, instou os países ricos a aumentarem sua oferta e ao mesmo tempo tentou enquadrar China, Índia e Rússia, grandes emissores.

O problema é que os EUA estão sob efeito de crise severa e não querem fixar metas mais ousadas agora, preocupados com eventuais consequências em seu parque industrial. Se eles já eram relutantes antes da crise, imagine agora, com os tubarões de Wall Street pedindo penico para o governo salvar as empresas que sua ganância empurrou para o desastre?

Já a China, segundo maior poluidor do planeta, não aceita porque seu desenvolvimento é calcado em pura e simples irresponsabilidade ambiental. O país não conseguiria a disparada de PIB das últimas décadas sem isso. A China só chegou onde chegou devastando o meio-ambiente e vendendo produtos bons para os EUA e produtos ruins e poluentes para o resto do mundo.

Os EUA precisam de um pouco mais de tempo e a China de muito mais tempo para fixar metas efetivas de redução de emissões. O problema é que, sem eles, Copenhagen servirá apenas para tirar fotos do grupo de chefes de Estado e nada mais.

É bem dito que há um outro lado na questão, não abordada pelo governo brasileiro ao fixar as nossas metas ousadas.

Para o Brasil, que ainda tem muitos recursos naturais a preservar, essa redução de metas atrai investimentos do mundo todo, na exata medida em que existe um mercado de carbono, onde a preservação de florestas daqui, pode viabilizar investimentos nos países desenvolvidos. Para o Brasil, a preservação do meio-ambiente pode ser altamente lucrativa, como já não é possivel aos EUA e à Europa.

Ademais, para o Brasil, crescimento de 3,5% por ano do PIB é considerado normal e festejável dado o fato de que sua própria classe política não têm muito interesse no progresso do país, porque isso lhe rouba currais eleitorais. Mas na China, um percentual como este é uma hecatombe que põe em risco o regime ditatorial que optou pelo crescimento acelerado para evitar que seu mais de bilhão de habitantes ensaie uma insurreição que seria incontrolável.

Com todas essas diferenças de visão e na ausência completa de consenso sobre os riscos pelos quais passa o planeta, e sem o aval de EUA e China a planos mais ousados, parece que Copenhagen está fadada ao fracasso.

3 de jun. de 2007

UM PLANETA LIMPO: AS SACOLAS PLÁSTICAS




Esta blogagem coletiva é de iniciativa do Lino Resende, sempre a levantar grandes temas em favor da humanidade, como já fez tempos atrás na campanha "Eu quero é paz" cujo selo está no final desta página.

É relevante. Não se trata apenas de teoria ecológica como fazem uns, mas de prática de princípios ambientais que de demagógicos não têm absolutamente nada. Quanto mais sujamos o meio em que vivemos, menos capacidade ele tem de se recuperar, de modo que cabe a nós mantermos o planeta limpo, para que natureza faça a sua parte.

As vezes pansamos que praticar princípios ambientais é difícil, mas isso não é verdade. Eu vou tratar de apenas um aspecto desta questão, as sacolas plásticas.

Aqui no Paraná, o Ministério Público e o PROCON/PR convocaram as grandes redes de supermercados para tratar desse tema pouco abordado quando se fala em lixo e limpeza, as sacolas plásticas que os estabelecimentos varejistas entregam a seus clientes, que são contadas aos milhões por dia só por aqui.

Pois bem, o MP e o PROCON do Paraná descobriram que as sacolas oxibiodegradáveis custam no máximo 5% mais caro que as comuns.

Acontece que estas sacolas são as mesmas utilizadas hoje, mas produzidas com um aditivo que quebra as moléculas do plástico após certo tempo, de modo que reduzem em muito o problema ambiental. São uma verdadeira praga, pior que furacões e maremotos, porque elas são misturadas com material orgânico, o que torna difícil que sejam recicladas. Veja o leitor a quantidade delas que são vistas às beiras de rios, nos lixões ou nas bocas-de-lobo a cada chuva mais forte. Além de seu uso impedir a reciclagem, no meio ambiente elas sufocam animais e impermeabilizam o solo e as várzeas de rios, diminuindo a vida aquática, sufocando animais e plantas e impedindo o crescimento de vegetação rasteira.

A idéia do MP e do PROCON do Paraná é simples: se as grandes redes aderirem às sacolas oxibiodegradáveis, o preço delas cai e torna-se possível exigi-las de todos os estabelecimentos varejistas. Se todos adotarem, a degradação natural delas facilitará a separação de lixo orgânico do inorgânico, aumentará a vida útil dos lixões e tornará mais limpo o meio ambiente.

