Se a candidatura a vice do (bom) senador paranaense Álvaro Dias em nada agregava à chapa de José Serra à presidência, a emenda imposta pelos Democratas saiu pior que o soneto triste do candidato solitário.
Ontem à tarde, ouvi uma lista de membros do Democratas que supostamente teriam sido indicados para a vice de José Serra. Um mais irrelevante que o outro, incapazes de agregar absolutamente nada a uma campanha onde o adversário conta com a popularidade do presidente e com um candidato a vice que, se criticado por suas péssimas relações políticas, ainda assim tem peso e influência, no sentido de que é conhecido nacionalmente por ter sido duas vezes presidente da Câmara dos Deputados.
A imprensa relata que o candidato a vice, Antonio Pedro Siqueira Índio da Costa fez carreira política à sombra do ex-prefeito do Rio, Cesar Maia. Ora, Maia ainda agregaria alguma coisa por ser conhecido fora das divisas do seu estado e até pelo seu lado folclórico, mas Índio, me desculpem os tucanos, não agrega nada, é um desconhecido, um zé-ninguém, por mais que tenha (e acredito que tenha) qualidades pessoais.
José Serra teria o vice ideal em Aécio Neves. Em Neves não aceitando, o PSDB teria que voltar-se para um político nordestino de peso, o que não fez. Álvaro Dias poderia atrair o apoio de seu irmão Osmar para José Serra, mas fora isso, o sul tende a votar no PSDB de qualquer jeito. Ou seja, Serra precisaria, coisa que não fez, captar votos no nordeste.
Em verdade, acontece com Serra uma debandada geral, nenhum dos próceres do seu partido ou mesmo do DEM quer se arriscar a ficar sem mandato, porque hoje Dilma Roussef lidera as pesquisas e a impressão geral é que, mesmo que os números se acirrem, ainda assim ela terá o diferencial de Lula e a maior parte dos votos de Marina Silva no segundo turno, por afinidade ideológica.
O PSDB, mesmo inconscientemente, tratou de reforçar os palanques estaduais onde tem chances de vitória: São Paulo, Minas Gerais, Paraná e mesmo Rio Grande do Sul, onde Yeda Crusius não está tão cambaleante quanto acredita a oposição, por seu bom relacionamento com prefeitos no interior. Tudo que vier além disso é lucro. Em Santa Catarina, por exemplo, o grupo liderado por pelo governador Luiz Henrique da Silveira tende a apoiar Serra, é um exemplo de que os tucanos podem trabalhar já pensando em 2014, vez que em 2010, seus erros de estratégia e relutância transformaram as grandes chances de eleição em uma novela que corroeu a candidatura de um governante altamente capacitado como José Serra, mesmos erros que levaram Geraldo Alckmin a ter menos votos no segundo turno, que no primeiro em 2006.
Serra deve estar arrependido de não disputar a reeleição para o governo de São Paulo.
Ontem à tarde, ouvi uma lista de membros do Democratas que supostamente teriam sido indicados para a vice de José Serra. Um mais irrelevante que o outro, incapazes de agregar absolutamente nada a uma campanha onde o adversário conta com a popularidade do presidente e com um candidato a vice que, se criticado por suas péssimas relações políticas, ainda assim tem peso e influência, no sentido de que é conhecido nacionalmente por ter sido duas vezes presidente da Câmara dos Deputados.
A imprensa relata que o candidato a vice, Antonio Pedro Siqueira Índio da Costa fez carreira política à sombra do ex-prefeito do Rio, Cesar Maia. Ora, Maia ainda agregaria alguma coisa por ser conhecido fora das divisas do seu estado e até pelo seu lado folclórico, mas Índio, me desculpem os tucanos, não agrega nada, é um desconhecido, um zé-ninguém, por mais que tenha (e acredito que tenha) qualidades pessoais.
José Serra teria o vice ideal em Aécio Neves. Em Neves não aceitando, o PSDB teria que voltar-se para um político nordestino de peso, o que não fez. Álvaro Dias poderia atrair o apoio de seu irmão Osmar para José Serra, mas fora isso, o sul tende a votar no PSDB de qualquer jeito. Ou seja, Serra precisaria, coisa que não fez, captar votos no nordeste.
Em verdade, acontece com Serra uma debandada geral, nenhum dos próceres do seu partido ou mesmo do DEM quer se arriscar a ficar sem mandato, porque hoje Dilma Roussef lidera as pesquisas e a impressão geral é que, mesmo que os números se acirrem, ainda assim ela terá o diferencial de Lula e a maior parte dos votos de Marina Silva no segundo turno, por afinidade ideológica.
