O escarcéu feito em torno do vazamento de informações de membros do PSDB se justifica por estarmos em campanha eleitoral, o PT faria o mesmo.
E também não se pode fugir do fato de que a Constituição Federal garante o sigilo de informações fiscais, bancárias e de comunicações das pessoas, de modo que a simples captação de dados sem finalidade legal é crime.
Mas é preciso lembrar que qualquer agente fiscal pode abrir a declaração de qualquer pessoa e checar dados. Se ele encontrar indícios de irregularidades, vai até o delegado de receita de sua jurisdição e pede a abertura de procedimento fiscalizatório e eventualmente até a quebra do sigilo bancário, inclusive por meio judicial, nas hipóteses em que é necessário. E não há limitação espacial. Um agente fiscal de Roraima pode acessar meus dados fiscais, mesmo eu sendo do Paraná.
Mas já posso prever até a defesa dos envolvidos nesse caso dos dados fiscais dos tucanos.
Ela vai basear-se no fato de que há prova de vazamento, mas não o vazamento por assim dizer. Ou seja, não se usaram dados eventualmente comprometedores para fazer denúncia alguma, nem para iniciar investigação alguma, nem para qualquer tipo de publicidade. Fala-se em um dossiê, mas ele nunca veio à público. Tentarão desclassificar o delito para tentativa.
Se ocorreu vazamento de informações fiscais, é necessário identificar o uso excuso delas, caso contrário, há crime do agente fiscal (corrupção passiva e prevaricação) e de quem em teoria comprou as informações (corrupção ativa), mas não o crime eleitoral, porque nenhum dado foi usado, pelo menos até agora, para atrapalhar a campanha de ninguém.
Ou seja, na pior das hipóteses, algum boi de piranha como o funcionário que acessou os dados ou o contador que falsificou o pedido será processado, mas em termos políticos, duvido que o PSDB consiga coisa alguma na Justiça Eleitoral. Falta nexo de causalidade entre o ato e o efeito.
Serve como argumento de campanha na busca por colar a irregularidade no PT, e nisso, a estratégia tucana está correta, por mais que não seja exatamente ética (e repito, o PT faria a mesma coisa). Basicamente porque SE (e bem dito, SE, porque não há provas) foi o comando de campanha de Dilma Roussef e do PT que engendrou os vazamentos, não teria razão para usar os dados com os números atuais das pesquisas. Para quê, afinal, sujar-se com ampla vantagem?
Mas devagar com o andor.
Já vi (e li) gente dizendo que estes vazamentos são um atentado contra a democracia.
Concordo que são, se partiram de ordens específicas do Presidente da República, da ex-ministra chefe da Casa Civil ou da cúpula do PT. Mas é preciso provar isso antes de dizer que houve uma violência à democracia. E provas, não há, pelo menos por enquanto.
Porque ao contrário, se esses vazamentos ocorreram por conta dos atos temerários de algum correligionário petista na sanha de ajudar seu partido ou mesmo se foram corrupção comezinha, passam a ser uma prova de que a democracia está se fortalecendo no Brasil, afinal, foram detectados e ninguém ousou usar os dados na campanha, sem contar que o próprio órgão veio a público para prestar esclarecimentos.
Como estratégia de campanha, o PSDB forçou-se a usar esses fatos, e eventualmente, pagará por atrelá-los ao PT e sua candidata, vez que a alegação sem provas pode até virar crime eleitoral.
E também não se pode fugir do fato de que a Constituição Federal garante o sigilo de informações fiscais, bancárias e de comunicações das pessoas, de modo que a simples captação de dados sem finalidade legal é crime.
Mas é preciso lembrar que qualquer agente fiscal pode abrir a declaração de qualquer pessoa e checar dados. Se ele encontrar indícios de irregularidades, vai até o delegado de receita de sua jurisdição e pede a abertura de procedimento fiscalizatório e eventualmente até a quebra do sigilo bancário, inclusive por meio judicial, nas hipóteses em que é necessário. E não há limitação espacial. Um agente fiscal de Roraima pode acessar meus dados fiscais, mesmo eu sendo do Paraná.
Mas já posso prever até a defesa dos envolvidos nesse caso dos dados fiscais dos tucanos.
Ela vai basear-se no fato de que há prova de vazamento, mas não o vazamento por assim dizer. Ou seja, não se usaram dados eventualmente comprometedores para fazer denúncia alguma, nem para iniciar investigação alguma, nem para qualquer tipo de publicidade. Fala-se em um dossiê, mas ele nunca veio à público. Tentarão desclassificar o delito para tentativa.
