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10 de out. de 2015

OBRIGADO COXA-BRANCA

Este texto eu escrevi em 2008, quando o Coxa completava 99 anos. Saiu no Globo.com, no tempo em que o blog da torcida do Coritiba ainda era de responsabilidade do Luiz Cláudio Massa. É um texto antigo, mas ainda válido, fica o repeteco e a homenagem ao Coritiba Foot Ball Club:


Frederico “Fritz” Essenfelder trouxe do Rio Grande do Sul a primeira bola de futebol e o entusiasmo para difundir o novo esporte bretão em terras paranaenses. Ele resolveu montar um “team” e agregou à sua volta outros jovens oriundos do Club Ginástico Tuverein (ou Teuto-Brasileiro), todos de origem germânica.

Desafiados Essenfelder e seu grupo de amigos para um jogo a realizar-se em Ponta Grossa, no mesmo dia do convite, ao invés de organizar apenas uma equipe, rapazes como ele, de uma família tradicional que produzia pianos, resolveram fundar um clube que nasceu com a marca de muitos dos nomes mais tradicionais da sociedade paranaense até hoje, como Leopoldo Obladen, Arthur Iwersen, Arthur Hauer, João Vianna Seiler e outros tantos... E nasceu naquele 12 de outubro de 1909, o Coritybano Football Club, a preparar-se para o jogo que se realizaria em 23 de outubro seguinte em Ponta Grossa.

Será que essa decisão de fundar um clube foi tomada por entusiasmo juvenil? Ou será que eles tinham em mente uma vaga idéia de que, ali, naquele momento, plantavam a semente de tudo o que aconteceu nos 99 anos seguintes?

Impossível responder isso, mas eu tenho como palpite que eles planejaram algo efetivamente grande, bem do disciplinado jeito alemão de fazer as coisas olhando sempre ao futuro. Mas mesmo assim fico a me perguntar:

Será que eles sabiam que, de clube de colônia, o depois renomeado Corityba passaria a ser um clube do povo, agregando italianos, poloneses, ucranianos, portugueses, caboclos e negros?

Imaginavam que as cores verde e branca da casa dos Habsburgos teriam suas metas defendidas por gigantes de ébano como Jairo e Edson Bastos? E que na linha, atuariam artistas negros e mulatos como Zé Roberto, Lela “o careta”, Eli Carlos e Tóby? Mais que isso, concebiam que até a colônia japonesa se faria presente nessa história com Kazuoshi Miúra, o Kazu e Pedro Ken?

Teriam eles, a vaga noção de que a idéia agregaria tanta gente à sua volta e seria capaz de criar ídolos marcados nas memórias de gerações de pessoas, como Rafael Camarota, Manga, Oderdan, “capitão” Hidalgo, Pachequinho, Aladim, Pizatinho, Hermes, Lanzoninho, Hamilton Guerra, Bequinha, Miltinho, Neno, Leocádio, Duílio Dias, Paquito, Tião Abatiá, Kosilec, Vilson Tadei, Luiz Freire, Tostão, Keirrison, Henrique Dias e Vanderlei?

O que eles pensariam se soubessem que aquela era e semente da criação de um mito como Fedato, o zagueiro que recusou jogar na época do auge do futebol carioca para continuar defendendo as cores do seu amado alvi-verde? E que o “flecha loira” Krüguer pensaria em dar sua vida pelo ideal, a ponto de enfrentar a morte e voltar a campo para depois aposentar-se e continuar trabalhando por 30 anos no clube, ajudando a formar novos jogadores para a instituição?

E qual seria o seu orgulho, sabendo dos atletas que desfilariam seu futebol pelo mundo, representando o Brasil na seleção brasileira, como Nilo, Dirceu, Alex e Dida?

Isso tudo talvez eles pudessem conceber. Afinal, o esporte agrega valores como estes, de lealdade, doação, garra, patriotismo, honra e tradição. E esporte, enfim, não discrimina ninguém pela cor da pele ou pela origem, o esporte faz aflorar os mais belos sentimentos da alma.

Mas, e se alguém lhes dissesse que da inveja de um adversário contra o zagueiro Hans Egon Breyer nasceria um grito de guerra, um mantra, uma identificação eterna e sincera a ser pronunciada pela eternidade? E que o apelido Coxa-Branca viraria Coxa e seria gritado como Cooooo-Xaaaaa! impondo respeito aos adversários pelo mundo afora?

E o que eles diriam, se soubessem que a instituição que fundaram presumivelmente apenas para uma partida de futebol construiria um dos maiores estádios particulares do país e do mundo? E que neste mesmo templo da fé que eles fundaram, até o “papa do povo”, João Paulo II visitaria dando sua benção?

E como agradeceriam seus vitoriosos sucessores na tarefa de manter viva a chama da ideologia do esporte em alvi-verde, como Antonio do Couto Pereira, Lincoln Hey, Aryon Cornelsen, Miguel Checchia, Bayard Osna, Joel Malucelli e Giovani Gionédis?

