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10 de dez. de 2007

NON, JE NE REGRETTE RIEN (NÃO, DE JEITO NENHUM)

Ontem tive o prazer de assistir um daqueles filmes que ficam na retina pelo resto de uma vida, um daqueles momentos mágicos que nos fazem ter certeza que o cinema é efetivamente uma arte.

Piaf é simplesmente arrebatador, tal qual a interpretação da atriz Marion Cotillard.

Eu sabia que a vida de Piaf não foi fácil, só não imaginava a quantidade de fatos tristes e a fibra monumental de uma gigante de 1 metro e 42 centímetros cuja voz e a a coragem apaixonaram uma nação inteira.

O filme arranca emoções desde a primeira cena, ele funde a realidade nua e crua com a fantasia que a música é capaz de provocar em uma pessoa. Os sofrimentos e os desvios morais da personagem são amenizados pelas canções criando um vai-vem frenético de emoções em quem assiste. Quando as lágrimas começam a descer o rosto, eis que o som transforma a tristeza em alegria para que a edição das imagens novamente apresente outra tristeza e outra canção a amenizar a história trágica.

O filme termina com uma licença poética, quando, supostamente no último show de sua vida, a diva, que a essa altura do filme já é dona dos corações de quem o assistiu, canta a música título deste post, cuja letra em português é a que segue, uma síntese da vida e do jeito de encará-la, da portentosa cantora francesa.

Não, de jeito nenhum
Não, eu não me arrependo de nada
Nem o bem que me fizeram,
Nem o mal, tudo me parece igual

Não, de jeito nenhum
Não, eu não me arrependo de nada
Está pago, varrido, esquecido
Eu estou farta do passado

Com minhas lembranças,
Eu alimentei o fogo
Minhas aflições, meus prazeres
Eu não preciso mais deles

Varri meus amores
Junto a seus aborrecimentos
Varri por todo dia
Eu volto ao zero

Não, de jeito nenhum
Não, eu não me arrependo de nada
Nem o bem que me fizeram,
Nem o mal, tudo me parece igual

Não, de jeito nenhum
Não, eu não me arrependo de nada
Minha vida, Minhas jóias
Hoje
Começa com você

8 de mai. de 2007

ROBERTO CARLOS E A BIOGRAFIA

Com todo o respeito que eu tenho às opiniões em contrário, entre elas a do Tom Paixão, cujo blog não tratou do assunto mas vai linkado porque ele fez comentários em outros blogs, eu quero me manifestar em favor do Roberto Carlos sobre essa questão da biografia.

Este "post" é um melhoramento de um comentário que fiz no blog do Orlando Tambosi, que achei pertinente colocar aqui, para constatar a opinião dos meus leitores.

Quero dizer que eu gostaria de ter comprado esse livro, mas não tiro as razões do Roberto Carlos, senão vejamos:

1. Ele é religioso praticante, isso é notório. Por mais que eventualmente ele tenha deixado de seguir os ditames da fé (igreja) que pratica, é fato que ele procurou segui-los e que nunca deixou de divulgar aquilo em que acredita de modo fervoroso e por vezes tocante pelo talento aplicado nas músicas que compôs para tanto. Portanto, ele não é um homem sem moral nenhuma, alguém sem valores ou mesmo alguém de valores duvidosos.

2. Eu não lembro de ter visto alguma vez o Roberto Carlos envolvido em escândalos de fofocas tipo revista Contigo, ou se exibindo em Caras a cada vez que trocou de namorada, como é comum nas "celebridades" de proveta de nossos dias;

3. Ele nunca se envolveu em discussões políticas e na única vez em que foi acusado disso, fez uma linda homenagem ao amigo Caetano Veloso, numa das canções mais belas da música nacional, que não teve conotação política, mas apenas pessoal;

4. Todos os fatos obscuros de sua vida foram tratados com discrição e sem alarde. É comum que artistas pegos em atos falhos saiam na imprensa, valendo-se de sua fama para desqualificar seu adversário judicial e lançar dúvidas sobre o eventual pedido. Roberto Carlos, pelo menos que eu lembre, nunca foi à imprensa para desqualificar algum adversário em juízo, como muitos artistas menores já fizeram em casos parecidos;