Se ocorreu vazamento de informações fiscais, é necessário identificar o uso excuso delas, caso contrário, há crime do agente fiscal (corrupção passiva e prevaricação) e de quem em teoria comprou as informações (corrupção ativa), mas não o crime eleitoral, porque nenhum dado foi usado, pelo menos até agora, para atrapalhar a campanha de ninguém.
Ou seja, na pior das hipóteses, algum boi de piranha como o funcionário que acessou os dados ou o contador que falsificou o pedido será processado, mas em termos políticos, duvido que o PSDB consiga coisa alguma na Justiça Eleitoral. Falta nexo de causalidade entre o ato e o efeito.
Serve como argumento de campanha na busca por colar a irregularidade no PT, e nisso, a estratégia tucana está correta, por mais que não seja exatamente ética (e repito, o PT faria a mesma coisa). Basicamente porque SE (e bem dito, SE, porque não há provas) foi o comando de campanha de Dilma Roussef e do PT que engendrou os vazamentos, não teria razão para usar os dados com os números atuais das pesquisas. Para quê, afinal, sujar-se com ampla vantagem?
Mas devagar com o andor.
Já vi (e li) gente dizendo que estes vazamentos são um atentado contra a democracia.
Concordo que são, se partiram de ordens específicas do Presidente da República, da ex-ministra chefe da Casa Civil ou da cúpula do PT. Mas é preciso provar isso antes de dizer que houve uma violência à democracia. E provas, não há, pelo menos por enquanto.
Porque ao contrário, se esses vazamentos ocorreram por conta dos atos temerários de algum correligionário petista na sanha de ajudar seu partido ou mesmo se foram corrupção comezinha, passam a ser uma prova de que a democracia está se fortalecendo no Brasil, afinal, foram detectados e ninguém ousou usar os dados na campanha, sem contar que o próprio órgão veio a público para prestar esclarecimentos.
Como estratégia de campanha, o PSDB forçou-se a usar esses fatos, e eventualmente, pagará por atrelá-los ao PT e sua candidata, vez que a alegação sem provas pode até virar crime eleitoral.
Mas não se pode dizer, pelo menos por enquanto, que houve uma violação à democracia, especialmente em um país como o Brasil, onde gente as vezes extremamente bem remunerada e sem matiz político se vende e vende facilidades de modo quase cultural. O caso dos vazamentos não é diferente de nenhum outro caso de corrupção, porque esta existe com duas pontas, o corruptor e o corrompido.
O que se deve requerer agora é celeridade nas investigações. Mas, pensemos bem: que celeridade haverá em um país onde é preciso uma lei prever a inelegibilidade a partir de decisões de segunda instância, porque o trânsito em julgado é quase uma ficção em casos que atingem políticos?
O que se deve requerer agora é celeridade nas investigações. Mas, pensemos bem: que celeridade haverá em um país onde é preciso uma lei prever a inelegibilidade a partir de decisões de segunda instância, porque o trânsito em julgado é quase uma ficção em casos que atingem políticos?
PS: No Brasil existe uma mania. Quem não está no poder acusa quem está de querer perpetuar-se. Foi assim nos anos de FHC e do PSDB, é assim desde que Lula e o PT assumiram o país. Penso que escrevo aqui com bom senso, tento ser apartidário e analisar as coisas sob esta ótica. Se não vejo em Dilma Roussef uma leviatã estatista que vai transformar o Brasil numa ditadura, e se não vejo em José Serra um direitista neo-liberal radical e corrupto, é porque nada do que se fala nem se apresenta como "provas" disto me convence, o que não significa que eu vá votar em um ou outro. O leitor que tire suas conclusões. Mas por favor, dispenso os radicais. Há gente que lê um artigo e diz que virei "petralha", daí aparece outro dizendo que virei "tucanalha", ou seja, radicais existem dos dois lados mas com uma mesma característica, interpretam as coisas a partir de idéias preconcebidas, abdicam do bom senso e acusam apenas por acusar, inventando crimes oui agravando a interpretação de atos.
Rotular você FB, disso ou daquilo, não é o meu caso. Nem nunca fiz, e talvez, nunca o farei. Eu apenas discordo de certas posições.
ResponderExcluirAté o momento, todas as versões apresentadas, tanto as que vi na TV e as que li na Web, não suportaram perguntas simples e argumentos simples de lógica.
Os dados não foram colhidos agora, quando Dilma está a frente nas pesquisas, mas, antes em 2009, quando ela estava atrás nas pesquisas.
As informações que vazaram primeiro no Estadão e na Folha e na Veja, etc, apresentaram as informações de que tais documentos estavam em mãos da equipe liderada pelo Ex-prefeito de BH, e participante da campanha de Dilma, bem como, uma empresa Lanzetta ... ligada e contratada pela campanha de Dilma... dai pra frente.
