O que era festa embalada pelo otimismo de políticos e dirigentes de clubes está se transformando em choradeira, à guisa de imputar aos governos federal, estaduais e municipais a obrigação de construir e reformar estádios para a Copa, com dinheiro a fundo perdido.
De repente, um alto dirigente da FIFA critica de modo ácido a estrutura do Morumbi, que disputa com o Mineirão a honra de sediar o jogo de abertura do evento. E faz isso a despeito do fato de que a FIFA definiu a cidade de São Paulo como sub-sede, tendo o comitê organizador dela apontado especificamente o estádio Cícero Pompeu de Toledo para a tarefa.
Se ele não servia, por quê São Paulo foi aceita como sub-sede? O que mudou da definição das sub-sedes em maio até agora, para de repente um alto dirigente da FIFA dar a nítida impressão de que faz lobby pela construção de outro estádio gigantesco na capital paulista?
Para o jogo de abertura do evento, não é aceita uma arena com menos de 60 mil espectadores de capacidade. Será que São Paulo comporta mais um estádio enorme assim? E quem vai erguê-lo? Será que existem investidores? Duvido que o Corinthians ou qualquer outro clube tenha dinheiro ou parceiro de 500 milhões de reais para colocar nisso, e daí, sobrará para quem?
Eu mesmo respondo: ou para a prefeitura, ou para o governo estadual.
Aqui em Curitiba, era eufórica a campanha patrocinada por políticos e dirigentes do clube proprietário da Arena da Baixada. Mas tão logo a cidade foi confirmada como sub-sede o presidente do clube veio a público afirmar em alto e bom som que não têm investidor a vista e não vai arcar com o custo de adequação da praça esportiva, nem que isso seja financiado pelo BNDES.
Depois, unido aos dirigentes do SC Internacional de Porto Alegre e do São Paulo FC, manifestou um pedido de isençãoespecífica para obras e materiais aplicados nos estádios privados da Copa. Ou seja, querem construir luxuosos prédios privados assaltando o bolso dos brasileiros que, quando constróem seus barracos, pagam nos materiais a maior carga tributária do planeta!
E o que dizer dos atrasos nas licitações de estádios públicos, já apontada pela FIFA, que pode implicar até na diminuição do número de sedes de 12 para 10?
Atraso em licitação significa aumento de custos. E se há uma data limite para a entrega da obra, o aumento é exponencial, causado por contratações emergenciais sem licitação, as mesmas que fizeram os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro terem custo de Olimpíada.
O processo da Copa 2014 iniciou-se em 2007. Passados mais de 2 anos, não se fez absolutamente nada em termos de obras e não se definiram as fontes dos recursos para os estádios, na exata medida em que, pelo menos aparentemente, ninguém procurou investidores.
E agora a choradeira para fazer com que a os governos arquem com os custos, preferencialmente na bacia das almas, às portas do evento, de afogadilho, para que a pressa alivie as barreiras ditadas pela Lei de Licitações.
Fico me perguntando se essa choradeira é ou não de caso pensado.
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