Tempos atrás eu li na capa de uma revista quinzenal de finanças uma chamada de matéria sobre um poderoso executivo, dado como um verdadeiro mago no mercado de planos de saúde, cantado em prosa e verso pelos ambiciosos operadores do mercado financeiro por maximizar os lucros e aumentar o volume de suas operações.
E passados uns tempos, deparei com esta notícia, segundo a qual, em 7 de abril, médicos do país inteiro, em protesto contra o baixíssimo valor pago por consultas e procedimentos, vão parar de atender planos de saúde.
Esses planos de saúde brasileiros são uma verdadeira máfia que se presta a especulação econômica e explora a boa vontade de ciosos e competentes profissionais de saúde, além da crendice do povo que acha que prestam serviços satisfatórios de saúde, coisa que na maioria das vezes não é realidade, por mais que atendam melhor que o SUS.
Um conhecido meu, cardiologista, reclamou certa vez que um desses planos de saúde boicotava sua clínica corretamente credenciada para favorecer outra, que havia comprado recentemente. E o fazia sem dó nem piedade, aceitava as marcações de consultas e exames para o estabelecimento do meu conhecido, mas atrasava sistematicamente os pagamentos de uma tal forma a forçá-lo a assumir custos e endividar-se acorrendo a empréstimos bancários para fechar os furos transitórios, diminuindo sua já baixa lucratividade forçando uma quebra, que ou fecharia a clínica, ou o forçaria a vendê-la para o mesmo generoso plano de saúde.
Meu conhecido simplesmente pediu descredenciamento, parou de atender aquele plano e concentrou-se nos serviços do sistema UNIMED, que são cooperativas formadas pelos próprios médicos e, portanto, não são planos de saúde em formato empresarial, no sentido de terem obrigação com lucratividade. Nas UNIMED(s), a lucratividade de alguma forma é repassada aos médicos que às formam, de modo que os valores de consultas, exames e procedimentos são fixados de regra mediante a situação econômica de momento e, não sendo os ideais, ao menos não são aviltantes como os pagos pelos planos de saúde, cujas mensalidades para a clientela não deixam nunca de aumentar para garantir a lucratividade dos sócios, sem que isso represente serviços satisfatórios.
Perdi um conhecido (era meu amigo, mas distante) porque seu plano de saúde, na ânsia de contenção de custos, não autorizou um exame mais minucioso na cabeça e atrasou o diagnóstico de um tumor cerebral.
E agora me chega a notícia que os procedimentos e exames são pagos pela maioria dos planos de saúde a partir de tabelas feitas ainda na década de 90, antes do Plano Real, corrigidas com índices que não cobrem nem a inflação do período, que dizer o aumento normal de custos e de adoção de novos procedimentos e tecnologias.
É vergonhoso que um médico receba 25 reais por consulta enquanto os recursos pagos pelos usuários são usados para a aquisição de hospitais e clínicas próprias dos planos de saúde, usados como meios de atrair aportes de capital por meio de venda de ações, que por sua vez implicam em obrigação de contar custos para aumentar lucros e distribuição de dividendos.
É um círculo vicioso no qual se arrancam recursos na marra de médicos e segurados, pra garantir apenas os interesses do quadro social da empresa.
Bem sabe o leitor que não sou contra o lucro de ninguém, muito menos contra a prática capitalista. Mas no Brasil parece que tudo se resume a uma forma safada, que nada respeita e que não guarda nenhuma preocupação com a excelência de serviços ou ainda a satisfação de colaboradores. Um indivíduo ganha uma capa elogiosa de revista de finanças porque gerou lucro, mas seus métodos ficam em segundo plano, não importa mais se ele pisa nas pessoas, destrói outros negócios antes lucrativos e aumenta a pressão social. Pouco importa se suas práticas administrativas agressivas pioram o serviço recebido pela clientela. Só o lucro que aumenta todos os anos é que importa, só o lucro é que é elogiável e se ele cair por um trimestre que seja, o cargo do super-executivo está a perigo, o mesmo da execração pública pelos operadores do mercado financeiro.
E passados uns tempos, deparei com esta notícia, segundo a qual, em 7 de abril, médicos do país inteiro, em protesto contra o baixíssimo valor pago por consultas e procedimentos, vão parar de atender planos de saúde.
Esses planos de saúde brasileiros são uma verdadeira máfia que se presta a especulação econômica e explora a boa vontade de ciosos e competentes profissionais de saúde, além da crendice do povo que acha que prestam serviços satisfatórios de saúde, coisa que na maioria das vezes não é realidade, por mais que atendam melhor que o SUS.
Um conhecido meu, cardiologista, reclamou certa vez que um desses planos de saúde boicotava sua clínica corretamente credenciada para favorecer outra, que havia comprado recentemente. E o fazia sem dó nem piedade, aceitava as marcações de consultas e exames para o estabelecimento do meu conhecido, mas atrasava sistematicamente os pagamentos de uma tal forma a forçá-lo a assumir custos e endividar-se acorrendo a empréstimos bancários para fechar os furos transitórios, diminuindo sua já baixa lucratividade forçando uma quebra, que ou fecharia a clínica, ou o forçaria a vendê-la para o mesmo generoso plano de saúde.
