8 de jul. de 2010

JOGADOR, ATLETA E CIDADÃO SÃO COISAS DIFERENTES

Já há algum tempo em defendo na torcida do Coxa que o clube seja ousado e mantenha uma escola primária e secundária de qualidade que trabalhe em conjunto com suas categorias de base.

E explico o por quê:

Hoje, a maioria dos clubes forma jogadores. Mais ou menos aos 17 ou 18 anos, muitos dele estouram nas categorias de base dos grandes clubes e a partir de então, assinam polpudos contratos e viram estrelas da noite para o dia, para só então começarem a virar atletas, no sentido de envolvidos na atividade profissional e sujeitos a uma preparação física mais apurada.

Mas muitos deles ou demoram demais ou jamais chegam a virar cidadãos.

E daí experimentamos casos como os que temos visto nos últimos tempos. Jogadores que quebram contratos alegando saudades da favela, outros que se deixam fotografar com traficantes e terceiros, que se envolvem em supostos e escabrosos crimes. E por fim, jogadores que, milionários durante a carreira, se descobrem pobres após ela, de tantos problemas pessoais e financeiros em que se meteram em suas carreiras confusas.

E ainda há o aspecto financeiro: os jogadores não criam vínculos com o clube que os descobriu. Sua falta de cultura e discernimento (e, portanto, de cidadania) faz brilhar seus olhos com promessas de contratos polpudos que os fazem virar às costas para quem um dia apostou em seu talento. Eles acabam seguindo quem lhes oferece mais imediatamente e isso queima muitas carreiras brilhantes, que melhor administradas teriam mais resultados para todos os envolvidos (jogador, clube, empresários e familiares).

Enfim, ser jogador de sucesso é uma coisa. Ser atleta é outra. Ser cidadão é algo muito mais abrangente que isso e depende de cultura, que só se adquire estudando de alguma forma.

Imaginemos o efeito que teria para o Brasil, se todos os seus craques de futebol saissem de seus clubes de origem com uma formação intelectual? Ídolos estudados, capazes de dar bons exemplos à juventude que os admira e ao mesmo tempo, gerar dividendos para si mesmos e para os clubes que os formaram?

Certamente isso diminuiria a relação feia que temos visto nos ultimos tempos entre futebol, falta de inteligência e crime.

7 de jul. de 2010

ENTRE MARIAS, CHUTEIRAS E JOÕES, QUEM PERDE SÃO AS CRIANÇAS

Desde que o mundo é mundo, o poder, a riqueza e a fama são atrativos para o sexo oposto. Mas parece que em pleno século XXI os atores diversos da tragédia recorrente não entendem como as coisas efetivamente funcionam nesse assunto.

No mundo em que vivemos, filhos são uma opção. É certo que ainda existem aqueles acidentes, as crianças indesejadas nascidas muito mais do entusiasmo de um momento do que da opção dos pais. Mas já existe discernimento e informação suficiente por toda à parte, para que se afirme que hoje em dia, faz filho quem quer ou quem assume o risco, não existem grandes surpresas, todo mundo sabe direitinho de onde vêm as crianças.

João, que veio do nada e ficou rico jogando bola nunca preocupou-se em adquirir cultura e inteligência, ele passou a viver a vida com os prazeres que nem sonhava quando criança. Um dia, se envolve com Maria, garota igualmente pobre e pouco aculturada, embora bela, que faz plantão em concentrações, jogos e treinos de clubes famosos. Joana, a esposa oficial descobre e exige a separação de corpos e a divisão do patrimônio. João diz que é mentira e que nada ocorreu e as coisas se acalmam. Maria aparece grávida na imprensa exigindo pensão alimentícia. Joana pede o divórcio. João diz que é mentira e que vai solucionar o problema. O escândalo rende manchetes e comentários, na disputa entram os advogados, sinal de que tudo saiu do controle, os outrora garotos de infância pobre são apresentados ao mundo real, onde atos têm consequências, um mundo onde o dinheiro serve para adquirir prazeres, mas também para causar problemas a quem não sabe usá-lo.

Na maioria da vezes, casos assim se resolvem com um exame de DNA e uma ou várias sentenças. O jogador passa a ter descontado de seus rendimentos o valor de uma pensão, perde a esposa oficial e algum patrimônio e acaba tocando a vida. Em outros, ocorre o barraco, o escândalo que dá manchetes em revistas de fofocas. Em alguns, a tragédia.

Mas quem acaba pagando o preço de tudo isso?