Não se trata apenas de ilações. São fatos. Testemunhos. Envolvidos... e parara póróró...
Eu permaneço longe do circo politico. Mas todo ano de eleição se repetem vários eventos. Tiroteiros em alguma capitais. Processos que somem da veinculação da imprensa, volta. Dossiês. Afirmações. Criticas.
Por isto, estou de fora e permanecerei, quanto a escrever no blog, etc e tal.
Seu texto mereceu o comentário!
Ainda penso em escrever sobre isso (no momento, estou as voltas com uma mensagem supostamente falsa que alega que vai deletar minha conta google em 48 horas ahrghh!!). E assim como você, deixar minha opinião e ser apartidário.
ResponderExcluirEu penso que não se pode querer sujar nada, ninguem ou qualquer partido sem mostrar 'as provas do crime'. sendo feito assim, isto, atribui-se, a um outro crime. O da difamação, blasfêmia, e etc.
A campanha do Serra busca incessantemente um fato novo (não estou aqui querendo dizer com isso que o vazamento não deva ser investigado, deve. É perigoso), mas o PSDB e o DEM buscam atrelar este fato à campanha petista, unicamente, pela provavel derrota que se avizinha. E é o vale tudo das eleições.
A Dilma, porem, lembrou bem, quando falou do vazamento de informações no caso do Présal, dos grampos no BNDES e as manobras escusas para a reeleição de FHC sem querer se defender. Apenas apontar que o 'terreno' é pratica do PSDB e que o partido é bem experiente em coisas assim.
Eu acredito Fábio, que numa eleição bem disputada como essa, fatos como esse iriam surgir (como surgiu na disputa de Alckmim com Lula em 2006), e dado o histórico de partidos tidos como ético como esse PSDB, mas tão sujos quanto os outros, a demora era saber quando ocorreria...
Como a Folha SP e o Estadão está apoiando o candidato Serra a tendencia é ela fazer muito barulho com esse assunto, para que a eleição vá ao segundo turno - onde seu candidato poderia ter uma nova chance.
E outra: Não acho que é um caso de atentado à democracia. Ainda não o vejo assim. Mas, como há alguns podero$o$ interessados...
Adão,
ResponderExcluirSe os dados são antigos, então são atestado de honestidade dos tucanos. Não encontraram nada na época, capaz de barrar a pré-candidatura favorita de José Serra... o PSDB marca bobeira em não explorar isso!
O vazamento de informações é grave e deve ser aputado. O problema é que é apenas mais um caso de corrupção, dos milhares que assolam o país todos os anos, e daqui há pouco, passado o interesse eleitoreiro, fica todo mundo no deixa disso...
Recentemente comentei na entrevista que dei a Revista Perspectiva, sobre pessoas desonestas, corruptas e afirmei como eles são especialistas no andamento dos processos, das leis... se criam uma lei hoje, amanhã eles já possuem pelo menos 3 modos de burlar essa mesma lei. O mesmo quanto ao álibi. Eles sabem exatamente onde estavam em um dia x perdido no passado. Pois quem poderia acessar esses dados, seria um analista. O advogado da analista em questão, disse que coincidentemente, no horário em que os dados foram acessados, ela estava almoçando :( Se a Dilma disse isto ou aquilo, o fez instruída como sempre e duvido que isto seja resolvido antes do dia da eleição. O PT vai bater na tecla de que a Dilma nem era candidata. Como assim? Ela sempre foi a primeira indicada da fila e o Serra idem!
ResponderExcluirFábio, tem um personagem no meio dessa história que é o contador que utilizou da procuração falsa de Verônica Serra e disse hoje na CBN que não se lembra quem lhe passou essa procuração e que vai arrumar sua vida com essa história. Se isso ocorresse num pais socialmente desenvolvido a história seria outra, mas respiramos o Brasil do nosso pop presidente.
ResponderExcluirLuma,
ResponderExcluirEsses dados são acessados por meio de uma certificação digital anotada em um cartão magnético exclusivo dos funcionários de cada área.
Não procede a alegação de que "saí para almoçar" na exata medida em que o funcionário deve retirar o cartão do aparelho e levá-lo consigo.
Maia,
Nessas horas ninguém lembra de nada, ninguém viu nada... trabalho com contabilidade há 25 anos e se alguém me perguntar se recebi procuração para fazer serviço tal, certamente eu lembro, porque é incomum a gente pegar procuração para coisas assim.
Penso que ambos, a analista e o contador, estão mentindo para acobertar alguém. Pode ser que esse alguém seja ligado à presidência, ao PT, à campanha, à ex-ministra, mas isso precisa ser provado.
Não é esta a questão Fábio. Não é que os tucanos são mais honestos ou menos honestos.
