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17 de nov. de 2008

FIM DO MUNDO

Quanto mais eu leio sobre essa crise econômica, mais me convenço da natureza sazonal da humanidade, onde quando as coisas vão bem é porque a bonança nunca acabará e, quando vão mal, é porque o mundo está nos estertores, numa alternância constante e cíclica entre essas duas opiniões.

Estamos vivendo uma fase do tipo "fim do mundo".

O banco ou empresa X teve um lucro de "apenas" 10 bilhões de dólares no terceiro trimestre, 0,000003549455% inferior ao do trimestre anterior e a bolsa cai. Não raro, analistas vão a público declarar em alto e bom som que não sabem como uma empresa como esta sobreviverá frustrando as expectativas de seus acionistas e do mercado, entendido este como o conjunto de gananciosos operadores cujo trabalho consiste em lançar e desmentir boatos para valorizar apenas e tão somente as próprias polpudas comissões, que, por sinal, muitas vezes são cobradas até quando dão prejuízo aos seus clientes.

Mas vai mais longe que isso. Num dia, a bolsa opera em alta histórica, porque o Congresso dos EUA aprovou o crédito especial de 750 bilhões para acudir o sistema financeiro. No dia seguinte, sem que nenhuma letra tenha sido alterada nos textos legais, a bolsa derrete em quedas espetaculares porque o dinheiro não será suficiente e porque o governo não está fazendo tudo o que pode para conter a crise.

Ora o pacote de infra-estrutura da China é recebido com aplausos e índices positivos, ora ele representa a capitulação do tigre asiático à crise, e os índices ficam vergonhosamente negativos.

A Petrobrás anuncia um lucro recorde para um trimestre em toda a sua história, mas no dia seguinte os analistas decretam que isso não importa, porque o preço do petróleo (que a Petrobrás de regra importa) caiu e isso vai lhe afetar a lucratividade.

Pouco importa se a notícia é boa. Os velhacos histéricos que pretendem auferir seu primeiro milhão de dólares antes dos 25 anos de idade inventam notícias e interpretações que fogem até ao mínimo bom senso, mas que funcionam, porque uma boa parte de quem atua no mercado de capitais é de velhacos amadores, aqueles otários que vendem a casa onde moram para apostar no dinheiro fácil que a bolsa diz que dá naquelas épocas em que a bonança é "eterna". O olho gordo destes, alimenta a mentira deslavada daqueles.

Especulação é da própria natureza humana, de modo que nada, medida alguma ou regulamentação alguma pode mudar esse estado de coisas.

Mas isso não significa que não seja necessário rever as regras que regem o mercado financeiro internacional.

Eu penso que esta crise deva levar a alguma regulamentação, principalmente para evitar que operações financeiras sejam lastreadas em outras, que por sua vez são lastreadas em outras e assim por diante, até que se descubra que as garantias de todos os negócios da cadeia, são apenas escriturais e irreais.

É um processo que demanda muito mais que reuniões afobadas do G-20, que ao contrário do que alguns políticos andam dizendo (inclusive o presidente do Brasil), não salvará a humanidade de nada, porque mudanças globais como as requeridas dependem de estudos aprofundados, que resultam em tratados e convenções, que dependem da aceitação pelos parlamentos dos países.

Sem contar que não estamos mais num pós guerra, vivendo a reconstrução lenta do mundo com um capítulo em Bretton Woods. Para conseguir essa alguma regulamentação, não é improvável que antes tenhamos que viver uma fase de pânico extremo e muito mais que histérico, promovido pelos financistas que, por óbvio, não querem que nada atrapalhe suas apostas ou impeça as letras mortas de "analistas" especializados em vender pessimismo para ganhar comissões nas futuras realizações de lucros dos corretores.

Mudar o mundo exige mudar antes o tom dos discursos.

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...