2 de abr. de 2008

EM CAMPANHA...

Dilma Roussef é alvo dos ataques da oposição, que por sua vez não tem nenhuma outra alternativa à isso. O presidente Lula desencadeou de modo precoce a campanha presidencial de 2010, de tal modo que pôs o país inteiro em estado de campanha eleitoral, aquele em que pouco se pensa no país e muito nas urnas.

Querer que a oposição aceite o presidente fazendo campanha para sua candidata desde já, utilizando-se dos palanques de inaugurações do PAC sem receber o troco, é no mínimo ingenuidade, para não dizer falta de valores democráticos porque candidato todo mundo pode ser, mas com a máquina à disposição é outro assunto.

Se o presidente, popular como é, assume a função de cabo eleitoral em clara afronta à Lei, nada mais resta à oposição que engrossar o caldo e incomodar. O primeiro ato foi iniciar a fritura da ministra, o segundo, acionar o presidente no TSE, informando à Justiça de seus atos de campanha antecipada, pedindo multa e até cassação. Cassação não ocorrerá, mas é provável que o presidente sofra restrições judiciais aos seus atos de inaugurações pelo Brasil afora.

Mas voltando à Dilma, é ruim para o governo e péssimo para o país que, em campanha informal, ela e/ou seus assessores mais próximos tenham cometido o deslize de inventar o tal "dossiê FHC". Ela diz que o erro foi de sua assessoria, mas não dá nome aos bois, e muito menos faz o que seria esperado, demitir os responsáveis.

Pior ainda que a discussão descambou para o ridículo, assessores especulando sobre a existência de um tucano infiltrado no Planalto, a sabotar o governo e a candidatura Roussef.

Seria um hipermegatucano em esperteza, para enganar a Presidência da República, receber um cargo em comissão e praticar sabotagens. Coisa de James Bond. E não seria nem muito inteligente, imagine arriscar perder um ótimo emprego que pode perdurar ainda por 10 anos, dependendo da eleição e reeleição da ministra?

Ela virou alvo, mas isso é só o primeiro problema. De agora em diante serão frequentes os "convites" para que ministros se dirijam às comissões do Congresso (no Senado, principalmente) para prestar explicações sobre seus atos. Haverá obstruções ainda mais renhidas nas votações de leis que interessem ao governo e ataques verbais comezinhos.

Eu lembro o que o PT fez com Guilherme Afif Domingos em 1989. É verdade que a situação era diferente, porque ele não era ministro e a campanha era oficial. Mas o bombardeio foi igual, pequenos deslizes gerando grandes discussões, em meio a histeria e discursos inflamados. É o que Dilma está sofrendo, um deslize pequeno tomou proporção inimaginável, porque a ministra é a preferida do presidente, mesmo não sendo unanimidade dentro do PT

Enfim, em campanha eleitoral ninguém pensa no país e, se o presidente não lembrou de seus tempos de candidato, a oposição avivará sua memória. Em campanha o bom senso é deixado de lado, só importa acertar o fígado do adversário, seja ele quem for: ministra, presidente ou governo.

Ao abrir a campanha de 2010, o presidente Lula colocou o governo como o adversário a receber socos.

GOLPISTA

O vice José Alencar citou os 4 mandatos de Roosevelt, para tentar justificar uma tese de terceiro mandato para presidente Lula.

Mas errou ao dizer que nos EUA os mandatos são de no máximo 8 anos, mas fizeram exceção para Roosevelt. Na época, a reeleição nos EUA era livre. Com efeito, após a morte dele, Democratas e Republicanos chegaram a um acordo e alteraram a Constituição para proibir novas reeleições, pois temiam a concentração de poder por muito tempo em apenas uma pessoa.

O vice-presidente tentou usar a lição de democracia dos EUA, para justificar um golpe de Estado no Brasil.

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