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9 de nov. de 2016

TRUMP? TRUMP!


Nos EUA se fazem 50 pequenas eleições que no todo, elegem o presidente. Pesquisas de opinião em eleição presidencial são caóticas, porque cada estado tem um peso pré-definido que não exatamente coincide com o tamanho do seu eleitorado, além de existir voto antecipado via correios em vários lugares. Para se ter uma ideia, quando Donald Trump alcançou os 270 delegados necessários para ser eleito, tinha menos votos que Hillary, o que pode não mudar até o fim da apuração. 

Via de regra, elege-se lá, o candidato que melhor mobiliza o seu público cativo, seja por meio do partido (coisa que nem Hillary nem Trump tiveram fortes nesta eleição), seja por discursar e dizer o que seus eleitores fiéis querem ouvir. Como o voto não é obrigatório, o que acontece é que o candidato de discurso mais afinado com os seus, mobiliza-os e alcança a vitória.

Trump teve discurso mais eficiente, Hillary se enrolou no caso dos e-mail, mas ambos não contaram com o entusiasmo de seus respectivos partidos, embora os republicanos pareceram menos unidos. E as acusações de corrupção contra ela pesaram na reta final.

O que parecia barbada há 30 dias, virou um pesadelo para o Partido Democrata e Hillary Clinton. 

Se imaginava que no colégio eleitoral, Hillary teria vitória fácil, mas na prática, ela perdeu nos estados-chave, aqueles que não são historicamente de um grande partido ou de outro. E ela também perdeu, e por larga margem, naquele que deveria ser seu reduto eleitoral mais fiel, o estado do Arkansas, que seu marido governou por mais de uma década, o que é sintomático de que sua popularidade não era assim tão grande quanto o espanto com a campanha agressiva de Donald Trump.

Se eu fosse americano, teria votado em Hillary, mas não critico o país por eleger Trump, porque no Brasil de Dilma, Lula, Beto Richa, Roberto Requião, Gleisi, Lindbergh, Sergio Cabral, Pezão, Tarso e Luciana Genro, Maria do Rosário, Aécio, Jandira outros tantos, não há moral nenhuma para dizer que os outros elegeram alguém bom ou ruim.

Duvido que Trump ponha em prática seu discurso agressivo. Um país que tem instituições e partidos fortes como os EUA, por si só é um contrapeso a qualquer aventura populista. Ademais, existe um "establishment", ou seja, setores importantes da economia e da política aversos a radicalismos, o que não deixa de ser algo elogiável daquele país.

Mas a praga do populismo volta e meia volta a atacar...

Bem se disse que o mundo experimenta uma guinada à direita, no sentido de constatar que as pessoas comuns estão fartas de regras e normas para tudo, estão cansadas de medir as palavras para não ofender a praga politicamente correta, estão cansadas de verem os seus direitos serem violados para proteger direitos difusos dos mais diversos, que muitas vezes vem ou são de outros países e não lhes dizem respeito dentro da vida que levam em suas aldeias. 

É cíclico da humanidade dosar algo que muito se discute e com indas e vindas chegar a um meio termo. Parece que estamos vivendo aquela guinada necessária que antecede isto, talvez Trump represente esse anseio de menos Estado, mais liberdade individual e menos internacionalismo, que ao mesmo tempo significa que as pessoas querem apenas que estas coisas não sejam tão radicais quanto tem sido na última década.





3 de out. de 2016

JOVENS NA POLÍTICA TEM QUE SER AS IDÉIAS, NÃO OS CANDIDATOS



Eu poderia citar uma lista enorme de candidatos "jovens" que representam idéias atrasadas e conceitos que a história já venceu. Gente que representa muito mais as suas famílias, o jeito de fazer política dos seus pais ou ainda a forma de fazer política mais a partir de conceitos vencidos que de um sopro de juventude e arejamento de idéias. A idade física de um candidato não necessariamente significa que ele defende conceitos modernos.

O Brasil precisa repensar o modelo de Estado paternalista, segundo o qual ele tem que estar presente em tudo, tem que fiscalizar tudo, tem que ter controle sobre tudo e tem que ser ativo em tudo, se agigantando cada vez mais e transferindo para a sociedade o ônus de ser cada vez mais caro e difícil de operar. Vivemos uma crise econômica causada pelo vício que o brasileiro (inclui o empresariado e toda a sociedade civil) tem em querer o Estado como sócio ou parceiro para tudo.

No Brasil não se faz investimento sem ponte de empréstimo de banco público, não se constrói uma estrada sem que o governo tenha de alocar recursos, não se cria um programa de inclusão social que não envolva ONG que receba dinheiro público de alguma forma, não se faz uma obra de cinema sem recursos de estatais ou da Lei Rouanet. A consequência disto é o excesso de gasto público, o excesso de agentes públicos, um número absurdo de ministérios, secretarias, institutos, fundações e órgãos de todo o tipo, e, claro, a corrupção que decorre do excesso de regras e de pessoas que precisam ser consultadas para que se faça qualquer coisa.

Não há nada mais antigo e atrasado na política que essa onipresença do Estado como agente econômico. O Estado que deveria fomentar e fiscalizar, virou um agente. O capitalismo de Estado, que não deu certo em nenhum país democrático é algo tão ultrapassado e anacrônico, e, pior, é algo tão autoritário, que me custa acreditar em jovens saídos de universidades se candidatando com o discurso do socialismo que odeia a livre empresa e a decisão da sociedade, dos rumos que pretende tomar.

Por outro lado, também não nos enganemos com o discurso do Estado ausente que abdica de suas funções primordiais como educação, saúde, previdência e segurança pública, que é tão atrasado quanto o do Estado paquidérmico.

Moderno hoje, é ter economia aberta e pronta para negociar com o mundo. Moderno é ter contas públicas equilibradas sem grandes déficits ou superávits. Jovem é entender que o mundo em que vivemos é de inovação constante que precisa ser fomentada por liberdade e agilidade em empreender, quebrando regras antigas e adequando a sociedade aos desafios do futuro por meio de política educacionais e sociais responsáveis e inclusivas. Não há nada mais velho que defender que nada pode mudar para preservar direitos que pouco ou nada valem se não há crescimento econômico consistente.

Pouco adianta o discurso do "jovem" na política, quando um Requião Filho faz o mesmo tipo de campanha raivosa que caracterizou a carreira política do seu pai. De nada serve uma "jovem" Luciana Genro que defende as ditaduras de Cuba, da Venezuela e da Coréia do Norte, que fotograva na Praça da Revolução em Cuba exaltando Che Guevara e ao mesmo tempo fala em democracia aqui, no Brasil. Pouco se aproveita de um Flávio Bolsonaro que representa as idéias erráticas, oportunistas e ultraconservadoras do seu pai, na onda contrária que segue à uma avalanche de 13 anos de ideologia capenga de esquerda.

Em política, jovens tem que ser as idéias, não os candidatos.

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...