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27 de jun. de 2011

QUAL É O BARATO?

O termo, "barato" é mais antigo que andar para a frente, provavelmente os garotos de 20 anos nem sabem o significado. Mas sinceramente, eu gostaria de saber "qual é o barato" dos jovens de hoje em dia, que bebem demais, consomem demais e parece que só se divertem atentando contra a legalidade ou incomodando a terceiros.

Esses dias eu estava num famoso barzinho de samba de Curitiba. Ambiente legal e basicamente caro, que não autoriza excessos mesmo para pessoas ricas, que dizer de jovens cujos divertimentos dependem de mesadas dos pais. No entanto, quando deu meia-noite, que é o horário normal dos jovens chegarem, a casa encheu e não consegui ver, mesmo observando muito, nenhum jovem, absolutamente ninguém com menos de 30 anos que não estivesse com um copo de álcool na mão. São todos adeptos da ditadura do álcool, sem o qual, pelo jeito, jovem nenhum é feliz e é impossível se divertir mesmo com gente bonita e música de boa qualidade.

Volta e meia na frente da minha casa, um indivíduo de não mais de 25 anos estaciona o carro, abre o porta-malas cheio de alto-falantes e desanda a tocar música sertaneja no último volume enquanto bebe latas e mais latas de cerveja que joga no chão sem cuidado algum. O detalhe é que geralmente ele chega ali as 2 e meia ou 3 da madrugada e tem prazer mórbido em atrapalhar o sono da vizinhança e olhar para as janelas se exibindo e dizendo que faz o que bem entende, ameaçando inclusive de morte quem tentar atrapalhar seu divertimento que consiste em ficar ali olhando para a cara dos que lhe acompanham e gozando de quem perdeu o sono à sua volta. Lá pelas 5 da manhã ele vai para casa cantando pneus e de preferência quebrando algum equipamento público para mostrar poder. Esse, além da ditadura do álcool, aderiu à ditadura do exibicionismo.

Sou de um tempo em que jovem era contestador e queria mudar o mundo para melhor. Mas hoje, a impressão é que os jovens querem o mundo apenas para eles sem qualquer preocupação com o próximo. E dá-lhe rachas com os carros dos pais, bebedeiras, arruaças no meio das ruas, brigas em portas de boates, "bullyng", atos de vandalismo e agressões sexuais das mais variadas... e nos casos extremamente mais graves, tudo isso mais drogas.


Sem contar os excessos nas compras de roupas de grife e objetos da moda, que deixam pessoas jovens penduradas nos juros dos cartões de crédito, e os casos extremos, de jovens que aderem à marginalidade para sustentar os luxos e os vícios.

Não consigo entender o elemento causador disso tudo isto. Aliás, não consigo entender como garotos de 15 anos compram álcool livremente em supermercados e perambulam numa boa pelas ruas de madrugada, como acontece aqui em Rio Branco do Sul sem que nenhuma autoridade tome alguma atitude.


Se é fato que o Brasil é um país de irresponsáveis, nada justifica a leniência da Lei e das autoridades em relação a pais omissos, incapazes de manter filhos menores de idade em casa, e não perambulando pelas ruas de madrugada. E nada justifica ainda, a facilidade impressionante com que se adquire álcool que é consumido no meio da rua sem qualquer tipo de controle, a partir da premissa que um policial certa vez me explicou, de que a Polícia Militar não atende mais casos de desordem social, especialmente de madrugada. O conjunto do álcool sem controle e a falta de autoridade lega essa situação de guerra civil não declarada experimentada pelo país.


É certo que essa epidemia de ignorância juvenil é mundial, a diferença é que num país europeu ou nos EUA, a polícia atende aos chamados para conter abusos, coisa que não acontece no Brasil, onde ser jovem é salvo-conduto para agir como imbecil.


