16 de jul. de 2007

PORTO UNIÃO E AS VIAS FÉRREAS NO BRASIL

Neste fim de semana visitei as cidades de Porto União/SC e União da Vitória/PR, que foram divididas quando da questão do Contestado, muito embora sejam um único aglomerado urbano.

Meus amigos de lá me disseram que a linha férrea que cruza a cidade e demarca as divisas entre Paraná e Santa Catarina, era, há 40 anos, internacional, pois levava cargas e passageiros de São Paulo até o Uruguai e de lá, até a Argentina. O tempo passou e ficou a lindíssima estação ferroviária das fotos, com a Maria-Fumaça que resiste ao tempo e apenas uma, das duas linhas originais do trem.

Divaguei do por que de abandonar as linhas férreas desse jeito, e recebi uma resposta para pensar: houve um lobby colossal da indústria automobilística, incluindo a de pneus e a de petróleo, para acabar com as estradas de ferro e privilegiar o caminhão, com o trágico resultado do atraso do transporte ferroviário brasileiro, que seria a solução para a maior parte dos gargalos de logística que temos.

Deixo as fotos das cidades, a linda estação ferroviária, a maria-fumaça e a ponte de arcos sobre o Rio Iguaçú. Belas cidades, ambas com mais de 100 anos de existência:

Fachada da estação, na divisa entre os municípios, é simétrica, dois lados iguais.


A gare, em arquitetura arrojada.


A maria-fumaça.






Ponte dos arcos.


PS: Clique nas fotos para aumentá-las.
PS2: A data das fotos está, obviamente, errada!

12 comentários:

  1. Oi Fábio!
    Bacana eu nunca tinha ouvido falar nestas cidades... é sempre bom aprender, né...
    Aqui em Minas vc ainda pode andar de Maria Fumaça, aliás é um passeio bem agradável..desperta a "criança" dentro de nós. Quando vier por aqui já está convidado!

    um abraço e ótima semana!

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  2. Fabio

    O que você achou das vaias a Lula no Maracanã? Opina lá no meu blog

    www.blogdopatrick.br21.com

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  3. Minha ex e falecida sogra morou por um tempo em Porto União. Não cheguei a ir lá, mas me parece que ambas as cidades são ótimas para viver.

    A malha ferroviária brasileira virou uma sucata só, pelo lobby da indústria automobilistica e pela venalidade dos governos. Quem sabe um dia a gente tem um dirigente que não seja parvo e bote pra funcionar tudo isso novamente. Mas haja grana pra isso!

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  4. otimamente bem cidades turisticas,novidades e caracteristicas tipicas de cada estado,otima semana um abraço.

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  5. Oi Fábio,

    Estive em Porto União no começo do ano, até tirei umas fotos numa cachoeira. É um passeio bem bacana.

    Vem cá, é você na foto?


    Beijos

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  6. O Brasil e muito complicado..os trens sao mais baratos e podem levar riquezas para o mundo todo..mas o brasileiro sempre quer levar vantagem..e acaba nao levando..quer quiser os de sempre levam..

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  7. http://noticiaspoliciais.blogspot.com/

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  8. Fábio, é lema no Brasil, o que um constrói, outro destrói. Vamos a algumas considerações. Existe um grupo estrangeiro propondo um passeio turístico, saindo do Rio e com ponto final em Foz do Iguaçu, com escalas em vários pontos turíticos parananeses. Uma parte do percurso será feito via trem de luxo quer dizer, os caras lá de fora são visionários e os daqui propinários...(se não tem no aurélio, crédito meu hihihii)

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  9. Estranho pois o custo do transporte rodoviário me parece muitas vezes mais caro que o ferovoário.Brasil.
    Lembro dos bons tempo de moleque, quando viajava de trem, o som do trem, o balanço do trem...tinha um charme muito especial.Saudoso...

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  10. A análise do lobby é bem por aí.

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  11. Oi Fábio. Quem disse que a política(gem) brasileira pode ser entendida? Mas fiquei com vontade de conhecer estes lugares e fazer um passeio de trem...oba.