Eu respondo: as crianças, que nascem sem saber dos desvios morais e dos defeitos dos pais, e crescem às vezes em meio ao luxo proporcionado por remuneração valiosa determinada em juízo, mas sem um pai e em alguns casos, sem uma mãe, mal sabendo que, dependendo do pai ou da mãe, aos 19 anos é capaz de ser abandonado à pobreza pela desoneração alimentícia ou até pelo fim da carreira da pessoa que o sustenta, incapaz de fazer um pé de meia que garanta os seus depois de certa idade.

As pessoas simplesmente não pensam nas crianças, mas são elas que pagarão o preço da ganância e da mesquinhês de quem tem fama, dinheiro e sucesso, mas poucos miolos ativos na cabeça.

6 de jul. de 2010

A CORVETA BARROSO E A MARINHA DO BRASIL



A corveta Barroso é uma evolução das corvetas classe Inhaúma que equipam a Marinha do Brasil.

Era para constituir uma única classe de navios, com um número mínimo de 8 e até 15, mas apenas 5 (4 Inhaúmas e 1 Barroso) foram construídas, sendo que a última levou nada mais, nada menos, que 14 anos para ser entregue e por esta razão, recebeu tantas modificações que acabou constituindo uma nova classe.

O governo brasileiro anunciou ontem que está em tratativas para vender uma corveta nova, baseada no projeto da Barroso, para a Guiné Ocidental, por meio da empresa EMGEMPROM.

Fato relevante que merece elogios, mas que guarda em suas entrelinhas o fracasso de nossa indústria militar, porque ao mesmo tempo que que a anuncia, o Brasil protela a decisão sobre o projeto a ser adotado para uma nova classe de navios de patrulha oceânica (NaPaOcs) e outra, de fragatas no estado a arte, absolutamente vitais para renovar urgentemente a capacidade de sua Marinha em defender nossos mares coninentais, responsáveis pela maior parte do petróleo que produzimos, pelo Pré-Sal e por riquezas animais e vegetais.

A Marinha do Brasil tem hoje, 60% dos meios navais que tinha há 20 anos. Ela diminuiu, se apequenou entre falatório constante de projetos de reequipamento que nunca saem do papel ou que se perdem em discussões estéreis como as de transferência de tecnologia por nações ricas.

Está venda é elogiável, mas só seria mesmo festejável se incluísse uma aquisição adicional destes navios brasileiros para a própria Marinha do Brasil e em prazo curto, sem esse papo protelatório de transferência de tecnologia, apostando na capacidade de nossos engenheiros e técnicos e buscando analisar as necessidades de nossas forças armadas.

O Brasil não será efetivamente relevante no mundo enquanto não entender que projetos militares próprios são mais efetivos que a suposta transferência de tecnologia que se pretende adquirindo material estrangeiro. Ninguém vende o pulo do gato, é preciso aprendê-lo, e muitas vezes, sozinho!

Se podia começar isso encomendando mais Barrosos e mostrando ao mundo que é capaz, sim, de construir e exportar navios militares sem depender de terceiros.

PS.: ESTOU NO TWITTER, SIGA-ME AQUI.
Este que vos escreve aderiu à moda e entrou no twitter.

Quem quiser me acompanhar, siga-me aqui.

PS.: Na reforma do blog, que acontecerá em breve, trato de colocar o ícone do passarinho em algum lugar.

4 de jul. de 2010

DRAMA E FUTEBOL


É certo que todo brasileiro que se preze encara a Copa do Mundo como uma chance de comemorar mais um título.

Mas, em verdade, descobri que o que mais me chama a atenção mesmo é a dramaticidade de certos jogos, coisa que se repete nas copas nacionais e nos torneios continentais de clubes, mas que numa Copa do Mundo toma contornos de tragédia.

Já há bastante tempo, a FIFA faz uma edição competente de imagens, mesclando o jogo em si, as jogadas polêmicas e os sentimentos dos torcedores nas arquibancadas. O leitor já notou que nos "mata-matas" as câmeras procuram torcedores angustiados nas arquibancadas entre um lance e outro da partida?

E também há capricho no clima pré jogo. Oa jogadores são mostrados na zona mista, alguns incapazes de esconder o nervosismo, outros se abraçando e desejando sorte aos adversários. Eles entram em campo em um ritual sob aura de pompa e circunstância e cantam os hinos nacionais acompanhados pelos conterrâneos nas arquibancadas.