ResponderExcluirNaquela época, o que foi divulgado, foi que havia um grupo liderado pelo Pimentel de BH, que estavam reunindo documentos para criar dossiês. Saiu fotos e entrevistas dos envolvidos.
Os envolvidos trabalhavam na campanha da Dilma. É isto que a oposição acusa, mas, o TSE diz não haver relação com a Dilma. Como não?
Adão,
ResponderExcluirEm 2009 Serra tinha 35% das intenções de voto e fazia um bom governo estadual. Um dossiê dessa natureza teria que ser usado desde então para minar sua imagem, coisa que não fizeram por não encontrar fatos desabonadores.
Pense bem, Adão. Se a Dilma aparece num horário de TV e afirma que José Serra e os tucanos sonegam impostos, estando bem atrás nas pesquisas ela teria credibilidade? Não. E mais do que isso, ficaria patente quem quebrou o sigilo fiscal de quem.
Serra deixou de usar esses vazamentos em seu favor, como expliquei na matéria seguinte aqui no blog.
Não estou dizendo que foi o PT ou não foi o PT. Estou dizendo que seja quem for, acabou atestando a honestidade de Serra... que não usou isso!
Adão,
ResponderExcluirVocê acha que mesmo que esses envolvidos sejam da campanha da Dilma eles apareceriam agora no comando de campanha?
Nenhum político é tão idiota.
O TSE arquivou porque não encontrou nexo de causalidade entre o fato, os envolvidos e a campanha de Dilma. Se eles são mesmo da campanha, cabe ao PSDB provar, coisa que não consegue fazer. E sem provas não há crime...
Fabio,você somente postou os fatos,não te vejo nem a favor nem contra apartido algum.Um abraço.
ResponderExcluirFábio e Adão,
ResponderExcluirNinguém mostrou provas de que o dossiê teria sido feito pela pré-campanha da Dilma. O que há é um reporter da Folha que disse que tem provas, mas ninguém além dele as viu.
E os tucanos já vazaram dados sigilosos para a imprensa antes, sob a acusação de que o PT estaria criando dossiês. Lembra do dossiê dos gastos de FHC que a Veja e a Folha disseram que a Casa Civil estava fazendo? Foi vazado pelo Álvaro Dias.
E o Fábio lembrou uma coisa interessante: esses dossiês, "casualmente", não incriminam ninguém do PSDB. Curioso, não? Vazam dados sigilosos, se acusa o PT, mas os dados vazados nunca incriminam os tucanos (como foi o caso dos aloprados em 2006).
Eu fico com as barbas de molho. Ou é obra de aloprados do baixo clero do PT, ou é obra da campanha de Serra, em conjunto com a Folha e a Veja. Em qualquer caso, perde a democracia.
Rapaz muito bom seu blog, mas nesse texto você esqueceu alguns detalhes. Entenda uma coisa: Esse FATO a que se refere ocorreu em setembro de 2009 quando a Dilma não era nem candidata nem pré. E que vigorava à época era o fator da intriga envolvendo Aécio Neves e Serra, os postulantes a presidencia.
ResponderExcluirEste último, nesse caso, vivia dizendo que era chegada a sua hora de ser o candidato e que todos deveriam estar ao seu lado sem duvidar ou pestanejar, por isso tentou passar por cima das prévias e do amigo Aécio.
O seu blog tem uma linha editoral boa, mas é bom você ter as informações reais e precisas antes de publicar algo comprometedor à seus leitores certo?
PT,
ResponderExcluirNaquela época a Dilma podia não ser candidata de direito (nem o Serra era) mas era candidata de fato, e isso é público, notório e ululante.
E mais que isso, houve gente ligada ao PT ligada ao vazamento nas investigações. Pode não ser gente da cúpula do partido, mas tinham interesses no PT.
Já votei em todos esses candidatos que se apresentam desse ou daquele partido, por acreditar nas suas falas, mas digo com certeza, cada vez mais deixo de acreditar no PSDB. Porque: nas greves da polícia em que o Serra não dialogou deixando as polícias se enfrentarem, ele logo disse que tinha partido político por trás; Depois na greve dos professores novamente repetiu a fala. Aliás, em qualquer coisa lá vem ele dizendo isso, ou que é dossiês etc etc.
ResponderExcluirAcho que rolou grana aí, que pode ter vindo do PT, do PSDB ou outros interessados em ganhar dinheiro, futuramente. Mas quem acusa então prove.
Posso até pensar que é mais obra do PSDB, tentando preparar o terreno contra um livro bomba sobre algumas sujeiras do governo anterior, que dizem, só será lançado em 2011 justamente para não dizerem que influenciou as eleições.
Aguardo esse livro impacientemente.