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22 de ago. de 2008

A HORA DE ELOGIAR

A cada quatro anos, a cada olimpíada, nós torcedores do esporte brasileiro experimentamos muitas decepções. Minha opinião sobre a atuação deletéria da imprensa e pela falta de base esportiva decorrente da irresponsabilidade de nossos cartolas e políticos é apenas o complemento do que deve ser dito sobre muitos de nossos atletas, que precisam, e muito, de um acompanhamento psicológico melhor para focar suas atuações em resultados.

Eu continuo achando que o esporte brasileiro está involuindo. Bons resultados em modalidades em que não temos tradição, têm sido fruto de uma política de pinçar fenômenos, atletas excepcionais e prepará-los em separado dos demais. Dá certo as vezes, mas o melhor era o Brasil ter carreiras esportivas, circuitos de competições e categorias de base em todos os esportes em que tenciona disputar jogos olímpicos. Seria bom do ponto de vista de ganhar medalhas, mas seria muito melhor do ponto de vista de difundir os bons conceitos e valores que o esporte encerra, ajudando a criar cidadãos melhores.

Mas não vou deixar de elogiar quem merece (na ordem de importância que atribuo), por seu destaque nestes jogos de Pequim:

1. Maurren Higa Maggi. Ganhou uma medalha ainda mais importante que a da natação de Cesar Cielo. Isso porque ela não teve o treinamento específico no exterior, sempre atuou com base aqui no Brasil. Além disso, deu prova de superação e caráter, porque foi injustamente punida por doping e soube dar a volta por cima. Haverá quem diga que suas principais adversárias sairam da disputa e não chegaram à final. Mas isso é do esporte, e o que ficará na história é que ela não tremeu quando o ouro lhe acenava, ao contrário do que aconteceu com muitos brasileiros, cujos nomes não citarei aqui.

2. Ketleyn Quadros. Uma moça pobre, humilde e que teve enormes dificuldades em ir a Pequim. Chegando lá, foi a primeira brasileira a ganhar uma medalha individual na história dos jogos. Não se pode deixar de reverenciar tanto esforço. Bronze que valeu ouro.

3. Robert Scheidt. Ele e seu parceiro estavam em 13º lugar quando faltavam 3 regatas para acabar a competição. Partiu pro tudo ou nada e chegou na regata final sonhando com um bronze. Conseguiu prata num esporte onde o vento a favor ou contra nem sempre é justo com o trabalho dos atletas.

4. Cesar Cielo. Sem maiores comentários, entrou nos jogos focado para vencer, chegou em Pequim como um invisível, saiu de lá como o maior nadador brasileiro de todos os tempos.

5. Seleção Feminina de Futebol. Apesar da atuação desastrosa na final, a seleção feminina tem méritos, porque aqui no Brasil não existe nenhuma estrutura para que elas pratiquem seu esporte. São ignoradas pela CBF e jogam torneios de várzea aqui no Brasil e mesmo assim, são medalhistas de prata contra verdadeiras profissionais, como as americanas, as norueguesas, as suecas e as alemãs. Pela absoluta falta de apoio, são vitoriosas.

6. Não sei se o Brasil será medalha de ouro no volei de quadra masculino e feminino. Penso que são as seleções mais bem montadas que o Brasil mandou a Pequim, basicamente porque o volei é um esporte que tem bases, onde se disputam campeonatos e mal ou bem há patrocínios e divulgação pela TV. O que ficou claro, é que há um trabalho muito sério nesse esporte, tocado por gente como Bernardinho e José Roberto Guimarães, onde se nota que não vivemos mais de uma geração de ouro ou prata. Hoje, há renovação constante e o Brasil virou potência no esporte. Mesmo que eventualmente percam as medalhas de ouro, ainda assim o resultado será ótimo por demonstrar que o Brasil trabalha as duas categorias sem preconceitos e discriminações.

CORITIBA: O MEDO DO FUTURO.

No erro de uma diretoria interina, que acionou a justiça comum em 1989 para não jogar uma partida marcada de má-fé pela CBF para prejudicar ...