    Beijos

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  12. HISTÓRICO DA ESTAÇÃO: Os trilhos da E. F. chegaram a chamada Porto da União, nome derivado do nome da cidade em mapas da época, Porto da União da Vitória, no Paraná, exatamente no dia 26 de fevereiro de 1905.A 7 de outubro desse mesmo ano, a Câmara Municipal cedia por lei à ferrovia uma área de terreno com 43.540 m2 no largo Visconde de Guarapuava para a construção da segunda estação e dependências necessárias, prevendo a inauguração da ponte sobre o rio Iguaçu, o que veio a ocorrer no dia 26/11/1906, para continuar a linha em direção ao sul. Nessa época a cidade estava toda ela em território paranaense. Poucos anos mais tarde, irrompeu a chamada Guerra do Contestado, que se prolongou até 1916, no final da qual foram finalmente acertadas todas as questões de limites entre os dois Estados. A cidade de União da Vitória foi dividida com o Estado de Santa Catarina, e a parte deste estado, promovida a sede de um novo município, Porto União. Em 1917, a linha do São Francisco, cuja construção se iniciara em 1906 do lado desse porto, finalmente atingiu a Porto União catarinense; as cidades passaram a ser um entroncamento dos mais importantes. Ainda esistem dúvidas: a nova estação de 1907, construída do outro lado da ponte quando esta ficou pronta, desativando aquela primeira, de 1905, chamava-se como? Ainda Porto da União, ou, como estava na cidade de União da Vitória, tinha o nome da cidade? Em 1917, como passou a haver duas cidades, apareciam duas estações, cada uma com o nome de cada cidade. A verdade é que, nos boletins da RVPSC dos anos 1930, aparecem duas estações, muito próximas; tão próximas que o trem saía da de União da Vitória e chegava à de Porto União em dois minutos; fotos da época mostram uma estação a leste da linha, chamada Porto União, nome da nova cidade catarinense e outra com o nome de União da Vitória, esta do lado paranaense e situada mais próxima à ponte. Primeiro o trem parava nesta e depois na outra... A de União seria mais para cargas e encomendas, e a de Porto União, para passageiros, segundo historiadores locais. Até que, em 1942, foi entregue pela R.V.P.S.C. um novo pátio ferroviário com uma estação que atendia aos dois lados da linha, em municípios e estados diferentes: ambos os lados eram iguais e cada entrada tinha o nome de cada cidade. O trem pararia, a poartir de agora, somente num ponto. A estação era denominada União, nome que, alguns anos mais tarde, foi alterado para Porto União da Vitória. Ambos os nomes atendiam aos anseios das duas cidades. Essa estação é a que está ali até hoje. As duas cidades eram o segundo ou terceiro faturamento da RVPSC pelo menos até o início dos anos 1970. A partir daí, entretanto, com a construção do tronco principal Sul por Rio Negro, levando a Lajes e daí ao sul, a velha "linha do Contestado" foi perdendo em importância até ser abandonada totalmente em 1997. O trecho entre Engenheiro Gutierrez, em Irati, e a ponte ferroviária sobre o Iguaçu, já na divisa dos estados, foi fechado e erradicado, fechando-se todas as estações intermediárias. Esse trecho foi o que mais sofreu, pois era acidentado, retardando o tráfego ferroviário, e as cargas foram quase que totalmente passadas para a nova variante citada acima já no início dos anos 1970; trens de passageiros ainda seguiram por ele até fins dos anos 1970, foram eliminados e, com a enchente de 1983, voltaram a circular, sendo eles os únicos meios de acessao às cidades do trecho e também a União da Vitória e a Porto União por mais de uma semana. Depois, esses trens desapareceram de vez. Embora a ponte sobre o Iguaçu tenha sido convretada e tenha também perdido seus trilhos, estes começam hoje junto a ela e chegam à estação, apenas alguns metros à frfente. Uma linha somente sobrou, justamente a da divisa, a segunda e a terceira linha foram retiradas. Hoje a divisa estadual passa por dentro da gare de uma estação abandonada até 2002, quando reformas foram feitas e ela foi reinaugurada, não sem problemas, pois pode-se imaginar a burocracia de ter um prédio que é dividido ao meio entre dois Estados. Depois da gare, a linha segue por alguns quarteirões, passa por um pátio de manobras ainda com seus trilhos e depois se divide em três: a linha principal que vai para Matos Costa e Caçador, a linha que segre para Mafra e São Francisco e a linha antiga, desativada em 1947 com a construção da variante da serra de São João, entre Porto União e Matos Costa, linha esta que depois de desativada ainda serviu nos seus primeiros quilômetros como desvio particular e depois foi quase totalmente retirada, exceto em alguns metros iniciais, que ainda se vê após o pátio. Essa linha, embora arrancada mais à frente, é a divisa dos Estados... a linha atual, da variante, está toda dentro de Santa Catarina e tem seis túneis, passando por várias cachoeiras muito bonitas. Depois de sete anos sem qualquer uso, voltou a ser utilizada por alguns trens turísticos que seguiam até a saída do segundo túnel.

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