Assisti 4 blocos do debate de ontem e sinceramente, não vi absolutamente nada que pudesse influenciar meu voto ou qualquer coisa que pudesse alterar os rumos da eleição presidencial.
Se Dilma gaguejava, Serra parecia desligado(em alguns momentos chegou a pedir por três vezes o nome do programa Luz para Todos para comentá-lo). Gaguejar e ter lapsos de memória não tira votos de ninguém, não adianta forçar a barra, até porque, quando deram respostas sobre os assuntos, ambos apresentaram dados e opiniões e o mais engraçado de tudo é que quase sempre concordaram nas questões de fundo, que são uma verdadeira praga em debates, porque tratando delas, não se fazem propostas específicas para absolutamente nada.
Se Dilma gaguejava, Serra parecia desligado(em alguns momentos chegou a pedir por três vezes o nome do programa Luz para Todos para comentá-lo). Gaguejar e ter lapsos de memória não tira votos de ninguém, não adianta forçar a barra, até porque, quando deram respostas sobre os assuntos, ambos apresentaram dados e opiniões e o mais engraçado de tudo é que quase sempre concordaram nas questões de fundo, que são uma verdadeira praga em debates, porque tratando delas, não se fazem propostas específicas para absolutamente nada.
EDUCAÇÃO:
Dilma Roussef defendeu acabar com a progressão automática do ensino, ou seja, a aprovação de crianças de uma série para a outra sem provas e avaliações. Marina Silva afirmou que o Brasil está 30 anos atrás do Chile em processos educacionais e defendeu investimento mínimo de 7% do PIB na pasta como sendo "política social de terceira geração", embora não tenha explicado o termo. José Serra afirmou que o governo federal retirou verba das APAES, relativas ao ensino de deficientes, por serem elas entidades privadas. Plínio Sampaio limitou-se a afirmar que educação é problema relativo à distribuição de renda.
SAÚDE:
José Serra defendeu a união de oposição e situação em questões relacionadas à saúde e soube capitalizar o fato de ter conseguido avanços legislativos na área quando era senador. Também criticou a extinção de "mutirões de saúde" pelo atual governo. Dilma Roussef defendeu uma nova organização para o SUS com o aumento exponencial de unidades de saúde emergencial e outras de tratamento e diagnóstico clínico. Marina Silva afirmou que saúde também guarda relação com educação. Plínio Sampaio não teve destaque nesse assunto.
SEGURANÇA PÚBLICA:
Plínio Sampaio afirmou que o problema da segurança decorre da distribuição desigual de renda, mas não apresentou propostas. Marina Silva, disse que decorre do "adoecimento da juventude", mas não teceu maiores considerações. José Serra pouco comentou sobre o assunto e Dilma Roussef trabalhou com 3 questões a) agir com autoridade; b) reforçar o controle de fronteiras; c) expandir o programa de polícia pacificadora do Rio de Janeiro.
INFRA-ESTRUTURA E EMPREGOS:
José Serra foi enfático ao dizer que o programa de investimentos federais é insuficiente e que boa parte dos empregos criados nos últimos 8 anos deve-se a investimentos estaduais, como os de SP e MG. Dilma Roussef afirmou que políticas de crédito, de distribuição de renda e de promoção de investimentos foram fortes nos anos Lula. Marina Silva pouco disse sobre o assunto. Plínio Sampaio afirmou que os demais usam de um discurso gerencial de "bom mocismo" que não muda nada no país, deixando claro que defende a reduçao linear da carga horária de trabalho para gerar mais renda e empregos.
REFORMA AGRÁRIA:
Plínio Sampaio afirmou que o governo Lula promoveu menos reforma agrária que o de Fernando Henrique Cardoso e defendeu a invasão de terras como forma de pressionar o INCRA.
IMPOSTOS, JUROS:
Ninguém defendeu reforma tributária. José Serra declarou-se preocupado com o aumento da despesa pública e a pressão que isso faz sobre os juros que, no Brasil, ainda são os mais altos do mundo. Dilma Roussef afirmou que a relação dívida pública X PIB caiu de quase 50% para 30% em 8 anos e que isso garante que no médio prazo seja possivel atacar o problema dos juros. Plínio reclamou que gasta-se 40 vezes mais para o pagamento de juros do que para o Bolsa-Familia.