Meu conhecido simplesmente pediu descredenciamento, parou de atender aquele plano e concentrou-se nos serviços do sistema UNIMED, que são cooperativas formadas pelos próprios médicos e, portanto, não são planos de saúde em formato empresarial, no sentido de terem obrigação com lucratividade. Nas UNIMED(s), a lucratividade de alguma forma é repassada aos médicos que às formam, de modo que os valores de consultas, exames e procedimentos são fixados de regra mediante a situação econômica de momento e, não sendo os ideais, ao menos não são aviltantes como os pagos pelos planos de saúde, cujas mensalidades para a clientela não deixam nunca de aumentar para garantir a lucratividade dos sócios, sem que isso represente serviços satisfatórios.
Perdi um conhecido (era meu amigo, mas distante) porque seu plano de saúde, na ânsia de contenção de custos, não autorizou um exame mais minucioso na cabeça e atrasou o diagnóstico de um tumor cerebral.
E agora me chega a notícia que os procedimentos e exames são pagos pela maioria dos planos de saúde a partir de tabelas feitas ainda na década de 90, antes do Plano Real, corrigidas com índices que não cobrem nem a inflação do período, que dizer o aumento normal de custos e de adoção de novos procedimentos e tecnologias.
É vergonhoso que um médico receba 25 reais por consulta enquanto os recursos pagos pelos usuários são usados para a aquisição de hospitais e clínicas próprias dos planos de saúde, usados como meios de atrair aportes de capital por meio de venda de ações, que por sua vez implicam em obrigação de contar custos para aumentar lucros e distribuição de dividendos.
É um círculo vicioso no qual se arrancam recursos na marra de médicos e segurados, pra garantir apenas os interesses do quadro social da empresa.
Bem sabe o leitor que não sou contra o lucro de ninguém, muito menos contra a prática capitalista. Mas no Brasil parece que tudo se resume a uma forma safada, que nada respeita e que não guarda nenhuma preocupação com a excelência de serviços ou ainda a satisfação de colaboradores. Um indivíduo ganha uma capa elogiosa de revista de finanças porque gerou lucro, mas seus métodos ficam em segundo plano, não importa mais se ele pisa nas pessoas, destrói outros negócios antes lucrativos e aumenta a pressão social. Pouco importa se suas práticas administrativas agressivas pioram o serviço recebido pela clientela. Só o lucro que aumenta todos os anos é que importa, só o lucro é que é elogiável e se ele cair por um trimestre que seja, o cargo do super-executivo está a perigo, o mesmo da execração pública pelos operadores do mercado financeiro.
É o que eu chamaria de capitalismo selvagem pra valer.
A prostituição chega em vários lugares. O que estes super-executivos fazem, se denomina de Prostituição. Em toda a sociedade há diversas formas de prostituir-se, esta é uma das formas mais descaradas!
ResponderExcluirOs médicos e seus sindicados devem reagir.
Concordo, capitalismo selvagem. O pior que você paga a vida toda, não usa e quando precisa,começa os impecilhos.
ResponderExcluirBom, se no Brasil a coisa funciona do mesmo jeito, levam bilhões e devolvem migalhas. O povo que se dane!
Olá, tudo bem? Saúde não é para gerar lucro... Uma pena que isso aconteça nos dias atuais. Abraços, Fabio www.fabiotv.zip.net
ResponderExcluirFabio, sei que é fora do escopo do post, mas veja, hora que tiver tempo, a proposta de reforma política do Senador Cristovam Buarque.
ResponderExcluirhttp://www.senado.gov.br/senadores/senador/cristovambuarque/boletim/Reforma%20Pol%C3%ADtica%20Republicana.pdf
Bom final de semana...
Discussão complicada. Confesso que não tenho uma opinião formada se a saúde não é para gerar lucro. Não sou a favor de uma saúde exclusivamente estatal, como existe em diversos países evoluidos, mas também ela não pode ser totalmente dominada pelos planos de saúde privado. O consumidor paga uma fortuna, o médico recebe pouco e o serviço deixa a desejar. Acho que falta é uma regulação mais justa. A que existe hoje está superada.
ResponderExcluirMaia,
ResponderExcluirO sistema já é regulamentado e, se não fosse, essas "empresas" de saúde estariam cobrando cada vez mais, para cobrir cada vez menos para aumentar os números dos balanços.
E essa coisa tá na educação também. Conheço pessoas que pagam R$ 2300,00 por mês para o colégio fundamental de duas crianças. É um acinte!
Em resumo: não há Lei que reprima os gananciosos neste país!
ResponderExcluirÉ só fazer o que pretendem: Greve.
ResponderExcluirO Sindicato dos Médicos é muito forte e deve ser fortalecido pelos médicos.Correr sozinho não dá em nada em uma sociedade industralizada.
Pagamos para ter um atendimento, Medico,ate onde eu saiba UNIMED é e uma Cooperativa, portanto um grupo que deve administrar. Sendo assim tambem isenta de impostos.
ResponderExcluirNo entanto vemos a UNIMED patrocinando os mais variados tipos de esportes, e deixando de cumprir seu papel principal que é investir na saúde. Com um agravante nunca me perguntaram se tenho dinheiro para pagar jogadores.