E será que prestariam reverência ao maior dos seus “filhos”, o imortal Evangelino da Costa Neves?

Sobre isso, só podemos especular. Deus não nos dá o poder de pedir a opinião dos antigos, Ele nos instrui apenas a agradecer a eles pelo bem que seus atos criaram no futuro.

Por isso eu venho aqui e lhes digo de todo o coração: OBRIGADO!!!

28 de mar. de 2009

IMAGENS DE CURITIBA - 16

Conta a lenda que o General Eleodoro Ébano Pereira veio em expedição vencendo a Serra do Mar para encontrar ouro e índios. E que chegando no planalto, deparou com a tribo Tingui dos Tupis-Guaranis, e ali nasceu um entreposto de mercadorias para os que se aventuravam em explorar o interior do Paraná.

E em 1693 resolveu-se erguer uma capela com vias a fundar uma vila. E no dia da sua inauguração, batizaram a nova povoação de Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais.

Porém, naquele ato estavam presentes os índios tribo, verdadeiros habitantes do local. E seu cacique, feliz ou contrariado, ninguém sabe ao certo, chamou a atenção de todos, gritou a palavra "coré-etuba" e fincou no chão uma estaca de madeira.

Nascera a Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, terra de "corá-etuba" (muito pinhão) com o marco-zero ali, na praça onde encontra-se hoje a Catedral Basílica e a homenagem ao herói da Inconfidência. E a estaca de madeira virou uma das frondosas árvores do local.

Realidade ou fantasia, a povoação de muito pinhão, "coré-etuba" nascera sob o símbolo do arrojo do cacique que, sem deixar-se intimidar pelo poderoso colonizador, mostrou que aquela terra tinha nome e que novos habitantes eram bem vindos desde que a reconhecessem como "coré-etuba".

E os novos habitantes vieram.

Portugueses, alemães, italianos, japoneses, ucranianos, poloneses, árabes, libaneses e africanos vieram juntar-se com os índíos Tupis-Guaranis e continuar a saga inaugurada pelo cacique. Cresceu, desenvolveu e acabou por reconhecer sua verdadeira identidade: De Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, virou Vila de Curii-tyba, Curi-tyba, Cory-tiba, Coritiba e finalmente, Curitiba, terra de muito pinhão, muitas gentes e muitas raças.


Hoje, vou mostrar um pouco de Curitiba sem me ater a um lugar específico, pois amanhã a cidade completa 316 anos, e como seu filho, presto-lhe uma homenagem. A a despeito dos muitos problemas, ela é motivo de orgulho, júbilo e consideração de todos nós, "corés-etubas", herdeiros a homenagear o Cacique Tindiquera, o primeiro dos nossos heróis, aquele que moldou nossa identidade.






Este é o relógio da Praça Osório, onde tem início a menor avenida do mundo, a Luiz Xavier, que depois vira Rua XV.

Estátua em homenagem a Nossa Senhora da Salete, no Centro Cívico. Ao fundo o atual Palácio do Governo do Estado, o das Araucárias.







Monumen- to na rótula em frente à prefeitu- ra, que está à esquerda. Ao fundo, outro símbolo da cidade, um Ligeirinho da frota do sistema de transporte coletivo. Também ao fundo, o Palácio Iguaçú, sede histórica do Governo do Estado, atualmente em reformas.





A serpente e o olho do Museu Oscar Niemeyer.









A Rua XV e seu bondinho.










Fachada do Museu do Expedicio- nário, homena- gem de Curitiba aos bravos brasileiros da FEB, que lutaram na Itália pela liberdade do mundo.





O prédio mais belo da cidade. A sede central da UFPR, onde encontra-se a Faculdade de Direito, lugar de muitas de minhas melhores lembranças.



O Jardim Botânico.







Estátua do Homem Nú, na Praça 19 de Dezembro,homenageia o povo paranaense pelo centenário da Emancipação Política do estado.










A "vista alegre" no bairro de mesmo nome, foto tirada do Memorial da Imigração Alemã.






O pagode, Memorial da Imigração Japonesa, na Praça do Japão. Batel, bairro mais valorizado da cidade.










O mais belo dos seus muitos parques, o Tanguá.







Estátua de Nicolau Copérnico, presente da República da Polônia à terra que recebeu com carinho muitos de seus emigrantes.








Parque Barigüi, a praia curitiba- na, seus pedalinhos e gramados. Ao fundo, a torre da Telepar, símbolo do progresso da cidade.



A bailarina tímida e solitária da Ópera de Arame.





TODAS AS FOTOS SÃO DE MINHA AUTORIA. O SEU USO É LIVRE NA INTERNET, CITADA A FONTE. CLIQUE SOBRE ELAS PARA AMPLIAR.

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...