Aqui, haverá um prazo para os supermercados adotarem as novas sacolas ou substituí-las por práticas e materiais menos ou não agressivos ao meio-ambiente. Quando o prazo vencer, eu vou exigir de cada estabelecimento onde comprar, o uso compulsório delas. Se o leitor fizer o mesmo, será um pequeno passo em prol da limpeza do planeta... mas mesmo a mais longa das viagens, inicia-se sempre com apenas um passo.

PS:

É verdade que estou adiantado, pois a blogagem é para 5 de junho. Mas compromissos profissionais me impedirão de escrever durante a semana. Peço aos meus leitores que visitem várias páginas no dia 5, deixem seus comentários e dêem idéias e sugestões. Todo e qualquer esforço que fizermos com esse assunto, terá como recompensa a bondade extrema da mãe natureza, que nunca nos faltou. Não faltemos à ela!

14 de mai. de 2007

PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE E PROGRESSO

Aqui onde eu vivo, que é região de Mata Atlântica, ainda há muitas pedreiras exploradas sem qualquer critério devastando tudo à sua volta.

Até pouco tempo atrás, abriam-se novos veios tão logo esgotada a produção mais superficial, que, claro, é a mais barata. O resultado são centenas de áreas estéreis, onde não cresce nem capim-gordura, cuja exploração acabou sem aproveitar todo o potencial produtivo, prejudicando outros terrenos adjacentes, alguns invadidos por loteamentos irregulares.

De uns tempos para cá, para abrir pedreira é preciso plano de exploração, relatório de impacto ambiental e em certos casos, a compensação de reserva legal, que é um instrumento pelo qual troca-se a preservação de uma área, pela exploração em outra.

Guardada a crítica sobre a dificuldadec e demora do licenciamento, é um grande progresso numa região que foi simplesmente devastada, porque a indústria do cal, além de precisar de pedra em abundância, precisa também de lenha, matriz energética que só agora sofre alteração, visto que as indústrias rudimentares estão em extinção, dados os custos proibitivos.

Enfim, para ser minerador, é preciso antes de tudo profissionalismo e capacidade financeira.

É fato que as regras ambientais rígidas (e outros fatores empresariais, não apenas isso) causaram quebradeira de pequenas empresas e problemas sociais. Mas, hoje, o que se nota é que a indústria em questão recuperou a força, embora concentrada em empresas maiores e mais profissionalizadas, que necessitam de mão-de-obra mais qualificada (conquanto melhor remunerada) e ao mesmo tempo causam menos impacto ambiental e distribuem melhor a riqueza que geram.

É um sinal dos tempos. O mundo em que vivemos exige empresas profissionais e empregados qualificados. A tendência mundial da mineração é que ela fique concentrada em empresas altamente especializadas, que retiram a maior quantidade de minério possível com o menor impacto ambiental, tratando, inclusive, de medidas de reflorestamento e recomposição das áreas cuja lavra foi encerrada.

Aqui, havia centenas de pequenos mineradores e 90% deles não seguiam nenhuma regra ambiental, trabalhista, de segurança no trabalho ou de competição saudável. Cada um com uma pequena pedreira, carregando explosivos em porta-malas de automóveis e usando-os sem o acompanhamento de um profissional habilitado (o blaster), queimando a pedra sem qualquer critério, competindo uns com os outros de modo selvagem, aviltando o preço dos produtos, pondo em risco a vida de pessoas e devastando o meio ambiente. Se é fato que ainda existem alguns, também é verdade que a situação melhorou muito.

O que se tem visto nos últimos tempos por aqui, embora ainda de modo tímido, é que a tomada do negócio por empresas maiores gera menos empregos diretos, mas remuneração melhor. Isso transfere empregos para o setor de serviços, que usa mão-de-obra menos qualificada. Ao mesmo tempo, há um ganho de produtividade, pois vende-se um produto melhor ao mesmo tempo em que as fábricas são menos poluentes e não desperdiçam matéria-prima, e as frotas de equipamentos (caminhões, tratores, perfuratrizes) mais novas, economizando combustíveis.

Guardados os muitos problemas que ainda existem, é uma prova de que gestão ambiental é possível. Ainda não chegou o tempo em que o mundo possa prescindir de explorar recursos minerais, enquanto isso, se o fizer seguindo regras e buscando alternativas para causar o mínimo de estragos, o desenvolvimento econômico é garantido. O que não se pode, é render-se à histeria que temos visto em alguns lugares.

Enfim, é possível, sim, conciliar extrativismo com meio ambiente, desde que haja bom senso na aplicação das normas e que se entenda que elas alteram a situação econômica, como esse fenômeno de perda de empregos na índustria, transferindo-os para o setor de serviços. É apenas parte de um processo evolutivo.

PS:

Na barra lateral, a Coluna Prédica, do Jornal RaioX de maio/2007.

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...