5. Ele assumiu todos os filhos comprovadamente dele, sem batalhas judiciais após a prova;

6. A vida privada dele sempre foi protegida e nunca houve especulações maiores sobre suas intimidades, justamente porque ele optou por proteger sua familia. Mais que isso, quando ocorreu algum tipo de problema em sua esfera familiar, ele mesmo veio a público para dar a notícia, mas por respeito aos seus milhares de fãs, não por cobiça de promoção pessoal;

7. Seus filhos sempre agiram de modo discreto e nunca passaram noitadas de exibicionismo à la Paris Hilton ou outras figuras ainda menores, certamente não por falta de condições financeiras ou oportunidade, mas por receberem em casa uma educação calcada em valores pessoais.

Enfim, Roberto Carlos, além de gênio da música, é um ser humano cordato, educado e preocupado não só com sua imagem, mas também com o bem estar de seus familiares e amigos e dos seus milhares de fãs. Ele pode ter errado na vida, como toda e qualquer pessoa erra. Respondeu ações em juízo, certamente pagou indenizações e advogados e pelas coisas erradas que eventualmente fez. Se tem manias e idiossincrasias, bem, quem não as tem?

O fato mais importante disso, porém, é que Roberto Carlos nunca usou a mídia para auto-promoção, senão em decorrência de seu enorme talento.

Ele é muito diferente das "vagabas" que vão para Caras mostrar os seios novos ou a nova cozinha de suas mansões, ou dos palermas que desfilam com uma mulher por noite para alavancar suas carreiras sem talento.

Roberto Carlos é motivo de notícia porque tem uma obra excepcional e porque é admirado e amado por milhões de pessoas que reconhecem na sua música um alento ou uma diversão. É um artista como poucos no Brasil, com uma carreira de 40 anos levando multidões aos seus shows sem apelação barata, sem nudismo, sexismo ou ainda hipocrisia política como uns e outros que se dizem "socialistas" e cobram duzentos reais o ingresso para assisti-los. É um ídolo popular de verdade, um artista reconhecido aqui e no exterior, que nunca precisou de escândalos de imprensa para lotar teatros e estádios pelo Brasil afora.

Ele tem uma biografia de verdade a preservar, é diferente de outros tantos que chegam a pagar para que alguém lhe faça uma biografia chapa-branca com alguma revelação bombástica a fim de dar um impulso adicional à sua carreira medíocre.

Com todos esses fatos, eu concluo que Roberto Carlos buscou proteger a sua intimidade e a de seus familiares e amigos.

O autor da biografia sabia do risco existente ao publicar a obra, até porque a editora deve tê-lo avisado que poderia sofrer ações judiciais. Portanto, houve um risco calculado nessa questão.

Ademais, não houve censura nesse caso, onde seguiram-se os trâmites burocráticos atinentes ao Estado de Direito, posteriores à circulação da obra.

O ofendido, Roberto Carlos, leu a biografia, não gostou, acionou a Justiça e tirou a obra de circulação. Seria uma falha moral se ele, Roberto, fosse à imprensa fazer acusações contra o autor da obra, coagindo-o indiretamente por meio de sua massa de fãs. Mas não, Roberto Carlos chamou seus advogados e tratou da questão nos tribunais, como um cidadão de verdade deve fazer ao sentir-se ofendido.

E notem bem, agiu sem o intuito de ainda por cima ganhar algum dinheiro, como o que ocorre na enorme maioria das ações de danos morais. Dou razão a ele.

Caros amigos blogueiros,

Não tenho a intenção de mudar a opinião de ninguém ao levantar o tema. Aliás, essa discussão tem dois beneficiados: a) o debate franco de idéias e concepções de vida e de leis; b) eu mesmo, que tenho grande interesse pelo tema "direito moral" e gosto de saber com as pessoas reagem caso a caso.

Há bons argumentos contrários ao RC, como o do TOM PAIXÃO ou da PATRICIA M, e há quem tenha levantado outros argumentos que não os meus em favor dele, como a PATA IRADA.

Fico feliz em ver que, salvo uma ocorrência isolada em outro blog, todos os que vieram até este blog até agora, demonstraram educação e argumentos sólidos para discutir a questão. Já disse um ex-professor meu que em Direito não existe resposta errada, existe interpretação. Em parte, ele está certo, e vocês comprovam isso neste debate.

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...