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11 de fev. de 2016

CARNAVAL MERCANTILIZADO

Desfile de escola de samba é lindo, ninguém nega. Mas assistido todos os anos do mesmo jeito, com os mesmos comentários, como a mesma sequência de imagens, com temas que se repetem e com o samba que não pode inovar porque atrapalha a transmissão, torna-se daquelas coisas do tipo: se não é ao vivo, viu um, viu todos.

A Globo conseguiu melhorar os índices de audiência dos desfiles de 2016, mas eles estão longe do que eram 20 anos atrás, culpa da internet, das TV(s) por assinatura e do próprio esgotamento do produto, que recebeu uma sobrevida com a TV de alta definição, mas que não vai se sustentar muito, dentro da imposição dos desfiles com jeito e ordem inalterados. Não existe mais nem o apelo musical, não se fazem mais sambas-enredo que caiam na boca do povo e virem música popular, é tudo técnico, marcado, com refrão e batida pré-definidos para não incomodar o diretor da TV que adequa o som às imagens do evento.

A TV pasteurizou o carnaval. Se isso já era fato nos desfiles, agora também afeta o carnaval de rua. 

No Recife, a TV ainda não é insidiosa, porque o carnaval de lá é tradicional e em boa parte, folclórico, mas em Salvador, que era um carnaval de gente na rua, agora os trios elétricos iniciam sua passagem na frente dos apresentadores da TV, que também providenciou camarotes e um concurso entre blocos de abadás, tudo envolto em dezenas da patrocinadores e de outros interesses, como a promoção de certos artistas.

Outra coisa que pouca gente percebe é que o carnaval passou de festa popular a sangria de dinheiro público. Hoje em dia, os municípios cedem à uma pressão cada vez maior para que gastem (muito) dinheiro com a festa, seja financiando desfiles, inclusive de blocos, seja disponibilizando sambódromos caríssimos e permanentes, seja montando estruturas temporárias. Aquela coisa singela do passado, de juntar um grupo de amigos e sair na rua, hoje tomou ares de negócio: tem que ter dinheiro público, tem que ter abadá, tem que ter marca no abadá, para faturar algum na festa. Tem até bloco de sujo que só sai na rua se cair dinheiro público.

E em volta de tudo isso, onipresentes, opressivos e ameaçadores, a cerveja e o sexo! Institucionalizou-se no Brasil que carnaval é tempo de beber, de exagerar e agir sem freios, confundindo alegria com alcoolemia, liberdade com libertinagem. E vemos cidades emporcalhadas com urina por todos os lados, gente nua e inconveniente se agarrando por todos os lados, brigas e confusões de toda a ordem. Praticamente todos bebendo e imaginando fazer sucesso com o sexo oposto, outro tanto de gente vendendo e publicidade massiva de todas as marcas de cerveja e preservativos que se possa imaginar. O carnaval virou um colossal evento de marketing, só fico me perguntando se faz bem ou mal para as marcas.

O que era uma festa simpática e popular, que não incomodava nem quem não pulava, virou algo opressivo. Cada vez menos bailes em clubes porque o público não aceita regras sociais, cada vez mais pornografia mascarada de "sensualidade", cada vez mais bebida, cada vez mais confusões e eventos cada vez mais caros e inacessíveis para um cidadão comum, quando não são pura e simplesmente impróprios para menores. Virou vítima de um capitalismo selvagem promovido até pelo Estado, que na ânsia de popularizar o que já era do povo, o tornou mercantil e agressivo.

3 de ago. de 2010

PUBLICIDADE INFANTIL: NÃO!

MANIFESTO pelo fim da publicidade e da comunicação mercadológica dirigida ao público infantil

Em defesa dos diretos da infância, da Justiça e da construção de um futuro mais solidário e sustentável para a sociedade brasileira, pessoas, organizações e entidades abaixo assinadas reafirmam a importância da proteção da criança frente aos apelos mercadológicos e pedem o fim das mensagens publicitárias dirigidas ao público infantil.

A criança é hipervulnerável. Ainda está em processo de desenvolvimento bio-físico e psíquico. Por isso, não possui a totalidade das habilidades necessárias para o desempenho de uma adequada interpretação crítica dos inúmeros apelos mercadológicos que lhe são especialmente dirigidos.

Consideramos que a publicidade de produtos e serviços dirigidos à criança deveria ser voltada aos seus pais ou responsáveis, estes sim, com condições muito mais favoráveis de análise e discernimento. Acreditamos que a utilização da criança como meio para a venda de qualquer produto ou serviço constitui prática antiética e abusiva, principalmente quando se sabe que 27 milhões de crianças brasileiras vivem em condição de miséria e dificilmente têm atendidos os desejos despertados pelo marketing.

A publicidade voltada à criança contribui para a disseminação de valores materialistas e para o aumento de problemas sociais como a obesidade infantil, erotização precoce, estresse familiar, violência pela apropriação indevida de produtos caros e alcoolismo precoce.

Acreditamos que o fim da publicidade dirigida ao público infantil será um marco importante na história de um país que quer honrar suas crianças.

Por tudo isso, pedimos, respeitosamente, àqueles que representam os Poderes da Nação que se comprometam com a infância brasileira e efetivamente promovam o fim da publicidade e da comunicação mercadológica voltada ao público menor de 12 anos de idade.

Para assinar o manifesto, acesse este site AQUI.

PS.: Este blogueiro também defende a proibição total da publicidade de TV, rádio e internet (salvo em canais para adultos, acessados mediante senha) para bebidas alcoólicas, especialmente quando associadas à alegria, ao sucesso com o sexo oposto, à inteligência ou ao alto desempenho esportivo. A pior das drogas que atinge o jovem brasileiro é o álcool e mais especificamente, a cerveja, cujo consumo tolerado por menores de idade os encoraja a experimentar drogas mais fortes. Trata-se de outro aspecto do mesmo problema, a publicidade que busca atingir o público jovem, com intelecto ainda em formação.

22 de fev. de 2010

GENTE QUE PRECISA DE BEBIDA PARA SE DIVERTIR



Não sei.

Pode ser que por ser ativista contra o álcool, eu me revolte com coisas assim e não veja graça nenhuma. Pode ser que por odiar cerveja e identificar nela a pior droga que assola a juventude brasileira, eu não consiga ser simpático à pessoas que confundem bebida com diversão.

Quem bebe para se divertir é um idiota sem caráter e personalidade, e o pior de tudo é que é regra entre a juventude de hoje em dia é justamente esta: quase todos querem ser uma Paris Hilton da vida.

Afinal, Paris Hilton ganha uma nota preta para fazer propaganda de uma cerveja cuja marca não seria aceita num país decente preocupado com sua infância.

E Paris Hilton se diverte, afinal de contas. Ela está em todas as festas mais badaladas, passeia de iate, anda de Rolls Royce e troca de namorado como troca de roupas, sendo que suas roupas são sempre de marcas famosas e os namorados têm uma característica em comum: são todos tão toupeiras quanto ela!

Sinceramente, há algo de errado quando uma grande empresa de um país lança um produto de apelo sexual, chama uma ídolo adolescente para fazer sua publicidade e não se preocupa em passar a idéia errada de que não existe diversão sem embriaguês.

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...