O PSDB, mesmo inconscientemente, tratou de reforçar os palanques estaduais onde tem chances de vitória: São Paulo, Minas Gerais, Paraná e mesmo Rio Grande do Sul, onde Yeda Crusius não está tão cambaleante quanto acredita a oposição, por seu bom relacionamento com prefeitos no interior. Tudo que vier além disso é lucro. Em Santa Catarina, por exemplo, o grupo liderado por pelo governador Luiz Henrique da Silveira tende a apoiar Serra, é um exemplo de que os tucanos podem trabalhar já pensando em 2014, vez que em 2010, seus erros de estratégia e relutância transformaram as grandes chances de eleição em uma novela que corroeu a candidatura de um governante altamente capacitado como José Serra, mesmos erros que levaram Geraldo Alckmin a ter menos votos no segundo turno, que no primeiro em 2006.
Serra deve estar arrependido de não disputar a reeleição para o governo de São Paulo.
Sobre sua última frase, acredito que sim.
ResponderExcluirRecapitulando: acho que ninguem queria ser vice de Serra para não se expor (o fato de ficar contra o governo Lula e seus 75% de aprovação causa um prejuizo de imagem), e o candidato Serra, sem nenhuma referência influente nos seus partidos aliados, optou por Álvaro Dias.
O problema era o DEM. Não gostou e, acabou que eles lhe enfiaram goela abaixo o Índio da Costa. Um amadorismo sem tamanho de todos da oposição. Nada contra o Índio Maia, mas a ideia de que por ter sido um dos relatores do projeto Ficha Limpa vai trazer essa juventude para o lado serrista não é uma ciência exata. Índio tem contra ele a bronca das merendas no Rio e sua ficha não é tão limpa como se imagina (aliás, O DEM tá cheio de fichas sujas), e ele já foi exposto até por gente do próprio PSDB sobre esses casos.
Acredito que a intenção de Serra era capitalizar os milhões de votos do pessoal da Ficha Limpa e dos jovens de classe média alta que, cada vez mais, simpatizam e fluem para a Marina. É uma estratégia dele, mas que não lhe garante nada.
Sinceramente, estou pasmo com o amadorismo do PSDB (um partido que se diz tão experiente). Isto posto, prova que vivemos em novo momento para o Brasil, e eles ainda estão sonhando com o poder e as "privatizações" de antes. Pior, é ver um cara como o Serra se deixar levar por um partido de coligação. Se fez isso agora (abriu do pau), imagine como será se ele for presidente...
Resta ver que, independentemente da tentativa desesperadora, a oposição realmente demonstra não ter nenhum plano Brasil para o futuro. Só quer o poder de volta. O que sempre foi claro neste partido.
Neto,
ResponderExcluirPenso que Serra seria bom presidente, embora não me agrade votar nele e provavelmente, não vá votar mesmo.
Mas ele não seria nem melhor, nem pior que Dilma ou mesmo Lula porque a política econômica está posta.
Não há mais espaço no Brasil para um ajuste fiscal a caneladas, superestimando juros e aumentando impostos, como fez FHC. Também não há mais espaço para as privatizações daquela época, porque não há mais grandes empresas privatizáveis.
Repito: é bom candidato: tem história e vida (ascensão social) é capacitado e fez um bom governo em São Paulo, o que não é pouco. Mas ele sofre com um partido que ainda não aprendeu a ser oposição, porque antes de 2002 nunca a foi.
Em um partido que não sabe ser oposição, não existe gente disposta a ir para o sacrifício em uma candidatura que eventualmente será derrotada. É isso que aconteceu n PSDB e no DEM. Ora, em 1994, nada mais, nada menos que Marco Maciel representou o PFL e agora, não se consegue nenhum cardeal do partido para tanto? É medo de perder, coisa de quem não sabe fazer oposição.
POsso estar enganado, mas tenho Serra como derrotado, basta saber em que turno.
Não sei se se Serra está derrotado. TEmos que ver os debates. Lula e Dilma foram muito espertos em conseguir da cúpula do PMDB o apoio e o respectivo tempo de televisão. Isso talvez tenha sido essencial nessa eleição. E contra Serra -- que é um sujeito competente -- temos o mensalão do Demo e algumas gestões do PSDB que foram meio complicadas, como a da Yeda no RS -- muito embora ela não tenha feito mal governo e tenha chances de se reeleger. Por fim, parabéns pela vitória de ontem.
ResponderExcluirOlá Fábio!
ResponderExcluirSó para lembrar: Eu escrevi também, dando minha opinião, sobre o novo vice de Serra e a repercussão disso tudo. Está nesse texto aqui.
Forte abraço
Passo batido. As idéias politicas e os comandos dos politicos é como os filmes em que os vilões querem causar destruição para ganharem poder.
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