Foi um debate fraco. Eu gostaria de ao menos uma vez ver um candidato à presidência ousando em propostas, como, por exemplo, reconhecer que boa parte do problema de segurança pública se dá pela facilidade da entrada de jovens no mundo das drogas em face da leniência que existe no Brasil em favor da publicidade e do consumo de álcool pela juventude. Mas não, todo mundo diz que a saúde é prioridade, que a educação é prioridade e que a segurança pública é prioridade, mas ninguém fala de medidas específicas.
Os militantes do Serra dirão que ele venceu o debate. Os de Dilma dirão que a vencedora foi ela. Quem milita por Marina saiu com a impressão de que ninguém queria ouvi-la e os adeptos de Plínio Sampaio descobriram que seu candidato seria forte... na eleição presidencial de 1960!
Sensacional. O melhor resumo do debate visto até agora na internet. Parabéns!
ResponderExcluirEu acho que não vai sair nada destes debates. O Serra não tem muito a atacar, e vai ficar nessa coisa de ataques pontuais, e a Dilma vai estar sempre na defensiva, porque está melhor nas pesquisas e é a favorita. Se Dilma partir pra cima, vai quebrar o telhadinho de vidro de Serra, e nada se tira disso.
A Marina é a candidata da inocência. Num outro mundo ela seria perfeita.
E Plínio Sampaio me parece o velho do desenho Up. Rabugento, de mal com a vida e vivendo em 1960.
Muito boa a análise.
Tambem achei morno, agora deprimente é ver que a maioria das pessoas preferiram ver o jogo do são paulo com o inter (36,9% de ibope contra 5,5$ do debate).
ResponderExcluirÉ Fabio, o povo só gosta mesmo de BBBs e pão e circo
Elisa,
ResponderExcluirConcordo, triste essa realidade.
Guimas,
Obrigado.
Andei perambulando pela web essa manhã e não econtrei ninguém que afirmasse que Dilma se saiu bem no debate. Ela foi péssima, não tem espontaneidade, não tem carisma, tropeçava nas palavras, gaguejava, ela foi muito mal. E não estou falando isso, porque não vou votar nela. Isso é fato. Eu não assisti todo o debate, porque vi sim o jogo do Inter, mas dava uma olhada de vez em quando e nos 15 minutos do intervalo da partida e depois do fim do jogo. Mas deu para constatar o que disse acima.
ResponderExcluirRetirando o meu motivo para ver, eu achei esse debate por demais enfadonho. Por vezes, me pergunto, como pode pessoas que se postulam a um dos maiores cargos da nação sequer apresentarem propostas inovadoras e demonstrar ousadia e convicção por elas àos milhões que os veem? O debate é uma oportunidade de mostrar a inovação ou não?
ResponderExcluirDiferentemente do Carlos Eduardo Maia aí acima, não é pelo fato da Dilma ter gaguejado mais ou menos que eu não votaria nela, assim como não é pelo fato do Serra ter tido 'lapsos de memória' que eu não votaria nele, mas o que se viu nesse debate foi de carência ínfima. Para mim, nenhum dos candidatos se mostraram relevantes para a função pretendida. Falta de ousadia, de inovação, de coragem, de convicção, etc (só ví aquele jogo para mostrar quem é o mais 'bonzinho'). Nem Serra com sua experiência administrativa me convenceu, nem Marina com sua história de vida (de quem esperava muito), nem Dilma com o apoio de Lula.
Tudo deu a impressão que todos estão à sombra de Lula - por mais que se falem mal dele. E quanto ao Plínio do PSOL, este, nem vou comentar...
Bem isso, Neto.
ResponderExcluirMediocridade assustadora!!
Lembra do Mário Covas, do Brizola, do Lula e do Collor nos debates? Chumbo grosso...pelo menos havia debate franco!