Ontem tive o prazer de assistir um daqueles filmes que ficam na retina pelo resto de uma vida, um daqueles momentos mágicos que nos fazem ter certeza que o cinema é efetivamente uma arte.
Piaf é simplesmente arrebatador, tal qual a interpretação da atriz Marion Cotillard.
Eu sabia que a vida de Piaf não foi fácil, só não imaginava a quantidade de fatos tristes e a fibra monumental de uma gigante de 1 metro e 42 centímetros cuja voz e a a coragem apaixonaram uma nação inteira.
O filme arranca emoções desde a primeira cena, ele funde a realidade nua e crua com a fantasia que a música é capaz de provocar em uma pessoa. Os sofrimentos e os desvios morais da personagem são amenizados pelas canções criando um vai-vem frenético de emoções em quem assiste. Quando as lágrimas começam a descer o rosto, eis que o som transforma a tristeza em alegria para que a edição das imagens novamente apresente outra tristeza e outra canção a amenizar a história trágica.
O filme termina com uma licença poética, quando, supostamente no último show de sua vida, a diva, que a essa altura do filme já é dona dos corações de quem o assistiu, canta a música título deste post, cuja letra em português é a que segue, uma síntese da vida e do jeito de encará-la, da portentosa cantora francesa.
Não, de jeito nenhum
Não, eu não me arrependo de nada
Nem o bem que me fizeram,
Nem o mal, tudo me parece igual
Não, de jeito nenhum
Não, eu não me arrependo de nada
Está pago, varrido, esquecido
Eu estou farta do passado
Com minhas lembranças,
Eu alimentei o fogo
Minhas aflições, meus prazeres
Eu não preciso mais deles
Varri meus amores
Junto a seus aborrecimentos
Varri por todo dia
Eu volto ao zero
Não, de jeito nenhum
Não, eu não me arrependo de nada
Nem o bem que me fizeram,
Nem o mal, tudo me parece igual
Não, de jeito nenhum
Não, eu não me arrependo de nada
Minha vida, Minhas jóias
Hoje
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