É um processo de preparação nacional e emocional (não necessariamente para acalmar ninguém) para o drama que vai seguir.

E realmente, o jogo acaba sendo, de regra, dramático. Peguemos o para nós trágico Brasil X Holanda da virada espetacular dos europeus. Passemos pelo tragicômico de Uruguay X Gana, onde o jogador que tirou o gol africano com as mãos, de vilão virou herói no tempo de apenas uma cobrança de penalti. Ou ainda Espanha X Paraguai, decidido no capricho da trajetória da bola nas traves.

A Copa do Mundo, além de uma competição esportiva, é um show de TV. Mais ou menos de 1982 para cá, substituiu-se o futebol fulgurante de gênios como Pelé, Puskas, Garrincha, Yashin, Gerd Muller, Eusébio, Mário Kempes, Cruijff entre outros, por uma transmissão que embala os sentimentos da platéia pelo mundo afora, por mais que craques ainda existam.

Nesse ponto, é o casamento perfeito entre esporte e show, atividade física e tecnologia.

2 de jul. de 2010

MAS É SÓ UM JOGO...


....e antes de torcedor, eu sou brasileiro, com orgulho e amor!



Porque futebol é só um jogo.



Ele não decide se seremos felizes ou não, se o Brasil é um país justo ou não se temos progresso ou não.



Futebol é só um jogo.



E sendo só um jogo, não há culpados, quem joga está sujeito a perder.



Se eu pudesse, daria um abraço apertado no Dunga, no Julio Cesar, no Robinho, no Lúcio e em todos os atletas brasileiros porque errar é humano e jogo é jogo e não vi ninguém entre eles fazendo corpo mole, todo mundo suou a camisa, correu e enfrentou os adversários.

Se é por futebol, voltemos a torcer pelo Coxa, pelo Botafogo, pelo Sport, pelo Náutico, pelo Flamengo, pelo Grêmio... mas não deixemos de se orgulhar de sermos brasileiros, um país multiracial, pacífico, riquíssimo e com muita coisa por construir ainda.
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PS.: Uma seleção não pode dar certo se treina no CT do Caju...ahahahahahahahahahahahahahah!!!

1 de jul. de 2010

CRAQUE É CRAQUE, O RESTO É ESPECULAÇÃO

Nessa véspera de jogo contra a Holanda, cansei de ouvir falar da "laranja mecânica" e da seleção deles de 1974, do carrossel de Rinnus Michels, etc...

Sempre digo que esquema nenhum no futebol resiste ao cabeça de bagre.

Se você colocar um time de comuns, pode inventar o esquema tático que bem entender, o mais revolucionário, o inverossímil na busca por surpreender o adversário que não vai adiantar absolutamente nada, o cabeça de bagre porá tudo a perder, principalmente se do outro lado tiver um craque.

Em 1974, a Holanda contava com Neeskens e Rosenbrink, dois craques, e com um jogador considerado um dos 5 maiores da história: Johann Cruijff.

Com esse material humano era moleza experimentar um esquema novo e revolucionário, ia dar certo, por mais que depois não tenha vencido o torneio, vez que o futebol não é ciência, a zebra acontece, é a parte mais apaixonante do esporte.

Porque craque pode desequilibrar. Em 1974, a Alemanha tinha Franz Beckenbauer e Breitner e foi para cima da Holanda. Craque contra craque, venceu a Alemanha por estar em melhor dia.

Em 1982, o time brasileiro de estrelas (Zico, Sócrates, Falcão, Toninho Cerezo, Junior, Leandro, etc...) em um dia ruim, perdeu para uma Itália que só tinha um craque, o então desacreditado Paolo Rossi que com seus gols, levou a taça Fifa para Roma.

E pode até haver exceção, porque, afinal, futebol não é ciência, mas todos os campeões do mundo ostentavam pelo menos um grande craque: Pelé (se bem qué ele não é craque, é lenda!), Zidàne, Materazzi, Garrincha, Mário Kempes, Lothar Mathaus, Maradona (eca!), Romário, Ronaldo, Ronaldinho, Rivaldo, etc...

É certo que a Holanda tem Roben. Mas eu tenho fé, e o Brasil tem Robinho, Kaká, Luiz Fabiano e Lúcio. Craque por craque, temos mais em quantidade, o Brasil é favorito. Claro que pode perder, porque todo mundo tem dias bons e ruins, mas uma coisa é certa: a seleção de Dunga não desdenha adversário, embora não tenha medo de história, como esta de 1974.

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...