Só fico me perguntando, qual é o barato de beber até ficar de 4, roubar o sono de terceiros, quebrar, pixar, promover rachas, brincar com automóveis, roubar e principalmente, matar, porque não são mais raros os assassinatos praticados por jovens e adolescentes apenas por diversão ou decorrentes de discussões pueris.


Qual será o barato de tudo isso?


1 de jul. de 2008

SE BEBEU, PROIBIDO DIRIGIR

Tem muita gente dizendo que essa nova lei sobre o álcool ao volante é arbitrária.

Alguns alegam que é discriminatório porque, supostamente, um usuário de maconha, cocaína ou LSD não seria punido se pego dirigindo fora de condições, mas alguém que tivesse consumido um bombom de licor, sim.

Mas isso não procede. Usuários de droga são a minoria da minoria da população, o que significa que, em número, causam problemas infinitamente menores no trânsito, conquanto não menos graves. Mas se alguém é flagrado pego em condições assim, é encaminhado às autoridades do mesmo jeito e ao invés de responder pelo crime de que trata a nova Lei, responde pelo de tráfico ou uso de entorpecentes. Basta que o policial faça o encaminhamento, e o resultado será idêntico, talvez até pior para o drogado, de modo que não se sustenta essa comparação entre bombom de licor e maconha, usada para justificar o consumo de álcool seguido de direção.

O álcool é uma epidemia de proporções assustadoras, potencializada pela publicidade irresponsável que o associa à beleza, à inteligência e ao sucesso com o sexo oposto. Está comprovado que a idade em que os jovens iniciam o consumo é cada vez menor ao mesmo tempo em que a quantidade de viciados aumenta exponencialmente, viciados estes que certamente representam uma parcela relevante dos motoristas, o que não acontece com os usuários de droga que, repita-se, existem, representam um problema gravíssimo mas em números muito inferiores.

Associe esse consumo desenfreado de álcool, com e juventude e seus traços de personalidade naturalmente contestadores, exibicionistas e aversos à autoridade a um automóvel cuja publicidade é centrada no desempenho e o que temos? Milhões de vítimas anuais entre mortos, mutilados e feridos, prejuízos de ordem material, processos judiciais infindáveis e até a perda de capacidade de trabalho do país a um custo de BILHÕES de reais que não remediam absolutamente nada. O país perde, todos perdem, especialmente aqueles que têm seus entes queridos mortos por assassinos alcoolizados aos volantes, cujas estatísticas já comprovaram são,na imensa maioria, da faixa dos 18 a 25 anos.

A arbitrariedade não está nas letras da Lei, ela está dentro das pessoas. É óbvio que a Lei dá margem à corrupção policial, como, aliás, toda e qualquer Lei dá margem à corrupção de agentes administrativos. Achar que uma Lei não pode ser aplicada porque um ou outro agente administrativo vai corromper-se é desculpa esfarrapada de quem se acha mais importante que um todo social.

Esta Lei vai direto ao ponto, se não é possível proibir uma pessoa de beber, muito menos avaliar a quantidade de bebida que a torna perigosa no trânsito, assim, a proíbe de dirigir, multa e cassa-lhe a carteira se constata que bebeu e, se bebeu além de qualquer conta razoável, transforma em crime.

É justo, simples e direto. Quer beber, vá de táxi, de ônibus, de metrô, mas não dirija, não ponha em risco a vida de terceiros. O direito de ir e vir não é afetado, o de beber também não.

O ideal seria que esta Lei fosse complementada com a proibição da publicidade de álcool e com medidas acessórias, como a proibição de álcool em estádios de futebol, como já existe em outros países. O processo é idêntico ao existente contra o cigarro, e não menos relevante.

Mas o sintomático é que muita gente reclama que o governo não faz nada para resolver o caos da saúde. Mas quando faz, como é o caso desta Lei, desatam a dizer que ela é arbitrária, que vai prejudicar os donos de bar, que atenta contra a liberdade dos cidadãos.

É querer dizer que o problema é só com os outros.

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...